Na manhã seguinte Oliver foi o primeiro a acordar. Levantou-se em silencio e se aproximou da cama para acordá-la como combinado.

Mas não resistiu a tentação de ficar observando-a dormir. Ela ainda estava com o mesmo vestido do dia anterior, seus cabelos espalhados pelo travesseiro e a respiração calma.

– Hey, dorminhoca! ele lhe fez um carinho no braço Bom dia! e sorriu quando a viu abrir os olhos.

Felicity olhou para ele e por um momento não soube ao certo onde estava...mas lembrou-se em seguida.
– Bom dia! - ela sorriu de volta ainda estamos na ilha não é?
– Sim...bom, vamos tomar café?

Ela concordou e levantou-se, foi para o banheiro e quando saiu o encontrou na cozinha.
Tomaram café em silencio e depois juntaram algumas provisões e saíram para explorar o lugar.

Quando saíram da cabana quase tropeçaram em duas mochilas que pareciam ter sido deixadas com todo cuidado na porta da casa.

– Mas...o que é isso?

Oliver abaixou-se para abrir as bolsas e encontrou numa delas algumas roupas suas e na outra roupas que Felicity reconheceu como suas.

– Serio...isso tá ficando estranho os dois olhavam um para o outro sem entender nada Oliver o que será que está havendo?
– Não faço ideia, mas concordo com a parte do estranho. Que iria nos prender aqui e nos deixar confortáveis...nos fornecer alimentação, moradia, nossas roupas?

Uma ideia começou a se formar na cabeça de Oliver, mas ele descartou de imediato.

– Bom, vamos aproveitar o presente Felicity estava ansiosa para trocar de roupa.
– Ok...

Os dois trocaram de roupa e reviraram suas bolsas em busca de algo que identificasse seu benfeitor. Para variar não acharam nada.
Ela havia posto uma calça jeans e uma regata branca e optou por um par de tênis que encontrou na bolsa. Amarrou o cabelo e passou protetor solar. Quem havia arrumado aquela bolsa pensou em tudo.

Oliver também colocou um jeans e uma camiseta e tênis. Seus pensamentos estavam às voltas com a ideia que surgiu na sua mente quando achou as bolsas.

Eles não seriam capazes disso! Não...esquece, Oliver!

Iniciaram a exploração indo em direção ao centro da ilha. Oliver esperava encontrar outra casa ou pelo menos algum sinal de vida.
O sol já estava no alto de suas cabeças indicando que era perto do meio dia quando Oliver percebeu sinal de que alguém havia estado ali. Encontrou galhos quebrados e rastros de pegadas.
– Alguém passou por aqui, talvez quem deixou as bolsas...vamos segui-las...
– Mas...será que devemos? ela estava um pouco assustada com tudo aquilo...
– Sim, quero descobrir o que está havendo aqui...
Procuraram por mais umas duas horas e nada encontraram.
Oliver decidiu voltar para evitar estarem no mato fechado ao escurecer.
Na volta foram surpreendidos por uma tempestade que surgiu do nada.
– Que droga! Era só o que faltava...
– É só uma chuva, Felicity...

Andaram na chuva por mais uma hora até chegar à cabana.
Ao entrarem na cabana a tempestade estava no auge, raios e trovões. Felicity estava um pouco assustada, Oliver percebeu e se aproximou:

– Medo?
– Sim...normalmente não tenho, mas estar aqui...numa cabana..no meio do nada...e ainda com tempestade...me assusta.

Os dois ainda estavam molhados...ao se aproximar dela Oliver percebeu a blusa branca colada ao corpo revelando um pouco mais do que ela gostaria.

Suas pupilas dilataram de desejo e ele a abraçou, suspirou e lhe fez uma carinho nas costas que foi bem recebido.
Felicity sentiu o toque dele em suas costas com satisfação. Poderia ficar nos braços dele pra sempre...e Oliver queria tudo...seus abraços, seus beijos, seus carinhos...
Mais um raio e pareceu tão perto que ela estremeceu.

– Hey, vamos tirar essas roupas molhadas antes de ficarmos doentes...

Ela se separou do abraço meio a contragosto. Trocaram de roupa e comeram algo.
A tempestade não aliviava, agora o vento era forte e parecia que iria arrancar a porta da cabana...isso na visão de Felicity que estava apavorada.
Ela estava sentada na cama enquanto Oliver foi verificar se estava tudo certo com as portas e janelas.

Quando retornou ele a viu na cama com os braços ao redor das pernas e muito assustada.
Sentou-se atrás dela na cama com as costas na parede e a puxou para si fazendo com que suas costas se apoiassem no seu peito.
Ali ela relaxou, sabia que ele a protegeria mesmo da fúria da natureza. Afinal ele sobreviveu cinco anos numa ilha com ameaças bem piores.

Quando a tempestade pareceu amenizar ela estava adormecida em seus braços e ele aproveitou a situação para observá-la. Não se cansava disso. Ela era linda e por Deus a cada dia se via mais apaixonado. Não sabia desde quando, mas desde o dia que derrotaram Slade ele tinha essa clareza. Não estava disposto a colocá-la em perigo e por isso se afastou...dando espaço para o almofadinha do Ray Palmer.

Como fui idiota! Balançando a cabeça desaprovando a si mesmo ele tentou sair da cama sem acordá-la, mas não conseguiu.

– Aonde você vai? ela pediu sonolenta fica aqui comigo...a tempestade pode voltar...
Oliver não pensou duas vezes, tirou a camisa e puxando a coberta por cima deles deitou-se ao seu lado. Ela automaticamente se apoiou no seu peito e voltou a dormir.

Felicity acordou com uma sensação de calor gostosa ao redor do seu corpo. Lembrou-se da noite anterior e do seu pedido para que ele ficasse ali. Agora se encontrava num abraço de conchinha sentindo a respiração dele em seu pescoço e seu corpo todo arrepiou-se!
Ela virou-se com cuidado dentro de seus braços e ficou de frente para ele. Não resistindo acariciou seu rosto e sentiu a maciez da barba por fazer e num impulso totalmente louco encostou seus lábios nos dele.

Oliver estava naquele momento da manhã em que você está como num limbo...percebe coisas ao seu redor mas não consegue abrir os olhos.

Ele a sentiu acordar e se mover em seus braços, sentiu a carícia em seu rosto e os lábios dela nos seus....naquele momento ele acordou e correspondeu seu beijo.
Felicity tinha uma das mãos em seu rosto e a outra no seu peito...ela percebeu que ele acordou no mesmo instante em que o beijou e que ele correspondeu ao beijo o transformando num beijo de pura paixão.

Quando se separaram em busca de ar os dois sorriam. Ele a puxou para mais perto e ela se aconchegou no seu peito. Segundos depois as bocas se procuraram novamente num beijo ardente.

Ainda presa em seus braços ela sussurrou:
– Bom dia!
Ele sorriu.
– Bom dia!! Muito melhor que qualquer outro... ele a viu corar um pouco e começou a encher seu rosto de beijinhos e depois procurou sua boca com avidez.
Felicity correspondeu com o mesmo ardor e só conseguia pensar em como tudo parecia no lugar.

Permaneceram na cama trocando carinhos por algum tempo e depois foram tomar o café sentados do lado de fora da cabana.

– Apesar da nossa situação, não podemos deixar de ver que este lugar é maravilhoso! Oliver tinha as pernas dobradas e os braços apoiados nelas.
– É sim...pena que não temos ideia de nada...nem de como chegamos..nem de quem nos colocou aqui.
– Não vamos ficar aqui para sempre. Até porque Roy e Diggle vão notar nossa ausência e vão começar a nos procurar.
– Espero que sim...

A menos que foram eles que os colocaram ali. Esse pensamento não saía da mente de Oliver. Digg sempre insinuava coisas em relação à Felicity e depois de Slade ele chegou a perguntar se o que ele havia dito na mansão era verdade. Claro que ele havia desconversado...

– Podemos dar uma volta hoje por esse lado - ela disse apontando para o lado direito da ilha.
Deixando de lado o que estava pensando ele concordou e foram arrumar-se.

Starling City

– Diggle?
– Aqui, Roy...
Ele e Sarah estavam de olho no monitoramento da ilha. Podiam ver os dois andando juntos pela praia do lado norte da ilha.
– Hoje meu amigo vai enviar a ameaça...
– Que tipo de ameaça? Sarah pediu preocupada.
– Nada de mais. Alguns caras do clube de luta dele vão fazer uma visitinha...
– Huum...tipo piratas? - Roy deu uma risadinha não é muito Disney?
Rindo os três olharam mais um pouco e depois foram verificar se algo nova havia aparecido em Starling.

Na ilha

Não encontraram nada, a extensão de terra era grande e com certeza levariam o dia todo nisso.
O clima era descontraído, apesar de tudo.

Na volta resolveram tomar um banho de mar.
Felicity achou seu biquíni favorito na bolsa. Ela agradeceu mentalmente quem quer que tenha arrumado aquela bolsa.
Encontrou um Oliver maravilhoso dentro de uma bermuda de praia com estampa colorida.

Os dois entraram juntos no mar e ele a ajudou a boiar segurando suas costas enquanto ela se esticava com os olhos fechados e um sorrido no rosto.
Ele passou os olhos pelo seu corpo branquinho e perfeito e a reação do seu corpo foi imediata. Ele tinha que beija-la...
Ela assustou-se um pouco quando ele a puxou para si e a beijou. Sentiu seu corpo colado ao dele, sem muitas barreiras...pele com pele...suspirou e correspondeu ao beijo...

Oliver chegou à conclusão que estavam no paraíso. Estar com ela, onde fosse, seria o paraíso.
Não quis se apressar, por isso a afastou com delicadeza e depositou um beijo em seu nariz. Ela riu e querendo provocá-lo jogou um pouco de água no seu rosto.
Ele entrou na brincadeira e mergulhou a puxando pelo pé. Riram muito e beijaram-se muito.

O dia passava tranquilamente, Felicity foi para a areia e deitou-se na sombra de alguns coqueiros. Oliver estava ainda na água..que era fria sem ela lá...e ele precisava muito de água fria depois das brincadeiras inocentes deles no mar...inocentes, mas nem tanto...

Ele estava de costas para a praia e de repente ele ouviu o grito dela:

– OLIVER!!!