500 Anos escrita por Sneaky Parsley


Capítulo 8
Restauração




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/548157/chapter/8

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Sentia-se feliz pela primeira vez em anos passando por aqueles enormes corredores que chegara a odiar. Sim, se sentia ótimo, finalmente, depois de tanto tempo tanto que Afonso não conseguia parar de sorrir enquanto abria as portas do salão principal e muito menos enquanto apontava sua espada para o infeliz que tentava fugir pelos fundos.

"Bom dia, Antônio."

Esperara muito, demais. Por muito tempo não sabia o que fazer, se sentia preso, porque de certa forma estava, estava cansado. Cansado de ser tratado como servo. Cansado de fazer todo o trabalho sujo. Cansado de ser humilhado. Pensava. Todos os dias. Não podia fazer muito mesmo além de ter certeza que aquele espanhol não destruísse tudo o que fizera no moleque.

E talvez tenha sido um sinal, e ele acredita com todas as forças que foi, quando Espanha o fez de quartel. O espanhol o estava armando. Um completo idiota.

Então veio Catalunha, não teria uma chance melhor, se chegasse a ter outra, do que Espanha enfrentando uma revolta... Não conseguiria sozinho, sabia disso. Tinha armas, sim. Motivação, mais do que tudo. Mas não força o suficiente. E odiava admitir isso. Tem nojo do que fez, mas não se arrepende nem um minuto de ter fugido uma madrugada para passar o resto dela sentado em um escritório... Negociando... Definitivamente... Não implora... Não...

Claro, não fora bem recebido, uma sorte gigantesca ter sido recebido de qualquer forma, especialmente depois do que fizera ao holandês.

"Então, deixa eu ver se entendi, você quer se rebelar?"

"Sim."

"E precisa da minha ajuda?"

"... É..."

"Por que deveria te ajudar?"

"Porque você sabe tão bem quanto eu como é ter que obedecer ele."

"Você não me ajudou quando eu me livrei dele."

"Você nunca me pediu."

"Você não teria de qualquer forma."

"... Teria..."

"Não, não teria."

"... Por favor..."

"Ninguém faz nada de pura bondade."

"... Qualquer coisa! Qualquer coisa! Eu te dou qualquer coisa!"

"Qualquer coisa?"

"Sim! Qualquer coisa!"

Talvez não devesse ter dito qualquer coisa, como em qualquer coisa mesmo, mas se resolveria com Diogo depois. Na verdade nem se lembrava do garoto no momento, tudo o que via era o espanhol, sujo, suado e que acabara de levar uma surra na sua frente.

"Por que não estou surpreso por ter sido você que armou isso tudo?"

"Porque é a minha casa e o meu palácio?"

"Não... Porque só você seria idiota o suficiente para instigar uma guerra civil com a ajuda do Timmy ainda por cima."

Portugal não poupou força no soco que dera no espanhol. "Esse idiota aqui não tem culpa se você não consegue controlar suas coisas."

Espanha cuspiu o sangue em sua boca antes de encarar os olhos do português. "Pelo visto não."

Afonso socou-o com força o suficiente para jogá-lo no chão para depois o levantar pelo pescoço. "Você vai sair daqui, você e todos quem você trouxe. E vai sair do Brasil. Entendeu?"

"Ou o que?"

Mais um soco. "Entendeu?"

"Perfeitamente."

"Ótimo. Você tem duas horas."

Antes de Antônio abrir a porta que dava para o pátio, virou-se para o português com um sorriso que não deveria estar ali e irritava Afonso demais para ser posto em palavras.

"Sabe que praticamente fez um pacto com o diabo, não sabe?"

E como sabia.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Port tava meio sumido, fiz um capítulo só dele :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "500 Anos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.