500 Anos escrita por Sneaky Parsley


Capítulo 9
Crescendo




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Dois meses. Portugal não o via a dois meses, ok se você contar o tempo entre América-Europa dá um pouco mais. Um pouquinho bem mais. Mas isso não importa, o que importa é que, quando o viu pela última vez, Brasil era um pouco mais alto que seu joelho. Agora o moleque estava quase da altura de seu cotovelo. E isso sim assustava Afonso, e muito.

"N-Nossa... Antônio te deu chá de bambu por acaso?"

"Nem começa. Uruguai é mais alto que eu e a Argentina é dois centímetros menos que eu. Dois centímetros! Uma garota!"

"Sério? M-Mas eu acho que você cresceu bastante. Demais até."

"Sério?!"

Portugal não teve tempo de responder antes de ser atacado por um abraço voador. Ele crescera. Crescera demais. Espanha tinha um italiano por séculos que nunca cresceu nem um centímetro... Brasil ter crescido tanto em tão pouco tempo era preocupante... Demais...

"Mas então, está tudo bem por aqui? Pra quê essa roupa?"

"Ah! Eu uso essa pra aterrorizar a Argentina e o Espanha."

Aterrorizar... Claro... Mas Portugal tinha que admitir que se topasse com o moleque de noite ficaria tenso: Botas de couro, um gibão enorme, chapéu, espingarda...

"Espingarda?!"

"Hm?"

"Quem te deu uma espingarda, moleque?!"

"An... Não é importante..."

"Você ao menos sabe usar isso?!"

"Claro que sei! Olha aqui!"

"Ow! Ow! Aponta isso pra lá!"

"Hunf."

Portugal dava a arma para um dos marinheiros. "Então... Você sai dando tiro por aí? Assim que 'aterroriza' eles?"

"Nah... Bem, de vez em quando sim..."

"Pra que isso aliás?"

"Pra dar tiro..."

"Não a espingarda, essa história de aterrorizar..."

"Não só eles, serve pra espantar índio também."

"O que você fez?"

"Por que eu sempre tenho que ter feito alguma coisa?"

"Porque, normalmente, é o que acontece..."

"Bem... Eu preciso de espaço, né..."

"Ahá."

"Não me julgue, seu hipócrita!"

" 'Hipócrita'? Uau, espingarda, chapéu, palavra nova..."

"Hunf."

Afonso afagava o cabelo do garoto. "É isso mesmo. Se quer alguma coisa, pegue. Você é mais esperto e mais forte. Não deixe ninguém tomar o que é seu, moleque."

"Claro que não, Fonfon."

"Ótimo."

"Hey... Quanto tempo você vai ficar...?"

"Tenho coisas pra resolver na Europa... Um monte de coisas..."

"... Ah..."

"M-Mas não agora! Então, moleque, quer fazer o que? Pescar? Comer? Dormir? Andar no mato?"

"Não é mato... É floresta."

"Mato."

"Comer parece bom. Desde que não seja bacalhau..."

"Não sei qual o seu problema com bacalhau..."

"Você come isso todo dia!"

"Porque é maravilhoso!"

"É salgado!"

"Maravilhoso!"

"Bah."

"Azar o seu, já fizeram a janta e é bacalhau."

"AAAArg!"

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