Three dark brothers escrita por Pão da Paz, Angels


Capítulo 22
O poder


Notas iniciais do capítulo

Ér..Oi
Não demorei. A Laura não lutou comigo, estou decepcionada.
Enfim, meu astral está maravilhoso e digno de um capítulo rápido. Amo vocês -q
Enjoy :3



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Alexi

Levanto-me da cadeira rapidamente e quase a derrubo. Levanto a bainha do meu vestido e corro atrás do príncipe. Quando chego ao corredor, ele já sumiu. Suspiro frustrada e passo a mão pelo cabelo, ignorando o coque de Meredith.

–Alexi?

Viro-me um tanto quanto atrapalhada pelo meu vestido e minha falta de paciência. Uma garota de cabelos brancos, vestida como uma prostituta me encara de olhos arregalados.

–Perdão? –ela franze o cenho e trinca os dentes, ódio emana de seus olhos.

–Eu vou matar aquela vagabunda –grita. Uma criada que passava a olha feio e quando a garota retribui, essa corre, tentando segurar os tecidos.

–Eu te conheço? –pergunto. O grito dos guardas ecoa cada vez mais longe.

–Não era para isso acontecer! –continua –Eu achei um fio de cabelo de Morgan Li, eu deveria estar com ela, não com você.

–Morgan Li? –meus olhos se arregalam.

–Por acaso seu cabelo é tingido? –franzo o cenho, cada vez mais confusa com a conversa da garota. Não tenho tempo para isso.

–Com licença –é tudo que respondo antes de sair correndo novamente.

Meus pés doem, então tiro os saltos dele. Alguns criados me veem correndo e gritam algo. Mordomos aparecem para bloquear meu caminho, mas eu os driblo. “Princesa em fuga”, gritam. Fuga para onde?

O grito dos guardas está tão perto agora, tão perto que é quase como se fossem reais, em um mundo verdadeiro. Preciso lembrar a mim mesma que eles são de fato, reais.

Saio do castelo e atravesso o jardim. Agora consigo ver o último guarda correndo atrás dos outros. Sinto-me tonta.

“Princesa em fuga”, gritam, “Ajudem-nos”

Esse último guarda se vira. Ele olha para mim, e então percebo que seu olhar tem algo diferente. Meu cabelo, agora solto, atrapalha minha visão, mas não o bastante para não o ver mudando de rota. Ele está correndo na minha direção agora.

Sinto algo descendo pelo meu nariz e sei que é sangue. Algo como um tilintar ecoa nos meus ouvidos e vejo a imagem de meu corpo tomando café com Joey. A palavra “Maia” fica na ponta da minha língua.

O guarda chega até mim. Tento desviar dele, mas é impossível. Ele apenas agarra minha cintura enquanto eu luto para voltar a correr.

–Princesa –chama

Não respondo. Apenas continuo me debatendo e sinto lágrimas escorrerem pelos meus olhos. Sua coloração é vermelha. Sangue está saindo de meus olhos, mas eu não sinto medo. Sinto apenas dor.

–Princesa! –chama mais alto, dessa vez de modo autoritário.

–Eu não sou sua princesa! –grito. Minha visão embaça e basicamente tudo o que vejo é vermelho. Meu corpo pede redenção, mas eu não a dou.

–Olhe para mim –continuo a me debater –Olhe para mim –repete.

Dirijo meus olhos para ele. Não vejo nada. Nenhuma âncora para me segurar ou lembrar.

–Eu vou soltá-la, agora –sussurra ele. Meus olhos percorrem seus traços faciais. Maxilar duro, olhos verdes e cabelo preto. –E você vai correr. –abro minha boca, mas a fecho no mesmo instante. Melhor não falar nada –Levante seu joelho esquerdo e o empurre rapidamente para trás e para frente. Tente não me acertar. –completa.

Eu faço o que ele pede e quando o meu joelho vai pra frente, ele se joga no chão protegendo a parte íntima, simulando uma dor agonizante. Ele balbucia um “corra” e continua a se contorcer. Eu o obedeço.

Olho para trás, querendo memorizar o rosto do rapaz novamente, mas ele está de costas para mim. Vejo apenas mais mordomos correndo atrás de mim e criadas indo acudir o guarda.

Minhas pernas doem tanto que eu tenho que fazer esforço para continuar a correr. Preciso de fôlego, mas não quero parar. Consigo ver a entrada para as masmorras daqui.

O mordomo grita. Os últimos guardas viram para trás. Meu medalhão brilha e o tempo para.

Olho para baixo, o vendo brilhar tão fortemente que me causa uma leve dor. Sinto minha pele sendo perfurada e queimada pelo medalhão, então o seguro e continuo dessa vez andando.

O tempo está basicamente congelado. Nada, nem sequer o vento, se mexe.

Corro para a entrada e me jogo lá dentro. Meu ombro bate contra o chão e começa a latejar. Olho em volta e vejo um local escuro, iluminado apenas por tochas e várias portas uma de cada lado. Um dos guardas congelados aponta para um no chão, morto. Este em uma das portas do lado direito.

Dessa mesma porta, sai uma figura ruiva. Samantha.

Atrás dela, uma de cabelos pretos. Morgana.

Samantha olha para o lado oposto em que me encontro. Morgana segue seu olhar.

–Foi você quem fez isso? –ela pergunta

Tento controlar minha respiração

–Foi eu –digo.

Samantha se vira assustada. Morgan Li se põe na frente dela. Tento não fazer careta.

–A-Alexi? –ela gagueja e sua voz sai quase em um sussurro.

–Morgan –falo, ignorando-a. Morgan olha para mim e depois para meu colar.

–Oh –exclama. Sua voz está carregada de ironia. –Vejo que é mais uma das vítimas de minha mãe.

Minha resposta não veio. Não podia fazer nada. Prende-la? Mata-la? Quem era eu para mata-la? Quem era eu para prendê-la? Eu era simplesmente uma garota inútil presa em um mundo que não era o meu. Sentia-me vazia e inútil.

Mordi a língua e limpei o sangue do meu nariz e dos meus olhos. Inútil. A palavra parou na minha garganta, recusando-se a sair.

–Samantha. –falo –Preciso de um bom motivo para não te matar agora –de alguma forma, não me sinto surpresa. Não me sinto nem ao menos assustada. Mas Samantha se sente.

–Ora, sua intrusa –diz Morgan –Quem acha que é para intimida-la assim?

Sinto meus olhos lacrimejarem, dessa vez, com água. Sinto-me fraca, horrorizada e cansada. Meu corpo dói a cada movimento que faço, mesmo que esse seja apenas meu respirar. O medalhão queima tudo que o toca. Sinto-me, novamente, inútil.

Dou um passo á frente

–Quem eu acho que sou? –pergunto, de dentes trincados. As lágrimas ameaçam tampar minha visão –Eu acho que sou uma garota, cuja a vida brinca com os malditos sentimentos. –minha mão esquenta e a palavra para na ponta da minha língua –Acho que sou uma garota cujo tudo foi tirado, tudo foi morto, apenas por um MALDITO SANGUE –grito. Morgan Li vai para trás, puxando Samantha com si. –Acho que sou a garota que confia em tudo e em todos e no final sempre acaba se ferrando.

Dou outro passo á frente

–Acho que sou o que Samantha nunca vai ser –olho para ele, seus olhos ainda arregalados. De algum jeito, adrenalina corre nas minhas veias. Me sinto totalmente energética, e com raiva –Nunca vai chorar por algum parente morto, nunca vai sentir raiva como eu estou sentindo agora, nunca vai ter a decência de abrir a boca para gritar um NÃO –Morgan Li recua mais uma vez. Samantha parece paralisada –Samantha nunca vai ser um Vadia, Biscate, Puta. –respondo listando os adjetivos que já me deram –Ela sempre vai ser a querida filha de papai.

–Respeite-a –alerta Morgan Li, tentando impor autoridade na voz

Dou um outro passo.

–Agora, Morgan, quem você acha que eu sou? –ele fica pálida por um milésimo de instante. Samantha ainda me encarava.

–Você é apenas mais uma vadia –rosnou e mexeu a mão, fazendo um gesto cortante no ar.

Um feixe de sombra apareceu. Samantha gritou algo quando a sombra veio até mim. Antes que tal sombra de fato me atingisse, o medalhão pulsou, queimando totalmente minha clavícula. Gritei de dor e me curvei, segurando o mesmo na mão. Fechei os olhos, me segurando para não chorar.

Quando os abri novamente, a Sombra havia sumido. Morgan encarava-me de olhos arregalados enquanto mexia a boca repetidamente. Nada acontecia.

Por um momento, ficamos que nem os outros. Simplesmente parados

–Invoke a mortuis, habitat in quo umbrae –disse Morgan, dessa vez mais alto. Nada aconteceu. O medalhão continuava pulsando em minha mão. –Invoke a mortuis, habitat in quo umbrae. –gritou. Nada.

Samantha, que se recusava a pronunciar qualquer coisa, também me encarava de olhos mais arregalados do que antes.

–Parece que talvez eu seja mais do que “apenas uma vadia” –falei.

Morgan endureceu o maxilar, com raiva, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, ela sumiu.

Fui parar no quarto, no castelo. O medalhão finalmente parando de pulsar. A súbita mudança de ambiente me deixou tonta. O tempo tinha voltado ao normal.

Teleporte. Quebra de feitiço. Congelamento de Tempo

O medalhão parecia bem útil agora.


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Notas finais do capítulo

"Ó querida Bia, porque estás assim?"
EU VI THE AVENGERS: AGE OF ULTRON E FOI LINDO CARA WJEHFABJKBDBH
Vou ficar com um sorriso na cara até semana que vem. Bem, eu poderia ser boazinha, mas eu não quero.
O Mercúrio morre -q
Tchau. (>^~^)>



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