Three dark brothers escrita por Pão da Paz, Angels


Capítulo 14
Adentrando a escuridão


Notas iniciais do capítulo

Hey
Seria estranho se eu falasse que já tinha postado esse capítulo antes? Era o que eu achava, entretanto, quando eu voltei aqui para ver as visualizações, o capítulo não estava lá.
BOOOOMMMM! -imagine que isso é uma bomba atômica- Eu estou ficando louca.
A Laura fala de mim e demora pra caramba. Fiquem sabendo que fui eu quem foi lá cobrar o capítulo dela. Desculpem se tiver erros de concordância. Eu revisei e não achei nada, mas como meu teclado anda meio bugado...
Enjoy ^-^



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Alexi

Sabe o que você faz quando um cara bonito diz que já foi seu namorado e você nem sequer lembra? Vai dormir

Acordei com uma baita dor de cabeça, e com muito calor. Percebi que minha mão agarrava o medalhão e o soltei subitamente. Levantei da cama e olhei o relógio. Ótimo, ainda tenho tempo para ir ao meu "querido" serviço. Peguei uma roupa qualquer, uma calcinha e um sutiã e fui para o banheiro.

Tomei um banho gelado, me vesti, escovei os dentes, sequei o cabelo e passei um lápis de olho. Saí do banheiro, peguei minha bolsa, saí do quarto e quando estava com a mão na maçaneta da porta, pronta para sair de casa, parei.

–O que eu estou fazendo? -perguntei a mim mesma e joguei a bolsa no sofá. Passei a minha mão no cabelo e suspirei pesadamente -Droga, Alexi! -gritei e senti meus olhos lacrimejando.

Quando menos esperei, eu já estava sentada no sofá e chorando. Chorando como quando minha família adotiva morreu. Dois tiros, três balas, duas vítimas, um suspeito. Era a única coisa escrita no relatório policial. Logo depois me peguei encarando o medalhão com raiva, enquanto secava as lágrimas.

Minha vida está uma merda. Tudo o que tem nela está uma merda

Ouvi passos no corredor e logo depois uma Maia sonolenta surgiu na sala. Disfarcei a raiva e a encarei. Ela me encarou de volta com os olhos semicerrados e depois espirrou. Franzi o cenho

–Você está bem? -perguntei e ela negou com a cabeça. Depois confirmou. Por fim, decidiu abrir a boca

–Na medida do possível -e voltou a me encarar. Ficamos encarando uma a outra por provavelmente mais de dois minutos.

–Tem alguma coisa errada comigo? -perguntei afinal.

–Não sei -respondeu -Tem? -e deu um sorriso reconfortante. Me forcei a sorrir e peguei minha bolsa novamente -Vai trabalhar?

–É, eu vou.

–Vou pesquisar emprego também -garantiu ela. Andei até a porta e pousei minha mão na maçaneta novamente.

–Nada disso -respondi -Atenção inteiramente na escola -ela concordou com a cabeça e eu saí de casa.

O dia estava nublado e com um clima mais deprimente que as músicas de uma cantora depois do término do namoro. Praguejei e forcei outro sorriso.

–Vamos dia. Consegue ser mais bonito que isso. - e fui em direção ao metrô.

***

Adentrei o prédio e fui para a sala de Louis. O mesmo estava vermelho, mas quando me viu sua expressão não suavizou. Para falar a verdade, ela até piorou

–Ta tudo bem com você? -perguntei fazendo uma careta

–Está dispensada -arquiei as sobrancelhas

–Mas o que...? -ele me entregou um papel e forçou um sorriso.

–De para Michelangelo -e saiu da sala correndo

–Louis! -gritei, mas já era tarde demais. -Ah, ótimo! Provavelmente acabo de perder meu emprego! -bufei e fui até a sala da secretária de Michelangelo, que ficava na frente da sala do Michelangelo.

Abri a porta e vi Samantha esgueirada na mesa. A mesma batia a cabeça e se auto xingava. A olhei com a sobrancelha arqueada. Percebi que de fato, eu estava pior do que ela. Até porque, provavelmente ela não tentou engolir uma bala.

–Acho que alguém ta de TPM -murmuro secamente, mas não estava me referindo a ela. Estava me referindo a mim. Bem, talvez para ela também, mas era mais pra mim.

Bati na porta de Michelangelo, escutei um "entre" e abri a porta. Entrei, fechei a porta e escutei um risinho.

–Alexi -falou

–A própria -respondi e ele virou sua cadeira. -Bom saber que pediu minha demissão, senhor -ele soltou outro riso

–Sabe, Alexi, costumo a ser bem conveniente com meus funcionários -joguei o papel na mesa e assinei.

–Estou vendo -murmurei sarcástica.

–Mas com você foi diferente -ele continuou ignorando minha ação -Acho interessante seu modo de agir com seu chefe e seu trabalho.

–Acho interessante seu modo de agir com uma garota que veio fazer um teste -seu sorriso desapareceu

–O que está insinuando? -perguntou com a sobrancelha arqueada

–O óbvio -respondi -Estou insinuando que tem uma queda pela sua secretária. Não tente negar. Eu até acho bonitinho -expliquei. -Mas descartar as outras como lixo, não vai fazer ela ficar apaixonada por você -sorri -Tudo resolvido? -perguntei em relação ao papel.

–Sim -respondeu secamente. -Leve esse papel para Louis -ele estendeu um papel

–Não posso -falei e fiz um aceno despreocupado -Não sou mais membro da empresa -e saí da sala.

***

Sabe o que você faz quando acaba de perder seu único emprego? Senta na calçada na frente de um bar lésbico.

Então, lá estava eu. Incapaz de chorar, incapaz de me sentir envergonhada, incapaz de sentir qualquer merda que um ser humano deve sentir nesse momento. Desespero. "Como eu vou pagar as contas?". Raiva. "Você é uma idiota!". E tristeza. "Eu vou morrer!". Entretanto...

Avistei um grupo de pessoas andando para lá e para cá, em busca de ofertas, valores baixos, e coisas inúteis. Essa é Nova Iorque. Minha Nova Iorque.

Lembro, que quando eu era pequena e fui tirada do orfanato por Simon, eu tinha um grande sonho. Eu queria ir para a melhor universidade, e depois voltar naquele mísero orfanato e esfregar tudo o que eu tinha conseguido na cara daquelas mulheres que falavam que eu era um lixo. O lixo do mundo, em exatas palavras. Porém, tudo o que eu consegui, foi sair daquele outro mundo, ainda pequena, e parar em outro orfanato imundo. Ainda lembro qual foi a primeira frase que meu pai disse á mim quando me adotou. É uma garota linda, disse, mas quem sou eu para julgar algo machucado?

Quem era ele para julgar algo machucado? A minha única esperança.

Nos primeiros dias em que passei com eles, tudo o que eu queria era usa-los para meu sonho. Era engraçado, como mesmo eu sendo uma criança, tinha aquela ideia na cabeça.

É uma cidade suja, dissera minha mãe uma vez, ela apodrece qualquer um que adentra em sua escuridão.

Lembrei que só confiei na minha família quando avistei Maia. Era um bebê minúsculo em um berço enorme e que não parava de pegar o meu dedo e levar a sua boca. Meus pais me levavam para passeios todos os dias, meus pais me davam tudo o que pudessem dar, meus pais, meus pais. Eram apenas meus pais, e provavelmente esse foi o grande erro. Ser meus pais. E quando tudo parecia estar um mar de rosas... Dois tiros, três balas, duas vítimas, um suspeito.

Suspirei fundo, peguei o copo de Vodka -que eu tinha pegado no bar- e virei tudo na minha boca, sentindo a minha garganta queimar e tentar rejeitar o líquido.

Vi um vulto ruivo adentrar o bar e minhas esperanças de ir buscar outro copo foram por água a baixo. Ah Deus, porque tão cruel comigo?

Sequei minhas lágrimas -se é que possa se chamar lamentações de lágrimas- e me levantei. Peguei minha bolsa, e quando estava preparada para sair dali, avistei duas outras pessoas entrando no bar. Se é que feiticeiros possam ser chamados de pessoas. Um deles parou na entrada por um instante e olhou para mim, e como em um milésimo de segundo, ele desviou os olhos para o medalhão. Sorriu e me lançou um olhar mortal. E eu simplesmente retribuí. Ele riu e adentrou o bar.

–Senti um sentimento oculto -falou uma voz atrás de mim, que me fez virar instantaneamente. -Olá minha velha amiga–senti meus olhos paralisarem, e meu corpo inteiro começar a formigar.

–Joey -ele sorriu.

Sabe o que você faz quando seu ex-namorado morto aparece? Corre.


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Notas finais do capítulo

Sabe essas perguntas que ela faz no meio do capítulo? Pois é, ignorem, era pra dar mais emoção ao capítulo.
Rezem para a Laura não demorar, vejo vocês no meu próximo capítulo, não sei o que por aqui, amo vocês, tentem entender a história, comentem, e... E... E tchau :v



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