Samantha.

Meu rosto ficou coberto por gotículas de água (para não falar lagrimas), Simon nunca deveríamos ter saído do nosso mundo!

Tudo parece estar desmoronando, e eu só podia ver um pequeno adeus e a porta se fechando, eu não quis me despedir, não quis guardar seu cheiro eu só queria, bem eu não sei... Talvez uma frase “ É brincadeira boba”, eu só queria ouvir algo desse tipo, mas é pedir muito!

Fui para o meu quarto e vi o quão vazio parecia sem Simon, ele nem ficou tanto tempo, mas meu coração ficou só então tudo pareceu ter ficado solitário.

Me sentei na beirada da cama e observei meus pensamentos que voavam feito uma gaivota.

O som da musica Florida Kilos ecôo pelo quarto, meu celular claro! Ele estava embaixo do travesseiro e eu fiz uma careta porque ele estava no meu bolso pelo que me lembre! Atenda nossa quem se chamaria atenda? Não tenho um numero com esse nome, atenda, mas que coco!

–Alo?

–Alo Samantha – risos.

–Quem é? – eu digo com a barriga ardendo.

–Ah, uma pena que não saiba, pode se dizer que eu estou do seu lado, me chame de Z.

–O-o que?

–Eu sei de uma coisa que pode destruir algo que foi criado a base de mentiras, se me ajudar claro.

–Porque confiaria em você? E novamente o que?

–Haha, vamos nos encontrar na livraria que você visitou hoje querida Sam...

–Mas...

–Ate!

O telefone ficou mudo e logo depois desligou, mesmo com meus gritos de espera, o vazio se transformou em uma puta duvida, eu não tinha idéia de quem poderia ser, nem um pingo dela, ajuda a fazer o que?

Me deitei então não pude fazer nada a não ser sonhar com um futuro que nunca ira acontecer, es a vida, doce como um limão.

***

–Querida

–Mamãe – eu falo abrindo os olhos.

–Onde esta Simon?

–Ele teve que voltar pro seu restaurante do caralho! – estou revoltada e não tenho como não demonstrar isso.

–Já acorda falando palavrão, que isso em querida!

–Posso voltar a dormir agora?

–Esqueceu do seu emprego Sam?

–Ah – eu disse encarando a parede e imaginando-a se rachando no meio e se despedaçando aos poucos, acho que me assemelho a essa parede.

O banho é a única coisa que consigo dizer ‘que beleza’, o resto apenas parece ser apenas uma casa normal, uma rua normal, um metro radical e um prédio de uma empresa nada foda.

–Olá – sorri Louis com uma cara vermelha.

–Louis você parece nervoso com algo!

–Apenas estou com medo de coisas, apenas coisas...

Sigo em frente e novamente me sinto uma adulta super importante (mas sou apenas a secretaria do chefe).

Ângelo esta mais confortável sem terno, uma pulma e uma calça.

–Olá – digo sorrindo apesar de estar queimando por dentro.

–Hey! – ele diz me encarando e logo depois pega umas folhas da gaveta.- Dia simples apenas confira a papelada de uma de nossas afiliadas, e depois busque um almoço para mim.

–Certo...- abaixo a cabeça pego as folhas e me retiro.

Minha mesa esta limpa ate demais, apenas alguns grampos estão espalhados por ela e uns papeis limpos em um montinho do lado esquerdo. Me sento em minha cadeira pouco confortável e me controlo para não chorar. Preencho as folhas e não percebo como o tempo passou, eu gostaria que tivessem mais folhas! Graças a Deus a papelada não estava totalmente completa, pude pensar em outras coisas além de pessoas que eram meu apoio de ombro e de repente elas se foram e eu fiquei caída no imenso mundo.

–Samantha tudo bem? – diz alguém.

–Sim claro! – me viro e é Ângelo com seu olhar carinhoso.

–Sabe você devia conhecer meu filho!

–Ah? Ah! Ok, claro um dia sim, to ansciosa é isso ai! – digo tremendo.

Ângelo coloca a palma da mão em minha testa enquanto faz uma careta de ‘merda’.

–Sem febre, mas olha vá para casa e descanse...

–Não eu to bem juro!

–Liberada – ele se vira me deixando sozinha, quer dizer apenas eu e a mesa.

Bato a cabeça na mesa.

–Imbecil, filha da mãe, cachorra, piranha. – sussurro.

–Acho que alguém da de T.P.M– diz uma voz feminina de trás e depois desaparecendo no final da sala.

Pego minha bolsa e saio em disparada para o primeiro elevador que vejo, sei o que vou fazer, sei o que vou fazer, sei o que vou fazer, sei o que vou fazer.

Desço no térreo e pego um táxi.

Sei para onde vou.

***

Chego no bar.

Sei o que vim fazer, sei o que vim fazer.

–Ana, desce a coisa mais pesada que você tiver ai!

–Termino de namoro?

–Foda-se o que aconteceu desce alguma porra AGORA

–Calma eu heim...

–Calma sabe eu encontro porras de feiticeiros que me dizem treta, minha amiga de serviço é uma puta que me odeia e o Simon é um caralha de um...CADE MINHA BEBIDA ANA!

–Aqui – ela me da um copinho com algum liquido transparente, bebo tudo.

–Que puta bebida, desce uma vodka! Então Ana ele é um cachorro, sabe ele me mordeu e depois me largou como um brinquedo!

–Por isso sou lésbica – ela sorri e trás minha vodka num copo lindo pra cacete.

–Ora, ora...- disse um homem entrando.

–Samantha minha querida!

–Theo? Dora? –digo e quase caio da cadeira.

–Não, minha vó! – diz Dora.

–Fala merda! – me irrito.

–Então quer dizer que é você?

–Que? – falo.

–Não nos falou algo – ri Theo.

–Então quer dizer que você é uma branca! – diz Dora.

–E entrou no mundo negro...

–Vadia, te achamos!