az quatro semanas se passaram dês de que eu perdi a memoria. Nas primeiras duas semanas o Tomoe sempre ficava perto de mim, mas agora ele passa a maioria do tempo ao lado da Nanami, e eu? Eu estava a beira da morte. Hoje eu não acordei nada bem, eu estava doente. É mole? Eu que nunca fico doente, largada na cama, como se estivesse sido atropelada por um avião. Se é que isso é possível, no meu caso, é bem possível que um avião tenha me atropelado enquanto eu dormia.

– Bom dia, Bruna.- Disse o Tomoe entrando no eu quarto todo sorridente.

– Péssimo dia, você quis dizer.- Eu disse sem um pingo de animo.

– O que houve? Você está bem?

– Bom, tirando o fato de que minha cabeça está prestes a explodir, que todos os ossos do meu corpo vão quebrar, e o fato de eu estar quase morrendo, tirando essas coisas, sim, eu estou muito bem, obrigada.

– Você nunca perde o sarcasmo, né?

– Não, é minha marca registrada. - Eu tento sorrir, mas me arrependi, até meu rosto está doendo, que droga de doença e essa? Só pode ser do satanas, por que não é possível uma coisa dessa. O Tomoe se aproximou de mim e colocou a mão na minha testa, a cara que ele fez me assustou.

– Tomoe? O que foi?

– Você está pegando fogo! Nem sei como suas roupas estão intactas.

– Por que? Por acaso você quer que eu tire a roupa? Quer que eu faça uma dancinha para você?

– Não seria uma má ideia.- Ele disse com um sorriso malicioso. Eu revirei os olhos.- Mas é serio, você está muito mal. Com essa febre é possível você ter alucinações!

– Ah, isso explica o pônei rosa falante aqui do meu lado. Por que você é rosa? Eu não gosto de rosa...não fique triste, só estou sendo sincera..- Eu disse embriagada, acho que estava pirando, por que eu realmente estou vendo um pônei rosa, é mole? Uma ponei! Rosa! Por que não os garotos do uta prince sama? O Tomoe começou a rir.

– Não ria de uma pessoa doente! - Eu disse, meu olhos estão sem foco.

– Você é muito engraçada.

– Cala a boca e vai embora, me deixe morrer em paz.- Ele começou a rir de novo e mais alto.

– Ria baixo, minha cabeça vai explodir.

– Bruna, como você consegue ser engraçada até quando está doente?

– Eu tenho esse dom, meu amor. Eu sou demais. A rainha da comedia!

– Está mais pra rainha izibida. Espera... Você me chamou de '' meu amor''?

– Chamei, por que? Quer um beijo para completar?

– Eu quero.- Eu disse se aproximando de mim.

– Não ouse chegar perto de mim, você vai ficar doente também!

– Sou um demônio, não fico doente.

– Eu também pensava assim, e olha como estou.

– Você é humana.

– E daí?

– E daí que humanos ficam doentes.

– Cala a boca, não estou com saúde para brincadeiras. Vai embora.- Eu disse virando de costas para ele na cama.

– Não vou sair, vou cuidar de você.

– Não precisa, posso me cuidar sozinha. - Eu disse tentando me levantar, mas cai para trás com foça, ouvi meus ossos gritarem. E acho que gritei também, não lembro, por que desmaiei.

Quando eu acordei, eu estava em um quarto diferente e familiar ao mesmo tempo, eu estava no quarto do Tomoe, congelei, como eu vim parar aqui? Senti alguma coisa na minha testa, era um pano molhado, o Tomoe está cuidando de mim? Que fofo. Me senti tonta, acho que estou piorando, por que o pônei cor de rosa voltou, isso já esta me assustando, é tão estranho ter alucinações. É como se fosse um sonho muito bizarro. Eu me sinto entorpecida, não penso com muito clareza. Ouvi a porta se abrindo e vi o Tomoe. Eu não estou nada bem.

– Boa noite, está se sentindo melhor?

– Você é tão lindo... Você parece um modelo, sabia? As vezes dá vontade de ficar te olhando ateééé...

– Acho que a resposta é não.- Ele chegou mais perto e colocou a mão na minha testa, eu não estendi por que ele fez isso. Mas eu estava hipnotizada por seus olhos. A luz esta fraca não da para ver direito a cor.

– Qual é a cor dos seus olhos? Parece meio lilás, seus olhos são lindos.- Ele me olhou surpresa.

– Você realmente não está bem.

– Sabe oque eu não gosto em você? Você é muito arrogante as vezes e isso não é legal, mas sabe o eu eu mais gosto em você? Na verdade eu gosto de tudo em você, para mim, você é perfeito. As vezes- Eu disse me levantado e indo em sua direção. - Eu só queria beija-lo, senti-lo perto de mim. É tão estranho, eu nunca sentir uma coisa parecida antes. As vezes tenho que usar todas as minhas forças para não agarra-lo pela camisa. - Ele me encarava, sem piscar. Ele tem olhos lindos, muito lindos. De repente senti uma urgência em beija-lo, senti seu gosto. Me curvei para frente e o beijei, senti ele ficar tenso pela surpresa, mas me correspondeu de imediato. Ele me abraçou pela cintura, e eu o agarrei pelo pescoço, nos paramos para respirar.

– Quer saber de uma coisa? Eu estou começando a adorar você doente. - Ele disse com a voz um pouco rouca.

– Ah, é? E por que?

– Por que você fica mais carinhosa.

– Na verdade sempre sou carinhosa.

– Não é o que eu vejo todo dia.

– Quer saber de uma coisa? Eu vou te contar algumas coisas que você não sabe sobre mim. Na realidade eu sou carinhosa, mas eu não posso ser assim com você.- Ele me olhou confuso.

– Por que?

– Por que eu sei que isso é errado, você ama a Nanami...

– Não é verdade.- Ele disse me interrompendo.

– Para de fingir, eu sei que ama. Eu sei mais sobre você do que imagina. É por isso que eu tento ao máximo te afastar, e não ser muito carinhosa com você, por que não quero que se apaixone por mim. Você nem imagina como é difícil te ver tão perto e não poder te abraçar, te beijar todos os dias. Você não imagina como é difícil ter você só nos meus sonho em vez de na vida real. Você não tem ideia de como é difícil te ver dando tanta atenção para a Nanami e esquecer de mim, isso doí Tomoe, doí muito.

– Mas, eu não te esqueci...

– Eu sei, mas dá para ver que a Nanami e a mulher para você, e não eu. Por isso sou assim todos os dias.

– Mas é tarde demais, eu já me apaixonei perdidamente por você, Bruna.

– Você não esta apaixonado por mim, só gosta de mim é diferente.

– E claro que estou, eu demostro isso quase o tempo todo.

– Mesmo assim, não é certo, você pertence a Nanami e não a mim.

– Isso não é verdade, eu não pertenço a ela.

– Pare de enganar a si mesmo. Eu vejo a forma que olha para ela, você a ama.

– Mas... mas.

– Tudo bem Tomoe, e assim que as coisas tem que ser. Eu vou embora daqui a duas semana e deixar você viver sua vida em paz com a mulher que ama.

– Mas... mas, eu amo você. - Eu balancei a cabeça com as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

– Eu também te amo. Mas eu não posso ficar com você. A gente não pode ficar juntos.

– Você não sabe o que está falando... Você está tendo alucinações, você está com febre.- Eu cheguei mais perto dele e o beijei, foi um beijo demorado.

– Talvez você esteja certo, talvez seja só alucinações minhas, mas você sabe que é verdade.

– Não, Bruna pare de besteira, você está muito mal, é melhor deitar.- Ele disse me levando até a cama e me deitando nela, e eu fui sem reclamar, por que eu estava achando que a qualquer momento eu ia desmaiar. Ele me enrolou e se virou para sair, mas eu peguei seu braço.

– Fica comigo hoje.- Ele deitou ao meu lado sem hesitar, me puxou para perto e eu me aconcheguei em seus braços, e senti minha visão se escurecer.

– Eu te amo, nunca duvide disso.- Ele disse baixinho.

– Eu também te amo. Mas o nosso tempo está chegando ao fim.