Hoje acordei com o sol batendo em meu rosto. Sentei na cama e fiquei lá olhando para o nada, tentando criar coragem para levantar. Olhei pra o lado e quase cai da cama com o susto.

– Tomoe? A quanto tempo está aqui?

– A pouco tempo.

– O que você quer?

– Só quero conversar.- Ele disse serio.

– Estou ouvindo.- Eu disse sentando de frente para ele.

– Me desculpe por ontem. E que eu estava muito preocupado, eu não devia ter gritado com você... Você me perdoa?

– Ta bom eu vou te perdoar, mas com uma condição.

– Qual?

– Que me leve para algum lugar. Eu não aguento mais ficar aqui sem fazer nada.

– Ok, para onde quer ir?

– Eu quero andar pela cidade, e talvez tomar um sorvete.

– Sorvete de novo?

– E o que que tem?

– Você está começando a ficar gordinha.- Ele disse sorrindo.

– O que?!!! Como se atreve a me chamar de gorda, seu idiota!! Saí daqui! - Ele não parava de rir. - Saí! - Peguei o travesseiro e acertei na cabeça dele.

– Ai. Calma eu estou brincando.

– Brincando é o caramba, saí logo e nunca mais fale comigo, imbecil!

– Calma Bruninha.

– Não me chame de Bruninha se não vou bater em você, agora saí!

– Só saio se você me perdoar.

– Não!

– Então vou ficar aqui. - Eu levantei da cama, e comecei a empurra-lo para fora, mas ele quase não se mexia. - Gordo é você que pesa um tonelada!- Ele só ria, e isso só me deixava mais irritada.

– Pare de rir!!

– Desculpa, mas você fica muito fofa quando está irritada. - Corei - E fica ainda mais quando está vermelha. - Ele falou rindo mais.

– Sai!! Sai, sai, sai!

– Não, não, não. Só se você aceitar minhas desculpas e me dar um abraço. - Ele disse abrindo os braços.

– Tá! Eu aceito suas desculpas, mas não vou te abraçar! - Eu disse cruzando os braços e virando de costas para ele.

– Ah, é?

– É!

– É o que vamos ver. - Ele me agarrou por trás. Eu consegui me soltar e me afastei um pouco.

– Pronto, já me abraçou agora, sai! - Ele balançou a cabeça. E começou a chegar mais perto.

– Não, faltou o juros.

– Juros? O que deu em você hoje?

– Também não sei, e não me importo.

– Deixa eu adivinhar, você deve ter bebido muito saqué, não é?

– Só um pouco.

– Caramba Tomoe ainda é de manhã!

– Não é, não. Já é meio dia.

– Não importa. Sai daqui!

– Não sem meu abraço e meu beijo.

– Que beijo? Ficou maluco?

– Não sei, talvez. - Ele disse chegando mais perto. Eu subi em cima da cama.

– Sai Tomoe é serio!

– Não até você me dar o que eu pedi.

– Vai ter que me obrigar! - Ele abriu um sorriso.

– Então tá. - Ele disse subindo na cama, eu desci e corri até o outro lado do quarto.

– Você é muito teimoso! Pode ir parando agora!

– Se você me der um abraço e um beijo eu vou. E a gente vai a onde você quiser.

– Ta bom, mas só se você prometer que vai dormir.

– Por que dormir?

– Por que não quero você bêbado quando a gente for.

– Eu não estou bêbado, mas eu aceito. - Ele desceu da cama e se aproximou de mim. Eu preciso admitir que queria muito senti-lo perto de mim, mas eu tinha que me conter. Eu o abracei de leve e me afastei, mas ele me puxou e me apertou contra ele, senti sua respiração em meu pescoço e isso me fez estremecer, ele começou a acariciar minhas costas e eu fiz o mesmo. Ele tinha cheiro tão bom. Eu não resisti e beijei seu pescoço, ele deixou escapar um suspiro e eu me afastei.

–Ta bom, chega agora sai! - Eu disse e olhei para ele que estava com um sorriso de orelha a orelha. - Não me olha assim, eu fiz aquilo sem querer.

– Sei, vou fingir que acredito, mas ainda falta o meu beijo.

– Vou te dar beijo nenhum! E pensa que eu esqueci que você me chamou de gorda seu rei dos idiotas! - Ele soltou uma gargalhada muito alta. Ele não parava de rir.

– Já disse pra parar de rir!

– Desculpa, mas você é muito fofa quando fica zangada.

– Não sou nada. - Eu disse fazendo biquinho.

– Viu? Você é sim!

– Cala a boca e sai logo.

– Ta bom eu vou sair, mas fica esperta que ainda vou cobrar o meu beijo.

– Tanto faz. - Eu disse e ele saiu rindo. Cara, como ele é irritante quando está bêbado.