Duas Faces - Continuação escrita por Palloma Oliveira


Capítulo 3
Capitulo 48




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/547803/chapter/3

Capitulo 48

(Cesar está pensativo e confuso com as questões impostas por Fernando)

Fernando- então? Não dizes nada?

Cesar (chega à uma conclusão) – perdoá-la-ei se mo disser à frente, toda a verdade. Perdoá-la-ei se mo revelar por vontade própria. Mas se mo esconder e se o tiver de descobrir por mim mesmo… então não serei capaz de o fazer ainda que muito amor lhe tenha.

(Victoria entra no quarto e os dois afundam-se num silencio culposo e visível)

Victoria (Paula) – olá, Fernando! (cumprimenta-o com um beijo) Estás bem?

Fernando (a disfarçar) – sim… um tanto preocupado pelo menino Cesar! (sorri)

Victoria (Paula) (vai até Cesar e dá-lhe um beijo na boca, deixando Fernando estupefacto) – já tomaste os teus remédios, amor meu?

Cesar (sorri) – ainda não, meu amor! Esperava que tu o fizesses. (olha para Fernando)

Victoria (Paula) – está bem, meu amor. (dá-lhe os remédios e Fernando observa tudo com uma enorme surpresa no olhar) Muito bem! Agora mais um beijinho para melhorares rapidamente. (beija-o deixando Fernando ainda mais admirado) Bem, já vou sair para que possam continuar a vossa conversa. (para Cesar) Amo-te! (para Fernando) Adeus e cuida deste malandro! (sai)

Fernando- ok! Definitivamente esta não é a Paula… pelo menos não a que eu conheço. Bem… mas devemos considerar qualquer hipótese. Se calhar, ela mudou afinal.

Cesar (admira-se) – mas… tu és tão teimoso, homem. Não viste-a com os teus próprios olhos?

Fernando- sim, mas… ainda não posso acreditar que isto seja verídico, realmente.

Cesar- nem eu! Mas agora tudo faz sentido, esta mudança, este comportamento novo…

(Em Sintra, no Ramalhete da família Moreno, chega uma visita inesperada. A campainha toca, Rebeca atende, e tem uma desagradável surpresa ao ver que quem chegou é… Patrícia Monfort)

Patrícia (com um sorriso malicioso) – olá, Rebequinha! (entra presunçosamente) E os patrões?

Rebeca- não estão, senhorita! Lamento imensamente mas eles estão em Lisboa.

Patrícia (torce o nariz e lança um sorriso falso) – não me digas que é uma terceira lua-de-mel?

Rebeca- não, senhorita. Eles foram por um assunto do qual eu não tenho conhecimento.

Patrícia- então como sabes que não é uma terceira lua-de-mel?

Rebeca- porque levaram com eles, o novo mordomo da casa… Telmo, que mais parece ser como um pai para a D. Victoria. E… bem… não acredito que tenham-no levado para férias.

(Patrícia faz um olhar de desentendimento e desconfiança)

(em Lisboa, Paula e Frederico desfrutam de um agradável dia, a passear pelo Rossio. Repleto de histórias, o Rossio possui casas antigas e monumentos históricos como a estátua de D. Pedro IV, em posição triunfante e autoritária. Mais adiante, museus, teatros e fontes que representavam ninfas e sereias, que seduziam os navegadores na época dos descobrimentos. Conta-se a lenda. Frederico estava estupefacto pelo vasto conhecimento da mulher que levava pelo braço, quase a reviver o seculo XV, quando as esposas saiam acompanhadas do marido, a passear pelas calçadas de Lisboa, arranjadinhas como damas. O vestido longo, com um leque de cetim e fios de ouro puro, luvas de renda branca, uma sombrinha de seda e uns sapatinhos de couro que o salto se prendia, por vezes, àquelas pedrinhas da calçada lisboeta)

Frederico (a sorrir) – este lugar é fantástico! Quisera eu, nunca mais me ir embora!

Paula (Victoria) – não fiques triste, adorado esposo! Poderemos voltar sempre que quiseres.

Frederico- só se for ao teu lado, minha Lakshmi! (deusa hindu. É personificação da beleza, da fartura, da generosidade e, principalmente, da riqueza e da fortuna. É a deusa da boa sorte) (Frederico beija-a em meio àquela paisagem, tinha como plano de fundo, duas fontes que jorravam agua tão majestosamente como num ballet)

(no hospital, Victoria entra no quarto de Cesar. Ao vê-lo, abre um sorriso exuberante e senta-se junto dele dando-lhe um beijo carinhoso e apaixonado)

Victoria (Paula) – ainda há pouco não pude perguntar se te sentias bem…

Cesar- sinto-me melhor agora que te tenho ao meu lado, minha rainha. (beija-a)

Victoria (Paula) – já não te dói nada? (põe a mão sobre o ferimento)

Cesar- bem… um bocadinho, apenas, mas o médico disse que é por causa dos pontos. (segura na mão dela e, delicadamente, beija) Vais cuidar de mim quando eu sair daqui?

Victoria (Paula) – é claro, meu amor! Todos os dias, todo o tempo, eu estarei pendente de ti.

Cesar- amo-te, amo-te mais que tudo, minha rainha! (beijam-se apaixonados)

Victoria (Paula) – eu tenho de ir agora. Preciso ir à escola justificar as minhas faltas. Amo-te!

(Victoria pega na bolsa e antes de sair, sopra um beijo à Cesar, que retribui com um sorriso)

Cesar- ela nem desconfia de que eu já sei quem ela é… mas se continuar a me negar a verdade, não irei perdoá-la, não poderei perdoá-la se ela me for infiel com a mentira.

(Em casa, Dolores está sentada no sofá da saleta quando entra Nina)

Nina- senhora, como está o Dr. Cesar?

Dolores- bem, está a recuperar-se! (olha para ela) Quando é que começaremos a nossa vingança contra a Paula? Morro de vontade de destrui-la. Odeio-a, odeio-a!

Nina- seja paciente, minha senhora! Não se esqueça de que a vingança é um prato que deve ser servido frio… no meu caso, eu espero congelar se for preciso.

Dolores- francamente… eu não percebo o teu odio pela Paula… o que ela te fez de mal?

Nina (respira fundo e decide contar à Dolores) – quando eu nasci, fui abandonada pela minha família… cresci e vadiava pelas ruas, sem rumo, sem destino. Até que uma mulher me ajudou, e curiosamente, esta mulher sabia à que família eu pertencia. Ela disse que eu… eu sou filha do senhor Cesar (Dolores arregala os olhos e quase desmaia. Nina descontrola-se) Disse que a D. Maria Paula, por maldade, jogou-me nas ruas como se abandona um pobre cão. Ela o fez, porque eu era filha de outra mulher! Mas eu jurei vingança e irei destrui-la, nem que seja a ultima coisa que farei na vida… irei destrui-la e não descansarei até vê-la desgraçada da vida!

Dolores (olha para Nina. Está nervosa e assustada) – tu… não pode ser… eu não acredito... sai daqui! Esta história… deixa-me sozinha… sai daqui!

Nina (admira-se com a reação de Dolores) – mas… senhora, eu…

Dolores- sai! Eu mandei sair! (Nina sai e Dolores desespera-se) Não… ela não pode ter voltado… maldita!(pausa) Idiota… se ela soubesse… eu abandonei-a, eu! E não a estupida da Paula, que não faz mal à uma mosca. (enlouquece-se) Eu tinha de o fazer… eu precisava, porque… porque ela é filha… é filha da Olga! (exalta-se e começa a chorar) Eu tinha de o fazer… nós havíamos engravidado do mesmo homem e eu amava aquele homem… mas o meu filho nasceu morto! Eu não podia permitir que a Olga levasse a melhor… então eu… eu joguei-a nas ruas. E depois… depois eu matei o seu lindo papai… o seu desgraçado pai que me enganou à mim e à Olga. (atira uma xicara de porcelana à parede) Eu precisava! E não me arrependo! (senta-se e começa a acalmar-se. Surge-lhe uma ideia) Vou-me aproveitar disto. (sorri) Quer destruir a Paula? Ótimo! Vamos destrui-la jutas… e depois eu mato-a! Mato a Nina!

(Hotel Myriad – ouvir musica: Rita Guerra - Preciso de Ti)

(Paula e Frederico entram no quarto. Frederico abraça-a bem forte e beija-lhe o pescoço)

Frederico- foi um dia tão agradável… (aperta-a nos seus braços) Ter-te comigo… (suspira) Foi um dos meus melhores dias, cá em Portugal. Quero visitar outros lugares contigo, minha adorada Ofélia. Mas… como sabias tanto sobre Lisboa?

Paula (Victoria) (fica nervosa) – ah… é que… eu decidi estudar um pouco sobre este país.

Frederico- estás tão mais inteligente, meu amor! (beija-a e Paula deixa-se beijar. Frederico leva-a para a cama deitando-a sobre aqueles lençóis, macios como as nuvens do céu. Era tarde e o sol ainda estava alto, o vento soprava e as cortinas mexiam-se, quase que se juntavam aos lençóis. Aquela imensa janela iluminava a cama onde estavam deitados o pecado e o amor… juntos e unidos. Frederico aos poucos, desabotoava aquele charmoso vestido azul de seda, enquanto os seus lábios faziam-se donos daquele rosto macio como o veludo da manda duma rainha. Suas mãos, entrelaçavam-se em meio àqueles fios dourados chamados cabelos. As mãozinhas dela, tremulas e arrefecidas, abraçavam-lhe como se fosse cair dum abismo e só ele a pudesse salvar… mas uma imagem vem à sua cabeça, Victoria, com um ar malicioso)

(Victoria- Frederico é um homem atraente, não é difícil se deixar cair nos seu braços, mas ele é meu, sempre será meu. Tu não passas duma substituta, uma usurpadora, ele é meu)

Paula (Victoria) (levanta-se assustada e a chorar) – desculpa-me, Frederico! Não posso… desculpa-me, mas não posso! (a chorar, encerra-se na casa de banho e deslisa até o chão. Frederico chama por ela, do outro lado da porta, está preocupado e nervoso)

Frederico- amor meu, adorada esposa, luz da minha casa… abre-me esta porta!

(mas Paula só chora enquanto a imagem de Victoria permanece, cancerigenamente, no seu pensamento, relembrando aquela farsa, aquela mentira)

(Victoria está a sair da escola, leva consigo uns livros e uns trabalhos feitos pelos seus alunos, dispersada e distraída ela esbarra-se com alguém e tem uma terrível surpresa)

Victoria (assusta-se e fica com os nervos a flor da pele) – tu? Não pode ser… Lorenzo?

Lorenzo- olá, minha adorada Victoria! Pensei que não voltaria a ver-te jamais nesta vida.

FIM (CAPITULO 48)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Duas Faces - Continuação" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.