Duas Faces - Continuação escrita por Palloma Oliveira


Capítulo 4
Capitulo 49




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Capitulo 49

(Victoria desespera-se ao ver Lorenzo e tenta fugir dele)

Lorenzo (agarra-a pelo braço) – onde demônios pensas que vais, boneca?

Victoria (aterrada) – deixa-me ir… solta-me, se faz favor! Como encontraste-me?

Lorenzo- agradece à tua querida substituta… ela disse-me que era portuguesa e eu só somei dois mais dois para saber que tu estavas cá… a ocupar o lugar dela. É tão estupida… (sorri sarcasticamente) E agora que encontrei-te, voltaremos a ser um só, não é, boneca?

Victoria- não! Nunca mais haverá nada entre nós… (debate-se nos braços dele) Solta-me!

Lorenzo (aumenta a voz) – não! Tu és minha, e sempre serás. Anda, vem comigo para o hotel!

Victoria (aflige-se) – hotel? Não! Solta-me, deixa-me ir, eu imploro-te! Eu não te quero mais…

Lorenzo- até pareces a substituta a falar. Mas o que foi? Tens outro é?

Victoria- não é outro, é o único! Amo-o e só ele, tu não… tu nunca foste amor, eras desejo só.

Lorenzo- o que achas que eu sou? Diz, Victoria! Achas que sou o teu capricho e que podes desfazer-te de mim quando te der nas tintas? Não é bem assim, agora vens comigo! (Victoria dá-lhe uma bofetada, corre para o carro as pressas e vai embora) Desgraçada… mas eu volto a encontrar-te minha boneca… tu és minha e sempre serás.

Victoria (a dirigir. Está desesperada) – Jesus, Jesus! Que farei eu, agora? Se ele volta a encontrar-me, estarei perdida… ajuda-me, por favor, meu Deus!

(Hotel Myriad – Paula está a chorar, ainda, e Frederico, com uma copia, consegue entrar)

Frederico (levantando-a) – oh, meu amor, minha vida. Não chores mais minha adorada flor!

Paula (Victoria) (aos prantos) – perdão! Não foi ideia minha… mas eu já amava-te… não podia ignorar a oportunidade de ser feliz contigo, meu amor… mas não te quero magoar!

Frederico (sem perceber nada) – do que estás a falar, Victoria?

Paula (Victoria) (aflige-se com o nome) – Victoria… Victoria… maldita seja a lembrança dela!

Frederico (desesperado, segura-a pelo rosto e olha fixo nos seus olhos) – que dizes?

Paula (Victoria) (ao aperceber-se das suas palavras, olha-o com os olhos arregalados) – não… esquece, esquece isto… eu estava nervosa… não sabia o que dizia!

Frederico- vou-te levara à um médico! (pega-a pelo braço) Anda, vamos!

Paula (Victoria) (solta-se dele e enxuga as lagrimas) – não… não! Já estou bem, vês?

Frederico- bem? Tu estás bem? Acabaste de ter um ataque. E o modo como falaste… como… como se tu não fosses tu… como se fosses outra mulher.

Paula (Victoria) (aterra-se) – tu dizes coisas… (vira-se de costas para ele) Eu… uma substituta, queres dizer? (sorri para disfarçar) Tens cá uma imaginação! (está nervosa) Eu estou bem.

Frederico (vira-a para si) – isto… foi por causa da mãe do Telmo? Estás assim tão preocupada?

Paula (Victoria) (aproveita-se) – sim… sim, é claro! Eu… fiquei assim porque… ah… ela também cuidou-me quando eu era pequenina… uma avó, por assim dizer! (sorri para ele, disfarçando)

Frederico (desconfiado) – hum… intendo! Quem te vir agora… não te reconhece.

Paula (Victoria) (tenta amenizar) – meu amor… chega de pensar nisso… foi apenas um ataque de… ah… medo por perdê-la… (põe as mãos sobre o seu pescoço) Esqueçamos isto, sim?

Frederico- está bem! (dá-lhe um singelo beijo) Jantamos aqui, ou queres ir à algum lado?

Paula (Victoria) – vamos sair… conheço um restaurante português ótimo! Vou-me arranjar.

(Paula começa a arranjar-se, e Frederico, ainda atoa com o que aconteceu, olha-a sem saber o que fazer. Está assustado e sente que algo ali, não está bem)

(Victoria chega ao hospital e encontra-se com Telmo. Está muito nervosa por se ter encontrado com Lorenzo. Telmo preocupa-se ao vê-la e vai ter com ela)

Telmo- minha senhora, está tudo bem consigo?

Victoria- aí Telmo… nem te passa pela cabeça! Acabo de encontrar uma pessoa que me conhece à mim e à Paula… e que sabe da nossa troca. Ele era meu amante, chama-se…

Telmo (aterra-se) – Lorenzo Bernini, o pintor! Lembro-me dele… tentou forçar D. Maria Paula. se não fosse eu a chegar e conseguir salvá-la, Jesus, Jesus! Ela teve de revelar a verdade, do contrário ele teria arruinado tudo, minha senhora, tudo!

Victoria – que desgraça a nossa! Agora anda atrás de mim. Que farei eu, Telmo?

Telmo- não se preocupe, minha senhora! Ele não sabe nada sobre si. Onde mora, com quem vive… está as escuras, perdido, vive apenas do desejo de a ter consigo, mas não poderá tê-la!

Victoria- será? Será mesmo que não me terá com ele? Oh, Telmo, Telmo! Talvez este surgimento seja um presságio… talvez seja o sinal que diz: basta!

Telmo- não diga isto, minha rica senhora! Há que lutar até ao fim. Vamos conseguir, vai ver!

Victoria (acalmando-se) – se tu o dizes… e Cesar? Está bem?

Telmo- fiquei aqui o dia inteiro e não vi movimentos. Penso que está sim!

Victoria- ótimo, quero vê-lo… até logo, Telmo! (vai ter com Cesar)

(Enquanto isso, Paula e Frederico estão num restaurante português, decorado com azulejos barrocos que contavam histórias da época dos descobrimentos. No teto, um fabuloso lustre, de ouro branco, decorado com diamantes que, pendurados, enfeitavam os seus braços ondulados. As cadeiras barrocas eram vestidas de veludo azul-marinho, em cada mesa, um elegante castiçal. Os forros das mesas eram de renda branca vindas da Itália. Nalgumas paredes, tapeçarias britânicas, os cantos do teto eram decorados com a mais bela talha dourada. Os garçons, pomposos usavam smoking e levavam bandejas de prata dum lado para o outro, as taças de cristal, davam um toque irlandês e os talheres de ouro brilhavam com a luz das velas. Paula estava muito elegante, usava um vestido na altura dos joelhos, justo ao corpo, era cor-de-rosa, com bordados no busto e mangas transparentes. Um colar de pérolas que realçavam os seus cabelos dourados e exuberantes. Frederico puxa-lhe a cadeira e ela, tal e qual uma rainha, senta-se numa postura majestosa. Ouvir musica: Rita Guerra- Preciso de ti)

Paula (Victoria) (sorria encantada) – este é um dos restaurantes mais finos de Lisboa.

Frederico (indiferente) – que bom! (olha para o lado) Só não sei como conheces tanto.

Paula (Victoria) (inventa uma desculpa) – ah… bem, sabes que tratando deste assunto…

Frederico (incomodado porque não esquece o que aconteceu) – é… claro.

Paula (Victoria) (percebe que ele não está bem. Põe a mão sobre a dele) – que tens?

Frederico (suspira) – ah… nada. É que não me consigo esquecer do que se passou hoje.

Paula (Victoria) – meu amor… não penses mais nisto! Aproveitemos estes dias, sim?

Frederico- está bem, mas não podes esperar que eu fique tranquilo como se nada fosse!

Paula (Victoria) – eu compreendo, mas vede: se eu já estou bem, porquê tu não podes estar?

Frederico- são situações diferentes, Victoria. Eu vi como ficaste, não intendo como te recuperaste assim… tão rápido? Parecias estar atormentada por demônios.

Paula (Victoria) – aí… Jesus, Jesus, homem! Tu dizes coisas… já basta deste assunto. Vamos jantar em paz e depois… (fica manhosa e acaricia-lhe a mão) Podias levar-me a dançar…

Frederico (beija-lhe a mão) – quem sabe, meu bem, quem sabe…

Paula (Victoria) – ah… sim e, não me chames Victoria… prefiro Ofélia.

Frederico- porquê? Este é o teu nome, não é? Porquê queres ser chamada de Ofélia?

Paula (Victoria) (nervosa) – bem… porque este alcunha tu deste-me. E é do meu agrado.

Frederico (ainda incomodado) – está bem… é como quiseres. (indiferente e rígido)

Paula (Victoria) (chateia-se com o seu comportamento) – bem… acho melhor irmos embora.

Frederico (admira-se) – mas, porquê? Aconteceu algo? Eu disse algo?

Paula (Victoria) – porque tu estás com esta cara e não estás à-vontade aqui. (levanta-se)

Frederico (levanta-se e segura-a pelo braço) – desculpa-me! Não era a minha intenção. (beija-a) Senta-te, minha adorada, aproveitemos como propuseste! (segura em sua mão e olha-a nos olhos) Quero estar bem contigo, e é lamentável que não possamos aproveitar melhor estes dias de viagem… porque estás a pensar na mãe do Telmo.

Paula (Victoria) (concorda com a mentira) – pois… já vês que não é por mal. Então, dançamos?

Frederico (sorri entregando-se àqueles olhinhos meigos) – o que tu quiseres, minha deusa.

(ouvir musica: Laura Pausini - Viveme con Alejandro Sanz .Victoria está sentada ao lado de Cesar, que dorme. Ela acaricia-lhe o rosto enquanto pensa nos meses que lhe faltam para deixá-lo. Escorre-lhe uma lágrima. Cesar acorda)

Cesar- meu amor! Não sabes como é divino acordar e ver-te, tão bela quanto as estrelas do céu. Não vejo a hora de sair daqui e ter-te a cuidar de mim… deitados na nossa cama. (sorri)

Victoria (Paula) – este também é o meu desejo… amo-te, amo-te, meu amor. (beija-o)

Cesar (enxuga-lhe as lágrimas) – porquê choras, minha Afrodite?

Victoria (Paula) (acena negativamente) – por nada… só emocionei-me com as tuas palavras.

Cesar (sorri e volta a beijá-la) – sabes… (a fazer malandrices) Esta cama é um pouco grande e aquele sofá parece tão desconfortável… podias dormir comigo… abraçada à mim!

Victoria (Paula) (sorri) – nem penses! Estás recente da operação. Ainda te estouram os pontos.

Cesar (faz manha) – oh… mas eu não me incomodo com a dor! (sorri sedutoramente)

Victoria (Paula) – não sejas teimoso. Quando saíres, dormiremos juntos, está bem assim?

Cesar- está bem. Conformo-me mas apenas sob uma condição… Que me dês muitos beijinhos.

(Victoria cede àquelas manhas e os dois beijam-se apaixonados como se fosse a ultima vez)

FIM (DO CAPITULO 49)


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