Ellsworth - Uma nova Chance escrita por 1FutureWriter


Capítulo 5
O Primeiro Dia de Trabalho.


Notas iniciais do capítulo

Oii gente.
Desculpem a demora, mas não deu pra postar antes.
O capítulo não está tão grande como eu queria, mas também não está tão pequeno.
Espero que gostem.
Boa Leitura



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A noite de ontem foi a pior desde que eu cheguei nesse lugar horrível. Eu estava em um bar em que todos me olhavam como se eu fosse uma estranha, o que na verdade eu era, um troglodita me trouxe pra casa a força, pela primeira vez na vida eu fiquei bêbada, e levei um belo tombo que me deixou com uma marca roxa na perna. Mas o pior realmente não foi isso, e sim o sorrisinho sarcástico de Audrey. Ela ainda estava acordada quando cheguei, e me lembro bem como ela me olhou. Era um sorriso de vitória. Na certa ela ia contar ao papai que a "filha exemplar" também cometia erros.

Eu havia ficado com tanta raiva que acabei dormindo do jeito que estava.

Quando o maldito galo começou a cantar sem parar, a minha vontade era jogar a primeira coisa que estivesse na minha frente, mas então me lembrei que tinha um novo emprego me esperando. Arrastei-me até o chuveiro e mesmo o xingando pela água fria, tomei meu banho.

Uma forte enxaqueca tomou conta da minha cabeça, e quando desci todos já estavam sentados à mesa.

– Bim dia dorminhoca. - disse Johnny risonho.

– Bom dia. - respondi.

– Isso é o que acontece com quem dorme muito tarde...acaba perdendo a hora. - Audrey disse, com aquele sorrisinho. Minha vontade era de voar em cima dela, não pelo que falava, e sim pelo jeito como se expressava, como se quisesse sempre estar por cima, como se ela fosse a única filha, como se eu fosse um nada.

O ar de dona do pedaço só acabou quando meu pai começou a falar. Ele não dirigiu a palavra a nenhuma das duas, nem mesmo tocou no assunto da noite anterior, falava somente sobre as notícias da cidade, enquanto lia seu jornal.

– Pronta para o primeiro dia, Haley? - ele perguntou assim que terminou o que fazia.

Todos me olharam, principalmente Audrey e Jenny. O olhar da minha irmã que antes era sarcástico, agora era mortal.

– Pronta pra quê? - ela perguntou curiosa.

– Haley começa hoje na prefeitura como minha assistente pessoal. - respondeu firme.

Jenny nada falou, apenas se retirou da mesa. Antes que mais alguém pudesse falar mais alguma coisa, meu pai também se levantou, dizendo que eu o esperasse.

– Você deve estar adorando isso, não é? Ser a queridinha do papai. Mas saiba que eu farei de tudo para que ele saiba que você não é a santa que ele tanto quer colocar em um altar.

– Audrey! Ela é nossa irmã. - Johnny parecia querer quebrá-la ao meio, mas eu o segurei pelo braço.

– Irmã? Eu nunca pedi pra ter outra irmã, já não basta ter um imprestável como você, ainda tenho que aturar essa ai.

Dessa vez ele não mediu consequências, ele já ia em sua direção, e eu precisei me colocar na sua frente.

Ele me olhou como se dissesse "Tenho que fazer alguma coisa, não vou deixar ela falar assim com você", então tive que eu mesma dar um corte em Audrey.

– Olha Audrey, se você é uma tentativa falha do amor de duas pessoas eu não tenho culpa. O que eu sei é que meus pais se amavam quando me fizeram, e provavelmente os seus também deviam se amar quando fizeram o Johnny, mas você...você deve ter sido um descuido da natureza, algo ruim para equilibrar tantas coisas boas. Sinto lhe dizer, mas suas tentativas de me derrubar serão falhas.

Pude ver seus olhos pegarem fogo de tanta raiva acumulada. Audrey aproveitou que papai estava voltando e jogou aos quatro ventos que eu estava bêbada na noite anterior. Ele nada se pronunciou a respeito, apenas me chamou dizendo que já estávamos em cima da hora de irmos.

[...]

No carro, a caminho da prefeitura, meu pai quebrou o silencio ensurdecedor dizendo que eu não aceitasse as provocações de Audrey.

– Entenda... - ele disse ponderadamente, e continuou. - sua irmã não está acostumada a ter a atenção dividida.

– Pai sempre fomos sinceros um com o outro, então posso dar minha opinião? - perguntei. Ele assentiu então continuei a falar. - Eu acho que a Audrey é uma criança mimada, e vive em um mundinho imaginário onde ela é a "Rainha Vermelha". - ele pareceu pensar nas coisas que eu disse, mas em nenhum momento me repreendeu por estar falando daquela maneira.

– Concordo com tudo que disse. Mas sou pai das duas e não quero ter que escolher entre uma de vocês. Por isso estamos conversando nesse momento, e conversarei com ela também hoje a noite. Essa situação tem que se normalizar.

Continuamos o caminho em silêncio, e eu realmente pensei que ele não se lembraria do que foi dito pela manhã, mas ele lembrou, e perguntou-me se era verdade que eu estava bêbada. Com muita vergonha eu confirmei com a cabeça.

– Sabe Haley, você não é mais nenhuma criança, está prestes a completar seus dezoito anos, e sabe o que é certo e o que é errado, então eu não vou ficar te dando...como vocês jovens dizem?...sermão, mas sinceramente não gostaria de ouvir o seu nome na boca das pessoas. As noticias correm rápido, e Ellsworth é tão pequena que até quando o meu galo canta, acorda toda a cidade, imagina uma coisa desse tipo?

– Espera, aquele galo infernal é seu?

– O Mike não lhe mostrou a cidade? - perguntou curioso.

– Sim, mas eu não sabia que tinha um galo. Em Nova Iorque únicos galos que eu já havia visto eram os dos desenhos animados, e os que vendem congelados no supermercado. - papai não conseguiu evitar uma gargalhada.

– Na verdade eu tenho um galinheiro inteiro nos fundos da casa. - ele disse. - crio galinhas e galos e quando estão no tamanho ideal, eu os abato e vendo para o povo da cidade.

– Não acredito que comem uma galinha que acabou de morrer!

– E você acha que as congeladas foram feitas em laboratórios? - perguntou irônico, achando muita graça da cara que eu estava fazendo.

– É claro que não. Eu sei como é feito o processo, mas é diferente.

– A diferença é que ela foi morta na hora.

– Isso é nojento!

– Tenho porquinhos também, e um lindo cavalo. - explicou. Ele viu que eu me interessei pelo animal, e enquanto íamos para o trabalho, me contava sobre ele.

Pegasus era o seu nome, era negro como a noite, mas meio selvagem. Não era qualquer pessoa que conseguia montá-lo. Papai o achou perdido no campo quando era ainda um filhote, e desde então cuida do bichinho como se fosse um filho. Segundo meu pai, os únicos que conseguiam amansa-lo era ele mesmo e o troglodita do Mike, quer dizer Michael.

[...]

Depois de me explicar o que precisava para aquele dia, meu pai foi para algumas reuniões, enquanto eu fui arrumar tudo do meu jeito.

A outra secretária, a velha que me chamou de bastarda, permanecia calada em seu posto. Talvez sentisse vergonha de me dirigir a palavra, ou não.

Isso não me importava, não queria saber o que as pessoas pensavam de mim.

Em determinado momento do dia, uma pessoa que eu não esperaria ver, entrou naquele lugar. Jason Markys, o cara bonitinho que voltou para a cidade. O cara que estava presente na primeira vez em que fiquei bêbada. Ele estava lindo com seus cabelos bem penteados.

– Você não é a garota de ontem? - perguntou, tentando lembrar quem eu era.

– Sim, eu mesma.

Jason estendeu a mão em cumprimento e eu o retribui. Ele queria falar com meu pai, mas como ele não estava, ficamos conversando por alguns minutos, antes que fosse embora.

Quando deu meio dia saí para almoçar. Estava indo até o Taylor's, e acabei encontrando Carlla no caminho.

Ela me acompanhou até o restaurante, e eu aproveitei para contar sobre o "encontro" com Jason na prefeitura.

– Olha muchacha, eu sei que você se encantou com o Jason. É claro que qualquer garota se encantaria por ele, mas não se iluda. - ela disse. Eu ia perguntar o porquê, mas nesse mesmo momento o garçom chegou trazendo nosso almoço, e nós acabámos nos distraindo.

Quando íamos recomeçar o assunto mais uma vez fomos interrompidas, mas dessa vez não foi pelo garçom, e sim pelo troglodita do Michael.

Ele puxou uma das cadeiras de madeira de uma outra mesa, e a colocou virada ao contrário do meu lado. Apoiou os braços no encosto e roubou uma das minhas batatas fritas.

– E ai NI, está sóbria hoje? - ele perguntou sarcasticamente enquanto mastigava uma batata.

– Sóbria sim, mas com saco pra te aturar não!

– Sinto muito, mas você não tem como fugir de mim.

– Por que, você está me perseguindo? - perguntei olhando desafiadoramente.

– Não, apesar de você ser jeitosinha não perderia meu tempo com isso. - respondeu estreitando os olhos pra mim.

– E será que eu poderia saber o motivo então?

– É simples, eu trabalho aqui, e como é o único lugar decente, creio que você não terá como se esconder de mim.

– Não seja exagerado, o outro restaurante da cidade também é decente! - disse Carlla em defesa do lugar. Michael a olhou com o seu típico sorriso debochado.

– Ele é decente sim, mas só pra quem quer gastar muito e comer pouco ... sabe como é, restaurante granfino.

Nisso ele tinha razão. Pelo que ouvi, o outro restaurante era frequentado somente pelas pessoas que tinham uma condição financeira melhor. Ali no Taylor's era onde se concentrava a maior parte dos moradores de Ellsworth.

Michael ia levantando da mesa quando lembrou-se de falar uma última coisa.

– Ah, antes que eu esqueça. Sim, eu ouvi o que a Carlla disse, e até que seria engraçado ver você quebrar a cara com o garoto de ouro, mas como eu sou uma pessoa bem legal, eu te conto o porquê você não pode se iludir com ele.

– Sou toda ouvidos, mas não creio que você vá me convencer.

– Você se acha demais NI, e nem está com toda essa bola. - ele disse, pegando no meu queixo para olhá-lo nos olhos, e continuou. - o Markys tem namorada, e ela já te odeia sem saber que você ta caída por ele, imagina quando souber.

Olhei de Michael para Carlla, e ela confirmou com a cabeça. O que ele dizia era verdade.

– E quem é a namorada misteriosa que me odeia sem eu nem conhecer.

– Ah você conhece sim, melhor do que imagina! - ele disse irônico. - é a sua irmã Audrey.

Ouvir aquilo foi como uma punhalada no coração.

Michael voltou ao trabalho, enquanto Carlla me explicou tudo. Apesar de ainda ser muito nova, Audrey e Jason começaram a namorar quando ela ainda tinha por volta dos treze anos de idade.

"Eu sei, é precoce demais pra alguém começar a ficar de amassos por aí" ela disse em determinado momento, e continuou a contar o que sabia. Ele havia ido para Nova Iorque para estudar, mas sempre se manteve em contato com a minha irmã, e agora estava de volta, e tudo seria como era antes.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos logo logo
Beijus



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