Um dia com você... Será? escrita por Mavelle


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo marujos!
Espero que gostem!
Beijos da Sabidinha ♥



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CAPÍTULO 12 - WILLIAM

Ainda não consigo acreditar que meus pais estão mortos. Melhor dizendo, não consigo acreditar que mataram meu pai. Porque até onde eu me lembre, a localização do baú e, mais importante, da chave, eram segredo de Estado para minha mãe. Nem eu sabia onde estavam. Mas ela com certeza mantinha a chave bem longe do baú. Minha mãe era mais esperta de que isso. Qualquer um que tenha feito isso é um ser desprezível.

Felizmente ou infelizmente, esse ser desprezível aparecerá em alguns minutos para reclamar o navio. E esse tal ser vai ter que se entender comigo. Minha mãe pediu para que a matassem por causa de meu pai. Agora eu estou sozinho nesse mundo. Não literalmente, mas não há ninguém que eu ame de verdade por perto. Tem o meu avô, mas ele não está por perto agora. Nem sei aonde ele está, na verdade.

●●●

Passaram-se os dias e o assassino de meu pai não apareceu. Já estava começando a pensar que eu teria que assumir o navio, e isso eu, com certeza, não quero.

Eu devia estar muito distraído para não ter percebido a chegada do Pérola até ele estar do lado do Holandês. Claro que eu esperava que Becky viesse logo, mas Jack chegou primeiro.

– Olá, Jack. O que faz aqui? - estendo minha mão tentando parecer amistoso. Ele a aperta com uma certa desconfiança.

– Eu estou reivindicando o que é meu por direito.

– O quê? - dou um passo atrás. Como assim o que é dele?

– O navio, garoto. Ele é meu por direito.

Eu não podia acreditar. Se o navio era dele, isso queria dizer que...

– Você matou meu pai?

Eu estava muito furioso para pensar direito. Eu pensava que eles eram amigos. Ou que pelo menos tinham um acordo de paz ou trégua. Não sei. Estava prestes a voar em Jack quando Becky chegou. A tensão continuou no ar, mas as coisas se acalmaram um pouco.

– Oi, amor. - ela sorriu para mim e me abraçou. - Por favor, não mate meu pai.

– Oi. Vou tentar me controlar. - sorri de volta e segurei sua mão. Ela conseguia me acalmar como ninguém. Não mencionei o bebê, já que não sabia se ela tinha contado a Jack ou não. Por via das dúvidas, não quero Jack com raiva de novo.

– Deixem de melação vocês dois! - ele exclamou. - Argh! Enfim, Turner, eu não matei seu pai.

– Então como você pode vir reivindicar o Holandês? Até onde eu saiba, o novo capitão é aquele que matar o anterior.

– Eu venho aqui para assumir o navio porque eu matei os capitães anteriores.

– E quem seriam esses?

– Ragetti e Pintel.

– Como assim?

Ele respirou fundo e passou a mão pela barba.

– Eu sabia que eles eram idiotas, só não sabia até que ponto. Eles conseguiram achar, não sei como, o baú e a chave. Então abriram e pegaram o coração. A maioria das pessoas furaria o coração ou daria um tiro. Mas eles dois não. Foram brincar com o coração. Ficaram esmagando nas mãos só para ver o que acontecia. Enfim, eram burros demais mesmo, porque Will não estava lá para que eles vissem o que acontecia.

– Só um minuto. Deixa eu ver se entendi. Meu pai foi morto porque Pintel e Ragetti ficaram brincando com o coração dele? Por favor me diga que eu entendi errado.

– Você entendeu certo. Quem os viu logo depois que seu pai morreu foi a Becky, que, por acaso, estava enjoada.

– Eles estavam dizendo coisas como: "Porque não sangra mais?" e "Era mais legal antes. Agora nem bate mais." - ela contou.

– Então eu, que nunca tive o menor senso para nada, percebi que aqueles dois idiotas não davam conta nem de si mesmos, quanto mais de um navio com uma missão importante. Então os matei e vim procurar o Holandês.

Todos ficamos um tempo em silêncio, eles provavelmente para que eu digerisse o que haviam me contado. Então uma lembrança me ocorreu.

– Minha mãe me contou várias vezes a história de como meu pai virou o capitão do Holandês Voador. Ela sempre comentava que você queria ter o controle do mar, mas que não poderia ser capitão do Holandês porque muita coisa te ligava à terra.

Ele abaixou a cabeça e pensou por alguns segundos, batendo seus anéis uns nos outros.

– Isso aconteceu 20 anos atrás. Mudei muito de lá para cá. As coisas que me ligam à terra não são mais tantas assim. E eu quero que meu neto possa ter o pai por perto.

Gelei. Becky, ao meu lado, também, mas tentou não deixar transparecer, apesar de apertar forte minha mão.

– Do que você está falando, pai?

– Eu converso mais com sua mãe do que você pensa, querida.

– Droga, mãe! - ela resmungou.

– Enfim, eu ia oferecer para que vocês ficassem com o Pérola e eu com o Holandês.

– Você está falando sério? - pergunto.

– Não acredito que eu vá dizer isso, mas estou falando sério sim. Estou oferecendo meu querido Pérola para vocês, enquanto fico com a missão de levar as almas pela eternidade.

– Não é nem porque vá nos dar o Pérola. É porque está nos oferecendo o navio para ficarmos juntos. Até duas semanas atrás não odiava a ideia de nos ver juntos?

– Sim. Falou bem. Odiava. No momento, eu me acostumei com a idéia de que Becky não vai ser minha para sempre e que devo deixá-la ser feliz.

Nada disso soava normal. Até onde eu soubesse, Jack Sparrow não era desse jeito.

– Jack, você está bem?

– Eu não sei. Acho que tenho conversado muito com sua mãe, Becky.

– Eu acho que ela conseguiu te mudar totalmente, pai. - Becky disse. - Você está muito liberal em relação a tudo isso.

Ele deu de ombros.

– Se você diz.

– Enfim, quando você propõe que eu me mude? - pergunto-lhe.

– Se você quiser se mudar agora, pode ser. Eu já me despedi do Pérola. Só preciso trazer algumas coisas de lá.

– Tudo bem então.

Fui à minha cabine e peguei aquilo que eu precisava. Ou seja, algumas roupas e uma espada que meu pai me dera. Então me lembrei de uma coisa que eu gostaria de levar e entrei na cabine dos meus pais. Não foi difícil encontrar a bandana que eu queria levar. Era a preferida de meu pai, por isso geralmente estava em cima da mesa ou na cabeceira da cama.

Em menos de cinco minutos eu estava de volta ao convés, onde me despedi de Jack.

– Adeus, Jack Sparrow. - estendi a mão.

– Capitão. - ele apertou-a. - Adeus, Turner. Cuide bem da minha filha.

– Pode ter certeza de que cuidarei bem dela.

Dito isso, peguei uma corda e saí pela última vez do Holandês Voador.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Recomendações? Favoritações? Alguma coisa fora o vácuo?
Beijos da Sabidinha ♥



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