A Exilada escrita por Fates Warn1ng


Capítulo 19
Irmã


Notas iniciais do capítulo

Malz a demora kkkk xD



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A noite estava no seu ápice. Riven sentia o frio acariciando lentamente sua pele descoberta. Estava completamente sozinha no topo de montanha. A direita, Demácia se erguia imponente, com as belas luzes iluminando-a, assim como ela havia visto na primeira vez que estivera ali. A sua frente, logo abaixo de um despenhadeiro enorme, o Grande Deserto se estendia longamente.

Foi nesse momento, que Riven percebeu a figura se aproximando, devagar. Estava encapuzada, mas pelos passos esguios e tipo físico, a loira soube exatamente de quem se tratava.

Sentou-se na LKS, esperando. Com o olhar, procurou rapidamente a segunda figura, mas não a encontrou. Katarina estava vem a sua vista, mas Talon ainda não aparecera. O celular estava bem no bolso. Vayne já devia estar pronta. Riven só precisaria ligar. Entretanto, resolveu esperar.

– Isso tem cheiro de cilada! - Katarina disse, quando estava próxima o suficiente.

– E ainda assim você está aqui. - Riven respondeu. - O que me faz indagar o quão forte é sua vontade de me matar. - Sorriu, fitando a ruiva.

Katarina mordeu o lábio inferior, balançando a cabeça, devolvendo o sorriso.

– Então admite que estava a minha espera?

– Eu sou noxiana, assim como você. Sei que missão dada é fim da linha. Você teria que voltar, de qualquer modo.

– Se você diz... - Ela deu de ombros. - Eu não vou conseguir te matar. Nem hoje, nem nunca. Simplesmente não dá. - Katarina admitiu, dando de ombros.

Riven sentiu uma certa curiosidade. Gostava muito de Katarina. Ela era quase a irmã mais nova que nunca teve. No fundo do seu coração, Riven sentia que havia encontrado uma saída, com a fuga de Noxus. E queria que Kat se salvasse também.

– Então... desistiu da missão? - Ergueu a sobrancelha. - É por isso que não está com Talon?

– Talon já está a caminho de Noxus.

Aquilo fez a loira erguer uma sobrancelha.

– E porque ele faria isso? Se não cumpriu a missão?

– Swain é o novo regente de Noxus. - Ela deu de ombros, sorrindo. - Você conhece Swain. Ele se preocupa mais com o potencial militar que com a honra.

Riven então, passou a não gostar tanto do rumo que aquela conversa estava tomando. Conhecia Katarina. Ela era bastante traiçoeira. Como assassina, tinha um potencial incrível, mas não era apenas aquilo. Era inteligente. Sabia manipular e agir em situações adversas.

– Katarina. O que você está fazendo aqui, se não quer me matar?

– Não é lógico? - Balançou a cabeça. - O tempo em Demácia está te deixando lenta, Riven. Swain é o regente. Você será aceita de volta.

– Em Noxus!? - Riven deu uma gargalhada. - Já ouvi coisas absurdas, mas essa supera todas.

– Você vai ser aceita! Acredite em mim!

Riven se imaginou voltando a Noxus. Sendo recebida de volta, por Swain, que inventaria uma história fantasiosa sobre sua fuga. Se imaginou novamente na frente do exécito de Noxus, atacando Ionia. Se imaginou lutando contra Yasuo, Fiora, Vayne... Matando e sendo morta por eles.

– Não! Deus me livre! Eu não quero voltar para Noxus! Nunca mais!

Katarina pareceu se assustar. Ficou encarando os olhos de Riven, surpresa.

– Mas...

– Eu não posso, Katarina. Eu reneguei Noxus. Eu... mudei! Eu tenho nojo de ser noxiana! - Fez uma careta. - Tudo que fazemos é matar, queimar, destruir! Katarina! Você me conhece! Eu não sou assim! - Praticamente gritou.

Katarina ainda não parecia acreditar no que estava ouvindo.

– Não... você está certa. Eu conheço você. A Riven de verdade. O soldado perfeito. A pessoa que não tem medo de nada. Que encara qualque linha de frente sem a menor dúvida. A que luta contra qualquer um de igual para igual... Não essa pessoa que vejo agora.

– Não sou mais... - Ela desviou o olhar, mordendo os lábios. Aquelas frases de Katarina lhe confundiam a cabeça. Relembravam momentos que a garota queria esquecer. - Katarina... - Chamou-a baixo.

– Sim?

– Se o que diz é verdade... você pode voltar para Noxus sem problemas, mesmo sem me matar. Aposto que é a melhor lutadora que eles tem.

A ruiva deu um pequeno sorriso, sentindo seu ego inflar pelo elogio.

– Suponho que sim.

– Então... o que ainda faz aqui? - Ergueu o cenho, a fitando.

Katarina colocou a língua para fora, rindo.

– Não é óbvio? Eu queria te levar de volta. Você é praticamente minha irmã mais velha.

Riven sentiu o celular vibrando em seu bolso, e balançou negativamente a cabeça.

– Não vou voltar. E você não deve ficar aqui. Os demacianos estão em massa a sua procura.

– É... eu já prcebi. - Suspirou, triste. - Bem... foi um prazer lutar com você. - Ela sorriu.

– Perder para mim, você quis dizer. - Riu, provocando-a. Então, algo lhe ocorreu. - Kat! Como você escapou?

A garota imediatamente arregalou os olhos, sendo surpreendida pela pergunta. Riven não era muito de vê-la daquele jeito. Katarina era bastante fria. Havia algo de estranho. Se ela houvesse escapado sozinha, como todos os demacianos imaginavam, até mesmo por suas habilidades furtivas, ela se vangloriaria do ato, e não ficaria sem jeito.

– Você sabe como sou lisa... - Ela tentou. Riven não acreditou muito.

– Você teve ajuda, não foi? - Perguntou, mas nem esperou pela resposta. - Mas quem te ajudaria em Demácia... - Então foi a vez de Riven arregalar os olhos. - Garen! - Fitou-a profundamente. - Garen te soltou, não foi?

– Garen? Que Garen! Ele é meu maior inimigo! - Ela tentou dizer.

– Não. Ele te soltou. Ele gosta de você. - Riven teve certeza daquilo, no momento que proferiu as palavras. Então deu risada. - Você também gosta dele?

Katarina corou. Aquela situação era extremamente inesperada.

– Eu... não sei do que você está falando. Eu e Talon nos viramos sozinhos. Como sempre.

– Não se preocupe. Sei como é gostar de alguém. Eu apenas estou em Demácia. Não é meu lar. Apenas um lugar que tomei emprestado, por enquanto. - Então assentiu lentamente para Katarina. - Eu não vou contar nada.

A assassina ficou encarando-a. Então deu um pequeno sorriso.

– Você não é mole... - Passou a mão no rosto. - Sim, ele me soltou. Eu sinto uma estranha atração por ele. É como se... a vida fizesse mais sentido quando estamos próximos. - Mordeu o lábio inferior e apertou o punho, sem saber muito bem como se expressar.

Riven riu, balançando a cabeça.

– Mais um motivo para deixar Noxus.

Katarina a fitou com olhar atravessado.

– Largar minha carreira por causa do um homem? - Então deu uma gargalhada, como se aquilo fosse a coisa mais ridícula que já houvesse escutado.

– Largar sua carreira pela chance de uma vida normal, com alguém que pode vir a ser seu amor. Acredite. Você não sabe o quão bom é, até estar fora.

Kat, novamente, deu língua para ela.

– É... quem sabe um dia? - Deu de ombros. - Mas, agora, eu preciso ir.

Riven assentiu, fitando Katarina lentamente. Ela havia se tornado uma mulher imponente e extremamente bonita. Do jeito dela, havia conseguido êxito, em sua vida.

– Vou sentir saudade. - Riven piscou para ela.

– Me dá um abraço! - Ela se aproximou da loira.

Riven levantou-se da moto e correspondeu ao abraço, deixando sua cabeça encontrar abrigo no pescoço dela, e afagando seu cabelo com uma mão. O celular mais uma vez vibrou em seu bolso, mas, novamente, Riven o ignorou. Gostava de Katarina. Havia sentido um aperto o coração, ao descobrir que ela estava disposta a tudo para lhe eliminar. E agora, que ela não precisava mais matá-la, e iria voltar para casa, para Riven, aquela era a solução perfeita.

Então, subitamente, sentiu uma dor cortante, infinita, em seu peito.

– Ah! - Gritou, empurrando Katarina para longe, e caiu de joelhos logo em seguida.

– Pobre Riven... - Ergueu a cabeça para enxergar a lâmina suja de sangue na mão de Katarina.

– Kat... Você...

– Te matei. - Ela assentiu, lentamente. - Foi um golpe perfeito. Seu coração foi perfurada. Ele começara a bombear o sangue mais rapidamente. De modo que mais sangue vai vazar e a hemorragia interna te matara em alguns minutos.

– Por que..? - Riven arfou.

– Pela honra. Eu não quero ser conhecida como a guerreira que fracassou em sua maior missão. - Ela cuspiu. - Pela glória! De ser aquela que matou a poderosa Riven! - Então riu. - Pela proteção. Garen me ajudou. Não posso deixar que ninguém saiba desse segredo.

– Eu achei que fôssemos amigas... - Riven fez uma careta, sentindo a dor aumentar. Ela estava certa. Era só questão de tempo agora.

– E somos. Mas como diz o ditado... amigos amigos, negócios a parte.

– Que honra há em apunhalar alguém pelas costas!?

– Já ouviu dizer que a única versão que vale é a dos vencedores? - Ela riu. - Riven. Você me conhece! Eu nunca jogo limpo. E nunca perco.

– É... eu achei que você me conhecesse também... - Riven se levantou, com extrema dificuldade, pegando sua espada.

– O que vai fazer? Me matar? - Katarina riu. - Você mal consegue andar! Quanto mais usar sua espadinha quebrada!

Riven fechou os olhos, se concentrando. Só teria uma chance. E seria muito arriscado.Teria que fazer valer a pena.

Pegou o celular, abrindo-o rapidamente.

– Nem pensar! - Katarina pulou, usando o shunpo para se aproximar rapidamente, com as suas duas espadas em punho.

Riven largou ocelular, ativando a runa de extensão da Lâmina do Exílio e ela ganhou vida em suas mãos. O escudo mágico apareceu, lhe envolvendo completamente, bloqueando as duas espadas de Kat, que de um passo para trás, surpresa. Não imaginava que Riven havia conseguido recuperar sua montante.

– Corte de vento! - Bradou, com uma dor agonizante, entre medo, raiva e ódio.

Katarina fitou, estupefata, a onda de ar cortante que vinha em sua direção. Não havia como desviar ou escapar. A noxiana foi pega em cheio, sentindo a intensidade do impacto. Sua roupa e corpo sofreram vários cortes e a garota foi arremessada.

Só então percebeu a estratégia de Riven. Estavam no topo de uma montanha gigante. Riven não tinha como matá-la naquelas condições. O mais lógico a se fazer era jogá-la do abismo do despenhadeiro. Katarina olhou ao redor, enquanto começava a cair. Era impossível usar o shunpo. Estava em quedra livre. Tudo que podia fazer era observar o chão, que se aproximava rápido.

Riven!? Ela está ai?– Vayne perguntou, aflita, no telefone, caído no chão.

Riven caiu de joelhos, e então, de cara no chão.

Riven? Está ouvindo?

A loira abriu a boca, mas palavras não saíram. Havia usado suas últimas forças para eliminar a sua assassina. Pensou em Yasuo. Como doía, morrer naquele momento. Morrer sem ele.

O coração foi ficando pesado. Os olhos também. Era cada vez mais difícil mantê-los aberto. Doía demais. Como fazer aquela dor parar?

Pouco a pouco, sentiu sua respiração falhar.

E seus olhos se fecharam.


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Notas finais do capítulo

Reviews? =D



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