Sacrifício de Garota escrita por Allegra


Capítulo 6
Em casa com meus cinco irmãos


Notas iniciais do capítulo

Oi... E aí?!
O que posso dizer? Me perdoem, eu estava sem inspiração nenhuma e sem vontade nenhuma de escrever. Os meus dias tem sido realmente torturantes e as noites, piores, antes que pudesse ver já tinha passado meio mês!
Sei que não interessa á ninguém, mas meu natal foi um inferno total, meu pai apareceu bêbado e drogada e tivemos uma discussão absurda. Ele até tentou me bater, mas eu não permiti. Ele me xingou tanto, falou tanta merda, xingou minha mãe. Eu não consigo esquecer... Doí muito só de pensar. Ele foi embora, e apesar de ter a chave da minha casa, passamos um ferro na porta que a mantém trancada dia e noite. Por um lado a culpa é minha, que a pesar de ter pais divorciados queria que ele ficasse comigo (sendo que ele é desprezível, metido e arrogante)
Se você está lendo isso, não beba, sério, nem use drogas. Causa muita dor e desespero.
Enfim, não foi para isso que vocês vieram, me desculpem. Agradecimentos á:
Gasai (estava com saudades ), AnaLu (como sempre ), tatasama (idem), Excuse me (outra fofa) e Alice Sophia (idem).
Agradecimentos especiais á Dama das sombras, que me deu muita força e opinião.



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Assim que a estação abriu ás seis horas, eu entrei e perguntei á primeira funcionária sonolenta o horário de próximo trem, ela me olhou meio torto, por minhas roupas estarem completamente amarrotadas por ter passo de onze horas até as quatro dormindo em uma poltrona e as últimas duas horas em um banco de praça. Por fim, me deu o horário de oito horas, tempo suficiente para tomar café e tentar achar sinal para ligar para os meus pais. Como não ligava fazia um mês sabia que ou eles estariam muito bravos, ou a caminho da escola buscando uma maneira de e tirar de lá. Votei, apreensiva, na primeira opção.

A cafeteria que escolhi era pintada de marrom claro por fora, com cortinas verde-musgo, cadeiras de plástico trançado, mesas e balcão de madeira, e uma enorme revistaria. Meu coração se apertou quando eu vi as edições recém lançadas dos meus mangás favoritos.

Entrei na cafeteria feliz, pois nenhum rosto conhecido estava lá, mas Sebastian* estava.

{...}

[(N/A)*personagem de um anime/mangá chamado Kuroshitsuji, escrito por Yana Toboso.]

Depois de várias páginas lidas e um prato de ovos com bacon devorado finalmente tomei coragem para mandar uma mensagem para minha mãe, graças ao wi-fi da cafeteria. Foi algo bem medíocre, um simples “Estou bem, indo para casa ;)” mas já era alguma coisa. Olhei o relógio e já eram sete horas, paguei no caminho á estação comprei flores para minha mãe, suas favoritas, lindas flores do campo. Minha mãe é uma mulher de aparência e saúde delicada, porém com muita força e astúcia para lutar pelo que acha certo, foi por isso que escolhi as flores do campo, flores de aparência frágil, porém fortes e resistentes.

Estava andando e pensando, sem prestar muita atenção, quando bati em algo, ou melhor, alguém.

– Ai! – reclamou a pessoa, uma voz aguda e feminina. – Você não olha por onde anda? –

Eu deixei as flores de minha mãe no chão e comecei a recolher sua bolsa, que acidentalmente derrubei: vários produtos de maquiagem, lixas de unha e outros objetos pequenos estavam caídos ao chão, antes mesmo que ela pudesse se abaixar para ajudar, já tinha terminado.

Eu entreguei a bolsa clara, de cor creme, e sorri da maneira mais gentil possível. – Desculpe, senhorita. Eu devo olhar por onde ando, sinto muito, de verdade. –

Ela era bem bonita, com longos cabelos loiros um pouco mais escuros que os meus, cacheados, pele dourada e olhos verdes. Quando me viu, corou brevemente. – Tudo bem, o-obrigada. –

– De nada senhorita. – respondi olhando para o relógio, faltavam quinze minutos para ás oito. – Desculpe mais uma vez, eu tenho de ir, senhorita. – contei á ela, tirando uma das flores do buquê e a entregando, logo depois saí correndo.

– Espere! – gritou, mas eu não pude atender. – Qual seu nome? –

– Eden! Eden Carmon! – gritei de volta, em quanto me afastava cada vez mais.

{...}

A viagem de trem foi tranqüila, eu pude dormir confortavelmente, já que ninguém sentou ao meu lado e serviram um delicioso sanduíche de pasta de atum.

Quando o trem chegou, assim que pisei na terra nostálgica da minha cidade, a primeira coisa que ouvi foi:

– Eden Carmim, você está muito encrencada! – em um coro nada belo e masculino, meus irmãos e meu pai me cercaram como aqueles jogadores de futebol americano, mas sem a parte de ser jogada no chão.

– Por que você não ligou? Estava tão preocupado por você estar sem pessoas tão lindas quanto eu para te orientar! – disse Roy, me colocando contra o peito como uma mãe faz com os filhos. Ele é muito parecido comigo, com olhos azuis e cabelos bagunçados loiros.

– Roy... Está... Sufocando... – reclamei baixo de mais para que ele escutasse. – Lá... Não... Tinha... Sinal! -

Jean, de cabelos pretos, olhos róseos (lentes, é claro) e magricela, nos separou e deu um cascudo em mim. – Como você conseguiu vir? –

– Quem tivesse uma média acima de oito e meio na primeira bateria de provas poderia voltar para casa, e aqui estou eu! – expliquei abraçando sua fina cintura.

– Quanto ficou sua média, querida? – perguntou, ajeitando meus cabelos.

Eu engoli seco. – Oito e meio... –

Jean me deu um peteleco na testa e depois vários cascudos. – Como você se atreve! É para tirar dez e esfregar na cara... –

Nesse momento nossa mãe riu e Jean parou, dando um último cascudo. Assim que o primeiro de cabelos negros me soltou, Alphonse, também de cabelos negros, porém com olhos castanhos chegou. Ele nunca foi muito de sorrir e de mostrar emoções, então nosso grande encontro foi um “olá” bem delicado, eu percebi que ele carregava uma sacola rosa com bolinhas um pouco mais claras.

– O que é isso? – perguntei, apontando para a sacola. Ele não respondeu apenas a estendeu para mim. A abrindo com cuidado vi uma boneca de pano em forma de raposa amarela usando um terno e gravata borboleta, o pano era delicado e suave ao toque, o que me deu vontade de agarrá-la ali mesmo. – É para mim? –

– É. – respondeu.

– Obrigada! – exclamei, o abraçando. Por um tempo ele ficou estático, mas logo depois me envolveu (um pouco roboticamente) com os braços, num abraço um pouco desajeitado. Ao fim do ato raro de carinho, meus pais vieram me cumprimentar. Papai, com sua barba por fazer e cabelos rebeldes negros e mamãe, com seus olhos tão límpidos quanto os meus e cabelos quase platinados ondulados.

Eu entreguei as flores para minha mãe e os dois me abraçaram e beijaram, dizendo estavam morrendo de saudade e prometendo mudar de operadora, para que pudéssemos nos comunicar.

Eu fiquei feliz por vê-los, mas a pessoa que eu realmente queria ver não estava ali. – Mãe... Cadê o Louis? – perguntei, quase já sabendo a resposta. A saúde do meu irmão sempre foi muito fraca, principalmente seu coração, por isso ele nunca pôde ir a eventos importantes, que envolvessem muita emoção ou uma carga grande de adrenalina. Isso é muito triste para mim, pois sempre fui muito mais ligada com Louis do que com os outros irmãos.

– Em casa, descansando. Saiu do hospital ontem, ele acabou ficando internado para exames há uma semana. – respondeu, pondo a mão em meu ombro. – Vamos para casa, tenho certeza que ele está fazendo uma ótima refeição. –

{...}

Ao chegar a casa encontramos uma mesa repleta de minhas comidas favoritas, tinha lula, salada de frango, bolinhos de arroz. Tudo pensado em mim.

– Droga Eden, você tem um gosto estranho para comidas. – reclamou Roy, passando a mão sobre o meu ombro, eu respondi com uma língua.

Louis apareceu com uma torta de limão, seus cabelos platinados lambiam as costas, assim como os olhos naturalmente amarelos ressaltavam sua clara palheta de cores. Ás vezes eu gosto de observá-lo como se fosse uma pintura, algo tão majestoso que não parece ter sido feito por humanos, quando na verdade está bem na sua frente.

Assim que me viu sorriu e colocou o doce na mesa. – Olá, Kogano no Kitsune*. – disse, chamando pelo apelido antigo, bobo e sem-sentido que só nós dois entendíamos.

– Olá, Shiroi Kotori* – respondi, correndo logo depois para abraçá-lo. Como não podia me levantar, se abaixou até minha altura.

– Senti sua falta. – sussurrou.

Eu deixei escapar uma lágrima. – Eu senti o dobro. –

{...}

[(N/A)*tradução literal de Raposa Dourada. * tradução literal de Pássaro Branco]

Comemos e conversamos bastante; fiquei sabendo dos consertos de piano de Roy e sobre as inúmeras namoradas, sobre as apresentações de Louis e como os médicos do hospital adoravam que ele tocasse violino, sobre a empresa de Jean e como os funcionários eram idiotas, soube que Alphonse estava vendendo as bonecas e bichinhos no E-bay e ganhando bastante dinheiro, soube que a floricultura tinha aumentado as vendas e que meu pai estava escrevendo um novo livro.

Foi um jantar normal, com várias pessoas falando, rindo e discutindo ao mesmo tempo, eu nem tinha me tocado que sentia tanta falta daquilo, tanto é que no fim do jantar, eu estava chorando sem motivo.

A maior alegria da noite foi dormir no meu quarto dividido com Louis e Alphonse. O beliche dos dois bem em frente á minha cama parecia afastar os maus pensamentos, assim como o barulho da maquina de nebulização do albino me acalentava. Foi minha melhor noite em um mês, pena que durou tão pouco, já que meu pai me acordou ás dez da manhã. Pode parecer tarde, mas o meu cansaço e dores de dormir em bancos e poltronas me fez desmaiar.

– Eden, acorda! – disse, puxando minhas cobertas e abrindo as cortinas. – Já está atrasada. –

Eu coloquei o travesseiro sobre a cabeça. – Atrasada para o quê? –

Ele tirou o objeto de cima da minha cabeça. – Acho que eu não te contei, temos um almoço com o meu editor e o dono da editora, é muito importante, por isso, tome um banho e tire essa cara de sono. – disse, como se não fosse extremamente difícil me levantar da cama. – E lembre, depois de irmos vamos mudar sua operadora. –

Aquilo era chantagem. - Quanto tempo tenho? – perguntei, observando as camas vazias de meus irmãos.

– Uma hora. – respondeu fechando a porta. Atirei o travesseiro contra a porta, bufei e fui em direção ao banheiro, onde a água gelada bateu com força em minha pele.

{...}

Depois do banho Alphonse fez o meu cabelo parecer ter vida novamente, pude voltar a usar minhas roupas normais. Finalmente, eu não era um travesti.

Saímos e enfrentamos uma hora em uma auto-estrada para chegar à casa do editor, o local era uma área nobre, perto do mar e com muita natureza.

– Nossa! – comentamos eu e meus irmãos. Era algo surreal de tão belo.

Nosso pai sorriu. – É bem bonito, né? Estamos indo para casa do dono da editora, e dessa vez de uma editora grande. –

– Querido... – chamou minha mãe, com voz de preocupação. Ela dirigia apertando as mãos firmemente no volante – Esse livro não está exigindo muito de você, com uma editora deste porte? –

Meu pai negou e lhe deu um beijinho no topo da cabeça, como se dissesse para não se preocupar, mas eu já tinha visto as olheiras profundas em seus olhos e reparado no uso contínuo de seu laptop.

O nosso destino final era uma casa branca de dois andares enorme protegida por um portão de bronze e muros altos, com um jardim, janelas de vidro, uma porta gigante de madeira escura e um caminho de pedras em direção á entrada.

Meu pai estacionou do outro lado da rua e tocou o interfone, fazendo o portão se abrir. Seguimos o caminho de pedras, observando o jardim repleto de flores, de dentro da porta de madeira, um homem de cabelos escuros e de corpo atarracado acompanhado de uma loira bem mais alta que a minha mãe abriu a porta e deu um sorriso pouco forçado.

– Olá, você deve ser o Emille Carmim. – disse o homem, sorrindo para meu pai. – E essa deve ser sua esposa, senhora... –

– Gisele. – acrescentou minha mãe, com um sorriso enorme. – Estamos realmente gratos pelo convite, esperamos que não se importem com nossos filhos. –

– Nós também temos filhos, menos que vocês, mas também temos. – acrescentou o homem. – A propósito meu nome é Francis e essa é minha esposa Adelaide. Entrem por favor. –

Entramos, a casa era linda por dentro também, na sala havia sofás brancos de couro, uma estante de vidro com terminações em madeira, uma televisão fina, uma mesa de centro vermelho da cor do fogo e um belo tapete felpudo marrom.

Como eles poderiam ter crianças? Aquilo é uma armadilha! Tive a impressão de que se respirassem com muita força, tudo iria ao chão (principalmente a estante).

Sentado no sofá estava o editor novo do papai (pude perceber pela maneira desconfortável a qual se mostrava, e uma casa daquelas não seria de um simples editor), o que me fez perceber que Francis era o dono da editora. Os cabelos do editor eram castanhos e os olhos da mesma cor, um homem baixo, com olhos grandes e estrábicos.

Meu pai e minha mãe se sentaram no sofá, em quanto eu e meus irmãos ficamos parados perto da porta.

– Vão para o quintal dos fundos, brincar com as nossas crianças. – sugeriu Adelaide, falando pela primeira vez. – Servente, leve-os até o quintal. –

A moça de uniforme anuiu e sem fazer nenhum barulho nos guiou pelos corredores até chegar a um quintal maior que o outro, com um parquinho e um espaço para jantares.

Em uma das vinte mesas de lá, distingui três rostos, Nathaniel, parecendo realmente entediado, Debrah (a "namorada" do Castiel), assoprando as unhas e a garota que eu “conheci” antes de entrar no trem, mexendo no celular.

Deuses, como eu estava ferrada.


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Notas finais do capítulo

Desculpem s a história nas notas do começo foi chata ou irrelevante, eu só precisava colocar para fora. Sei que não desculpa meu atraso, e essa não é minha intenção, só precisava contar para alguém.
PS: Fiz 14 anos no dia 19/12, passei de ano e feliz natal e próspero ano novo!



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