…

Como é possível eu não parar de pensar em uma garota que acabei de conhecer? E não, não é só atração… é algo mais, algo que eu nunca senti em toda a minha vida, algo bom que me faz sentir bem só de olhar pra ela.

Eu acho que eu descobri uma coisa! Eu descobri que poucos minutos podem mudar sua vida de uma forma que eu nunca imaginei ser possível!

Eu acho que eu tou… eu tou… eu tou…………………eu tou APAIXONADO!

POV Austin

Nós estávamos lá conversando e rindo e eu comecei a pensar o que será que a Ally tem de especial, de diferente… além de ser linda, ela tem algo que me prende a ela, algo que faz com que o meu coração se acelere quando eu estou perto dela! E quando eu olho nos seus olhos é como se o meu corpo ligasse o “modo automático” e a partir daí eu deixo de controlar minhas ações. Estava absorto em meus pensamentos, quando uma voz linda me desperta.

–Bom gente, o papo tá ótimo mas eu vou pro inferno do meu quarto. – Fala ela fazendo uma careta, provavelmente por se ter lembrado que divide o quarto com a Kira.

–Você já vai pra cama? – Pergunta Riker rindo da cara que ela tava fazendo.

–Vou.

–Mas é tão cedo. Ainda nem tocou o sinal pra gente ir para os quartos. – Fala Ryland olhando pro relógio.

–E daí? Eu tou cansada. – Fala ela enquanto se espreguiçava no sofá.

–Cansada do quê? De não fazer nada? – Perguntei pra tentar irritá-la. Eu amo ver ela irritada.

– Eu faço mais em um dia, do que você faz a sua vida toda. E agora eu vou me embora porque eu tou com sono por isso calou. – Fala ela me fuzilando com o olhar.

–Sono ou preguiça? – Pergunta Rocky sorrindo.

–É deve ser preguiça mesmo. – Fala ela concordando seriamente.

–Mas também você está sempre com preguiça, né maninha? – Fala Brady debochando da garota.

–Enquanto houver amanhã, a minha preguiça será imortal. – Fala ela enquanto abraçava o irmão. – Boa noite macaquinho… boa noite gente linda… e loirinho de farmácia. – Fala ela me olhando com desprezo.

–Boa noite Ally. – Falaram Ryland e Rocky em uníssono.

–Boa noite macaquinha.

–Dorme bem Ally! – Fala Dez abraçando a garota.

–Boa noite pequena! – Falei eu olhando pra garota de forma debochada e indo em direção a ela pra que ela visse o quanto eu sou maior que ela.

–Vai se ferrar loiro retardado. – Fala ela me olhando feio e eu ri com isso.

Logo ela já estava subindo as escadas que vai dar à ala dos quartos das meninas e eu fui acompanhando ela com o olhar, até não puder vê-la mais.

–Ai Brady… sua irmã é linda demais. – Fala Riker suspirando. Porque ele suspirou? Ai já não estou gostando nada disso!

–É eu sei! – Fala ele em um tom orgulhoso.

– E o melhor é que ela não é convencida como a maior parte das garotas bonitas desse colégio. Ela é bonita e legal. – Fala Dez dando pulinhos de alegria no sofá.

–Ela é muito especial, ainda pra mais porque para além de linda, ela gosta de envergonhar o Austin. É o tipo de garota perfeita. – Fala Ryland olhando pra mim. E eu apenas respondi dando língua pra ele.

–E é incrível como ela tem um génio tão forte. – Completa Ryland.

–É, a minha irmã tem aquela jeito de menina determinada, corajosa, que não liga para o que os outros pensam e não deixa que nada nem ninguém a afectem e sempre defende e cuida dos amigos dela, mas no fundo eu sei que há coisas que lhe afetam, mas ela é orgulhosa de mais para admitir… então guarda os sentimentos e problemas pra ela. E quando a gente tem um problema, é ela que mantem a cabeça erguida, é ela que se mantem forte mesmo que estando mal. E as vezes isso me incomoda, porque ela finge que está tudo bem… quando na verdade não está.

– Como assim “há coisas que lhe afetam”? – Pergunta Rocky confuso.

–É coisas, como por exemplo, quando a nossa mã… – Ele ia falar alguma coisa mas quando percebeu que ia falar algo que não devida parou e disfarçou.– Há sei lá, garotas que zoam ela porque têm inveja, problemas comuns e talvez até paixões. Eu não sei bem, como ela nunca fala disso.

–Acha mesmo? Eu não acho, cá pra mim a sua irmã não dá a mínima pro que essas garotas dizem e paixões? Sinceramente, eu não vejo sua irmã sofrendo por amor, eu acho que são os garotos que sofrem por ela. – Fala Riker e sinceramente eu concordo plenamente.

–É eu concordo, mas problemas todos têm e se sua irmã prefere enfrenta-los sozinha, o melhor a fazer é respeitar a decisão dela. – Falei eu seriamente.

– Ai, que fofo você Austin. Até já sabe falar bonitinho. – Fala Riker rindo da minha cara.

–Ih, você é muito idiota. Eu tou falando sério sabia? – Falei irritado.

– É a gente percebeu, mas desde quando é que você se importa com a Ally? Pensei que vocês se odiavam! – Continuou Riker.

–E-e odiamos… quer dizer, eu odeio… ela odeia… a gente se odeia! Ai, que coisa! Que mania que você tem de ser desconfiado. – Falei gaguejando porque eu não quero que eles saibam que eu tou gostando da Ally. Nem eu tenho a certeza ainda. Ah, qual é gente? Eu e ela nos conhecemos faz nem um dia… preciso de tempo pra entender o que sinto, não acham? Bom se não acham, eu acho.

–Ih, eu só falei não precisa ficar todo nervosinho aí.

–Quem é que tá nervoso aqui. Eu não tou nervoso e você Dez? Tá nervoso? – Falei tentando desviar a atenção deles de mim para o Dez.

–Não eu tou ótimo. Por falar em ótimo… sabe o que seria ótimo? Lasanha de carne com chocolate! – Falou ele todo entusiasmado e logo toda a atenção se prendeu nele, incluindo a minha. Lasanha de carne com chocolate?

–Lasanha do quê? Que nojo Dez! – Fala Brady fazendo cara feia.

–Como você sabe? Já provou? – Pergunta ele erguendo a sobrancelha esquerda.

–Não mas…

–Mas nada. Se não provou, não pode criticar. – Fala Dez se achando o dono da razão.

–Cara você é muito estranho. – Fala Brady e todos nós concordamos.

–Que estranho… minha mãe fala o mesmo.

Ficamos mais um tempo conversando até que tocou o sinal e todos fomos obrigados a ir para os quartos.

O quarto do Rocky e do Ryland fica em frente ao meu e o quarto do Brady fica do lado direito do meu.

–Bom boa noite pra todos porque eu vou dormir. –Fala Rocky esticando os braços pra cima por causa da preguiça e logo em seguida entrando no quarto.

–Minha nossa, que garoto preguiçoso. Mas enfim, eu também vou. Boa noite. – Fala Ryland também entrando no quarto.

–Boa noite. – Respondemos todos.

–Bom eu também vou indo porque eu tou cansado pra caramba e ainda tenho que tomar banho. – Fala Riker já abrindo a porta para entrar mas logo Dez o empurra e grita.

–EU VOU PRIMEIRO! O BANHEIRO É MEU! – Fala ele correndo pra dentro do quarto.

–À não vai não. Volta aqui ruivo desmiolado. – Fala Riker enquanto também corria pra dentro do quarto.

–Bando de idiotas. – Falei eu revirando os olhos. – É melhor eu ir também antes que eles destruam o quarto todo.

–Não Austin espera. Eu quero falar com você sobre uma coisa. – Fala Brady segurando o meu braço pra que eu não entrasse no quarto. – Vem comigo. - Falou ele indo para o quarto.

Eu apenas assenti e segui ele. O que será que ele quer falar comigo?

POV Brady

O Austin já estava no meu quarto comigo faz uns 5 minutos e eu ainda não disse nada. É que eu não sei por onde começar.

–Brady você tá bem? Tá ai parado faz uns 5 minutos, fala alguma coisa cara. – Fala Austin.

–Ah? O quê? Ah, foi mal! É que… bom eu… eu não sei como começar. –Falei eu encarando o chão e brincado com os dedos por causa do nervosismo.

–Pelo início, ué! – Fala ele sorrindo.

–Não é que… bom eu sei que é pelo início mas é que é difícil falar isso, ainda mais pra você. É que tem a ver com sentimentos, sabe?

–Meu santo panqueca! Você … você tá apaixonado? É isso? – Fala Austin com cara de pânico, mas hei… ele acertou. Como ele descobriu?

–É, é isso mesmo.

–Cara eu fico lisonjeado mas eu não sou gay. – Fala ele seriamente. O quê? Ele pensa que eu sou gay? Ai meu deus do céu! Eu não aguentei e comecei a rir feito louco e ele me encarava confuso. – Tá rindo do quê, não entendi. Quer parar de rir, eu sei que te dei um fora mas não precisa fingir que tá tudo bem… eu compreendo, eu acho!

–Ai pára! Pára Austin! Eu não aguento mais.

–Pára com isso. Quem ouvir ainda vai pensar que a gente tá fazendo, você sabe o quê. E eu não sou GAY portanto pára com isso. –Falou ele bem nervoso, o que me deu mais vontade de rir.

–Cara eu não sou gay.

–Mas você disse que tava apaixonado…

–Pela Rydel, eu tou apaixonado pela Rydel. – Falei despejando aquelas palavras da minha boca sem nem pensar duas vezes. Mas logo arregalei os olhos e ele também.

–Você o quê? Pela minha… irmã? Pela minha bebé loira? - Bebé loira? Ih, ferrou. Já tou vendo tudo. Irmão super protector. Ai que saco e eu achando que isso ia ser fácil.

–É eu tou! Algum problema? – Falei calmamente e com muito nervosismo. Ele se levanta do sofá e vem em minha direção com um olhar ameaçador e os punhos cerrados. Tou tramado.

–Bem vindo à família. – Fala ele me abraçando e me deixando bem surpreso.

–Valeu mas eu ainda não faço parte da família e pra isso é que eu preciso da sua ajuda.

–Fala! O que é que você precisa que eu faça?

–Eu preciso de conselhos e dicas sobre o que ela gosta e assim…

–Claro. E acredite que você não podia ter escolhido pessoa melhor porque de todos os meus irmãos, eu sou o que a conhece melhor. – Fala ele se gabando.

–É eu sei.

–Como é que você sabe? – Pergunta ele não acreditando no que eu disse.

–Ela me disse que amava vocês todos por igual mas, aquele com quem ela se dava melhor era você.

–Awn, ela disse isso? Que dizer… Ela disse isso? – Fala ele tentando disfarçar a felicidade.

– É ela disse.

–Provavelmente é porque a gente é gémeo um do outro. – Fala ele agora sorrindo abertamente. Espera, ele falou gémeo?

–Espera, você é gémeo da Rydel? – Falei eu gritando e assustando o garoto. Ai que vergonha! – Foi mal.

– Não se preocupa porque toda a gente tem a sua reacção. E sim eu sou irmão gémeo dela. Ninguém acredita porque apesar das semelhanças, a gente é muito diferente. – Ok isso que ele disse não fez lá muito sentido mas enfim.

–É isso é muito difícil de acreditar. Mas me fala… o que eu devo fazer?

–Bom isso depende!

– Como assim? – Perguntei confuso.

– O que você tem em mente?

–Sei lá, um encontro?!

–Isso também depende de muitas coisas!

–Que coisa?

– Você quer ter um encontro com ela para puder estar com ela a sós ou quer ter um encontro com ela para pedi-la em namoro? – Pergunta ele. E não é que ele tem razão! Eu não sei bem o que eu quero fazer… eu só sei que eu gosto muito dela. Muito mesmo.

–Cara eu não sei, eu ainda não tinha pensado nisso. – Falei coçando a cabeça. E eu tenho a certeza que eu tou vermelho que nem tomate.

–O que você sente por ela?

–Cara, eu nem consigo explicar… quando eu estou com ela me sinto bem, feliz… ela me faz sorrir instantaneamente apenas com a sua presença. E quando ela me olha e sorri, meu coração dispara quase como se quisesse sair do peito, sabe? E eu fico com uma vontade louca de abraça-la, beija-la, gritar pro mundo o quanto eu gosto dela. É como se eu perdesse o controlo do meu corpo e da minha mente… e é como se tudo à nossa volta desaparecesse e ficássemos só nós dois. Austin… eu acho que eu amo a sua irmã! – Falei sorrindo que nem um bobo enquanto que o loiro me olhava sorrindo como se estivesse satisfeito.

– Como eu te entendo cara… eu sinto a mesma coisa com estou com a…

–Com quem? – Perguntei curioso. Eu acho que ele falou aquilo sem querer porque pela reacção dele, eu acho que ele não queria que ninguém soubesse que ele tá gostando de alguém.

–Ninguém cara, ninguém… continuando. Eu acho que você é o cara perfeito pra minha irmã porque se não for e se magoar minha irmã… eu magoo sua cara e olha que não vai ser nada bonito. – Fala ele em um tom assustador e com um olhar ameaçador.

–Relaxa, eu era incapaz de fazer algo que magoasse sua irmã… eu realmente gosto muito dela.

– Eu vou te dar uma chance mas vê lá se não estraga tudo. Bom, conhecendo minha irmã como eu conheço… eu acho que você devia fazer algo romântico.

–Tipo?

–Uhm, um piquenique…em um jardim bem florido, à luz da lua, com um monte de velas a iluminar tudo e depois de vocês jantarem você fala pra ela o que sente e pede ela em namoro. E uma dica… ela ama rosas vermelhas. – Fala ele piscando pra mim.

– Nossa valeu Austin. É serio, eu nem sei como agradecer. Mas eu tenho medo que ela não sinta o mesmo por mim.

– Brady, eu conheço a minha irmã e eu sei sempre o que se passa naquela cabecinha loira e faz tempo que eu notei que ela tá estranha… estranha de um jeito apaixonado! Eu só nunca imaginei que fosse por você.

– E se não for por mim?

–Brady olha pra mim. Confia nas minhas palavras… ela gosta de você. – Fala ele segurando meus ombros.

–Nossa, eu nem acredito. – Falei eu dando um abraço no meu futuro cunhadinho. – Mas agora é sua vez!

– Minha vez de quê? – Pergunta ele sem entender ao que eu me referia.

– Sua vez de me falar quem é a garota que está ocupando sua mente e seu coração.

POV Austin

“Sua vez de me falar quem é a garota que está ocupando sua mente e seu coração.” Essa frase está ecoando na minha cabeça até agora. Devo contar pra ele? Bom ele também me contou que gosta da minha irmã portanto, eu acho que eu também devia contar que gosto da irmã dele. Ou melhor… que acho que gosto.

–Tá legal, eu vou falar. Mas me promete que não vai contar pra ninguém. – Falei depois de um grande suspiro.

– Tá prometido! Afinal, eu tou te devendo uma.

–Tá bom, eu vou falar! Ela é… uma garota, cujo nome você sabe e… ela é linda! E ela… bom ela…

–Ai fala logo Austin. Deixa de enrolação.

–Tá, tá você tem razão. Cara eu acho que eu tou gostando da … eutougostandodaAlly! – Falei a última parte bem depressa porque eu não sei se ele deveria saber.

–O quê? Fala devagar porque eu não entendi nada. – Fala ele cruzando os braços. E mais uma vez eu suspiro e continuo.

– Eu… gosto… da Ally!

–O QUÊ????? – Grita Brady pulando da cama.

–Shhht, fala baixo. Tá maluco? Tá querendo acordar todo o colégio é? – Falei eu jogando uma almofada no rosto dele.

–Desculpa, foi mal mas é que…bom, eu não esperava nada por isso.

–É tão estranho assim eu estar gostando da Ally?

–Estranho? Não… Completamente inesperado e absolutamente impossível? Sim. – Fala o Brady seriamente.

–Nem é assim tão impossível…

–É, é sim… primeiro porque você só a conhece à um dia e segundo porque vocês não se suportam.

–Hein, primeiro: você nunca ouviu falar de amor à primeira vista? E segundo: eu só implico com ela porque adoro vê-la irritada. –Falei imitando ele.

–Austin você tem certeza que gosta dela?

–Eu não sei… é só que… quando eu estou perto dela eu me descontrolo, eu me perco naqueles olhos grandes e castanhos e naquele sorriso de anjo. É como se eu enlouquecesse quando encaro ela… É como se não importasse o que ela fala de mim ou o que ela faz, porque eu sempre quero estar ao lado dela, aconteça o que acontecer. Cara, eu nem consigo descrever, parece que não há palavras que consigam definir o que eu sinto quando eu estou com a sua irmã. Ela me tira do sério, me leva à loucura e me envergonha a toda a hora mas isso só me faz querer estar ainda mais perto dela. Porque quando ela está perto de mim é como se tudo à nossa volta perdesse o sentido pois a única coisa que me importa é ela.

E depois, ela é tão forte, tão determinada e tem aquele feitio que me irrita e me deixa furioso… mas ao mesmo tempo, ela é tão pequena, tão delicada, tão linda, tão doce e tão perfeita que nem parece real… quando eu encarei os olhos dela pela última vez, fiquei com medo de acordar e isso ser um sonho! Porque encontrar alguém como ela só em sonhos mesmo.

E a voz dela … meu deus como alguém pode ser tão perfeito assim?

– Pra quem não conseguia descrever, até que você falou bonitinho. – Falou ele debochando de mim.

–É sério Brady me ajuda, eu não sei o que fazer… eu não sei o que eu sinto.

–Como assim você não sabe o que sente… tá maluco? – Falou ele e eu o encarei sem entender bem o que ele queria dizer. E parece que ele percebeu isso, porque logo continuou. – Austin, se eu tinha duvidas que você gostava da minha irmã, elas acabaram assim que eu ouvi e vi você falar. Porque a cada palavra que você dizia… seus olhos brilhavam mais e você sorria sem nem mesmo perceber. Você gosta dela Austin… você gosta mesmo! – Completou ele sorrindo animadamente. Eu também tava sorrindo … Mas logo meu sorriso se desfez quando eu lembrei do Riker. Eu acho… não, eu tenho a certeza que ele também gosta dela, pra não falar do Dez. É isso aí, vocês ouviram muito bem… o Dez. Eu conheço ele muito bem e eu sei que ele sente alguma coisa pela Ally só não sei o quê.

–Mas eu não devia… – Falei em um tom triste.

–Como assim não devia? Porquê?

–Por causa do Riker e do Dez. – Falei e logo meu coração começou a bater com tanta força que até parecia que doía. Um é meu irmão e o outro é meu melhor amigo, eu não posso fazer isso com eles. O que eu faço?

–O que têm eles? – Perguntou Brady confuso.

–O Riker e o Dez gostam da Ally. – Expliquei.

–Tá falando sério? Nossa, eu não fazia ideia… você tem certeza disso? Quer dizer, você pode estar confundindo amizade com paixão.

–Não, eu não estou confundindo… acredite. O Riker gosta da Ally sim. Agora o Dez, eu ainda não tenho a certeza mas tenho fortes suspeitas.

–Cara, você tá bem enrolado.

–É eu sei.

–E agora o que você vai fazer?

–Não faço ideia.

–Eu queria puder te ajudar mas eu acho que não é possível. Ninguém pode mudar os sentimentos de ninguém. – Fala Brady triste. Realmente, não sei porque eu impliquei tanto com ele no início. Ele é um cara bem legal.

–O que conta é a intenção, não é mesmo? – Falei tentando fazer um pouco de humor mas não consegui porque logo me lembrei da morena de novo. – Mas sabe o que é pior? É que eu tou aqui e estou me controlando pra não inventar uma desculpa pra puder ver a Ally.

–E quem disse que você tem que se controlar? – Fala Brady sorrindo malicioso.

–Não tenho!

–Não. Que eu saiba nenhum deles tem alguma coisa com a minha macaquinha, portanto, ela é livre e desimpedida.

–E se eles ficarem zangados. – Perguntei com receio.

–Problema deles… Você não vai estar fazendo nada de errado, certo?

–Certo. – Falei todo empolgado mas não mexi um músculo. Fiquei parado encarando a porta.

–Tá esperando o quê garoto?

–Ter uma boa desculpa pra ir falar com ela às 23:00h! Nossa, a gente ficou conversando por tanto tempo? – Perguntei mesmo sabendo a reposta. SIM! Ficamos conversando por uma hora, visto que o sinal toca às 22:00h.

–Parece que sim. Agora cala a boca e pensa em alguma coisa e tem que ser algo bom porque senão minha irmã arranca seus olhos por ir chateá-la a essa hora. – Falou ele na maior das naturalidades. Tou vendo que a loucura é de família.

Ficamos um bom tempo “atirando ideias pro ar” e nada… nadica de nada.

–Já sei! – Fala Brady todo entusiasmado.

–E tá esperando o quê pra contar meu filho? Fala logo! – Falei impaciente.

– Tá, tá, apressadinho. Bom, a minha ideia é a seguinte… Vocês não têm que fazer o trabalho do professor de música juntos? Então, não tem desculpa mais perfeita que essa. Você fala que quer fazer uma parte do trabalho hoje, pra não deixar tudo em cima da hora e assim você ainda ganha uma desculpa para estar com ela outro dia. Que acha?

–Perfeito, valeu cara. Mas será que ela topa.

–Não sei mas mesmo que ela não tope, você pelo menos pôde vê-la mais uma vez antes de dormir para que assim possa sonhar com ela. – Fala ele debochando.

–Ahah muito engraçado! Bom vou indo… valeu e sonha com a Rydel. – Falei eu agora debochando dele e fazendo som de beijos para irrita-lo.

–Ah, baza logo. – Falou ele rindo e jogando a almofada na porta.

Caminhei em silencio pelos corredores para não ser ouvido, e logo cheguei na porta que diz “Allycia Dawson”… bom e “Kira Star” mas ninguém quer saber.

Fiquei parado encarando a porta, até que finalmente ganhei coragem e bati.

POV Ally

SOCORRO, SOCORRO, me salvem, por favor! Eu não aguento mais, eu acho que eu vou morrer intoxicada. O que é que é isso? Essa garota é completamente maluca. Ela tá faz uma hora colocando cremes, perfumes, maquiagem e mais cremes e mais perfumes. Pra quê isso tudo gente? Alô ela vai dormir e não pra um circo.

Ela tava sentada na cama dela enquanto se lambuzava com essas porcarias mal cheirosas e eu tava deitada na minha cama de barriga pra cima, com a cabeça para os pés da cama lendo o livro “A ultima canção”, até que alguém bate à porta.

TOC TOC TOC

Desviei um pouco o livro e olhei pra porta para ver se a pessoa entrava mas, como não entrou, eu voltei minha atenção pro livro.

TOC TOC TOC

Ouviu-se de novo as batidas e sinceramente eu já tava ficando irritada. Deve ser uma dessas amiguinhas da Vakira que está de plantão na porta. Coisa mais chata.

TOC TOC TOC

–Tá surda por acaso? – Perguntei, inclinando um pouco a cabeça para trás para puder ver a garota.

–Infelizmente, não. Mas eu gostava de estar para não ter que ouvir essa sua voz esganiçada. – Fala ela em um tom provocativo.

–Falou a histérica.

TOC TOC TOC

–Ai, é sério! Vai abrir essa porta agora. – Falei cada vez mais irritada.

–Porque não vai você?

–Porque de certeza que é uma das suas amigas nojentas que não tem mais nada que fazer e que fica batendo na porta dos outros às 23:15h da noite!

–Que seja, pois fique sabendo que eu não abro essa porta nem morta. – Fala ela agora pintando as unhas com esmalte.

– Mas acredite que daqui a pouco vai sair dela exactamente assim… MORTA!

TOC TOC TOC

–Urgh! Eu vou matar alguém hoje. – Falei jogando o livro na cama para abrir a porta.

–Viu como não custa nada abrir uma porta. – Fala ela me provocando ainda mais.

Inspira, expira…. Inspira e expira! Acho que eu preciso fazer isso mais umas mil vezes para não matar ninguém hoje. Assim, que coloquei a mão na maçaneta da porta, não perdi tempo… abri e gritei:

–O QUE VOCÊ QUER? – Falei pensando que era uma das aprendizes de vaca da Kira mas me enganei. Em vez de vacas tinha um loiro oxigenado que me encarava assustado.

–Oi pra você também. – Fala ele ainda assustado.

–Ah, oi. Foi mal, pensava que era outra pessoa. Mas visto que é você… O QUE VOCÊ QUER?

–Sempre delicada né Ally? – Fala ele sendo irónico.

–Como uma rosa. – Falei eu entrando no jogo dele.

–Com espinhos.

–E de preferência, bem pontiagudos. Mas fala o que você quer? – Falei eu.

–Bom eu…

–Você? Ai desembucha cara, eu não tenho a vida toda pra… – falei eu sendo cortado por uma louca que me empurrou de tal maneira que eu caí em cheio na cama. Sorte a minha que minha cama fica perto da porta. – Você tá maluca garota?

–Austin amorzinho! – Fala ela me ignorando completamente. Austin amorzinho? Urgh acho que vou vomitar com tanto … eu ia dizer mel mas vou dizer antes VENENO!

–Kira eu queria… – Fala Austin mas mais uma vez a idiota o interrompe e fala:

–Eu sei o que você queria e sei porque você tá aqui! – Sabe?

– Sabe? – Pergunta Austin. Nossa esse cara lê meus pensamentos. Ele olhou pra mim e logo eu me deitei na cama de novo e peguei o livro pra ler. Ou melhor fingir… quer dizer ler! É, eu vou ler e não ouvir a conversa deles. Ai, que coisa! Eu tou parecendo uma louca.

–Sei… Você veio aqui porque me quer de volta. Veio me pedir perdão por ter me feito sofrer. Mas relaxa, eu te perdoo. – Fala ela já se esfregando nele e se preparando pra beijar ele.

Não sei porquê mas meu coração começou a bater fortemente, parecia que ele ia sair pela boca. Eu tava com raiva e o meu sangue tava fervendo: Por impulso eu joguei o meu livro violentamente na cabeça da Kira. E não me perguntem porque eu fiz isso, porque nem eu sei o porquê!

–Oh, foi mal! – Falei falsamente triste.

–Ai garota você me despenteou toda. – Fala ela se esperneando toda. O que esse garoto viu nela?

–Não liga não! Tá muito melhor assim, combina com a sua cara! – Falei encarando a garota de forma debochada.

–Se você pensa que vai estragar o meu humor, tá muito enganada! Onde é que a gente ia Austinho? – Austinho? Ai meu deus, vai de mal a pior. E pior… agora ela tá se esfregando nele de novo. Ah não, eu não ficar aqui pra ver o beijo dos dois. Me levantei e fui pegando minhas coisas para tomas banho.

Eu não tava aguentando ver o Austin com a Kira, ela é um piriguete, o que ele viu nela? Quando eu vi ela se aproximando dele senti uma coisa estranha… eu não sei ao certo o que eu senti naquele momento … só sei que eu não podia ficar parada a ver aquela cena. Eu não posso e eu não consigo! Porque eu não consigo? Que tá acontecendo comigo? Porque parece que eu tenho um nó na garganta? Será que isso é…. Ciúmes? Não, não, eu mal conheço ele e ainda pra mais eu não o suporto. Ai, que raiva! Porque é que toda a vez que ele se aproxima meu coração dispara? Porque, toda a vez que eu encaro aqueles olhos castanhos dele fico hipnotizada e sem reacção? Porque é que de 5 em 5 minutos eu tou pensando no quase beijo? Ai, meu santo picles eu acho que eu vou enlouquecer. Porque ele tem que ser tão perfeito?

Espera o quê? NÃO, NÃO E NÃO Ally Dawson… ele não é perfeito, ele é um imbecil e você odeia ele. E como VOCÊ ou melhor EU mesma disse… não vai ser ele que vai derrubar minha barreiras. Nunca ninguém o fez e não vai ser agora que esse loiro de meia tigela que o vai fazer.

Já estava abrindo a porta do banheiro quando de repente alguém me chama, mais propriamente um loiro.

–Ally, espera…– Fala ele tentando se desenvencilhar dos braços da Kira. Garota mais pegajosa.

–Que você quer? Desinfectante? Olha eu tenho, mas eu tenho a certeza que só com um banho completo de desinfectante esse veneno todo sai.

–Não, não é… – Ele ia falar e mais uma vez a Vakira o interrompe. Ai que nojo!

–Deixa ela Austinho. Você tem muito melhor companhia aqui. –Fala ela apontando pra si mesma.

–Não, não, não tenho. – Fala ele agora entrando por completo dentro do quarto e agarrando no meu braço. – Você vem comigo!

–O quê? Tá maluco? Me solta.

–Solta ela Austinho. – Fala Kira batendo o pé no chão irritada.

–É me solta Austinho. – Falei e ele logo me fuzilou com os olhos.

–A gente tem que fazer um trabalho esqueceu? – Falou ele ainda me arrastando pra fora do quarto.

–E você quer fazer o trabalho a essa hora? Você pirou de vez. –Falei eu quase gritando.

–Não eu não pirei mas eu também não quero deixar o trabalho toda pra ultima da hora. A gente faz uma parte hoje e a outra depois. Agora vem e cala essa boca. Você é muito chata sabia?

–Olha chata é a sua avó! – Falei já fora do quarto.

–Boa noite Kira. Tchauzinho pra você! – Fala ele fechando a porta na cara da garota a deixando estática.

Ele foi me arrastando pelos corredores calado enquanto que eu, esperneava, gritava, resmungava, xingava e batia nele. Finalmente ele parou e disse que a gente e fazer primeiro a canção.

Por isso fomos para a sala de música e eu logo corri e me sentei no piano. Ai, como eu amo pianos.

Dedilhei uma melodia de uma musica que eu tocava quando era criança e sorri com isso.

–Você toca? – Pergunta Austin fazendo um sorriso encantador enquanto se sentava ao meu lado. Nossa … Como o sorriso dele é lindo. FOCO Ally, FOCO! Você odeia ele, se lembra.

–Não Austin, eu não toco. Isso aqui que você tá vendo é uma alucinação. – Falei eu sarcasticamente.

–Deixa de ser grossa? – Falou ele zangado.

–Eu não sou grossa, eu simplesmente não gosto de você!

–Aff, garota o que você tem de linda e perfeita… você tem de arrogante e irritante. E olha que é uma pena que uma garota tão perfeita que nem você, seja tão mas tão chata. – Falou ele se levantado do piano. Gente, ele me chamou de linda e perfeita! Tá bom, ele também disse que eu era arrogante e irritante mas o mais importante é que ele disse que eu sou LINDA e PERFEITA! Espera… importante pra quem?

–Cara você me elogiou ou me insultou?

–Descobre você! Vou pegar uma água, você quer? – Perguntou ele.

–Não! – Falei curta e grossa.

–Não Austin, eu não quero… valeu pela gentileza. – Falou ele me imitando encanto saía.

–EU NÃO FALO ASSIM! – Gritei irritada e como resposta recebi apenas uma rizada que ecoou por toda a sala me fazendo estremecer.

Fiquei um tempo tentando compor uma melodia e uma letra e até que me tava saindo bem.

–Oi!– Falou Austin me fazendo pular de susto. Me virei para encara-lo e ele tava rindo feito louco. Esse garoto tá mesmo pedindo pra morrer hoje e de uma forma bem lenta e dolorosa.

–Idiota! – Falei, me virando pra frente e escrevendo mais uma coisas no papel.

–Tá compondo? – Perguntou Austin.

Me virei pra ele e sorri de forma bem sínica.

–Não, eu tou fazendo um bolo, não tá vendo?

–Grossa!

–Oxigenado! – Retaliei o insulto.

–Besta!

–Babaca! – Falei me levantando e ficando de frente pra ele.

–Chata!

–Insuportável!

–Idiota! – Fala ele e depois me mostra a língua.

–Infantil!

–Sem noção!

–Sem rumo!

–Sem rumo, jura Ally? – Fala ele se aproximando mais de mim. Se ele pensa que vai conseguir fazer o que ele tá pensando que vai fazer, está muito enganado! Deixei ele se aproximar o bastante e nunca mas nunca, jamais eu encarei os olhos dele. Quando ele estava tão perto a ponto de eu sentir sua respiração em meu rosto, eu o empurro fazendo ele cair no chão e digo:

–É, sem rumo.

–Sua louca! – Fala ele já se levantando.

–Você que começou e agora senta logo aqui pra gente terminar isso logo. – Ele assentiu e obedeceu.

Começamos a escrever e nunca mais paramos… é até que o loirinho tem boas ideias.

Em menos de 15 minutos a gente já tinha terminado a letra e a melodia da canção e agora estávamos tocando para ver se precisamos melhorar alguma coisa.

O nome da música é “Don't Look Down” e na minha opinião ela tá bem legal.

Já estávamos quase terminando de tocar, quando, acidentalmente nossas mãos se tocaram e eu senti meu corpo todo estremecer e uma coisa estranha, tipo um choque, percorrer cada pontinha do meu corpo fazendo meus pêlos se arrepiarem.

Logo desviei nossas mãos e encarei o piano com a cabeça baixa. Ficamos assim uns minutos até que eu decidi me prenunciar.

–Austin é melhor a gente ir, já tá tarde! – Falei mas o garoto tava parado, absorto em seus próprios pensamentos. Então gentil como eu sou, despertei ele delicadamente. Pura ironia claro… eu gritei no ouvido dele. – AUSTIN!

–Eita, não precisa gritar, eu não sou surdo. – Fala ele com as mãos nos ouvidos.

–Mas parece… eu tou aqui a um tempão falando com você e você nem sequer tava me ouvindo!

–Foi mal!

–Ah, tá bom… agora me ajuda a arrumar essas coisas. – Falei me referindo à quantidade de papéis rasgados que estavam espalhados pelo chão e ao suporte de partituras.

Fomos arrumando apanhando o lixo do chão e depois colocámos tudo no lixo. Mas quando chegou a hora de guardar o suporte de partituras na pequena salinha que tinha no fundo da sala, como sempre, houve briga!

–Austin, eu já falei que eu levo! – Falei puxando o suporte pra mim.

–Não levo! – Fala ele repetindo a mesma ação que eu.

–Deixa de ser chato… eu levo!

–Não.

–Sim.

–Tá bom… Levamos os dois. – Fala ele e eu assenti. Eu não me dou por vencida nunca.

Entramos na salinha deixando a porta entreaberta e arrumamos o suporte mas quando estávamos saindo eu tive o infeliz azar de tropeçar em um fio e bater contra a porta.

–Ai a minha cabeça. – Falei enquanto massajava minha testa e o idiota do Austin ria, ria e ria. – Quer parar de rir da desgraça dos outros imbecil.

–Foi mal mas é que foi muito engraçado. – Fala ele entre risos. – Vem eu te ajudo. – Fala ele estendendo a mão pra mim.

–Não preciso.

–Grossa!

–Idiota!

–Ally!

–Que foi? – Perguntei já sem paciência.

–Não abre! – Fala ele me encarando assustado.

–O que é que não abre?

–A porta!

–O quê? Deixa de brincadeiras e abre essa porta logo!

–Eu não tou brincando Ally.

–Sai daí. – Falei empurrando ele. Agarrei o puxador da porta e bom, puxei. Mas, nada nem se moveu.

–Não falei. – Fala Austin se achando o dono da razão.

–Ah, cala a boa. – Puxei mais uma vez e mais uma e nada. – Vem me ajuda aqui.

–Ajudo como? – Pergunta Austin confuso.

– Você me puxa e eu puxo o puxador. Vem! – Ela obedeceu e enlaçou os braços na minha cintura me fazendo sentir aquele choque de novo mas eu ignorei ou melhor, tentei.

A gente puxou, puxou e nada.

–Vamos tentar mais uma vez. – Fala Austin.

E aí a gente puxou e o pior que podia acontecer aconteceu… o puxador partiu e a gente caiu de bunda no chão.

Essa, não! Eu tou presa em uma sala pequeninissima e gelada com o loiro que me faz questionar tudo o que eu sinto.

Ai, meu santo picles isso não pode estar a acontecer!

Continua.