As Crônicas de Arrundall: a rainha e rei escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 12
A rainha- Conto paralelo do decimo Capitulo


Notas iniciais do capítulo

Musica do capitulo:

http://www.youtube.com/watch?v=h8aIN2sn79c


Espero que gostem do capitulo tanto quanto eu adorei escrevê-lo.
E com vocês o que se passa na cabeça do nosso príncipe...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/547276/chapter/12

Como a vida de um pesquisador renomado poderia mudar tanto em menos de um mês?!

Alguns dias atrás eu só conseguia pensar nas minhas pesquisas e agora eu não lembrava de mais nada a não ser dela... A mulher que me perturbou desde a primeira vez que nos vimos.

A qual me declarei na noite passada e ela me tratou com frieza e hostilidade assim como fazia agora dentro da limusine que nos levava para o parlamento.

Madeleine estava tão linda e eu queria lhe dizer isso, mas pela forma que ela me tratou ontem e hoje cedo, sabia que ela precisava de um momento só dela, e respeitei isso.

Assim que o carro parou todos descemos e caminhamos para dentro do parlamento, no meio do caminho cumprimentei algumas pessoas antes de voltar para o lado dos acompanhantes de Madeleine.

–Tem certeza Lene, você me parece meio pálida. - ouvi Mariana dizer assim que me aproximei.

–Sim. - Madeleine sussurrou sem expressar nenhuma emoção.

–Não se preocupe alteza, sua mãe, o príncipe Edward, Mariana e eu estaremos com você lá. - Simone garantiu e Madeleine balançou a cabeça concordando antes das portas serem abertas e ela indicar que a princesa fosse na frente.

Algo dentro de mim gritava dizendo que Madeleine não estava bem, seus olhos imploravam por ajuda e me vi dando alguns passos em sua direção, como se eu estivesse sendo atraído por um imã, mas fui impedido de continuar pela condessa Clarissa.

–Vamos nos sentar querido? Quero ver o discurso de Madeleine do começo. - ela pediu amável e sorri lhe oferecendo meu braço a ela.

–Queria tanto que minha filha deixasse de ser teimosa e enxergasse o rapaz maravilhoso que você é.- a condessa Clarissa sussurrou enquanto caminhávamos para nossos lugares. - Por que sei que você está apaixonado por ela, notei isso no chá de apresentação e sua mãe também.

–Estou agradecido por me achar uma ótima pessoa, mas tudo que quero é cumprir a promessa que fiz a meu padrinho, de ajudar a filha dele a ser a soberana que Arrundall merece. - disse enquanto nos sentávamos.

–Pode ter sido no começo Edward, mas sei que Madeleine não é apenas uma promessa para você. - ela disse maternal e corei envergonhado enquanto voltava minha atenção para o começo da cerimônia.

Não consegui me concentrar no que o primeiro ministro dizia por que os olhos de Madeleine pedindo socorro me deixavam angustiado.

–Há algo errado com ela condessa Clarissa. - sussurre e ela olhou para a filha com mais atenção, esquecendo o orgulho de vê-la sendo oficializada como princesa.

–Edward, minha filha está em pânico. Como não percebi?!- ela se culpou angustiada.

–Não há o que se culpar, a senhora estava em êxtase por ela e isso nublou seus instintos maternos. Vou pedir para Henrik tirá-la de lá. - assegurei olhando em seus olhos e ela agradeceu.

Mas antes que eu pudesse fazer algo, Madeleine nos surpreendeu.

–Não posso fazer isso. - ela sussurrou assustada assim que se aproximou do local onde faziam-se os discursos.

–O que disse alteza? - Staves questionou confuso.

–Não sou alteza meu nome é Madeleine, e não nasci para isso. - ela soluçou angustiada enquanto olhava para todos.

Naquele momento tudo que eu queria era fugir com ela dali, evolvê-la em meus braços e dizer que tudo ficaria bem, que eu não deixaria ninguém obrigá-la a nada. De que ela estaria segura comigo, mas eu não podia.

–Isso é um ultraje a esse parlamento, Arrundall não pode ter uma rainha como ela. - um dos parlamentares gritou com fúria assim que ficou de pé.

–Não pedi para ser rainha. - Madeleine gritou furiosa fazendo com que todos se chocassem com sua falta de etiqueta.

–Oh meu Deus. - Condessa Clarissa soluçou chocada ao ver a filha explodir na frente de mais de duzentos parlamentares.

–Senhores a princesa Madeleine está nervosa, foram emoções demais para uma jovem em menos de um mês, isso é compreensível. - Staves disse tentando amenizar a situação.

–Não é Staves, ela é só uma menina mimada que não tem noção de suas responsabilidades para com o povo. - gritou outro parlamentar furioso sendo apoiado pelos outros.

–Já chega, eu mesmo vou tirá-la de lá. - disse sério e comecei a sair do meu lugar.

–Príncipe Edward isso seria uma quebra de protocolo. – Henrik me alertou enquanto me seguia.

Henrik além de meu amigo era meu assessor pessoal e braço direito.

–Que se dane o protocolo. - disse furioso enquanto passava entre as várias cadeiras tentando chegar até ela.

–Como esperam que eu me case com alguém que não conheço?! E que ainda por cima é “filho da cultura” que mais odeio no mundo?! Jamais me casarei com um príncipe ou com algum homem para assumir Arrundall.

Assim que ouvi suas palavras de novo parei de andar e olhei para ela atordoado. Madeleine me odiava?!

Essa constatação fez meu coração se apertar e o ar faltar em meus pulmões.

Madeleine me odiava.

–Edward. - ouvi Henrik dizer e me segurar para que eu mão caísse no chão assim que perdi as forças.

Várias pessoas se aglomeraram em cima de mim para tentar me socorrer, o que foi em vão por que a aglomeração só me deixava pior.

–Chamem um médico. - Henrik pediu ao meu lado assim que me deitou no chão.

A falta de ar e a dor no peito me faziam arfar loucamente, mas assim que olhei para o lado pode ver Madeleine correr para fora do parlamento.

Instintivamente me levantei meio cambaleante sob os protestos de todos e corri atrás dela. Consegui detê-la no meio do corredor segurando seu braço.

–O que deu em você Madeleine?!- questionei chocado ao relembrar tudo que ela disse dentro do parlamento.

–Me solta. - ela exigiu com os olhos cheios de lágrimas.

–Não até você me contar o que houve. Você sabe o que causou lá dentro?! Você ofendeu todos os parlamentares, zombou das leis que construíram seu reino. Você ofendeu seu país no local mais sagrado para a democracia. O que deu em você?! Não conseguiu entender o que Simone e eu lhe ensinamos sobre política?!- questionei furioso enquanto ainda segurava seu braço.

Eu estava transtornado, frustrado e com raiva de mim mesmo por não conseguir fazer com que ela se apaixonasse por mim.

O que eu tinha de errado?!

Ás outras princesas sempre me acharam atraente e até as que não pertenciam a monarquia também. Por que a única mulher que me fez perder o rumo não sentia nada por mim?!

–Quem é você para me dizer o que devo fazer ou como devo fazer?! Você não me conhece, eu não sou uma princesa dos contos de fadas.

–Eu sei disso sempre soube. E quem sou eu?! Eu sou o homem a quem seu pai confiou a segurança da filha dele em seu leito de morte. Sou aquele que segurou a sua mão enquanto ele dava seus últimos suspiros de vida. Enquanto você curtia a sua vida como a irresponsável que aparentou ser hoje.

Assim que disse aquelas palavras pode notar o quanto a havia machucado emocionalmente e fisicamente, já que seu braço estava vermelho. Quis me matar por tê-la machucado.

Confuso soltei seu braço e quis pedir desculpas pelo que tinha feito, mas as palavras de meu padrinho vieram com força total para a minha mente.

“Minha filha não é uma princesa normal Edward. Madeleine é rebelde e será difícil, mas sei que com sua paciência você conseguirá se aproximar dela. Mais de vez em quando, ela precisará de um choque de realidade, e quando for necessário não hesite. Apenas dê.”

E foi o que eu fiz.

–Sempre soube que você era difícil, mas percebo agora o quanto você é inconsequente e sei que meu padrinho onde quer que esteja, se envergonha de você por este dia.

–Você não pode dizer o que não sabe. - ela soluçou entre lágrimas.

Deus, dai-me forças para suportar vê-la chorar...

–Ao contrário de você, eu convivi 23 anos com seu pai e sei como ele era. - disse severo e pode ver a magoa tomar conta de seu rosto.

Eu a havia machucado onde mais doía sem ao menos saber disso. Precisava continuar, mas não tinha mais forças para isso.

“E se eu não conseguir fazer o que me pedes padrinho? - questionei assim que ele me pediu para ser hostil com sua filha quando necessário, mesmo sem eu a conhece-la.

Se você não conseguir, é por que não a ama de verdade.”

Relembrar aquela conversa me encheu de força e coragem.

Eu iria provar o quanto a amava.

–Agora pode fugir de toda confusão que você aprontou. Vá em frente enquanto eu tento consertar o que você fez.

–Eu odeio você. - ela gritou com raiva e ódio antes de sair correndo do parlamento.

Eu me sentia o pior homem da face da terra.

–Edward? - ouvi Mariana me chamar e respirei fundo tentando me refazer de tudo antes de virar para vê-la.

–Sim.

–Você está bem? - ela questionou me sondando com o olhar.

–Sim, mas preciso contornar essa situação. - sussurrei e sai rapidamente de perto dela antes de entra novamente na sala do parlamento.

.................................................................

–Deseja algo antes de deitar Edward? - Henrik questionou assim que entramos em meu quarto.

–Só quero ficar sozinho. - disse tirando meu paletó e a gravata antes de sentar na cama.

–Tem certeza de que não quer que eu chame um médico? Você passou mal hoje cedo.

–Só quero ficar sozinho Henrik. - pedi me levantando e indicando que ele saísse.

–Tudo bem, boa noite.

–Boa noite. - disse e fui fechar a porta assim que ele saiu.

Assim que passei a chave na porta e constatei que estava só pode me entregar ao diluvio de sentimentos que reprimi o dia todo.

Cai sentando no chão em meio ao choro angustiado que produzia.

Havia esperado por tanto tempo por alguém que fizesse meu coração bater mais rápido, e no momento em que havia achado ela não sentia o mesmo. Ela não me amava.

Ela simplesmente me odiava.

Me odiava por eu ter nascido com um título.

Um título que me fazia diferente dos outros rapazes da minha idade.

Um título que me fez perder a única mulher por quem me apaixonei na vida.

Nunca desejei tanto ser normal como agora, talvez assim Madeleine pudesse me amar como eu a amava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E amanhã voltaremos as capítulos normais, ou seja, Madeleine continuará sendo narradora da historia.

E só tenho uma coisa a dizer desse capitulo:
Fiquei com pena do Edward.

Beijos e até amanhã galera.
Ps: E estamos de capa nova galera, o que vocês acharam.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Crônicas de Arrundall: a rainha e rei" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.