A Terra Devastada escrita por Cereal Killer


Capítulo 4
A real tunnel snake




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Enquanto imaginava se eu já havia me metido nos assuntos do Enclave antigamente, desci as escadas com o rifle em mãos. Duas 10mm na cintura e quatro granadas de pulso colocadas entre os bolsos do sobretudo. Não tinha nada melhor para ferrar com um pessoal usando power armor do que as pulse grenades. Assim que desci as escadas, me vi no saguão de entrada, onde seis membros do Enclave me esperavam. Com as armaduras empoeiradas, os rifles de laser em mãos e, assim como diziam os membros da Brotherhood of Steel, um patriotismo de dar náusea, eles abaixaram as armas e um deles disse, em voz alta:
– Largue as armas, civil, e nos acompanhe. - disse ele, com uma voz de ordem. Pareciam convencidos que haviam tomado a casa, pois os meus robôs (que tive tanto trabalho para pôr em funcionamento) estavam no chão, destruídos.
Larguei as armas no chão, calmamente. Depois de largá-las, levei as mãos aos bolsos do sobretudo, pegando duas granadas de pulso. Levantei as mãos ao alto, mostrando as granadas de pulso para os soldados.
– Que tal... não? - soltei, rindo. Apertei o botão de ativação que ficava no topo das granadas e joguei-as nos soldados, uma de cada lado. Os soldados tentaram reagir, mas quando entenderam o que estava acontecendo o pulso eletromagnético já estava torrando as armaduras.
Me abaixei e peguei o rifle e as pistolas, dando uma risada. Coloquei as pistolas nos seus respectivos coldres e o rifle ficou pendurado nas costas pela bandoleira. Mas, infelizmente, não pude aproveitar muito o meu momento.
– Mais soldados vindo pela estrada, Johnny! - gritou um dos meus amigos que trabalhava na casa. Ele estava na cozinha.
Fui correndo até a cozinha. A 'cozinha' - se é que dá para chamar disso - era composta apenas de uma pia, alguns armários velhos, uma mesa de jantar bem grande e várias cadeiras. Porém, ao lado da pia, uma janela dava vista a boa parte da frente da casa, incluindo a estrada.
Um pouco mais ao longe, um Vertibird estava parado no meio da estrada, protegido por cerca de sete soldados do Enclave. Porém, cerca de vinte deles vinham marchando em direção a casa. Em uma rápida contagem, percebi que estaria em uma gigante desvantagem mesmo que meus trabalhadores soubessem atirar tão bem quanto eu. E eles não sabem.
– Então, companheiros... - falei, em voz alta, para meus seis amigos - e serviçais - que estavam na cozinha. - Com todo meu conhecimento em armas e com toda minha perícia na guerra, eu posso dizer que estamos amplamente fodidos. Foi bom trabalhar com vocês.
Eu esperava abraços, palavras de despedida e talvez até um 'conseguiremos derrotá-los e defender a casa!', mas, assim que terminei de falar eles sairam correndo para a porta dos fundos, procurando fugir antes que o Enclave chegasse.
– Filhos da puta...
Sem mais demora, fui correndo até a porta da frente e coloquei uma mina terrestre bem ao lado da porta. Assim que pisassem dentro da casa, ela expodiria e provavelmente destruiria a porta. Corri e fui colocando outras minas terrestres estrategicamente pelas janelas e corredores, até que cheguei a escada, no centro da casa. Da minha mochila - que havia pegado há pouco do meu quarto - tirei uma caixa cheia de C4, que seria ativada com um temporizador. 3 minutos. Apertei um botão vermelho na frente e, num pequeno visor, surgiu: 2:59, 2:58. Dei um tiro no teto, chamando atenção dos membros do Enclave, escondi a caixa entre os lances da escada e sai correndo para a porta dos fundos, já aberta. Pulando por cima de um carro destruído que servia de barricada, corri o mais rápido que pude em direção a Megaton.
Infelizmente, não fui tão rápido quanto deveria. Quando pensei que estava tomando uma boa distância, olhei de relance para trás apenas para ver um soldado do Enclave portando um rifle de laser. Continuei correndo, em ziguezague, desviando de vários tiros que vi passar por mim.
Mas, em um momento de azar, senti o tiro acertando minhas costas, queimando minha pele e me derrubando. A dor era extrema e eu senti que minha roupa havia sido queimada, junto com minhas costas, que ardiam. Minha cabeça girava enquanto eu ouvia o som da explosão, da minha própria casa ser reduzida a cinzas. Então, ali, com o corpo entorpecido e a garganta seca, perdido e sozinho, eu desmaiei, sem saber se acordaria para ver outro dia.


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Notas finais do capítulo

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