Acordo de Amantes escrita por Fefe Shiller


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi!!!

demorei um tiquinho a mais q o planejado..
MAIS TROUXE UM CAPITULO BEEM QUENTINHO PRA VCS!



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CAPITULO CINCO

A ida até a loja e a volta para casa ajudaram Bella a oxigenar o cérebro. A possibilitou pensar. Ao sair, tentou ganhar mais confiança a cada passo. Falava com seus botões, com um tom de mulher resolvida. Não racionalize demais. Não se preocupe com o que possa ou não acontecer. Por que não deixar rolar e curtir? Paquere. Vá em frente.
Tentou engolir a ansiedade crescente.
Ele estava acostumado com louras curvilíneas. Mas a brasa estava acesa. E ela iria soprá-la, só uma vez. Contudo, ainda não sabia como.
Ele estava sentado na varanda do segundo andar quando ela voltou. Carregava uma bandeja com dois copos grandes de café, um era puro e bem forte, o outro, descafeinado com leite de soja e baunilha. Na outra mão, levava uma sacola de compras de mercado. Parou em frente a ele e ofereceu um dos copos.
Ele aceitou com gosto.
- Você é um anjo.
- Achei que não ia gostar do café solúvel que tenho aqui em casa.
Ele fez cara de contrariado.
- Acertou. De jeito nenhum.
Ele a seguiu até a cozinha e ela começou a preparar o café.
- Quer dizer que nada de café de verdade, cigarro e aposto que nada de bebida alcoólica, com exceção de um vinho de vez em quando. Não tem nenhum tipo de vício, alguma dependência secreta?
- Chocolate. Uma barra por dia. Vitamina C.




Ele sentou-se de frente para o banco onde ela trabalhava. Bella fez um esforço extra para manter as mãos firmes, enquanto manejava a faca. Ele estava tão próximo que podia sentir o cheiro da transpiração máscula dele.
- Posso ajudar em alguma coisa?
- Não precisa. Rapidinho estará pronto. Só precisa se sentar e olhar.
Ele não entendeu a indireta. Não foi se sentar. Ficou onde estava, bem ao lado dela.
Intensamente ciente do escrutínio de Edward, cortou com habilidade os cogumelos em fatias grossas, partiu os tomates ao meio e cozinhou as mini-salsichas. Virou-se de costas para ele, respirando aliviada, e pôs a frigideira no" fogão. Fritou o bacon e acrescentou o resto.
Ele inspirou fundo.
- Está cheirando bem. Nunca pensei que comesse esse tipo de café-da-manhã.
Ela sorriu, mexendo os cogumelos com uma colher de pau.
- Adoro fazer omelete. É a minha especialidade.
- É mesmo?
- É o que costumo servir quando tenho visitas. E a única coisa que sei cozinhar.
- Não acredito.
- Tudo bem, é a única coisa que realmente gosto de cozinhar. Rápido e sacia a fome.
Enquanto a comida estalava na frigideira, Bella bateu alguns ovos com o garfo e acrescentou queijo ralado e leite.
Dois minutos depois, passou manteiga na torrada e despejou os ovos mexidos por cima. Estava tudo pronto em dez minutos.
- Vamos comer na varanda?





- Que delícia! Quero tomar café-da-manhã com você todos os dias, Bella.
Ela parou com o garfo a meio caminho da boca, enquanto imaginava a cena. Café-da-manhã. Na cama. Qual seria o cardápio? Ela?
Tinha de abandonar esses pensamentos.
- Sua casa é muito legal. Gosta de morar sozinha? Ela olhou para o belo jardim.
- Gosto. Trabalho muitas horas. É gostoso voltar para casa e relaxar, fazer minhas coisas.
- O que faz para relaxar?
Ela o fitou de canto de olho, mas ele parecia genuinamente interessado. Não parecia estar brincando.
- Sei lá. Cuido do jardim.
- É realmente muito bonito.
- É pequeno, fácil de cuidar.
De soslaio, viu que ele se espreguiçava, apontando os cotovelos para o céu e as mãos fechadas perto do pescoço. Curvou a coluna para um lado e outro e fez um barulho de saciedade.
- Tem que me ajudar a queimar toda essa energia. Dois cafés e essa comida toda.
Será que ele queria queimar as calorias do mesmo jeito que ela queria?
- O que tem em mente?
- Que tal se a gente fosse andar no parque?






Disfarçando a frustração, fixou um sorriso brilhante no rosto.
- Claro.
Ele apanhou os pratos e os levou até a cozinha. Enquanto isso, Bella foi ao banheiro. Precisava desembaraçar o cabelo que estava completamente emaranhado. Afastou-se do espelho sem querer ver o rubor intenso nas bochechas e o olhar cheio de ansiedade e expectativa.
Depois de se certificar de que as cortinas estavam fechadas no ateliê e a porta bem fechada, foi para a cozinha. Ao chegar lá, Edward estava terminando de lavar a louça.
- Obrigada. Não precisava.
- Era o mínimo que poderia fazer depois de uma refeição dessas. Não leva mais do que um minuto. Sempre lavei a louça para mamãe.
Edward podia não levar a sério suas relações amorosas, mas Bella sabia que havia duas mulheres na vida por quem ele faria tudo: a mãe e a irmã.
Depois que o pai e o avô morreram, Edward se tornara o homem da casa aos dezesseis anos. Não muito tempo depois de ter largado a escola. Apesar do jeitão de garoto, sempre brincalhão, era um homem que levava as obrigações a sério.
Ele a olhava intrigado e Emma notou que havia saído de órbita.
- Vamos, - disse ela, indo para a saída da casa.

Era um sábado de manhã e o parque Hagley estava repleto de pessoas correndo, andando de patins e pais empurrando os carrinhos com seus bebês. Os dois passeavam sem pressa por uma das trilhas.
Edward parou de repente e ela o imitou em seguida, de tão sintonizada que estava com ele. Ela o fitou e a expressão no rosto de Edward era séria. Ele correu os dedos pelo braço dela até chegar à mão e então a tomou para si. Puxou-a consigo enquanto a levava por entre as árvores. Ele não disse nada. Ela não disse nada. Pararam à sombra de uma árvore. Os galhos eram baixos e o tronco robusto. Edward se apoiou na árvore, ainda de mãos dadas com ela, sem tirar os olhos dela, deixando-a de frente para ele.



Parecia que só existiam os dois no mundo. E o fogo entre eles era suficiente para deixar uma floresta toda em chamas.
Ele fitou a boca de Bella, em seguida, seus olhos.
- Não agüento mais, Bella. Vou ter que beijar você.
Bella tinha certeza de que não estava respirando, mesmo assim contestou:
- E as regras?
A pressão na mão de Bella tornou-se mais firme e ele a puxou para mais perto dele.
- Não tem platéia. Nada de motivos ocultos. Apenas... desejo.
- E as roupas?
Os cantos da boca de Edward ergueram-se, formando aquele sorriso irresistível que mexia tanto com Edward e ela não via a hora de provar aqueles lábios novamente.
- Fica faltando umazinha. Uma de três; nem é tão mal assim.
- Mas sou uma perfeccionista, Edward. Comigo tem que ser 100%.
Ele a trouxe para mais perto ainda. Soltou a mão dela, apenas para envolvê-la pela cintura.
- Vai ter 100%. Pode confiar, Bella.
Ela já não conseguia exprimir uma palavra. Os lábios estavam entreabertos enquanto o encarava. Fascinada com, o calor nos olhos dele, o humor na expressão facial, ela esperou, com vontade de se curvar para frente a fração que faltava para que os dois estivessem na posição ideal para o contato. Mas Bella o sentiu hesitante.


- A semana toda tenho esperado para repetir o beijo da noite no bar. Não tem ninguém olhando, Bella. Tem certeza de que quer assim mesmo?
Bella sentiu que derretia por dentro. Só havia uma coisa para responder.
- Tenho.
Fechou os olhos e inclinou a cabeça enquanto respondia. Sentiu-o envolvê-la com mais força pela cintura, como sei tivesse medo de que ela fosse dar um passo atrás.
Até parece.
Ao contrário. Bella deu um passo à frente e pendeu a cabeça para que estivesse pronta para ele.
Lábios abertos, línguas descobrindo-se intensamente. Ela adorou a aspereza da barba por fazer roçando na pele. Ergueu as mãos e as entrelaçou entre os cabelos de Edward, enquanto retribuía o beijo impetuosamente. A sensação era forte e deliciosamente viciadora. O calor no ventre se intensificou de uma maneira desesperadora.
Pressionou o corpo contra o dele, apertou o quadril para tê-lo colado ao dele. Ao sentir a ereção, uma onda de excitação a invadiu, deixando-a tonta. Era grosso, grande. Entreabriu levemente os lábios e deixou escapar um gemido. Enrascou ainda mais os dedos entre os cabelos de Edward, enquanto pressionava o corpo contra o dele mais uma vez.
Edward interrompeu o beijo bruscamente.





- Pare.
- O que foi? - Confusa, ela o encarou. As chamas que lhe queimavam cada veia do corpo se transformaram em gelo na mesma hora. Pânico. Teria feito algo errado?
- Se não pararmos agora, não vamos mais conseguir parar de jeito nenhum e vamos acabar presos por desacato ao pudor. - Ele a pegou pela cintura e a afastou. -Apenas um beijo com você é letal. Seja lá o que faça, sempre tem de ser a melhor, não é?
Pelo jeito como ele fez o comentário, Bella ficou na dúvida se era bom ou ruim. Edward passou as mãos pelo cabelo, deixando-a ainda mais embaraçada e fez uma careta aturdida.
- Vamos voltar para sua casa, o que acha? Preciso pegar minha caixa de ferramentas. - Ele estava evitando encará-la.
Devagar, foram voltando para a casa de Bella. Ela não sabia o que fazer para quebrar o silêncio. Apenas sabia que não queria que ele apanhasse sua caixa de ferramentas e fosse embora.
- Será que você podia me fazer um favor?
- Claro.
- O trinco de uma das janelas está solto. Importa-se em dar uma olhada?
Edward abriu a boca em sinal de espanto.
- Bella, viu o que acaba de fazer? Está pedindo ajuda, de verdade? Tem alguma coisa errada?
- Por que diz isso? - Bella piscou várias vezes, não esperava a ironia.
- Por favor, Bella. Você é a senhorita Independente. Trabalha, trabalha, trabalha e parece não precisar de nada nem de ninguém.
- Preciso trabalhar duro, - ela contestou calmamente. - É o que esperam de mim.





Ele suspirou.
- Desculpe a sinceridade, mas acho que isso tudo é por causa do seu pai, que cobra demais de você.
- Ele quer o melhor para mim.
- O que você acha que é melhor para você ou o que ele acha que é o melhor?
Após aquela provocação, Bella parou e virou-se para ele.
- Quem é você para julgar, Edward?
- Não estou julgando ninguém. Mas é o que parece. Você se cobrou a vida toda às últimas conseqüências para agradar ao seu pai e agora está fazendo o mesmo com o Aro.
Bella deixou cair o queixo.
- Aro tem sido uma pessoa maravilhosa para mim. Devo muito a ele. - Por que não trabalharia duro por ele?
- Aro é seu patrão e espero que esteja lhe pagando muito bem pela montanha de trabalho que ele pede a você.
- Acha que ele está me explorando? - perguntou ela, chocada.
- Você se preocupa demais em agradar aos outros, Bella. Quer que as pessoas gostem de você a qualquer preço. Seus desejos e sonhos ficam em segundo plano.
- Que absurdo. Estou realizando meu sonho! Trabalhei muito para chegar até aqui. Não trabalharia tanto se não quisesse conquistar o que conquistei.
- Será mesmo que é isso que quer? Não gostaria de estar fazendo outra coisa em vez disso?



Bella sentiu a torrente de sangue que descia de sua cabeça para o coração.
- Do que está falando, Edward. O que você sabe?
Viu que Edward hesitou e percebeu que ele estava atirando no escuro, mas que acabou acertando o alvo. Respirou fundo algumas vezes para recobrar a calma. Edward não sabia de nada. Claro que não sabia. Era impossível. A única pessoa para quem Bella havia confidenciado seus sonhos bobos era Rose, e ela sabia o suficiente da irmã para ter certeza de que Edward nunca a trairia. Edward estava apenas provocando-a, blefando. Ele devia ter realmente se arrependido do beijo para começar aquele assunto desconexo. Sentiu a raiva crescer. Mas não deixaria que ele percebesse que a tinha abalado. Virou-se e continuou andando.

Edward ficou admirando o movimento sensual das cadeiras dela e não pôde conter a risada entre dentes. Lembrou do beijo no parque. Alguma vez já havia seriamente contemplado a idéia de transar no meio de um parque público, de dia? Alguma vez havia estado trêmulo de desejo, como debaixo daquela árvore? Alguma vez havia desejado mais uma mulher do que querido respirar? Conhecia bem a luxúria. Mas não desse jeito.
Nunca nessa magnitude.
Foi atrás dela, alcançando-a em poucos passos. Pegou-a pelo braço para que ela o encarasse. Lentamente, deslizou as mãos até a borda do short de Bella e a agarrou pelo bumbum. Ela arregalou os olhos. Ele não deveria. Contudo, não havia audiência, motivo oculto, e ele não conseguia parar. Os dedos ardiam de ansiedade.




Quando a beijou, levou uma rasteira de Bella. A realidade lhe escapou. A própria identidade lhe escapou. Havia se esquecido de quem era e onde estava. Esquecido de tudo, a não ser dela. Da textura de Bella, do que ela fazia com ele e do que ele sentia diante do que ela fazia com ele.
Não gostou do que sentiu. Ele a atacava, sem controle sobre os próprios hormônios. E o pior: agora, não conseguia se afastar dela. A tentação e a luxúria o tinham prisioneiro e o principal objetivo era manter o controle, sobre si.
Não estava brincando quando disse que não seria capaz de parar. Era para ser apenas um beijo, mas o corpo foi muito mais além, até o último estágio. Mentalmente, havia despido-a toda e deitado sobre ela. A sensação sedosa das curvas suaves de Emma sob suas mãos acelerou o coração de Edward. Lutou contra o impulso de acariciá-la nos lugares mais recônditos, íntimos e quentes. Ansiava dolorosamente vê-la, senti-la úmida de desejo.
- Mais tarde, Bella. Mais tarde mostro o que sei. Só que da próxima vez vamos brincar seguindo todas as regras.
Bella reagiu com nervosismo e ele se afastou bruscamente. Mas estava determinado a fazer com que houvesse uma próxima vez. Em breve.
O trinco na janela estava velho e enferrujado. Qualquer um o removeria em menos de um minuto.
- Isso está muito perigoso, Bella. É brincadeira de criança arrombar essa janela. Vou checar todas as janelas antes de ir embora, está bem?
Nem ouviu a resposta de Bella. Com a testa franzida descontou a frustração nos trincos enferrujados. Estava atormentado com o desejo que sentia por ela. Irritado com a forma como a ansiedade e a cobiça o tinham feito atacá-la. Não era de seu feitio agir assim. Muito menos com Bella.
Ela havia sido pressionada a alcançar metas difíceis demais, a agradar demais. Edward nunca havia ido muito com a cara do pai de Bella. Não gostava do jeito como tratava as filhas: como se fossem macacas de auditório. Exibindo a proeza acadêmica de Bella e o talento musical de Rose. A profunda antipatia que sentia por ele aumentou quando sofreu na pele o temperamento de Charlie. Pouco depois do episódio no parque, quando largou ai escola, Charlie Swan foi procurá-lo na oficina em cima da garagem, onde o avô havia ensinado Edward a trabalhar a madeira.





Lá, Charlie deu-lhe um sermão.
- Se sair da escola não vai ser ninguém na vida. Vai catar fruta para o resto da vida. Virar peão de obra. Não vai chegar a lugar nenhum.
Edward sentiu a raiva de um garoto e a responsabilidade; de um homem. Tinha quase 17 anos. A mãe tinha três empregos para que Alice tivesse os melhores tratamentos. Ele era grande o suficiente para ajudar. Elas precisavam dele. Alice precisava dele. E aquele homem não tinha idéia da situação em que a família de Edward se encontrava.
Durante o sermão, viram pela janela que Bella cruzava a grama.
- Vê Bella? Ela sabe o que fazer. É uma vitoriosa. Não vai perder o potencial dela nesta cidade. Se quer crescer, tem de pensar grande.
O incidente com o boletim de Bella ainda estava fresco na memória de Edward. E foi um componente a mais para fortalecer a determinação dele em provar que o pai dela estava errado.
E foi o que fez. Trabalhou como uma mula de carga. Exaurindo-se física e mentalmente. E, hoje, tinha dinheiro, estabilidade e o conforto de saber que a mãe não precisaria trabalhar nunca mais se não quisesse. Havia lhe comprado uma casa, pagava a ela viagens pelo mundo. E o mais importante, tinha proporcionado a Alice os melhores médicos e tratamentos e ela estava ótima. A universidade da irmã também era custeada por ele.
Depois da conversa na oficina, nunca mais voltou a falar com Charlie Swan.
Jake trocou o trinco e foi verificar a janela seguinte.

Edward viu que a janela da frente da casa estava com as cortinas fechadas. Ficou olhando, pensativo, por um instante. O quarto de Bella era o pequeno, ao lado da cozinha, que tinha uma pequena área com mesa e cadeiras. Ela devia usar aquele espaço como sala de estar. Então para que servia esse outro cômodo? Perguntou-se Edward.
A curiosidade o invadiu. Estava como um cão fareja-dor.
Abriu a porta de entrada da casa e entrou. Nem um sinal ou som de Bella. A porta do banheiro estava fechada.
O perfume de flores frescas era ainda mais forte, quando Edward abriu a porta do misterioso quarto. Olhou ao redor, sem perder um detalhe. Uau. Então, ela escondia um segredo.


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Notas finais do capítulo

cOMENTEM FLORZINHAS!!
Proximo capitulo terça-feira...