Vida em Erebor escrita por Vindalf


Capítulo 3
Dia de feira


Notas iniciais do capítulo

Anna conhece a nova Valle



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O dia seguinte da visita oficial de Anna e a negociação entre Valle e Erebor foram ainda mais produtivos. O contrato padrão para os agricultores foi acertado, e Andoras foi oficializado como a pessoa intermediária entre os agricultores e Erebor. Ele iria à montanha na primeira oportunidade para vistoriar os campos. Dori trataria com ele e Anna supervisionaria a empreitada, produzindo relatórios para o Conselho Real.

Um banquete celebrou o sucesso das negociações. Dali por diante a viagem seria puramente de prazer. Mas Anna quis resolver um assunto privadamente com Bard.

Quando estavam a sós, Bard quis saber:

— Minha senhora, por que uma audiência tão reservada?

— Vim lhe perguntar sobre algo importante. Pelo que meu marido me contou, depois da batalha, foi em suas mãos que ficou a Arkenstone.

Bard indagou:

— Ele a pediu de volta?

— Não, ele não sabe de nossa conversa. Fiquei a imaginar se tinha mesmo guardado.

Bard respondeu:

— Eu a mantive sob minha guarda, senhora, mas não a considero minha possessão. Pois é uma herança da família de seu marido. Vou pedir que tragam imediatamente.

Anna sorriu, interrompendo-o:

— Na verdade, Bard, meu bom amigo, gostaria de pedir-lhe um favor especial sobre a Arkenstone.

Bard escutou o pedido de Anna e achou-o razoável. Concedeu-o sem discutir.

Assim, pensou ela, estavam concluídos os assuntos de Estado

O último dia da viagem, como planejado, Anna tinha reservado para a ida ao mercado de rua. O objetivo principal tinha sido a encomenda do enxoval para o bebê e dos vestidos para a época em que sua barriga começasse a crescer. Como isso já tinha sido adiantado, ela podia passear entre as tendas e examinar o que a feira tinha a oferecer.

Dori iria com Anna, Kíli insistiu para ir junto, e os dois guardas, como sempre, seguiam o grupo. Glóin permaneceu em Valle, analisando os papéis com o acordo agrícola. A volta a Erebor estava marcada para a manhã seguinte.

Anna estava muito animada com a ida ao mercado de rua. Era sua primeira vez experimentando o comércio da Terra Média.

Como tal, a primeira coisa que chamou atenção de Anna foi que o mercado era pequeno, pouco mais que uma feira. Embora ela não tivesse prestado atenção ao comércio em si durante a breve ida à Cidade do Lago (antes de Smaug destruir a cidade), ela percebeu que o mercado deveria ser pequeno até para os termos da época.

A segunda coisa que chamou a atenção de Anna foi que era um mercado muito confuso para ser tão pequeno. Havia tendas e barraquinhas dispostas de forma aleatória com os mais diversos produtos: comida, sapatos, ferramentas, artigos de beleza e roupas.

Ela logo foi atraída por uma barraca aberta cujo balcão era cheio de pequenos frascos. Ao vê-la se dirigindo para lá, Dori sorriu e comentou:

— Tinha certeza que gostaria dessa barraca.

Assim que ela se aproximou, o dono da barraca, um homem de cabelos compridos escuros e bigode, armou um sorriso e adiantou-se:

— Bom-dia, graciosa freguesa! Temos muitos artigos novos!

— Bom-dia, senhor — respondeu Anna polidamente. — Fiquei com esperança que seus frascos contivessem essências ou perfumes.

O homem animou-se:

— Oh, a menina é requintada! Pois veio ao lugar certo: tenho loções e fragrâncias do mais fino gosto, óleos aromáticos de poder afrodisíaco capaz de torná-la irresistível a qualquer homem que desejar...!

De repente, uma espada zuniu ao lado de Anna e a voz ameaçadora de Dori advertiu:

— Cuidado com o jeito como se refere a minha senhora!

O feirante empalideceu:

— Perdão, meu senhor, mil perdões!

Anna interveio:

— Mestre Dori, está tudo bem. Esse senhor não teve intenção de ofender: só quis ser gentil.

Dori ainda estava carrancudo:

— Com uma senhora casada e com criança?!

O homem se desdobrava em desculpas:

— Madame, por favor, eu lhe peço desculpas!

Anna tentava desfazer o mal-entendido:

— Está tudo bem, meu senhor. Mestre Dori está apenas com excesso de zelo. Agora, se pudermos voltar às loções, eu agradeceria.

Ainda tremendo, o feirante ofereceu:

— Madame pode escolher o que quiser, e eu darei um brinde pelo transtorno — oferta da casa!

Anna sorriu e virou-se para seu acompanhante:

— Viu, Mestre Dori? Este bom homem só quer fazer seu trabalho. Agora vamos deixar isso de lado, pois pretendo comprar um presente para meu marido.

O dono da barraca apressou-se em oferecer:

— Madame veio ao lugar certo! Tenho sabões de banho finos, com ervas secas vindas de terras longínquas! Seu marido certamente vai gostar.

Anna ressaltou:

— Meu marido é um homem importante. Ele deve exalar aromas que estejam de acordo com sua autoridade.

— Fique descansada — garantiu o vendedor. — Meus sabões são dignos de reis!

Kíli cochichou, rindo:

— É bom mesmo que sejam.

Foi assim que a primeira compra de Anna terminou sendo um presente para Thorin. Ela também comprou perfumes e óleos aromáticos para dar um jeito na sua pele, seca no inverno. Dori cuidava dessas pequenas despesas, porque "a Consorte do Rei não deveria se preocupar com isso”.

Na barraca de um herbalista, Anna adquiriu algumas ervas para ajudar Óin na enfermaria. Fez mais encomendas no sapateiro. O homem estava desconcertado porque ele teve que usar as formas de criança para os pés de Anna. Por precaução, ela encomendou duas botas de cano médio.

O volume de compras estava ficando maior do que ela previra, e ela ainda tinha que fazer o principal: encomendar o enxoval do bebê. Dori indicou a costureira adiante:

— Ali fica a tenda de Madame Hila.

Anna observou:

— É uma tenda fechada, não uma barraca aberta.

— Sim, para as pessoas experimentarem suas roupas antes de levar — explicou Kíli. — Na sua terra não tem nada assim?

Anna imaginou o que o jovem diria se visse um daqueles imensos outlets, mas respondeu apenas:

— Sim... Mas lá é diferente.

Dori recomendou:

— Se gostar de mais alguma coisa, milady, é bom levar logo. Não voltaremos aqui antes de voltar a Erebor.

— Mas Valle não é tão longe como Esgaroth — disse Anna. — Certamente poderei voltar numa outra ocasião.

— Milady está com criança — lembrou Dori gentilmente. — Não seria aconselhável outra viagem em seu estado, mesmo que Valle fique mais perto.

— Isso é muito gentil, Dori — Anna sorriu para ele. — Sou uma mãe de primeira viagem mesmo. E isso me faz lembrar que preciso fazer o enxoval do bebê. Devo falar com Madame Hila imediatamente, já que não poderei voltar para fazer algum ajuste.

— Boa ideia, Dona Anna. Vou ver se Madame Hila está na tenda.

Dori foi até lá e Anna ficou com Kili, ainda fascinada com o movimento. Havia uns poucos anões oferecendo trabalho de ourives e ferreiros, mas a maior parte era de homens vendendo os frutos da terra ou de seu trabalho. Nenhuma feira medieval que Anna tinha visitado chegava perto da balbúrdia colorida que era o mercado de Valle.

O jovem anão parecia fascinado.

— Há muita gente da Cidade do Lago.

— Eu nem conheci direito o mercado de lá — disse Anna. — Imagine como devia ser Valle antes de Smaug, com Erebor intacta. O mercado deveria ser muito maior!

— Imagino que sim — disse Kíli. — Thorin nos contava histórias de nossa terra, de Erebor, e não tínhamos ideia de como poderia ser. Ele também falava de Valle e suas ruas calçadas, onde nosso povo vendia as riquezas que produzia.

Anna sorriu, animada:

— Você não sente um frio na barriga sabendo que isso tudo pode voltar a ser como era? E que você ajudou para isso, Kíli Dragonslayer?

Ele ficou boquiaberto:

— É como me chamam? Matador de Dragão?

— Pelo menos foi o que ouvi em canções na estalagem. E é a mais pura verdade, Kíli. Foi sua flecha que entrou em Smaug.

— Como sabe? Você viu? Mas onde você estava?

Anna tentou disfarçar, porque não podia responder a verdade a Kíli. Disse apenas:

— Safira me contou, porque eu estava muito longe. Ela torceu por você, Kíli. Ela parecia feliz e muito orgulhosa de você, quase tanto quanto Thorin.

O jovem sorriu, ansioso:

— Thorin ficou mesmo orgulhoso de mim?

— É claro, Kíli. Ele teve muito orgulho do homem que você se tornou. Ele sempre soube que você seria um grande homem.

O rapaz abriu um sorriso tão grande que Anna não teve dúvidas: Kíli estava mais feliz com a aprovação de Thorin do que com os títulos que as canções do povo lhe davam. Ela podia entender a reação do jovem. Como Kíli, Anna tinha sido alvo da desaprovação de Thorin ao se juntar à conquista, e sabia o peso do olhar severo do herdeiro de Durin.

Dori voltou nesse momento, dizendo:

— Pode entrar agora, Dona Anna. Ficaremos aqui esperando.

Anna disse:

— Mas eu posso demorar muito. Tenho que tratar de todo o enxoval do bebê. Por que não vão passear um pouco e voltam mais tarde?

Kíli garantiu:

— Estaremos esperando.

Anna ia protestar, mas Dori garantiu:

— Não precisa se apressar. Quando terminar, estaremos aqui.

Ela sorriu, dizendo:

— Obrigada, amigos.

Entrou na tenda ainda sorrindo e não teve tempo de registrar o que estava acontecendo: uma mão áspera cobriu sua boca, enquanto um pano cobria seus olhos. Sua última visão foram os olhos arregalados de Madame Hila, também contida por braços grandes e mãos grosseiras.

Anna foi carregada de maneira bruta e violenta sem jamais ver o rosto de seus agressores, seus gritos abafados, sua resistência, inútil.

0o0 o0o 0o0 o0o

Seus raptores não eram melhores do que orcs, pensou Anna, lembrando-se de seu encontro com as odiosas criaturas na floresta de Mirkwood. Levada como um saco de batatas, desconfortável, ela calculou ter andado (a pé) ao menos dez minutos. A direção, porém, era impossível prever.

Estava apavorada. A pressão em seu abdômen a fez pensar no filho, e ela se concentrava em ficar calma e pensar num jeito de escapar.

Pense, Anna, pense

O que mais a inquietava era que ela dissera que poderia demorar, então até Kíli e Dori se darem conta de que havia algo errado, poderia se passar muito tempo. Só Deus sabia para onde a estavam levando e quem eram essas pessoas.

Sempre havia a opção de trocar de pele, pensou Anna. Mas a perspectiva não lhe agradava: e se seu filho sofresse? O bebê podia se deformar, ou talvez não sobrevivesse à transformação. Não, trocar de pele deveria ser absolutamente a sua última e irrecorrível opção, no último minuto possível de seu atual aperto.

E ela pensara ter deixado tais dias no passado...!

Anna soltou um grito quando o pano de seus olhos foi retirado e ela foi atirada ao chão com violência. Ela tentou ver onde estava (parecia ser uma cabana escura), mas seus olhos se fixaram nas três figuras à sua frente: homens mal-encarados que a olhavam com má intenção e curiosidade. Ela se encolheu no chão. Ao olhar para o lado, Anna viu Madame Hila, igualmente prisioneira. Ela ficou ainda mais assustada.

Um dos homens indagou:

— O que uma coisinha bonitinha como você faz por aqui?

Madame Hila se precipitou:

— Tolos! Não sabem quem ela é?

Outro homem esbofeteou a anã:

— Quieta!

A costureira foi ao chão com a força do tabefe. Num reflexo, Anna gritou:

— Não!

O primeiro homem quis saber:

— O que ela quis dizer? Quem é você, pequenina?

Amedrontada, Anna se encolheu sem responder, abraçando as pernas para proteger a barriga. Os pensamentos voavam rápido e ela buscava uma saída — qualquer saída. O homem sorriu de maneira cruel, encarando-a:

— Ah, então você é uma pessoa importante, bonitinha? Filha de algum figurão?

O terceiro homem sugeriu:

— Talvez possamos ganhar um bom dinheiro com ela!

— Era isso mesmo que eu estava pensando. Diga! Quem é você?

Anna sentiu que poderia ganhar alguma vantagem, mas seria preciso enganá-los. Com voz chorosa, pediu:

— Por favor... Por favor, senhor...

O terceiro homem disse:

— Ela não deve ser ninguém! Vamos nos divertir com ela e matar a anã!

Madame Hila se riu:

— Vocês estão todos mortos e nem sabem! Não conhecem mesmo a família dela?

Os três encararam a costureira.

— Que tem a família dela?

A anã se riu gostosamente e os três se irritaram. Um deles agarrou o cabelo de Anna e puxou, rosnando:

— Quem é essa sua família? Fale, mulher!

Anna gemeu de dor, trincando os dentes, sem nada dizer. Um deles, o mais esperto, foi até Madame Hila e pôs uma faca na garganta dela, ameaçando:

— Diga quem você é, ou sua amiga aqui vai virar picadinho!...

Anna gritou:

— Não! Eu falo! Eu falo, mas soltem ela!

Madame Hila resistiu:

— Senhora, não!

Anna insistiu:

— Não a machuquem, por favor!

Madame Hila resistia, mas o homem pressionou Anna:

— Então fale logo!

Anna disse rapidamente:

— Meu marido é muito importante em Erebor!

Os três bandidos a encararam, maravilhados. Seus olhos brilharam de cobiça e ganância e eles sorriam de satisfação. Madame Hila a encarou, intrigada, e Anna a encarou de volta, suplicando para não falar mais nada.

Enquanto isso os três homens comemoravam a sorte grande:

— Ora, ora. Ouviram isso? Ela vem de Erebor...! A Montanha Solitária!

— Lá eles têm um grande tesouro! Dizem que até as calçadas são feitas de ouro!

— Vamos pedir um resgate de rainha!

Mas o esperto quis saber, chegando perto dela de maneira ameaçadora:

— Diga: como seu marido é tão importante? Ele é muito rico?

Anna respondeu, agarrando as pernas, encolhida:

— Ele tem um parente importante na família.

— É? — Ele chegou perto dela, ameaçador. — Quem?

Anna respondeu:

— O matador do dragão Smaug. Ele é parente do meu marido.

Ao ouvir aquilo, o homem fez uma provocação, dizendo irônico:

— Oh, que medo, um matador de dragão! Ui, ui! Ouviram isso, rapazes? Estamos tremendo de medo!

O outro riu gostosamente. Mas um deles não riu.

— Ela fala a verdade — disse ele. — Eu já vi esse matador de dragão. E ele estava com ela do lado de fora da tenda.

Os três passaram a encará-la com apreensão.

— Se o que ela diz é verdade, então talvez ela seja perigosa demais — disse o esperto. — Melhor acabar logo com ela.

E avançou para Anna, que estava encolhida, tentando agarrá-la pelos ombros.

Então tudo ficou muito confuso.

Madame Hila gritou, Anna também gritou e se debateu, o homem urrou, os outros dois gritaram e foram ver o que acontecia. Madame Hila aproveitou a confusão para fugir da cabana.

Foi melhor ela fugir, pensou Anna. Pois a pequena tinha plena consciência que seu plano poderia falhar, e neste caso Madame Hila estaria em perigo. Mas agora, ao menos, a costureira estava a salvo, e isso era muito bom.

Na verdade, era mais que bom, porque Anna provavelmente tinha matado o homem que a atacara.

Fora apenas uma questão de oportunidade e inspiração, combinado com o gosto de Anna por seriados de televisão. Ao se encolher de medo e abraçar as pernas, Anna se lembrara da presença esquecida do punhal e da adaga escondidos em suas botas. Foi quando a ideia surgiu.

Ela tinha uma chance. Era realmente uma só chance, e ela precisava aproveitá-la da melhor maneira possível. Sua inspiração não falhou, e duas palavras brilharam como um luminoso em neon em sua mente.

Artéria femoral.

Ah, todos aqueles episódios de "CSI: Criminal Intent" vieram bem a calhar...

Foi exatamente esta artéria que Anna tentou atingir com a adaga. Ela deu um bote rápido, tentando ser preciso e eficaz para perfurar a artéria capaz de paralisar um homem adulto em segundos e matá-lo em coisa de minutos. Pelo urro que o homem dera, parecia que Anna tivera sucesso.

Pego de surpresa, o agressor (agora agredido) demorou a acreditar no que lhe acontecera.

Sua hesitação rendeu segundos preciosos para Anna, que mesmo com a mão coberta do sangue alheio, conseguiu manter a arma empunhada. Ela foi para trás.

— Não cheguem perto!

— Ela me cortou!... — Dizia o homem, espantado, vendo o sangue escorrer pela perna. — Vagabunda! Ela me cortou! Tentou cortar fora meu mijador!

Ele achava que ela queria castrá-lo — o que não era uma má ideia. Anna mostrou a adaga, avisando:

— Para trás!

Um dos outros dois rosnou:

— Cortou meu irmão! Vai se arrepender!

O terceiro tentou se aproximar de Anna, mas ela o ameaçava com a faca.

— Não chegue perto!

— Vou retalhar você toda, garotinha — dizia ele, espumando de raiva. — Vou fazer você gritar!

— Não, não vai — disse uma voz conhecida atrás dele. — Deixe-a ir.

— Kíli! — gritou Anna.

Os dois entraram em breve disputa, mas é claro que o homem não teve chance contra a espada de Kíli. Enquanto isso, Dori e os guardas cuidavam dos outros dois. Um dos guardas disse:

— Aquele ali está morto.

Anna olhou para o lado e viu o homem caído de lado, olhos vazios, uma poça enorme de sangue perto dele. O homem preso pelos guardas rosnou:

— Sua vadia! Matou meu irmão!

Dori golpeou-o com o punho da espada, rosnando:

— Insolente!

Kíli encarou Anna, admirado, e indagou:

— Minha tia... você fez isso?

Anna estava perturbada ao responder:

— Kíli, eu... eu não tive escolha...

Madame Hila, que ninguém vira entrar, parecia muito irritada:

— Parem com essas perguntas tolas! Não veem que ela precisa de cuidados? Humpf! Homens...!

— Madame — advertiu Dori —, está falando com um dos príncipes de Erebor!...

A anã chegou perto de Anna e garantiu, ainda irritada:

— Não quis desrespeitar, senhor, mas sua tia precisa de cuidados, ainda mais com criança! Deixem comigo. Vamos, senhora. Está ferida? Pode andar?

Trêmula, Anna respondeu:

— Eles não me feriram...

Madame Hila a amparou:

— Eu a ajudo para ir até a estalagem.

— Guardas, vão com elas!

Anna deixou que a costureira a ajudasse a voltar até a hospedaria. Ela se sentia estranha, gelada, suarenta, trêmula, apática e distante. Temia até que seu estômago se revoltasse demais. Ao menos, seu bebê parecia bem.

Muito, muito tempo depois, Anna iria entender que estava em estado de choque.


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