The Slytherin escrita por Ravena


Capítulo 40
Ala Hospitalar




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Pov Rony 

A enfermaria de Hogwarts nunca esteve tão lotada. E, por incrível que pareça, Harry NÃO estava entre os enfermos.

Nunca senti tanto orgulho dele.

As meninas francesas maravilhosas tinham ficado gripadas com o frio intenso da Escócia, e os meninos búlgaros estavam com virose. Indignado eu fiquei quando descobri que eles culparam a comida de Hogwarts. Podem falar o que quiserem, mas nunca, NUNCA, insultem nossos elfos domésticos.

Ratos imundos esses búlgaros. Podem até roubar nossas meninas, mas é inaceitável que critiquem nossa comida.

De qualquer forma, lá estava eu na enfermaria acompanhando Olívia. Ela estava internada há 2 meses e eu estava realmente entrando em desespero. Maia vinha sempre que podia, mas ela estava dando uma atenção enorme para os estudos. Quem diria, não é? Finalmente ela tomou vergonha na cara.

Estava quase dormindo na cadeira que ficava ao lado da cama de Olívia quando ouvi alguém gritar. Hermione Granger estava fazendo um verdadeiro shown na enfermaria. Todas as vezes que eu olho pra essa menina, eu sinto uma benção enorme pelo fato de ela não estar na minha casa. O grito dela provavelmente foi ouvido pelas pessoas que estavam no Lagro Negro. Ou até dentro dele.

A Segunda Prova do Torneio Tribruxo aconteceu há alguns dias. Foi bem horrível se quer saber a minha opinião experiente no assunto. Nós dois fomos jogados no lado, adormecidos, enquanto os campeões nos procuravam. Hermione foi a escolhida pelo búlgaro gostosão. Ela até ficaria mais esnobe se a água não tivesse tirado sua chapinha.

Quando Hermione emergiu das águas com Victor, a única coisa que deu para ouvir foram seus falsetes estéricos. O cabelo dela ocupava um volume tão grande que eu pensei que ela estava com um cachorro na cabeça. Coitada, tinha um rosto no cabelo dela.

É claro que o pessoal riu muito, mas a cara do Krum estava tão assustadora que o humor do pessoal desinflou. Hermione estava furiosa, mas até que depois ela começou a se mostrar para todas as pessoas do nosso ano. Disse que era " A Escolhida" e que estava se preparando para passar as férias de verão na Bulgária, com o namorado famoso.

Coitado do Malfoy, a cara de tacho dele era imperdível.

Agora, Hermione Granger estava na enfermaria para acompanhar uma menina loira quase transparente da Sonserina. Acho que já vi essa menina antes, talvez até com a própria Hermione, mas não me recordo muito bem.

A menina franzina estava deitada na maca, dormindo. Seu nome era Dove Flyard, era do nosso ano e, como eu já falei, era da Sonserina. Foi encontrada pela própria Granger, pouco depois do fim do baile de inverno. Esta arrumou outro escândalo quando encontrou aquela, pelo menos um escândalo justificável. Agora, estava aqui. Junto comigo, as duas únicas pessoas que estavam visitando alguém. Que situação estranha.

Aparentemente, Hermione tinha gritado porque o lençol da enfermaria não era feito de linho egípcio. Não tenho paciência para essa menina, não mesmo.

—Você pode calar a boca, por favor? Ninguém liga para seus problemas de menininha riquinha. 

—Ah, Weasley, você está aqui. Nem tinha te notado. Pensei que estava limpando a Sala Comunal da Grifinória para ganhar uns trocados. A julgar pelas suas roupas imundas, você está precisando urgentemente de uns trocados. 

—Você não consegue não ser uma nojenta, não é mesmo, Granger? Se importa tanto com essas coisas superficiais porque o que está dentro de você já apodreceu, então pelo menos alguma coisa precisa estar bonita. 

—Ah, está me chamando de bonita. Que fofura. Pena que não me relaciono com pessoas com pessoas que recebem menos de 25 salários mínimos. 

—Graças a Deus. Pensei que você até poderia se encantar com meu charme incrível mas felizmente não corro esse risco, não é mesmo? 

Hermione bufou e se virou para a amiga de novo. Por mais que ela seja uma cobra nojenta, tinha que admitir que ela se importava com a menina. Tinha a visitado durante todo esse tempo na enfermaria.

—O que aconteceu com ela? - perguntei. Já sabia que não iria conseguir muita coisa com essa menina, mas não custa tentar, certo?

—Não é da sua conta - disse Hermione enquanto se sentava no banco ao lado da maca. 

—Não é mesmo. Só queria prestar um pouco de apoio, ver se podia fazer alguma coisa por ela. 

—Ela não precisa da ajuda de um sangue-ruim...

—Sabe, as ações caridosas não tem nada a ver com status social. Na verdade, elas não tem a ver com nada disso. Não importa o que as pessoa são, só importa o que elas podem fazer. 

—Lindíssimo discurso, Weasley, mas vou te contar porque acho que você pode me oferecer algo em troca. - eu tô começando a me arrepender dessa conversa- Quando a Holt acordar, eu preciso que você mantenha ela afastada do Diggory. 

—O QUÊ? - eu realmente não esperava uma coisa como essa. Claro que queria que Olívia se afastasse dele faz um tempo enorme. Ele é tão bonito e alto e inteligente e legal e tudo de bom e ela se derretia por ele. Agh, ele me irrita muito. 

—É isso aí. O negócio é o seguinte: Dove gosta do tal do Diggory e ele obviamente está apaixonado pela sua namoradinha. É muito perceptível que agora mesmo eles podem começar a namorar ou até mais. Ia ser o seu fim, não é mesmo, Weasley? Você é dramaticamente invisível para ela. Como é ser deixado na friendzone por tanto tempo? De qualquer forma, acho que nosso acordo nos ajudaria. 

Eu quase vomitei. Não sei se gosto da Olívia desse jeito. Acho que minhas atitudes tão mais para um ciúme fraternal, sabe? Só quero o bem dela, de preferência longe dele. Não acredito que estou fazendo um pacto com o Diabo. 

—E o que aconteceu com ela? 

—Dove estava triste há muito tempo, acho. Ela costumava ser minha melhor amiga. Meio burrinha mas ainda assim. Do segundo ano para cá, se distanciou muito de nós. Corria atrás de Cedric feito uma idiota, por mais que eu tenha avisado muitas vezes que isso não daria certo, afinal, como você bem sabe, ele gosta da Holt. Dove provavelmente ficou muito deprimida, já que tinha sido deixada de lado. 

" Você não faz ideia do quanto isso fere nosso orgulho, ser segunda opção. Ela passou esse tempo todo, esses 2 anos inteiros, tentando chamar a atenção dele e nada adiantou. A autoestima dela está destruída. Depois, quando Holt ficou internada, Dove finalmente teve a oportunidade que tanto queria: ia ficar com Cedric só para ela. Convidou aquela idiota da Cho chorona Chang, que, convenhamos, não tem graça nenhuma. Por isso ela tomou alguns remédios para dormir no dia do Baile e parece que exagerou na dose. 

—Você está me dizendo que sua amiga tentou suicídio? - fiquei em choque com isso e muito mal. 

—Não, ela não tentou suicídio. Ela com certeza não tentou fazer isso. Só tomou uma dose além da recomendada por acidente. Isso me fez ficar com muito receio, porque ela poderia ter extrapolado e poderia ser algo fatal. É por isso que estou com tanta preocupação...

—Mas ela tomou um remédio perigoso como esse por causa de uma decepção amorosa?

—Como você é insensível, Ronald. Eu acho que desprezar a dor dos outros é a coisa mas desumana que alguém pode fazer. Só porque você tem a profundidade emocional de uma colher de chá, não significa que todos nós também tenhamos.

—Me desculpe- disse extremamente envergonhado. 

—Não esperava nada mais de você mesmo. Acho que deveria ter cuidado melhor dela, sabe? Para que ela não usasse esse remédio. Ela estava com a autoestima destruída, sem a companhia das amigas que a trocaram há muito tempo, sendo tratada feito um lixo pelo menino que gostava. Depois, eu descobri que seus pais estavam indo a falência, só se importavam com os gastos de casa e como recuperariam o dinheiro. Ela foi, então deixada de segundo plano, sozinha.

Hermione começou a chorar descontroladamente. Nunca tinha a visto chorar, na verdade, acho que ela nem seria capaz de uma coisa dessas já que não tinha sentimentos. Não sabia o que fazer, odeio quando pessoas choram na minha frente desse jeito. Me sentei ao seu lado e a abracei. 

Não acredito que estou fazendo isso. Acho que vou ter que jogar essa roupa fora quando sair da enfermaria, e tomar um banho bem longo. Eu sou realmente um herói. 

A princípio, pensei que ela iria jogar uma maldição imperdoável em mim. Mas, o que ela fez foi o contrário: se aconchegou dentro do meu abraço e o retribuiu. Enterrou a cabeça no meu ombro e começou a chorar ainda mais alto:

—Eu sou uma vergonha, Rony. Não acredito que fui tão ruim a ponto de abandonar uma amiga desse jeito. Ela precisava de mim, e eu a larguei e troquei como se ela fosse um objeto. Eu sou uma pessoa horrível- ela gritou, chorando mais alto. 

—Não, Hermione, você não é uma pessoa horrível- eu disse. Talvez tenha sido a maior mentira que eu já contei, mas era necessária. 

—Claro que sou. Olha o jeito como eu te trato. Você só ouve palavras horríveis de mim. Eu fico pensando o que teria acontecido se talvez ela tivesse tomado mais do que tomou, se talvez ela tivesse...

—Pelo amor de Deus, não pense nisso. Pense que agora as coisas serão diferentes para sempre, que ela será acolhida e que não vai acontecer de novo. Demonstre seu amor, faça com que ela se sinta amada e acolhida. Assim, vocês duas vão ganhar coisas maravilhosas por isso. 

Hermione me olhou com os olhos vermelhos de tanto chorar. Estava com o nariz quase escorrendo catarro, ou seja, uma visão nem um pouco agradável. Depois dela se acalmar, depois dela saber que Dove ficaria completamente bem, vi a cor e alegria voltar ao seu rosto. Depois disso, nos beijamos. 

Não vou descrever como foi aquilo. Talvez o melhor e pior beijo da minha vida, ao mesmo tempo. Ela se afastou, depois de alguns minutos. Me levantei com um pulo, morrendo de vontade de enterrar a cara no asfalto e nunca mais me levantar. 

Comecei a ir embora, quase correndo pelo corredor. Felizmente, a maca de Olívia era a última do corredor. Quando estava quase alcançando a porta, ouvi uma voz fraca:

—Rony- Hermione estava estática, olhando para mim com um olhar assustado, furioso, arrogante e agradecido. Tudo ao mesmo tempo. Realmente não sei como ela consegue fazer isso. - Obrigada. Por tudo. 

 


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