POV Maiara 

Sinceramente, se um dia eu encontrar tia Lídia, eu meto a mão na cara dela. Por causa daquela simpática mulher, eu não posso ir para Hogsmead. Esqueci a autorização na casa dela antes da minha fuga mal planejada. Não pude ir ao vilarejo na primeira visita e fiquei com Harry e o professor Lupin o dia todo. Ele é muito simpático, mas o pobre coitado está muito doente. Até pediu para o Snape preparar uma poção para ele. Aquele seboso deve ter colocado é veneno na bebida. 

Não vale a pena ficar lamentando pelo o que já passou. Vale a pena lamentar do que está acontecendo agora. 

Hoje é o dia da segunda visita ao vilarejo e eu e Harry ficamos com cara de tacho observando a nossa turma seguir pela estradinha de terra que ligava ao povoado. 

—Você parece estar bem irritada, Gray.

—É o meu mau humor cotidiano, achei que já tinha se acostumado. 

—Por incrível que pareça, nem sei se isso é possível, você está mais irritada que o normal.

—Incrível o seu dote de perceber quando eu estou mais brava que o normal. -eu disse revirando os olhos, fazendo Harry rir. -Como é que você está feliz? A gente vai ficar aqui de novo. 

—Não vamos não, minha cara Gray. 

Olhei para ele desconfiada. Se ele estiver pensando na mesma coisa que eu...

—Você não está pensando em pegar a sua capa da invisibilidade, está?

 —Incrível o seu dote de perceber quando eu tenho um plano. Vamos sair daqui, pelo amor de Deus. Já não aguento mais ficar mofando nesse castelo.

—Potter, você me dá orgulho.

Seguimos em direção a torre da Grifinória e esperei Harry até ele pegar sua capa em seu dormitório. Quando íamos saindo pela passagem da mulher gorda, com a capa na mão, fomos barrados por Fred e Jorge. 

Eles nos olharam desconfiados. Primeiro para a capa em nossas mãos e depois para nossos rostos banais. 

—Nem venham com essas caras para cima da gente. Vocês já fizeram coisa muito pior que isso... - eu ia dizendo, observando a cara de malícia deles.

—Não acredito que vocês dois já fizeram tanta merda nessa escola e ainda tem a coragem de virem com um plano tão previsível como roubar a capa da invisibilidade para ir a Hogsmead. 

—Como vocês...- Harry ia dizendo surpreso. Ele não sabe mentir de jeito nenhum. 

—Além de previsíveis são muito cafonas, se querem saber - disse Jorge. Ele e o irmão trocaram olhares cúmplices e ficaram imersos em algum tipo de conversa. Fico me perguntando se em algum momento já fizeram algum feitiço de ligação de mentes. 

—Devido às recentes atitudes de vocês, Fred e eu concordamos em abrir mão de nosso maior tesouro, para fazer o bem e ajudar suas almas necessitadas. -disse Jorge com um ar dramático, depois de 2 minutos trocando olhares com o irmão. Fred tirou um papel das vestes e nos entregou com cautela, como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.

Recebi o aparente presente com cuidado também, até perceber que estava segurando apenas uma folha vazia. 

—Esperando ansiosamente pelo tesouro de vocês.- eu disse 

—Como assim? Já está segurando nosso maior bem.- disse Fred fingindo estar ofendido. 

—Isso aqui? Um pedaço de papel vazio? Francamente, os doces da Dedosdemel roubados são bem melhores - disse Harry

—Potter, meu caro, se soubesse o que está falando... Ah céus, como lamentaria- disse Jorge 

—Esse pedaço de papel é o segredo de nosso sucesso nessa escola.- disse Fred sacando a varinha e a colocando em cima do papel- Eu juro solenemente não fazer nada de bom.

A papel começou ganhar cor após o feitiço, ganhando palavras e ficando da aparência de um velho mapa. 

—Os senhores Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas têm o orgulho e apresentar o Mapa do Maroto- leu Harry.

—Maroto? Que coisa velha. Não tinham um nome melhor para dar não?- eu disse, tentando ver as escrituras da folha melhor.

—Não insulte nossos deuses, Maia, devemos tudo a eles. - disse Fred

O mapa mostrava a planta de Hogwarts, e não só isso, todas as passagens secretas e esconderijos que o castelo guardava. E, além disso, fazia um mapeamento em tempo real de todas as pessoas do castelo, dizendo seu nome e o que estavam fazendo no momento.

—Isso é ouro, meus queridos. Como conseguiram isso?- perguntei olhando admirada para os meninos.

—Roubamos do armário do zelador no nosso primeiro ano. Como éramos levados... bons tempos- disse Fred com um olhar melancólico. 

—Garanto que vocês pioraram desde aquela época - eu disse

—Você é uma joia, Gray. Que orgulho de você e das suas doces palavras. Só prova que estamos fazendo a coisa certa- disse Jorge me lançando um olhar de aprovação

—E então, nós podemos usar as passagens secretas para sair do castelo e ir à Hogsmead- disse Harry com um olhar luminoso- Vocês são os melhores. 

—Só não se esqueçam de dizer "Malfeito feito" quando acabarem de usar o mapa. Vai fazer com que volte a ser uma folha normal.

Eu e ele saímos apressados em direção a passagem. Não acredito que estava indo para Hogsmead!

—-----------------

Depois de uma confraternização amigável com Hermione Granger e sua gangue, na qual eu joguei uma bola de neve bem fofinha na cara dela, eu, Harry, Rony e Olívia saímos pelo povoado. 

Devo ter engordado uns 10 quilos só com os docinhos da Dedosdemel e ainda paramos no Três Vassouras, um bar que ficava no povoado. Quando nos sentamos em uma mesa, ao canto do bar, pedimos cervejas amantegadas que de cerveja não tem absolutamente nada. 

Estava conversando com meus amigos quando a porta se abriu e o próprio Ministro da Magia entrou no bar, se sentando em uma mesa próxima a nossa. Já estava pensando na possibilidade de ir embora para não aturar puxação de saco entre Harry e ele, mas ele nem se importou com sua presença. Que ótimo. 

Logo depois, Hagrid, Minerva e a própria dona do bar, Madame Rosmerta, e reuniram na mesa. Eu sei que é pecado ficar escutando a conversa dos outros, mas não pude evitar, principalmente porque a proprietária questionou o Ministro a respeito da presença de dementadores no vilarejo. Aquelas criaturas horríveis. A resposta do ministro foi simples: Sirius Black, o foragido de Azkaban. Todo mundo já sabia disso, mas o que vem depois é pior e realmente novo:

—Sirius Black em Hogsmead. Francamente Cornélio, porque essa preocupação toda. Não acho que Black viria até aqui. 

—Ele possui motivo, Rosmerta. Harry Potter.

Todos os integrantes da mesa ao lado se erriçaram. Na minha mesa também não foi diferente. Harry, agora coberto pela capa da invisibilidade junto comigo, para evitar algum transtorno com Minerva, ficou paralisado de medo. Eu mesma estava preocupada. 

—Explique-se melhor, Ministro- disse Rosmerta. 

—Quando os Potter se esconderam do Lorde das Trevas, confiaram o segredo de sua residência em seu amigo próximo: Sirius Black. Afinal, o feitiço de proteção precisa de um confidente. O problema foi que Black traiu seus amigos e contou a Você-Sabe-Quem sobre a moradia. - disse Minerva, que fez uma pausa para se recuperar de sua história. O assassinato dos Potter era um assunto delicado para todos os bruxos.- Na verdade, Black sempre fora um espião, e não exitou na hora de oferecer informações para seu senhor. 

—Além disso, Black matou Pedro Pettigrew, um amado amigo dos Potter, que tentou defender os amigos de sua crueldade. Ele o destroçou e só sobrou um dedo de Pedro para contar a história. Pode não ser o assassino de Lílian e Tiago, mas é a causa de sua morte. - disse Hagrid, complementando a história da professora, que se encontrava fraca para continuar. 

Harry estava muito tenso ao meu lado. Estava furioso. Coloquei minha mão em seu ombro, para deixá-lo confortável e oferecer apoio. Todos que estavam escutando a história estavam tristes, fossem da mesa remetente ou não.

—E o pior ainda não foi revelado, Rosmerta. - disse o Ministro.

A mulher que já se encontrava em estado de profundo choque, encarou o Ministro.

—O que pode ser pior do que isso?

—S.. Si.. Sirius Black foi, é e sempre será padrinho de Harry Potter, além de pai de sua melhor amiga, Maiara Gray Black.