The Slytherin escrita por Ravena


Capítulo 10
Beco Diagonal -Livro Dois




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Pov Hermione

No ano passado, Leia Fray havia me dito que espionaria Maiara Gray e que me enviaria várias notícias sobre a mesma. Uma delas foi que ela se encontraria com Potter e Weasley no Beco Diagonal amanhã. E claro que eu não iria perder a oportunidade de irrita-la, então eu mandei uma coruja para as minhas melhores amigas, Miranda e Dove, e uma coruja para o meu melhor amigo, Draco Malfoy. Chamei-os para irem comigo ao Beco e eles aceitaram.

Acordei com o meu despertador, tomei banho e coloquei uma roupa cara que havia comprado nas férias e desci para tomar meu café da manhã com meus pais.

—E aí filha, animada para reencontrar os amigos? - perguntou a minha mãe. 

Minha mãe era maravilhosa. Tinha cabelos castanhos lisos que se contrastavam perfeitamente com seus olhos azuis. Na verdade, ela havia sido Miss do Mundo Bruxo quando mais nova. Posso dizer que herdei todos os traços bonitos de minha mãe. A única coisa que me frustrava é que meus olhos eram castanhos, assim como os de meu pai, e que meus cabelo eram armados e pareciam uma "juba de leão" nos piores dias. Esse era um detalhe que odiava em mim mesma. Obrigava a minha mãe a me levar no salão para fazer escova. 

—Sim. Será que os pais deles também vão estar lá? - eu disse

—Claro. Bem, se Draco Malfoy for, tenho certeza que sua mãe irá também - disse meu pai- Aquela mulher tem muito medo de acontecer alguma coisa com o seu precioso Draquinho. Ela o mima muito. 

Draco era muito meu amigo e eu não o achava metido ou mimado de forma alguma. Na verdade, ele era sempre um amor de pessoa comigo. Não aceitava que algumas pessoas o achassem chato. 

—Bem, pelo menos vocês terão pessoas para conversar- eu disse ignorando o comentário de meu pai e pegando uma maçã.

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O primeiro amigo que eu encontrei foi a Miranda. Ela havia crescido alguns centímetros e estava até mais bonita. Claro que não tanto quanto eu, mas dava para o gasto. Seus olhos, normalmente opacos, estavam radiantes. Talvez ela tinha ganhado algum presente novo ou coisa parecida.

—E aí, como foi foram as férias? - ela perguntou

—Ótimas, mas eu queria alguém para irritar - eu disse- Não acredito que vou dizer isso, mas sinto falta da Gray.

—Quem é você e o que fez com Hermione Granger? - ela disse desconfiada

—Tá legal, acho que estou exagerando um pouquinho- disse 

As férias haviam sido maçantes. Viajei para Paris com meus pais, mas isso nós fazemos todos os anos. Mamãe foi convidada para ser embaixadora da marca mais chique e cara do mundo bruxo, então, vi a semana de moda de Paris em primeiríssima mão. Foi até legal. Mas queria dar uma variada maior. Sentia falta de minhas amigas e das nossas conversas.

Eu e Miranda fomos tomar sorvete e depois avistamos  Draco com seus pais, Lúcio e Narcisa, que logo foram cumprimentar meus pais, que estavam conversando com os de Miranda a poucos metros de distância de nossa mesa. 

— A fila para a Floreios e Borrões está enorme. O idiota do Lockhart está dando uma seção de autógrafos hoje - disse o pai do Draco, Lúcio.

—Então a primeira loja que nós vamos passar é ela - disse a mãe da Miranda, Melissa

Era uma opção meio idiota, afinal, haviam inúmeras lojas que precisávamos ir ainda hoje que estavam vazias. Mas a previsão era que a Floreios ficasse ainda mais cheia á tarde, então não a questionei.

Quando chegamos lá, o idiota do Potter estava tirando uma foto com o Lockhart. Claro que temos que agraciar o Potter em todos os lugares que ele passa. Depois que a foto foi tirada, Lockhart deu a Potter todas as suas obras de graça. Eu achei bom. Assim dava para fazer caridade para os Weasley dando as como presente. Duvido que eles iriam conseguir comprar pelo menos um terço daqueles livros.

E não deu outra. Assim que desceu do palco, Harry se dirigiu a um enorme grupo de pessoas sujas e ruivas, todas com vestes de segunda mão. A família Weasley era reconhecida em todos os lugares. Quando o Potter estava saindo da loja, Draco entrou na frente e disse :

— Adorou isso, não foi Potter? O famoso Harry Potter. Não pode nem entrar em uma livraria sem parar na primeira página.

—Isso é inveja,Malfoy? - disse a Gray saindo de trás do Potter 

—Eu não tenho inveja de ninguém, ratinha.

—E aí, Granger -disse Maiara se virando para mim- Fazendo compras com o mozão? Aposto que você precisa que alguém carregue esse seu ego gigante.

—Escuta aqui sua imunda...

 

—Hermione, olha os modos - disse minha mãe. O resto dos pais haviam entrado na fila para comprar nossos livros, e apenas minha mãe e Lúcio haviam ficado conosco.

—E você também, Draco - disse Lúcio. Ele olhou para a cara do Potter e disse - Senhor Potter, é um prazer conhecê-lo. Ouvi coisas maravilhosas ao seu respeito.Sou Lúcio Malfoy.

Ah querido, vindo de mim você não ouviu nada de bom, e duvido que Draco tenha contado alguma coisa boa a respeito de Potter. Eles fizeram um aperto de mãos.

—Esperei muito tempo para ter a honra de te conhecer. - continuou ele. Lúcio puxou o baço do Potter e colocou a mão em sua cicatriz - Sua cicatriz é uma lenda, assim como o bruxo que a fez.

—Voldemort matou os meus pais - disse Potter, recuando- Ele não passava de um psicopata assassino.

—Deve ser muito corajoso para dizer isso - disse o meu pai entrando na conversa. Ele tinha um bolo de livros no braço. Aparentemente, já tinha comprado todo o meu material daquela loja - Ou muito tolo.

—A realidade precisa ser encarada da forma como ela ocorreu - disse  Gray. Ela lançou um olhar fulminante para meu pai, cheio de ódio.

—E você deve ser a senhorita Gray. Draco e Hermione me falaram tudo sobre você e seus pais - disse Lúcio - Estão mortos, não estão?

—Deixe-me ver. Cabelos ruivos, expressões vazias, livros de segunda mão - Lúcio pegou o livro da única menina da família Weasley que estava ali.Esse ano seria o primeiro ano dela em Hogwarts. Seu nome era Regina, pelo o que eu me lembrava -Vocês devem ser os Weasley.

—Crianças - disse Arthur Weasley, que havia acabado de chegar. Era um homem alto, já destruído pela idade e pela própria pobreza. Seus cabelos eram calvos e seu sorriso, embora verdadeiro, era muito cansado. Assim como os filhos, usava roupas gastas. - Está muito cheio, vamos lá pra fora.

—Ora, ora, ora. Weasley pai! - disse Lúcio

—Lúcio - disse o ''pobretão - mor ''. O sorriso alegre que estava usando desapareceu, deixando no lugar uma expressão de imparcialidade. Obviamente, Arthur não gostava de Lúcio. Também, eu mesma não gostaria de quem é muitíssimo superior a mim.

—Muito trabalho no ministério, Arthur? Com todas aquelas batidas, espero que paguem hora extra - disse Lúcio - Mas julgando pelo estado disto, eu diria que não - ele tirou o livro de Regina de seu caldeirão e o analisou.

—Pois é. Algumas pessoas têm dinheiro limpo, adquirido por mérito e esforço próprio. Já outras ...- disse Gray olhando fixamente para Lúcio.

— Seus pais não lhe deram educação garota? - perguntou minha mãe olhando fixamente para Maiara- Ah, tinha me esquecido, eles estão mortos. 

—E olha pra Hermione, os pais dela estão bem aqui na minha frente e mesmo assim ela não tem ética e muito menos caráter. Esse negócio de ter ou não educação não é genético, não é mesmo?

Minha mãe quase partiu para cima dela, mas outra mulher entrou na frente. Essa mulher tinha cabelos loiros curtos, com olhos castanhos e uma expressão serena. Nunca a vi na vida. Não acho que era a mãe de Leia, Lídia, pois não se parecia nem um pouco com a garota.

—Jane, a quanto tempo, não? - disse a mulher. Sua voz era serena e calma.

—Dorcas? Você por aqui? Achei que nunca mais a veria na vida!- disse Melissa, mãe de Miranda. E, pelo tom de voz que ela estava usando, aparentemente ela realmente não queria encontrar a mulher.

—Sempre sobra um espaço de tempo para cuidar da minha afilhada. Que bom reencontrar todos vocês. Maia já podemos ir, querida?

A mulher olhou gentilmente para Gray.Senti uma forte conexão entre as duas, e, mais uma vez, senti inveja daquela ratinha imunda. Minha mãe nunca havia olhado assim para mim. Claro que ela me ama muito, mas quase nunca estava em casa e não me dava muita atenção. 

—Sim, madrinha, só vamos esperar nossos amigos- disse Maiara. 

—Lúcio, obrigado pelo seu senso crítico em relação ao meu emprego. Garanto que foi muito bem vindo. Agora, por favor, entregue o livro de minha filha. - disse Arthur. Ele deu um paço em direção a Lúcio.

—Weasley, só quero o seu bem. Garanto que este trabalho não é bom o bastante. Além de humilhar o mundo bruxo... - ia dizendo Lúcio, recolocando o livro no caldeirão de Gina.

— Nós temos uma ideia muito diferente do que envergonha o nome bruxo - disse Arthur

—É claro - disse Lúcio - Se associando a trouxas. E eu pensava que a sua família não podia se afundar mais. Nos vemos no trabalho.

Lúcio e os outros pais saíram da loja. Observei a diferença entre eles e os responsáveis. Nossos pais eram ricos, finos e muito elegantes, a elite do mundo bruxo. Já Dorcas e Arthur eram humildes, maltratados pelo tempo e muito debilitados. Mais uma vitória de minha parte.

—Nos vemos na escola - disse Draco para o Potter

—É muita falta do que falar, Malfoy - disse a Gray - E claro que vocês vão se ver na escola.Afinal, nós somos do mesmo ano.

Dorcas riu e lançou um olhar brincalhão para Maiara.

—Você não tem jeito né mesmo, pirralha? Vamos embora. Fred, Jorge, eu quero mostrar uma coisa irada pra vocês agora. Vamos sair para tomar um lanche, conheço um lugar ótimo.

Os Weasley, Potter, Gray e Dorcas saíram da loja e foram conversando animadoramente em direção a saída do Beco.

 


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