Uma pequena garota observava ao longe um pequeno grupo de garotos jogarem bola, ela estava sentada abaixo de uma frondosa arvore que lhe proporcionava uma bela sombra. Seus cabelos ruivos lhe destacavam do restante das garotas, por isso preferia ficar longe e observar os outros. Um suspiro frustrado acabou por escapar de seus lábios.

–Sabia que cada suspiro da, você acaba perdendo um pouco de felicidade?

A ruiva levantou os olhos para o garoto que agora estava agachado a sua frente, ele possuía lindo olhos verdes, tão verdes quando a grama do jardim real, seus cabelos eram negros e caiam acima dos olhos de forma desgrenhada, seu sorriso era radiante, tão inocente quanto o de qualquer criança que beirava os onze anos de idade.

–Se a felicidade ainda me habitasse talvez eu não suspirasse!

–Não diga isso!

A ruivinha olhou para o conglomerado de garotos que estavam um pouco mais abaixo deles e voltou seu olhar para o garoto.

–Seus amigos estão lhe esperando e não parecem muito alegres!

Ele olhou por sobre o ombro.

–Pessoal vou parar um pouco, podem continuar!

Mesmo sob protestos as crianças voltaram a brincar

–Você deveria ir brincar com eles, será mais divertido!

–Eu não acho divertido ficar no meio de um monte de garotos fedendo a suor, mas ficar ao lado de uma garota bonita e cheirosa? Isso sim é divertido!

Anny simplesmente revirou os olhos, mas seus lábios se curvaram em um sorriso.

–Sou Bernardo e você?

–Anny!

Dias se passaram e eles sempre se encontravam no mesmo lugar, a amizade crescia, junto do carinho que um começava a nutrir pelo outro.

Novamente Anny estava junto de Bernardo, sentados na mesma arvore.

–Porque você vem sempre aqui?

–Não me sinto confortável no lugar onde vivo!

Bernardo a encarou, curioso.

–Por quê?

Anny apenas suspirou e voltou a encarar o jogo dos meninos.

–Porque me sinto um peixe fora da agua, uma intrusa e isso me sufoca!

–Eu te ent...

Bernardo teve a frase cortada por um garoto que vinha correndo na direção deles, o garoto lhe era estranho, possuía cabelos loiros e olhos verdes, mas diferente de Bernardo, seus olhos lhe lembravam lhe a grama seca, quase marrom, um sorriso estava estampado no rosto do garoto.

–Anny você não sabe da maior!

Anny suspirou frustrada, por alguma razão não queria ouvir oque o menino tinha a dizer.

–O que foi agora?

–Seu pai me nomeou seu guarda costas!

A menina arregalou os olhos e encarou o menino.

–Ele fez o que?

O menino pareceu orgulhoso de si mesmo.

–Me nomeou seu guarda costas, não é demais!

A menina ficou de pé e suas pequenas mãos se fecharam em punhos.

–Sim, é demais, demais até para ele!

–Princesa...

–Não Nathan, eu não quero u guarda pessoal, não quero ser seguido, eu quero a minha liberdade de volta!

Sem olhar para ele, Anny se voltou para o moreno ao seu lado.

–Me perdoe Bernardo, mas terei que ir embora, antes que eu faça algo que me arrependa!

–Nos vemos amanha, então!

Anny anuiu com a cabeça e se voltou para o loiro de uma forma irritada.

–Vamos, irei corrigir esse erro!

O loiro observou enquanto a garota se afastava, com um olhar magoado.

–O que foi que eu fiz de errado?

–Acabou de tirar o gostinho da pouca liberdade que ela ainda tinha!

O loiro se virou bravo para o moreno.

–Quem é você?

–Bernardo, mais novo amigo da Anny e você?

–Sou Nathan, novo guardião da princesa Anny e você, Bernardo, não se meta onde não foi chamado!

–Continue com essa atitude que nunca conseguira nada dela!

–Não preciso que você me diga, o tempo ira fazer com que ela goste de mim!

–Continue dizendo isso a si mesmo, que uma hora você se convence!

Nathan ampliou seu olhar de ódio para Bernardo, parecia que iria partir o garoto ao meio.

–Escute bem moleque, não se aproxime mais da princesa, ela ira ficar muito melhor sem você por perto!

Bernardo fechou as mãos em punhos, o loiro o estava tirando do serio.

–No dia em que eu perceber que ela será mais feliz ao seu lado eu irei partir, mas se um dia eu a encontrar novamente e ela estiver infeliz eu a levarei embora e não será você ira me impedir!

Os olhos do moreno se encontravam decididos e essa decisão pareceu assustar o loiro, pois ele dera um passo atrás.

–Ela não ira estar, eu garantirei a felicidade dela!

Bernardo deu um sorriso de canto e um passo em frente.

–Tirando sua liberdade? Duvido!

Nathan iria revidar porem o moreno se virou e voltou para o campo, iria jogar novamente com as crianças da vila.