Silêncio

Por algum som que possa estourar tímpanos,
por qualquer lamentação,
por algo que impeça as mensagens de chegar,
por qualquer perda de tempo, por mais algum tempo qualquer...
Qualquer coisa que se possa criar, qualquer coisa que se possa mentir, qualquer coisa que se...
Entre as primordiais dadivas, a mais dispensável.
Dentre os jogos de azar, a sorte de quem não foi iludido.
Mas onde está o sentido?

Se é o fim precisa haver sentido? Algum dia houve sentido?
Talvez um dia um corvo houvesse sentido,
todos aqueles sentimentos tão egoístas que previam o fim.
Quem sabe uma menina já soubesse,
desde o momento em que pegou um pássaro em suas pequenas mãos, que era o fim.

Mas afinal de contas, o corvo vive em ciclos...
Ciclos não acabam, corvos não morrem e almas não se prendem a corpos.

Depois de tantas farsas e tantos desentendimentos;
quem procura um sentido?
De onde vem essa busca por sentido em todas as coisas,
pelo sentido que não tem sentido?


A maldita metáfora está nas entrelinhas da voz de quem não pensa,
de um corvo que ama, de uma alma que chora, de uma menina que voa...

Quantas chances é preciso para encontrar a verdade mais doce?
Quanto custa?
Não importa, pagarão o triplo pela mais amarga