Extinção escrita por Jess


Capítulo 13
Epílogo




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Houve uma menina que foi de um corvo,

tinha um grande amor pela ave cheia de mau agouro,
tinha um vestido azul com um bolso grande onde queria acomodar o corvo,
tinha olhos grandes e felicidade.

Dez, vinte, trinta anos? Ou um século?
Onde? Em qualquer lugar? Em outro?
Não importa quanto tempo passe, ele passa.
A grama cresce, os verões continuam chegando, as arvores continuam florescendo e passa.
Outono chega, as flores surgem, os pássaros cantam.

Mas onde estariam os corvos?
Não existem corvos em outonos?
Eles continuam lá, nunca deixaram as arvores e os contornos,
das belas arvores que surgiam ali.

Olhos negros passeiam pelas arvores,
buscam pelo melhor ângulo, mas se perde entre as pessoas que ali estão.
Algo lhe chama atenção,
poderia ser só algo normal, mais uma menina olhando os pássaros coloridos.
Ela olhava uma arvore sem tantas flores, praticamente seca.

Os olhos se fixaram mais e mais,
procurando entender,
buscando um porquê dela parecer tão só.
E como se não fosse só, o dono, dos olhos negros sentia-se infectado pela mesma solidão .

Tudo parecia tão igual,
um toque sentimental...
Talvez uma ligação carnal?
E se tudo fosse uma chance?
Mas se não fosse nada?

Ele andou até estar ao lado dela...
De perto a pele parecia ainda mais clara, os olhos mais azuis,
o cheiro, que ele já não sabia se provinha das flores ou dela.
Tudo tão claro e tão nebuloso.

Ela despertou do transe de seus pensamentos,
tudo naquele lugar era tão bonito e aqueles galhos secos, tão mortos...
Estava fora de seu lugar.
Olhar para o lado e ver olhos tão negros, tão fixos, tão vivos e tão distantes.
O quão perturbador podia ser encarar algum desconhecido?
Ela não sabia, e não desviou o olhar,
precisava ver aqueles olhos tão escuros como os de um... Corvo.

Ele piscou algumas vezes tentando voltar a sua realidade,
desviou-os para a arvore seca e a mirou com sua lente congelando-a.

Ela continuou com seus olhos presos no desconhecido,
mediu-o procurando algo que explicasse qualquer coisa.
No antebraço, viu marcado uma figura, um desenho na sua pele,
uma figura alada,
bem desenhada,
com alguns traços delicados em tinta negra.

Os olhos azuis fitaram os negos por alguns instantes,
sem nenhum receio, sem restrições, sem se desviar.
Para ela já faltava o ar,
talvez estivesse surpresa ou apenas tentando recordar.
“Desculpe te perguntar...
assim do nada, mas...”

“Talvez”, ela o interrompeu prevendo a pergunta.
Dois sorrisos discretos, olhos atentos...
O entendimento e a indagação,
como o extinto para o animal.


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