Todos Gostam Dela escrita por Codinome K


Capítulo 7
Lucy Democrática




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Capítulo 7

LUCY


Ouço vários cochichos quando, enfim, identifico o dono daquela voz. Lentamente minha ficha cai e arregalo os olhos surpresa.
Ele não devia estar aqui.
Ele nem é do nosso ano.
– O senhor não está em horário de aula, Sr. Dreyar? - pergunta a professora Áries, tão surpresa quanto qualquer um dentro daquele auditório.
Ele apenas dá de ombros, indiferente.
– Fiquei sabendo que a Lucy tinha sido escolhida para Julieta, então pedi para o velhote para poder fazer o teste. - explica, encarando-me, sinto minhas bochechas queimarem. Permito-me espiaremos meus amigos e vejo Natsu, Gray e Loke com cara de poucos amigos, não consigo evitar de sorrir.
– Então o diretor deixou? - pergunta a professora com uma sobrancelha arqueada, obviamente descrente. - Que estranho, ele não é de fazer essas coisas.
– Ele concluiu que esse era um caso especial, principalmente para mim. - continua Laxus, olhando para o chão e... Corando?
O Laxus corou?
Até mesmo Gajeel, Levy e Erza fazem uma expressão surpresa, definitivamente isso não deve ser muito comum.
– Muito bem. -diz a professora com um suspiro, então me encara e me lança um meio sorriso maroto, sutil de mais para que mais alguém percebesse. - Você veio preparado, pelo menos?
O loiro sorri.
– Claro.
– Ótimo. Venha aqui, Lucy. - chama-me a rosada, sem tirar o sorriso maroto dos lábios, ela gesticulava para uma mesa e duas cadeiras localizadas num canto, em cima do palco. - Como Julieta, você também tem a responsabilidade de me ajudar a escolher quem está mais apto para ser o Romeu.
Levanto-me mecanicamente, subo ao palco e sento na cadeira, não ouso olhar para os garotos.
Eu ia ajudar a escolher o Romeu?
Tô fudida, se eu escolher um, os outros vão ficar chateados comigo.
– Então, suba ao palco... Gray. - diz Áries sentando-se preguiçosamente ao meu lado, então ela se inclina e sussurra em meu ouvido. - Além de talentosa você é bem disputada, Lucy.
Coro levemente.
– Aparentemente sim. - digo sem mexer os lábios ou olhar para ela, para que ninguém percebesse que conversávamos.
Ela ri em resposta e encara Gray, que nos esperava com um olhar nervoso.
– Ele é muito bonito, Lucy. -diz a professora. - Não que isso faça-o ter vantagem em cima dos outros, afinal, são todos muito lindos.
Sorrio para ela.
– Tem razão, professora. - digo, encarando Gray de cima a baixo com um olhar técnico.
– No geral tenho mesmo. - ri ela. - E, por favor, me chame de Áries. Somos amigas agora, certo?
– Mas é claro, mas você deve me perdoar. - digo enquanto levanto-me, ela me olha com uma interrogação estampada no rosto.
– O que você está fazendo, Lucy? - sussurra ela.
– Saindo daqui, não posso participar dessas audições. - respondo tranquilamente. - O Romeu deve ser escolhido por seu talento, não tenho o direito de interferir.
Aries suspira pesadamente, mas assente com a cabeça, derrotada.
– Agora é você que tem razão. - diz ela, então levanta-se e anuncia: - Lucy Heartfilia concluiu que não deve interferir na escolha dos personagens, que eles devem ser definidos apenas por seus talentos. Vocês concordam?
Vejo todos assentirem com a cabeça em concordância.
– Pois bem, pode ir se quiser, Lucy. - diz Aries para mim.
Balanço a cabeça negativamente, desejo um boa sorte silencioso para Gray e saio da sala, mas quando chego a um dos corredores vazios, ouço passos atrás de mim e viro-me bruscamente.
Jellal estava parado, com as mãos nos bolsos e olhando-me com um sorriso de canto.
– Jellal! - digo, colocando uma das mãos dramaticamente no coração. - Você quase me matou do coração.
O azulado ri.
– Desculpe por isso. - diz ele sem parecer estar realmente arrependido. - Então... O que você está fazendo aqui? Não tinha teatro agora?
Por um instante eu tinha esquecido que Jellal era da mesma sala de Mirajane e Laxus.
– Na verdade sim, mas eu disse para Aries que não iria acompanhar as audições para Romeu, porque eu acho que eles devem ser escolhidos pelo seu talento. - explico, resumindo os fatos. - E como todo mundo concordou, ela me dispensou.
Ele me lança um sorriso encantador, por alguma razão meu coração bateu mais rápido.
– Certo, isso quer dizer que você não tem nada para fazer agora? - pergunta ele aproximando-se mais de mim.
– Sim.
– Eu estava indo para casa jogar videogame, já que Capricorn faltou. - conta Jellal com um leve rubor. - Quer vir comigo?
– Claro, que jogo seria exatamente? - pergunto, sem conseguir esconder meus olhos brilhando. Adoro videogames.
– Mortal Kombat. - responde ele, com os olhos brilhando também.
Sorrio de orelha a orelha, ele me olha surpreso.
– Não me diga que você joga?
– Você vai descobrir. - digo com malícia, fazendo-o gargalhar e me puxar pela mão em direção ao seu carro, que no caso, era um Lamborghini preto.
– Você gosta de videogame, LD? - pergunta-me o azulado, entrando no carro e dando a partida.
– LD? - pergunto, colocando o cinto de segurança no banco do passageiro.
– Lucy Democrática. - responde ele, filosofando. - Pela sua atitude na aula de teatro.
– Se você está me dando apelidos, isso quer dizer que eu também posso te dar apelidos? - pergunto inocentemente.
Jellal me olha de canto, receoso, mas lentamente balança a cabeça.
– Bom saber, Jelly. - digo, tentando segurar o riso.
– Jelly?! - exclama indignado. - Isso fica tão gay.
– Era Jelly ou Lal-lal. - respondo dando de ombros. - Eu só achei que você ia preferir o primeiro.
– Certo, pode me chamar de Jelly. - diz ele. - Só não faça isso na frente dos outros. - completa, parando o carro em frente a uma belíssima mansão branca com janelas marrons, em estilo vitoriano.
– Que linda a sua casa! - exclamo, ignorando o pedido dele propositalmente.
– Obrigado. - diz ele, descendo do carro e dando a volta para abrir a porta para mim, então andando em direção a porta de sua casa. - É duro cuidar de uma casa grande como essa sozinho, mas eu até que gosto de organizar as coisas.
– Por quê não contrata uma empregada? - pergunto.
– Porque a única que eu realmente confiava foi embora junto com meus pais. - explica dando passagem para eu entrar.
A sala de estar era ainda mais linda, piso polido amarelo-dourado, com colunas gregas e quadros cubistas coloridos em vários cantos; uma enorme tv de tela plana e um conjunto de sofás amarelo-mostarda.
– Então você mora sozinho? - pergunto, sem me incomodar de estar sozinha com ele em sua casa.
– Não, moro com meu irmão, Mystogan. - diz ele. - Mas ele está sempre viajando, então na maior parte do tempo eu moro sozinho.
Assinto com a cabeça, e quando viro-me para encara-lo, seu rosto está a poucos centímetros do meu, quando ele faz menção de se aproximar ainda mais, me afasto bruscamente.
– Então, onde está o seu videogame? - pergunto, tentando amenizar o clima repentinamente pesado, Jellal sorri.
– No meu quarto. - responde subindo uma longa escadaria. - Venha.
Sigo-o sem pestanejar, chego ao quarto de Jellal e me surpreendo com a quantidade de jogos que ele possuía, e videogames também. Ia de XBOX a DS, haviam quatro prateleiras lotadas de jogos.
– Jellal. - chamo-o, colocando minha bolsa em cima da cadeira de sua escrivaninha e jogando-me em um dos pufes que estavam na frente de uma grande tv fixada na parede.
– Sim? - diz ele, colocando o Mortal Kombat no XBOX.
– Se eu me casar com você, esses jogos também serão meus? - pergunto, observando-o enquanto senta-se no mesmo pufe que eu.
– Provavelmente. - responde depois de pensar um pouco.
– Por quê você está sentado no mesmo pufe que eu? - pergunto sem expressão.
– Porque a casa é minha e eu que mando na porra toda. - diz ele com um tom clínico.
Rio e ele me entrega o joystick.
Escolha a Kitana para lutar, já que gostava do fatality em que ela usava os leques, Jellal escolhe o Sub-Zero.
– Prepare-se para perder, LD. - diz ele, sem tirar os olhos da tv.
– Igualmente. - retruco apertando uma sequência se botões e executando um mortality simples, fazendo com que a barra de vida do personagem dele caísse pela metade. Jellal bufa, mas quando percebo que ele estava tentando fazer o fatality do Sub-Zero, faço um babality seguido do fatality em que a Kitana gira os leques e corta o adversário ao meio. Logo ganhei duas vezes seguidas.
– Ganhei. - digo, colocando o Joystick em cima da mesa que ficava entre os pufes e a tv, Jellal me encarava de olhos arregalados.
O pufe em que estávamos deveria ser espaçoso para uma pessoa, mas era apertado para duas, tanto que eu e Jellal estávamos com um lado do corpo completamente colado com o do outro, minha coxa direita estava em cima da coxa direita dele.
– Você... ganhou de mim. - diz ele mais para sim mesmo do que para mim, sem querer acreditar. - Com um personagem feminino ainda por cima.
– Não seja machista. - ralho, fazendo um biquinho de birra inconscientemente, Jellal me olha e sem hesitar me beija.
Fico um segundo em pleno choque, mas logo ele me puxa para seu colo e aprofunda o beijo, a boca de Jellal tinha gosto de Tutti-Frutti, não que eu acreditasse que era porque seu cabelo era azul, mas também não acho que fosse coincidência.
Separamo-nos do beijo ofegantes, eu estava abraçando-o com as pernas, e ele segurava meu bumbum com força, impedindo-me de cair.
– Como eu estava dizendo. - continuo um pouco ofegante. - Não seja machista, mas eu posso ganhar de você com qualquer personagem.
– É mesmo? - pergunta ele sem tirar o sorriso bobo do rosto. - Sabe jogar cartas, Lucy?
– Depende do jogo. - digo pensativa.
– Poker Texas. - diz ele com um sorriso maligno.
– Mas é claro. - respondo de pronto.
Saio de cima dele e o observo levantar e pegar uma grande maleta preta, com a palavra Poker e um brasão com os quatro naipes em dourado em cima. Ele embaralha e me da duas cartas, então separa duas cartas para si mesmo.
Jogamos poker por um bom tempo, até que pego todo o dinheiro dele com uma simples trinca de Às, ele se joga na cadeira e me encara impressionado.
– Você é boa em tudo?
– Não, não sei fazer malabarismo. - digo sinceramente, ele ri e pega de dentro de uma gaveta quatro bolinhas, então, com mãos hábeis começa a fazer malabarismo.
– Isso, LD? Não consegue fazer isso? - pergunta ele provocando-me, levanto-me, e digo:
– Jelly, me beije.
Na hora ele deixa as bolinhas caírem no chão, agarra minha cintura e me puxa para si, mas quando aproxima seus lábios dos meus, começo a rir e ele me olha confuso.
– Qual é a graça? - pergunta sem entender.
– Você se distrai muito fácil. - respondo. - Seu eu soubesse disso antes, teria ganhado no Poker e no Mortal Kombat muito mais rápido.
– Mas você faria isso só por que queria ganhar, ou por que gostou de me beijar?
Pondero a pergunta dele por um instante.
– Eu acho que seria como matar dois coelhos com uma cajadada só.
Ele ri então me olha sério.
– Você é cruel, LD.
– Por quê? - pergunto olhando dentro de seus olhos.
– Está aí, pensando em matar coelhos. - diz ele sombriamente.
Reviro os olhos.
– Não vou nem responder. - digo por fim, então olho para o relógio e arregalo os olhos. - Merda! Tenho que ir! - exclamo pegando minha bolsa e correndo, enquanto Jellal me segue de perto.
– Por quê? - pergunta ele, pegando as chaves do carro e me empurrando para dentro, como estava com pressa, não reclamo.
– Tenho um compromisso. - digo sem dar muitos detalhes.
– Que compromissos? - pergunta ele.
Merda, não vou mentir.
– Vou ao cinema com o Gray. - respondo e vejo sua expressão de transformar num misto de ciúme, raiva e tristeza.
– Onde você mora, Lucy? - pergunta ele, ignorando minha resposta e sem usar o apelido que colocara em mim.
– Ao lado da casa do Natsu. - respondo de pronto.
Em menos de cinco minutos num silêncio absoluto chegamos lá, quando faço menção de abrir a porta, Jellal segura meu pulso.
– Lucy, Lucy. - diz ele com uma cara estranha. - Quero repetir esse dia.
Sorrio aliviada, por um segundo achei que seria alguma coisa grave.
– Mas é claro. - respondo e corro para dentro de casa.
Subo as escadas e quando abro a porta de meu quarto quase tenho um infarto.
Gajeel estava deitado na minha cama, e lia um dos meus mangás distraidamente.


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