Todos Gostam Dela escrita por Codinome K


Capítulo 6
Bunny Girl e Lata de Lixo




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NA MANHÃ SEGUINTE...

LUCY

Hoje o Gray virá me buscar para ir ao cinema.

Eu já disse que sou uma vadia? Caso não tenha mencionado: eu sou uma vadia.

Adormeci pensando nos acontecimentos do dia anterior. Eu beijei o Loke! E foi um beijo dos bons. Logo depois quase beijei o Gray, sem comentários sobre isso.

Olho para o teto pensativamente, não estava com absolutamente nenhuma vontade de levantar da cama, lentamente, uma música que eu não ouvia a um bom tempo me vem a cabeça, e quando noto, estava cantarolando baixinho.

Say something, I'm giving up on you

I'll be the one, if you want me to

Anywhere, I would have followed you

Say something, I'm giving up on you

And I, am feeling so small

It was over my head

I know nothing at all

And I, will stumble and fall

I'm still learning to love

Just starting to crawl

Say something, I'm giving up on you

I'm sorry that I couldn't get to you

Anywhere, I would have followed you

Say something, I'm giving up on you

And I will swallow my pride

You're the one, that I love

And I'm saying goodbye

Say something, I'm giving up on you

And I'm sorry that I couldn't get to you

And anywhere, I would have followed you

Say something, I'm giving up on you

Say something

– Que estranho... Lembrar dessa música assim do nada... - digo para mim mesma, então quase tenho um ataque cardíaco quando a porcaria do celular toca.

– Quem é? - pergunto meio rude.

– Nossa, você podia ser mais doce, sabia? - diz uma voz grossa e divertida. - Sou eu, Gajeel.

Ergo as sobrancelhas, surpresa.

– Como conseguiu meu número? - pergunto de pronto.

– A baixinha me deu. - responde ele preguiçosamente.

– Então, o que quer comigo? - pergunto sem rodeios, não é porque o conheci ontem que serei uma pessoa falsamente doce.

– Nada, só queria te acordar cedo e te irritar, mesmo. - responde como se não fosse nada.

Respiro fundo e conto calmamente até dez, então solto uma risada leve.

– Eu já estava acordada. - respondo calmamente. - Há - há.

– Assim não tem graça. - diz ele em tom de lamento.

– Você deveria é ficar feliz. Se eu fosse acordada por você, você nós não estaríamos conversando agora, você estaria ocupado. - digo com a voz mais doce possível.

– O que eu estaria fazendo? - pergunta ele curioso.

– Chorando num canto por não poder mais ter filhos. - respondo malignamente.

Ouço-o engolir em seco e não consigo deixar de rir.

– Okay, ameaça recebida com sucesso. - diz ele. - Agora vai tomar banho.

– Me obrigue. - digo automaticamente, então repasso o pedido dele e minha resposta, lentamente entro em pânico.

Ele com certeza vai pensar merda.

Ouço-o dar uma risada maliciosa.

– Claro, na minha casa ou na sua? - pergunta, mas para meu alívio, ele está brincando.

Te amo, Gajeel.

– Engraçadinho. - digo sarcástica. - Mas por quê você quer que eu tome banho agora?

– Porque eu acordei hoje com vontade de te levar para sair antes de ir para a escola. - diz ele como se não fosse nada.

– Okay. - respondo. - Esteja na minha casa em uma hora. - digo.

– Onde você mora, Lucy? - pergunta ele.

– Ao lado da casa do Natsu. - respondo de má vontade.

– Certo, estarei aí. - diz ele e desliga.

Olho para o celular na cama, então lenta e preguiçosamente me arrasto até o banheiro e tomo um banho rápido. Como teríamos que ir para a escola depois, optei por uma roupa mais simples; um vestido rosa bem claro, com um cinto fino vermelho escuro, acompanhado por algumas pulseiras de bronze, uma tiara e sapatilhas também vermelho-escuro.

Espio o relógio, recém 6:40, ainda faltavam vinte minutos para Gajeel chegar. O que será que ele quer comigo? Me conhecer melhor? Não sei... Mas ele parece ser um cara bem legal, perfeito para ser amigo.

Sim, amigo.

Acho que não sou tão vadia assim.

Fiquei pensando durante o banho... Por quê eu fico me chamando de vadia? Não é que eu dou para todo mundo nem nada do gênero, é que, de repente, eu preciso mudar de escola e acabo conhecendo um monte de gente bacana, e um ou outro dão em cima de mim, isso me deixa meio confusa.

Desço as escadas pulando degraus, decido que não sou uma vadia.

– A culpa é deles! De abusarem do meu coração sensível! - exclamo raivosa. - Mas eu realmente sinto coisas estranhas quando fico perto deles... Como se os conhecesse a tempos. - sussurro para o vazio da mansão.

Assusto-me ao ouvir a campainha tocando, abro a porta e vejo Gajeel me olhar de cima a baixo com um sorriso um tanto malicioso.

– Você está muito bonita, Bunny Girl. - diz ele, que estava com uma camisa social perolada e um colete preto por cima; calça jeans preta combinando com seus Vans pretos e uma gravata preta solta em seu pescoço. Definitivamente, um colegial rebelde muito interessante.

– Não sei se consigo aceitar você me chamando de Bunny Girl, lata de lixo. - respondo com um sorriso meigo.

– Lata de lixo? Isso pode ferir meus sentimentos. - diz ele fingindo estar cabisbaixo, rio e tranco a porta de casa.

– E você acha que Bunny Girl é um elogio para mim? - ergo uma sobrancelha descrente, ele apenas ri e dá de ombros inocentemente.

– Não posso fazer nada se esse apelido combina com você.

– Certo. - suspiro derrotada. - Me chame assim o quanto quiser, mas só você, lata de lixo.

– Claro, claro. Você também é a única que pode me chamar de Lata de Lixo. Assim ficamos quites.

–Sim. - digo acompanhando os passos dele, que andava distraidamente. - Lata de Lixo?

– Hum? - diz ele.

– Para onde estamos indo? - pergunto.

– Para a praia. - responde ele.

Paro de andar imediatamente e o encaro.

– AQUI TEM PRAIA? E NINGUÉM ME DISSE NADA? - berro, mas Gajeel tapa a minha boca.

– Sim, Bunny Girl. Aqui tem praia, agora para de gritar que os seus vizinhos ainda estão dormindo. - sussurra ele em meu ouvido, me causando arrepios, que ignoro.

– Eu tenho o Natsu como vizinho. - anuncio dando de ombros. - Não estou nem aí se ele acordar do seu sono de beleza.

Gajeel me olha com um olhar maligno.

– Esquece a praia. - diz ele, mas quando estou prestes a protestar ele completa: - Prometo que amanhã a tarde eu te levo, mas tive uma ideia melhor agora.

– Estou ouvindo. - falo por fim.

– O que você acha de zuar com o Natsu? - sugere ele com um sorriso ainda mais maligno. - Você sabe onde é o quarto dele, certo?

Penso por um momento.

– Se ele estava tão incomodado com o barulho no meu quarto, o quarto dele deve ser de frente para o meu. - respondo. - O que você tem em mente?

– Coisas malignas, muito malignas. - responde ele. - Você tem um cesto de roupas bem grande?

– Tenho. - respondo, então percebo o que ele quer fazer. - Você não quer...

Ele assente, então me puxa pela mão na direção da minha casa.

Abro a porta e vou para a lavanderia, onde eu me lembrava de ter visto um grande cesto de roupa, que estava vazio no momento. Gajeel me esperava na sala.

– Vamos. - chamo-o subindo as escadas.

"Esquentadinho... Você vai ficar tão bravo." penso divertindo-me.

Abro a porta do meu quarto e Gajeel me segue, abro as portas da sacada, que dão de frente para a sacada de Natsu, que por sorte, tinhas as portas abertas.

– Vou na frente. - digo para o moreno, que assente.

Entrego o cesto para Gajeel, pulo de uma sacada para outra com facilidade, chego na ponta dos pés até o quarto de Natsu e o vejo dormindo profundamente, aceno para Gajeel, que em segundo já está colocando todas as roupas de Natsu dentro do cesto.

– Vamos deixar uma mensagem? - sussurro quando Gajeel faz menção de ir embora.

Ele assente, então pego um papel e uma caneta na escrivaninha de Natsu e escrevo.

"SUAS ROUPAS SÃO NOSSAS! VENHA BUSCAR!
DE: BUNNY GIRL E LATA DE LIXO."

Gajeel, que estava inclinado sobre mim para ler, quase põe tudo a perder com uma gargalhada, mas respira fundo duas vezes, me espera colocar o papel dentro do guarda-roupa de Natsu e saímos de fininho.

Quando entramos no meu quarto, eu e Gajeel nos jogamos na cama e rimos até a barriga doer, meus olhos passam pelo relógio e vejo o horário assustada: 7:45. O tempo passou muito rápido, então levanto-me num pulo, pego Gajeel pela mão e o arrasto para fora da casal.

– Estamos atrasados. - digo para ele, que apenas me acompanhava sem entender nada.

– Jura? Passou rápido. - comenta ele. - Eu queria ser uma mosquinha para ver a cara do Natsu.

– É, eu também. - respondo, diminuindo o passo quando chegamos na frente da escola. - Mas a primeira aula é Teatro, e eu preciso chegar cedo para ajudar a professora Aries.

– Aé, eu tinha me esquecido disso. Você foi muito bem mesmo. - diz ele.

– Obrigada. - digo, ofegante pela corrida.

Eu andava em direção ao auditório, mas vejo Erza, Levy, Juvia e Mirajane conversando animadamente, elas me olham e arregalam os olhos de surpresa, os olhos de Levy soltavam faíscas. Lentamente sigo seus olhares e só então percebo que ainda estava segurando a mão de Gajeel, olho para ele e ele me encara de volta, ambos coramos fortemente e soltamos as mãos.

– Bem, vou procurar o Gray, o Loke e o Jellal para contar o que a gente fez. - diz Gajeel para mim. - Então até mais, Lucy... garotas.

Aceno para ele e sou bombardeada por perguntas.

– Você e o Gajeel? O que vocês fizeram? Não sabia que você gostava de rockeiros, Lucy.

– Somos amigos, ele ia me levar para ver a praia. - explico para elas, então conto o que fizemos com Natsu, percebo que a cada palavra o olhar de Levy suavizava mais. A pequena garota gostava mesmo do Gajeel.

– Vocês não fizeram isso! - exclama Erza com as mãos nos joelhos de tanto rir.

– Claro que não, quem fez foi Bunny Girl e Lata de Lixo. - digo rindo também.

Logo vejo Gajeel, Gray, Loke e Jellal se aproximando, rindo tanto quanto nós. Loke é o primeiro a me ver, ele me da um abraço apertado e me levanta do chão.

– Estou ansioso para a próxima vez. - sussurra disfarçadamente em meu ouvido, com a voz carregada de uma emoção que não fui capaz de identificar.

Loke me solta e vejo Gray o fuzilar com os olhos, então Gray me dá um abraço civilizado e diz bem alto, aposto que para Loke ouvir:

– Então eu te busco na sua casa hoje, né Lucy? - diz ele.

Seguro-me para não rir.

– Isso ai. - digo vendo a expressão de Loke se transformar numa profunda carranca.

Dou uma olhada para trás, e por sorte as meninas haviam saído quando eles chegaram, bato de leve no ombro de Gray.

– Você deve ta querendo morrer, só pode. - cochicho no ouvido dele, que tomba um pouco a cabeça para o lado para poder me ouvir. - Se a Juvia ouve a gente morre, e eu sou muito jovem para morrer.

Gray bagunça carinhosamente meus cabelos e ri.

– Eu vi quando ela saiu, bobinha. - diz ele como se eu fosse uma criança inocente.

Bufo contrariada e corro para o auditório, deixando as explicações da minha pressa com Gajeel.

. . .

Eu estava sentada na primeira cadeira do auditório, entre Loke e Gray, esperando a professora Aries chegar. De repente ouvimos risadas descontroladas e suspiros apaixonados do resto dos alunos e quando me nos viramos para ver, meu queixo cai e começo a rir também.

Gajeel, que estava atrás de mim me olha e fazemos um hi-five sem parar de rir.

Natsu andava calmamente com uma cueca box preta até o assento vago ao lado de Gajeel.

– Quem foi? - pergunta o rosado.

– Não sei. - responde Gajeel inocentemente. - Você sabe, Bunny Girl?

– Eu não sei de nada, Lata de Lixo. - respondo no mesmo tom inocente.

Natsu nos olha com uma fúria contida, mas tudo o que ele diz é:

– O Gajeel estava no quarto da Lucy? - pergunta para ninguém em particular.

Eu e Gajeel trocamos olhares, estranhando a reação de Natsu.

– Sim, eu entrei no quarto dela para pular pela sacada até o seu quarto. - explica ele para Natsu com cuidado.

– Não esqueça que a gente ficou uns vinte minutos deitados na minha cama rindo. - completo. - To até vendo, quando eu deitar naquela cama de novo, vou pegar tétano, de tanta ferrugem.

Gray, Loke e o próprio Gajeel gargalham.

– Fique sabendo, Bunny Girl. Que eu sou uma lata de lixo muito limpa. - diz ele fingindo que está limpando uma lágrima do olho esquerdo.

Todos rimos, então olhamos para Natsu, que estava muito quieto.

– Você está bem, Natsu? - pergunto, levemente preocupada.

A expressão dele instantaneamente suaviza, e ele consegue dar um sorriso de canto.

– Estou bem, só é meio desconfortável ficar de cueca assim, na frente de todo mundo. - responde ele corando e desviando o olhar.

– Então fique feliz, porque eu peguei umas roupas suas e trouxe na bolsa. - respondo abrindo a bolsa e jogando as roupas para Natsu, que me olha agradecido e se veste ali mesmo.

Somos interrompidos pela professora Aries.

– Como todos sabem, hoje é o teste para o papel de Romeu. - anuncia ela. - Os voluntários foram Loke, Gray e Natsu... - diz ela, mas é interrompida por uma voz no fundo do auditório:

– Eu também quero tentar!

Viro-me para ver quem havia falado, meus olhos e o de todos se arregalam de surpresa quando reconhecem ele.


CONTINUA...


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