Avada Kedavra escrita por potterstinks


Capítulo 2
[1x1] Experiências traumatizantes.




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Capítulo I

Experiências traumatizantes.

"Não tem como encontrar a felicidade sem ter passado pela tristeza. Pense nisso."

Após um tempo escutando música, ouvi a porta da cabine abrir. Olhei para a mesma e vi três adolescentes lá, um ruivo de olhos azuis, um moreno de olhos verdes e cabelos bagunçados, e uma morena com cabelos cheios e uma aparência de superior.

– Quem vocês acham que são eles? - perguntou o garoto ruivo, em um sussurro, para os outros dois.

– Este ao que se parece é o professor R. J. Lupin e eu sou Verona Beauregard, prazer. - Qual é, eu não iria falar "Ah, meu nome é Avada Kedavra, morra seu infeliz." Sim, eu sei que meu nome é a maldição da morte, eu aproveitei e li todos os livros que eu comprei no Beco Diagonal durante o mês que eu fiquei no orfanato esperando o dia 1° de Setembro chegar. Eu sempre tive essa facilidade para leitura, por isso, no meu malão têm muitos livros, tanto livros trouxas quanto livros bruxos. Viu? Já estou aprendendo a falar como uma bruxa.

E meu nome é muito estranho. Não estou falando do Verona, mas sim de todo ele. Ele completo fica "Avada Kedavra Veronica Beauregard Riddle", é extremamente estranho. Aí uma pessoa grita 'AVADA KEDAVRA!' e eu não sei se ela está matando alguém ou se está me chamando. Pois é, pois é.

– Como é que você sabe? - perguntou o garoto moreno.

– O dele está na maleta e eu acho que é bom eu saber meu próprio nome. — franzi o cenho, e apontei para o bagageiro acima da cabeça do homem, onde havia uma maleta gasta e amarrada com vários fios de barbante caprichosamente trançados. O nome Prof R. J. Lupin estava estampado a um canto em letras descascadas. O homem usava um conjunto de vestes de bruxo extremamente surradas e cerzidas em vários lugares, e parecia doente e cansado. Embora tivesse uma aparência jovem, seus cabelos castanho-claros estavam salpicados de fios brancos.

– Eu sou Ronald, mas pode me chamar de Rony. Esta é Hermione e este é Harry, podemos ficar aqui?

– Claro. - dei um sorriso de lado, e voltei a olhar pela janela.

– Que é que você ia nos dizer mesmo, Harry? - ouvi Rony perguntar.

– Agora não Rony - respondeu ele, me olhando brevemente.

– Não seja por isso, podem conversar a vontade. Mas não deixem ninguém pegar o meu lugar, por favor. - sorri, e saí da cabine.

Caminhei um pouco pelo trem, até que vi uma senhora bruxa baixinha e gordinha com o carrinho de comida passando, fui até ela calmamente.

– Olá, querida. Vai querer alguma coisa? – perguntou sorrindo amavelmente.

– Oh sim, que tipos de chocolate a senhora têm?

– Hmm..deixe-me ver. Sapos de chocolate, barras de chocolate misto, e barras extra grandes de chocolate recheado com Marshmallow.

Eu tive certeza que naquela hora meus olhos brilharam que nem uma criança quando ganha o que quer no natal.

– Eu vou querer cinco barras extra grandes recheadas de Marshmallow, por favor. – ela me olhou assustada, mas deu-me as barras.

– Quinze galeões, por favor. – sorriu amavelmente para mim.

Peguei no meu bolso os galeões e entreguei a ela. Despedi-me dela, fiz discretamente um feitiço indetectável de extensão no bolso do meu moletom e coloquei lá as barras. Estava caminhando calmamente de volta à minha cabine quando esbarrei, sem querer, em um garoto loiro de olhos acinzentados e uma expressão arrogante, mas gente, que garoto gato! Mas, graças a Deus – ou Merlin, sei lá, - eu não caí. Bem, ele infelizmente não teve a mesma sorte, e caiu sentado no chão, enquanto eu tentava não rir.

– Quer ajuda? – questionei risonha, estendendo minha mão para ele, que apenas ignorou-a e se levantou sozinho, com uma expressão fria. Os dois garotos parecidos com trasgos que estavam atrás deles também estavam segurando o riso. Os garotos-trasgos eram grandes e musculosos; o mais alto tinha um pescoço muito grosso e um corte de cabelos de cuia; os cabelos do outro eram curtos e espetados, e seus braços compridos como os de um gorila.

– Não preciso que uma sangue-ruim me toque. – respondeu com sua voz arrastada, arrogantemente. Franzi o cenho. Sangue-ruim? Que diabo é isso?

– Por acaso você é vampiro? Porque esse trem vai nos levar à Hogwarts, e não à Transilvânia. – agora quem franziu o cenho foi ele.

– Quê?

– Ué, que eu saiba quem prova o sangue para saber se é ruim ou é bom é vampiro, não bruxo. – dei de ombros.

– Tá... – ele falou lentamente e prolongou o ‘á’, falando como se estivesse falando com uma criança de sete anos, ou com um demente.

– Se não se importa, eu vou indo para minha cabine. – comecei a caminhar, mas ele segurou meu braço:

– Sou Draco, Draco Malfoy.

Sorri de lado, - Sou Avada, Avada Kedavra. – que foi? É legal assustar as pessoas.

Quando eu falei meu nome ele arregalou os olhos, e soltou meu braço, meio espantado. Meu sorriso se ampliou, virei-me e voltei a caminhar.

– Posso entrar? – questionei colocando minha cabeça para dentro da cabine. E o carinha lá, como estava? ELE CONTINUAVA DORMINDO! Pode isso, produção? Não pode!

– Claro. – respondeu Hermione, sorrindo.

Sorri de lado e entrei na cabine novamente, me sentando na janela, no mesmo lado em que havia sentado antes.

– Mas então, Verona, conte-nos um pouco sobre você. – disse Harry, sorrindo.

– Hm...Meu nome é muito estranho. Tenho treze anos, e por algum motivo minha carta de Hogwarts não chegou quando eu tinha onze anos. Vou ter aulas extras aos fins de semana, para recuperar o tempo perdido e para eu não precisar ficar até os dezenove anos aqui. Não sei nada sobre meus pais, nem os nomes deles. Tenho uma grande obsessão por chocolate, sou alérgica a vários tipos de frutas, amo ler e leio extremamente rápido, toco violão, violino e também sei cantar um pouco. – falei tudo em um fôlego só.

– Eita. – Hermione riu, surpresa.

– Por que seu nome é estranho? Verona é um nome bem bonito. – Rony falou, com as orelhas assumindo um tom de vermelho bem forte no final da frase.

Eu ri, - Meu nome é Avada Kedavra, Rony.

Ele e os outros arregalaram os olhos.

– A maldição da morte? – Hermione perguntou surpresa, e eu assenti.

– Altas revelações aqui. – Harry riu.

– E vocês? – perguntei curiosa.

Rony falou um pouco sobre si mesmo, descobri que ele tem seis irmãos, sendo Gui, que trabalha no Gringotes do Egito, o mais velho; Carlinhos, que estuda dragões na Romênia, é um ano mais novo que Gui; Percy, que é, segundo Rony, ‘um problemático que deixou o poder subir à cabeça e ficou completamente obcecado pelo cargo, ele é dois anos mais velho do que os gêmeos; os gêmeos Fred e Jorge, que são ‘extremamente marotos, e vivem aprontando’ são dois anos mais velhos que Rony; e a caçula Gina, que é apenas um ano mais nova que ele. Descobri que ele é desleixado em questão dos estudos, tem aracnofobia – ri horrores quando Harry falou que quando ele vê uma aranha ele fica parecendo uma menininha – e também é, segundo Hermione, completamente comilão. Ah, ele tem um rato esquisito, chamado Perebas.

Hermione falou um pouco sobre si mesma também, descobri que ela é nascida-trouxa, ama ler e é considerada a ‘Sabe-tudo’ de Hogwarts. Os garotos falaram que ela é uma das pessoas mais inteligentes de Hogwarts, ato que fez a garota adquirir uma coloração extremamente vermelha nas bochechas, acho que os tomates sentiriam inveja se a vissem naquele momento. Ela tem um gato, chamado Bichento, que ela comprou nessas férias.

Harry falou sobre si mesmo, um pouco hesitante no começo, mas descobri coisas que me fizeram ficar boquiaberta. Harry é extremamente famoso no mundo bruxo, porque um bruxo babaca, idiota, otário, trouxão, burro, acéfalo, retardado mental, desocupado, com problemas na cachola, um energúmeno completo das trevas, também conhecido como Voldemort – Ron e Hermione estremeceram ao ouvir esse nome – matou seus pais, e quando foi lhe matar, o feitiço ricocheteou, fazendo o Voldemort evaporar e o Harry ficar com uma cicatriz em formato de raio na testa. Harry foi criado pelos seus tios, Valter e Petúnia Dursley, e seu primo-porco, Dudley.

Harry, Rony e Mione contaram as aventuras que viveram no primeiro e no segundo ano, e cara, eu aposto que esse ano também vai ter esse tipo de aventura. Quando Harry sentiu-se confortável, ele me explicou que um tal de Sirius Black, carinha que fugiu de Azkaban – a prisão dos Bruxos, - possivelmente está atrás dele. Eles me mostraram a matéria, que dizia que ele tinha assassinado treze trouxas e blá blá blá, mas, quando eu vi aquela imagem, eu não vi um assassino louco e psicótico que provavelmente pode matar o Harry com um machado, mas vi um homem desesperado. E quando eu li aquela matéria, eu acreditei na inocência dele. Mas não faço a mínima ideia do por que.

~♦~

No meio da tarde, bem na hora em que a chuva começou a cair, embaçando os contornos das colinas ondulantes por que passavam, ouvi passos no corredor, e surgiram à porta três pessoas: Draco Malfoy, e os dois que o acompanhavam. Eu ainda não sabia o nome deles, que saco. ELES PODERIAM SE APRESENTAR, SABIA? SE NÃO EU MESMA ME APRESENTO, MAS APONTANDO A VARINHA PARA ELES E GRITANDO MEU NOME! Aí eles morreriam, seria legal. Eita, Verona, pensamentos homicidas hoje não!

– Ora! Vejam só quem está aqui... - começou Draco naquela sua voz arrastada e arrogante, abrindo a porta da cabine, - Potinha e Fuinha.

Os energúmenos riram feito trasgos - ou será que riram como si mesmos?

– Ouvi dizer que seu pai finalmente pôs as mãos no ouro neste verão. - disse Malfoy. - Sua mãe não morreu do choque?

Rony se levantou tão depressa que derrubou a cesta de Bichento no chão. O Prof° Lupin soltou um pequeno ronco.

– Quem é esse ai? - perguntou Draco, dando automaticamente um passo atrás, ao ver Lupin. Que ótimo! Virei invisível para ele não conseguir me ver?

– Professor novo - disse e levantei-me, e o garoto pareceu surpreso ao me ver ali - Que é que você ia dizendo mesmo, fofo? - usei um tom irônico ao falar ‘fofo’, até porque, de fofo aquele garoto não tinha nada.

Os olhos muito claros do menino se estreitaram; ele não era tão idiota a ponto de puxar uma briga bem debaixo do nariz de um professor.

– Vamos. - murmurou Draco, contrariado, para os dois energúmenos, e os três sumiram de vista.

Eu, Harry e Rony tornamos a nos sentar, Rony massageava os nós dos dedos.

– Não vou aturar nenhum desaforo de Draco este ano. - disse cheio de raiva - Estou falando sério. Se ele disser mais uma piadinha sobre a minha família, vou agarrar a cabeça dele e...

Rony fez um gesto violento no ar.

– Rony - sibilou Hermione, apontando para o Prof° Lupin -, cuidado...

Mas o Prof° Lupin continuava ferrado no sono.

– Quem era os outros dois? – perguntei curiosa.

– Ah, Crabbe e Goyle. Eles são tipo cães de guarda do Malfoy.

A chuva engrossava à medida que o trem avançava mais para o norte; as janelas agora iam se tornando um cinza sólido e tremeluzente, que gradualmente escureceu até as lanternas se acenderem nos corredores e por cima dos bagageiros. O trem sacolejava, a chuva fustigava, o vento rugia, mas, ainda assim, o Prof° Lupin continuava adormecido.

– Devemos estar quase chegando. - disse Rony, curvando-se para frente para olhar, além do professor, a janela agora completamente escura.

Essas palavras mal tinham saído de sua boca quando o trem começou a reduzir a velocidade.

– Legal! - exclamou Rony, levantando-se e passando com todo o cuidado pelo Prof° Lupin para tentar ver lá fora. - Estou morrendo de fome. Quero chegar logo para o banquete...

– Nós ainda não chegamos. - disse Hermione, consultando seu relógio.

– Então por que estamos parando? – questionei, franzindo o cenho.

O trem foi rodando cada vez mais lentamente. Quando o ronco dos pistões parou, o barulho do vento e da chuva de encontro às janelas pareceu mais forte que nunca.

O trem parou completamente com um tranco, e baques e pancadas distantes sinalizaram que as malas tinham despencado dos bagageiros. Em seguida, sem aviso, todas as luzes se apagaram e nós mergulhamos em total escuridão. Vish, tenho a leve impressão que não vai dar boa coisa.

– Que é que tá acontecendo? O trem tá sendo possuído pelo ritmo ragatanga? – perguntei, sem me levantar.

Ouvi risadas.

– Cala a boca, Avada. - era a voz de Harry, que ainda estava risonha.

– Que grosseria. - bufei e fiz biquinho, mas ele não deve ter visto, até porque a gente estava sem luz. JÁ SEI O QUE ACONTECEU: Esqueceram de pagar a luz!

– Ai! - exclamou Hermione. - Rony, isto é o meu pé!

– Vocês acham que o trem enguiçou? – perguntei, franzindo o cenho.

– Não sei...

Ouviu-se um barulho de pano esfregando vidro e vi os contornos difusos de Rony desembaçando um pedaço da vidraça da janela para espiar.

– Tem uma coisa se mexendo lá fora. - disse ele. - Acho que está embarcando gente no trem...

Não falei? Vai ser um ano com várias aventuras. A porta da cabine se abriu repentinamente e a única coisa que eu conseguia era ouvir os sons.

– Desculpe... Você sabe o que está acontecendo?... Ai... Desculpe...

– Ai, Neville.

– Harry? É você? Que é que está acontecendo?

– Não tenho idéia... Senta...

Ouviu-se um sibilo forte e um ganido de dor, Neville tentara se sentar em cima do Bichento. Eita! Tadinho do Bichento.

– Vou perguntar ao maquinista o que está acontecendo. - Hermione falou. Senti a garota passar por mim, ouvi a porta deslizar, e em seguida um baque e dois berros de dor.

– Quem é?

– Quem é?

– Gina?

– Mione?

– Que é que você está fazendo?

– Estava procurando o Rony!

– Entra aqui e senta...

– Aqui não! - resmunguei depressa, ao sentir um peso no meu colo (que garota safada, essa Gina). - Eu estou aqui!

– Quem é você? – perguntou a voz da garota.

– Eu sou Verona, depois nos apresentamos formalmente, que tal?

– Ok.

– Silêncio! - ordenou uma voz rouca, de repente. Acho que o Profº Lupin acordou. FINALMENTE, NÉ FOFO!

Seguiu-se um estalinho e uma luz trêmula inundou a cabine. Pelo que eu via, o professor dorminhoco estava empunhando um feixe de chamas. As chamas iluminavam seu rosto cansado e cinzento, mas seus olhos tinham uma expressão alerta e cautelosa.

– Fiquem onde estão. – ele ordenou com a mesma voz rouca de antes, e começou a se levantar lentamente segurando as chamas à sua frente.

Mas a porta se abriu antes que o professor pudesse alcançá-la.

Parado à porta, iluminado pelas chamas trêmulas na mão do professor, havia um vulto de capa que alcançava o teto. Seu rosto estava completamente oculto por um capuz. Baixei os olhos depressa, e o que eu vi provocou uma grande contração em meu estômago. Havia uma mão saindo da capa e ela brilhava... Um brilho cinzento, de aparência viscosa e coberta de feridas, como uma coisa morta que se decompusera na água...

Mas foi visível apenas por uma fração de segundo. Como se a criatura sob a capa percebesse o nosso olhar, a mão foi repentinamente ocultada nas dobras da longa capa preta.

E então a coisa encapuzada, fosse o que fosse aquele diabo, inspirou longa e lentamente, uma inspiração ruidosa, como se estivesse tentando inspirar mais do que apenas o ar à sua volta.

Um frio intenso me atingiu, e acho que atingiu à todos presentes na cabine também. Senti a minha própria respiração entalar no peito. O frio começou a penetrar mais fundo em minha pele. Chegou ao fundo de meu peito, ao meu próprio coração...

Eu já não conseguia ver mais nada. Estava me afogando no frio daquela cabine. Sentia um farfalhar em meus ouvidos que lembravam água correndo. Estava sendo puxada para o fundo, o farfalhar aumentou para um ronco que aumentava...

De repente, o farfalhar parou, ouvi - vindos de muito longe – gritos. Gritos terríveis, uma risada sádica, mais gritos, as gargalhadas aumentando. Eu queria ajudar quem gritava, queria mandar pro inferno quem gargalhava naquela situação de puro pavor, tentei mover-me, mas não consegui. E a única coisa que consegui ouvir, foram gritos.

“- Agora é tarde para voltar atrás! – gritou uma voz masculina, a mesma das gargalhadas.

– Faça o que quiser, mas não a mate! – gritou uma voz feminina, - Tenha piedade, Tom!

– Eu posso ter tudo, menos piedade! – gritou com a voz fria, - AVADA KEDAVRA! – e em seguida veio o som de algo batendo no alvo, ele matou a mulher, - E não é Tom, é Lord Voldemort.”


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