Avada Kedavra escrita por potterstinks


Capítulo 3
[1x2] As quatro casas.




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Capítulo II

As quatro casas.

"Hogwarts is my home."

— Verona! Você está bem? - alguém batia em meu rosto.

— Q... Quê? - abri os meus olhos, e tive a visão de um Harry sem óculos, ele provavelmente caiu do assento também.

O Expresso de Hogwarts recomeçara a andar e as luzes tinham voltado. Aparentemente eu escorreguei do assento e fui parar no chão, Harry estava pálido e suando. Rony estava ajoelhado ao lado de Harry e Hermione estava ajoelhada ao meu lado, e acima deles eu conseguir ver que Neville e o professor nos observavam. E eu me sentia doente, fraca, sentia um suor frio escorrendo em meu rosto. Hermione me ajudou a voltar para cima do assento, e eu agradeci a ela em um murmuro fraco.

— Vocês estão bem? - perguntou Rony, nervoso.

— Estamos. - eu e Harry respondemos em uníssono, e olhando depressa para a porta. Aquela criatura encapuzada e esquisita desaparecera.

— Que aconteceu? Onde está aquela... Aquela coisa? Quem gritou? - Harry perguntou.

— Ninguém gritou. - disse Rony, ainda mais nervoso.

Olhei para os lados da cabine iluminada. Uma garota de cabelos cor de fogo e um garoto gordinho também estavam ali, provavelmente devem ser Gina e Neville.

— Mas eu ouvi gritos... - Harry parecia assustado.

— Eu também ouvi gritos. - comentei franzindo o cenho.

Um forte estalo nos assustou; o Profº. Lupin partia em pedaços uma enorme barra de chocolate.

— Peguem. - disse a mim e a Harry, oferecendo-nos um pedaço particularmente avantajado. — Comam, vai fazer vocês se sentirem melhor.

Harry apanhou o chocolate, mas não o comeu. Eu peguei o meu e o comi rapidamente, - Obrigada. - agradeci ao professor Lupin, que apenas assentiu com um pequeno sorriso.

— Que era aquela coisa? - perguntou Harry a Lupin.

— Um dementador. - respondeu Lupin, que agora distribuía o chocolate para todos, - Um dos dementadores de Azkaban.

Todos nós olhamos para ele espantados. O professor amassou a embalagem vazia de chocolate e meteu-a no bolso.

— Coma. – insistiu, ao ver que Harry ainda não tinha comido seu chocolate. - Vai lhe fazer bem. Preciso falar com o maquinista, me deem licença...

Ele passou por Harry e desapareceu no corredor.

— Vocês tem certeza de que estão bem? - perguntou Hermione, nos observando com ansiedade.

— Não entendo... Que foi que aconteceu? - perguntou Harry, enxugando mais suor do rosto.

— Bem... Aquela coisa... O dementador... Ficou parado ali olhando, quero dizer, acho que foi, não pude ver o rosto dele... E vocês...

— Pensei que vocês estavam tendo um acesso ou coisa parecida. - disse Rony, que conservava no rosto uma expressão de pavor, - Vocês ficaram duros, escorregaram do assento e começaram a se contorcer...

— E o Profº. Lupin saltou por cima de você, foi ao encontro do dementador, puxou a varinha e disse: "Nenhum de nós está escondendo Sirius Black dentro da capa. Vá." – contava Hermione, - Mas o dementador não se mexeu, então Lupin murmurou alguma coisa e da varinha saiu um raio prateado contra a coisa, e ela deu as costas e se afastou como se deslizasse...

— Foi horrível. - disse Neville. - Vocês sentiram como ficou frio quando ele entrou?

— Eu me senti esquisito. - disse Rony, sacudindo os ombros. - Como se eu nunca mais fosse sentir alegria na vida...

A garota ruiva, que se encolhera a um canto parecendo quase tão mal quanto nós que desmaiamos, deu um solucinho; Hermione aproximou-se e passou um braço pelas costas da menina tentando consolá-la.

— Mas nenhum de vocês caiu do assento? - perguntou Harry, meio sem-graça.

— Só vocês dois. - disse Rony, olhando para Harry, ansioso. - Mas Gina tremia feito louca...

HÁ! A ruivinha era mesmo a Gina, acertei! Ou será que o gordinho é a Gina? Vai saber né.

Depois de alguns minutos, Gina e Neville saíram novamente da cabine. O Profº. Lupin voltou, parou ao entrar, olhando para todos e disse, com um leve sorriso:

— Eu não envenenei o chocolate, sabem...

Todos deram uma dentada, e foi como se eles melhorassem instantaneamente, e a palidez de Harry foi sumindo aos poucos.

— Vamos chegar a Hogwarts dentro de dez minutos. - disse o Profº. - Vocês estão bem, Harry e...?

— Avada Kedavra, mas, por favor, me chame de Verona. – o Profº franziu o cenho ao ouvir meu nome, mas assentiu.

— Estou muito bem. - murmurou Harry, constrangido.

Peguei minhas barras de chocolate do bolso e dei uma a Harry, uma ao professor, uma a Ron, uma a Mione e deixei minha outra no bolso. Eles me olharam com as sobrancelhas franzidas.

— Que foi? Chocolate é bom. – dei de ombros.

Então eu me lembrei de que ainda estava com minha roupa normal, arregalei os olhos, peguei meu uniforme no malão e saí correndo da cabine, indo aos trancos e barrancos até o banheiro feminino.

~♦~

Depois de ter me arrumado e voltado à cabine, ninguém falou muito durante o resto da viagem. Por fim, o trem parou na estação que eu li ser a estação de Hogsmeade, e houve uma grande correria para desembarcar; corujas piavam, gatos miavam e o sapo de estimação de um garoto que eu presumo ser Neville - já que eu não consegui ver se era ele mesmo, ele estava de costas - coaxou alto debaixo do chapéu do seu dono. Estava frio demais na minúscula plataforma; a chuva descia em cortinas geladas.

— Alunos do primeiro ano por aqui! - chamou uma voz desconhecida por mim, mas acho que já conhecida pelo trio, já que Harry, Rony e Hermione se viraram, e eu vi um homem extremamente grande no outro extremo da plataforma, fazendo sinal para os novos alunos, aterrorizados, se aproximarem para a travessia do lago.

Eu já sabia que teria que ficar com ele, pois eu era novata na escola, e o professor Snape falou que o guarda-caça de Hogwarts, Rúbeo Hagrid, levava todos os alunos novos. Despedi-me de Harry, Rony e Hermione e segui o grande homem – ou seria homem grande?

Hagrid nos conduziu para pequenos barcos, atravessamos o lago e entramos num enorme castelo.

Hogwarts. Mais esplendorosa e bela do que os livros falam. Eu olhava fascinada tudo aquilo, assim como os outros novatos.

Já dentro do lugar, esperávamos em um pequeno salão, quando entrou bruxo miudinho, de cabelos brancos e olhos castanhos-escuros, segurando um pergaminho.

— Bem-vindos a Hogwarts, sou Filius Flitwick, o professor de feitiços. Normalmente é a professora McGonagall que faz a seleção, mas ela está um tanto ocupada agora. - disse com a voz levemente aguda. - O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. A Seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiverem aqui, sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal. As quatro casas chamam-se Corvinal, Lufa-Lufa, Grifinória e Sonserina. Agora me acompanhem, por favor.

Nós o seguimos através de um corredor, e paramos em frente uma grande porta que foi aberta nos dando a passagem para o salão principal. Era tudo tão majestoso! Havia um mar de chapéus cônicos e pretos; cada uma das compridas mesas das casas estava lotada de estudantes, os rostos iluminados por milhares de velas que flutuavam no ar, acima das mesas. Percebi que cada uma das mesas tinha suas respectivas cores; a vermelha e dourada era da Grifinória, a verde e prata era da Sonserina, a azul e bronze era Corvinal, e a amarela e preta era da Lufa-Lufa.

O profº nos conduziu até o fim do salão, parando em frente à bancada dos professores.

— Agora vamos à seleção, e quando eu chamar seus nomes, sentem-se neste banco e o chapéu seletor fará o resto.

Ele chamou diversos nomes daquele pergaminho, então em seguida pegou outro:

— Agora alunos transferidos direto para o terceiro ano.

Mais nomes chamados, até que ele leu um deles, e seus olhos se arregalaram levemente:

— A-A-Avada Kedavra R-Riddle. – chamou gaguejando levemente. POXA, PODERIA ME CHAMAR DE VERONA NÉ FOFURIXO?

Todos começaram a murmurar quando ouviram meu nome, me fazendo ficar extremamente desconfortável. O professor Dumbledore lançou-me um discreto sorrisinho, que eu retribuí.

Caminhei rapidamente e desengonçadamente até o banquinho de três pernas, e sentei-me no mesmo.

“Hmmm, uma mente bem interessante a sua.” começou o chapéu, “Você tem um sobrenome bem temido, e um nome tão temido quanto o mesmo...” Oi? Meu sobrenome é temido? ”Sim, muito temido. Mas sua mente não é nada má, não é mesmo? Claro que tem algumas características Sonserinas, mas tem um coração de Lufana, uma inteligência de Corvina e uma coragem de Grifinória. Mas qual casa é a mais adequada?” ele começou a murmurar coisas, parecendo estar vasculhando minha mente a procura de algo, “É, minha cara, parece que a casa mais adequada para você é...

— GRIFINÓRIA! – gritou o chapéu para todo o salão ouvir. A mesa vermelha e dourada começou a aplaudir, o professor fofinho/Flitwick tirou o chapéu de minha cabeça e fui até a minha mesa calmamente.

Sentei perto de dois garotos gêmeos e ruivos, que provavelmente devem ser Jorge e Fred, os irmãos de Rony, e um garoto negro com cabelos rastafári. Ah, e por falar no Rony, ele estava mais distante de nós, e, estranhamente estava sozinho. Provavelmente Harry e a Mione tiveram que sair.

— Eu sou Lino Jordan, prazer. – o garoto negro se apresentou.

— Prazer, Lino. Sou Avada, mas me chame de Verona. – sorri para ele, que retribuiu o sorriso.

— Eu sou Fred. – o ruivo da direita se apresentou.

— E eu sou Jorge. – o da esquerda se apresentou também.

Semicerrei os olhos para eles, - Se vocês estiverem me enganando, eu vou pintar o cabelo de vocês de rosa, arrancar fiozinho por fiozinho e fazer vocês comerem. – eles engoliram em seco, e Lino riu.

— Tudo bem, eu sou Jorge. – o da direita disse.

— E eu sou Fred. – o da esquerda.

— E é um prazer conhecer você, Avada. – disseram em uníssono, me fazendo rir.

— Prazer em conhecê-los, garotos. E me chamem de Verona, por favor. – dei um sorrisinho de lado.

Depois de alguns minutos, Hermione, Harry e uma Profª, que eu acho que era Minerva McGonagall, entraram no salão. A Profª dirigiu-se ao seu lugar, que estava vazio à mesa dos professores e Harry e Hermione seguiram na direção oposta, e as pessoas viraram a cabeça para olhá-los passar pelo fundo do salão, e alguns apontavam para Harry. Harry e Hermione sentaram-se perto de Rony, e então o diretor Dumbledore chamou a atenção de todos.

— Sejam bem-vindos! - começou, a luz das velas tremeluzindo em suas barbas. - Sejam bem-vindos para mais um ano em Hogwarts! Tenho algumas coisas a dizer a todos, e uma delas é muito séria. Acho que é melhor tirá-la do caminho antes que vocês fiquem tontos com esse excelente banquete...

Ele pigarreou e prosseguiu:

— Como vocês todos perceberam, depois da busca que houve no Expresso de Hogwarts, a nossa escola passou a hospedar alguns dementadores de Azkaban, que vieram cumprir ordens do Ministério da Magia. Eles estão postados em cada entrada da propriedade e, enquanto estiverem conosco, é preciso deixar muito claro que ninguém deve sair da escola sem permissão. Os dementadores não se deixam enganar por truques nem disfarces, nem mesmo por capas de invisibilidade. - acrescentou ele, e vi que Harry e Rony se entreolharam rapidamente. Será que eles têm uma capa? Seria super maneiro!

— Não faz parte da natureza deles entender súplicas nem desculpas. Portanto, aviso a todos e a cada um em particular, para não darem a esses guardas razão para lhes fazerem mal. Apelo aos monitores, e ao nosso monitor e monitora chefes, para que se certifiquem de que nenhum aluno entre em conflito com os dementadores.

Dumbledore fez nova pausa; percorreu o salão com um olhar muito sério, mas ninguém se mexeu nem emitiu som algum.

— Agora, falando de coisas mais agradáveis, - continuou ele - tenho o prazer de dar as boas-vindas a dois novos professores este ano. Primeiro, o Profº. Lupin, que teve a bondade de aceitar ocupar a vaga de professor de Defesa contra as Artes das Trevas.

Ouviram-se algumas palmas dispersas e pouco entusiásticas, porém eu, Harry, Rony, Hermione, Gina e Neville batemos palmas bastante animados.

— Quanto ao nosso segundo contratado, - continuou Dumbledore quando cessavam as palmas para o Profº Lupin. - Bem, lamento informar que o Profº. Kettleburn, que ensinava Trato das Criaturas Mágicas, aposentou-se no fim do ano passado para poder aproveitar melhor os membros que ainda lhe restam. Contudo, tenho o prazer de informar que o seu cargo será preenchido por ninguém menos que Rúbeo Hagrid, que concordou em acrescentar essa responsabilidade docente às suas tarefas de guarda-caça.

Os aplausos foram tumultuosos, principalmente à mesa da Grifinória. Vi que Hagrid estava com o rosto vermelho-rubi, os olhos postos nas mãos enormes, e o sorriso largo escondido no emaranhado de sua grande e escura barba.

— Nós devíamos ter adivinhado! – ouvi a voz de Rony. - Quem mais teria nos mandado comprar um livro que morde? – ri com isso, será que o livro que ele falava era o Livro Monstruoso dos Monstros?

Harry, Rony e Mione foram os últimos a parar de aplaudir e quando o Profº Dumbledore recomeçou a falar, pude ver que Hagrid estava enxugando os olhos na toalha da mesa.

— Bem, acho que, de importante, é só o que tenho a dizer. Vamos à festa!

E as travessas e taças de ouro se encheram inesperadamente de comida e bebida. Eu, Fred, Jorge e Lino conversávamos animadamente, dando altas gargalhadas e atraindo a atenção para nós diversas vezes. E, inconscientemente, agíamos como se já nos conhecêssemos a vida inteira.

E eu acho que nunca havia comido e me divertido tanto na minha vida.

~♦~

Quando os últimos pedaços deliciosos de torta de abóbora tinham desaparecido das travessas de ouro, Dumbledore anunciou que era hora de todos se recolherem.

Eu, Fred, Jorge, Lino – e o resto dos Grifinórios, - caminhamos por diversos corredores e escadas até a entrada para a torre da Grifinória. Uma grande pintura a óleo de uma mulher gorda vestida de rosa perguntou:

— A senha?

— Já estou indo, já estou indo! – gritou um garoto ruivo lá do fim do ajuntamento. - A nova senha? Fortuna Major! – tá bom, vamos esclarecer as coisas aqui: quantos ruivos têm nessa escola?

— Ah, não! - exclamou Neville com tristeza. Por que será que eu tenho a leve impressão que ele deve ser desastrado?

Depois de atravessar o buraco do retrato e a sala comunal, as garotas e garotos tomaram escadas separadas. Despedi-me dos garotos, de Rony e Harry – que me parabenizaram por entrar para a Grifinória, - e subi a escada circular que dava para o dormitório feminino, que eu dividiria com Hermione, Lavender Brown e Parvati Patil.

Assim que entrei no dormitório, Hermione já estava lá, e se arrumava para dormir. Assim que me viu, ela sorriu:

— Parabéns por entrar na Grifinória. E eu vi que você ficou amiga de Fred e Jorge, é melhor ter cuidado, porque eles aprontam bastante. – falou a última parte em tom de aviso.

Ri, - Tá bom Hermione.

Peguei meu pijama¹ dentro de meu malão, fui até o banheiro e me vesti rapidamente. Voltei ao quarto e vi que Hermione já dormia, havia duas garotas lá, uma com a aparência indiana e a outra era uma loirinha com um laço na cabeça. Elas me olharam assim que me viram, a loirinha com uma expressão de desdém e a outra me lançando um pequeno sorriso. Revirei os olhos, dei Boa Noite a elas e fui para minha cama dormir, afinal, amanhã começam as aulas.

~♦~

No dia seguinte, acordei assim que o sol começou a aparecer no horizonte. Eram exatamente cinco e meia da manhã, o horário que eu normalmente acordava no orfanato, já que eu aproveitava esse horário e ia para a pracinha que havia lá perto, e ficava lá brincando até umas sete horas, que era o horário em que Madame Scarlet acordava.

Será que o meu MP3 funciona aqui? Em 'Hogwarts, Uma História' está escrito que não funciona, mas o que custa tentar?

Peguei meu MP3, que estava ao lado da minha cama e fui, silenciosamente, saindo do quarto, indo para o Salão Comunal. Sentei-me no sofá que ficava de frente para a lareira, e fiquei lá, assistindo o fogo enquanto ele dançava e escutando o crepitar da lareira.

Tentei ligar o aparelho, e não é que deu certo? Sorri, peguei um de meus fones de ouvido, coloquei na música Eyes On Fire e comecei a escutá-la, cantarolando baixinho. Depois de meia hora escutando música, ouvi passos na escada para o dormitório masculino, levantei os olhos e vi que eram Fred e Jorge. Eles murmuravam algumas coisas, que eu não pude entender, e seus olhos se arregalaram assim que me viram sentada e olhando para eles com as sobrancelhas erguidas.

— O que diabos você tá fazendo aqui em baixo nesse horário? – perguntou Jorge, confuso. O Fred é uns três centímetros mais alto, e o sorriso dele é um pouquinho mais acentuado do que o de Jorge - os dois sorrisos são lindos mas, cá entre nós, o do Jorge é mais.

— Eu poderia perguntar o mesmo aos senhores. – semicerrei os olhos para ele.

— Ok, a gente ia fazer a nossa primeira marotice do ano. – falou Fred, erguendo as mãos em sinal de rendição.

— E você? – acrescentou Jorge, estreitando os olhos em minha direção.

— Eu sempre acordo cedo, patetão. - bufei, - Agora vão logo fazer essa marotice, antes que eu enfie meu MP3 em um lugar não muito agradável. – ameacei, e eles saíram correndo e tropeçando pela passagem do quadro da mulher gorda, fazendo-me rir.

Subi até o dormitório novamente, e vi que todas as garotas ainda dormiam. Fui até o banheiro, tomei um banho relaxante e me vesti com o uniforme da Grifinória, encurtando – um pouco, - a saia, e amarrando meu cabelo em um rabo-de-cavalo. Saí do dormitório, caminhando lentamente até o salão principal, e me encontrei com os gêmeos no caminho. Fomos caminhando conversando e rindo até o salão, entramos e fomos para a mesa da Grifinória. Como eu não gosto de comer de manhã, eu apenas tomei apenas um pouco de suco de abóbora e fiquei conversando com os gêmeos.

Harry, Rony e Hermione chegaram ao salão um tempo depois. Quando os três passaram, Draco fez uma imitação ridícula de um desmaio que provocou grandes gargalhadas. Revirei os olhos ao ver a cena. Quanta maturidade, pensei.

— Ei, Potter! - chamou uma garota da Sonserina – e do grupinho do Malfoy, - com cara de buldogue. - Potter! Os dementadores estão chegando. Potter! Uuuuuuuuuuuu! – franzi o cenho, por que só sabiam do desmaio do Harry? Provavelmente, se eles sabem porque alguém contou, a pessoa obviamente deve ter contado que eu também desmaiei. Que coisa estranha.

Harry se largou em uma cadeira ao lado de Jorge.

— Novos horários de aulas para os alunos do terceiro ano. - disse Jorge, distribuindo-os. - Que é que há com você, Harry?

— Malfoy. - disse Rony, sentando-se do outro lado de Jorge e olhando feio para a mesa da Sonserina.

Jorge ergueu os olhos bem na hora em que Malfoy fingia desmaiar outra vez. Revirei os olhos, que infantilidade.

— Aquele debiloide! - disse o ruivo, calmamente. - Ele não estava tão exibido ontem à noite quando os dementadores revistaram o nosso lado do trem. Entrou correndo na nossa cabine, não foi, Fred?

— Quase fez xixi nas calças. - disse Fred, lançando a Draco um olhar de desprezo, e me fazendo rir.

— Nem eu fiquei muito feliz. - comentou Jorge. - Eles são um horror...

— Meio que congelam a gente por dentro, não acha? – disse Fred.

— Mas você não desmaiou, desmaiou? - perguntou Harry, com a voz baixa.

— Ô pateta, eu também desmaiei. – dei um tapa na cabeça dele, que resmungou alguma coisa sobre vacas amarelas, ou será que era ‘eu vivo na favela’?

— Esquece isso, Harry. — disse Jorge, tentando animá-lo. - Papai teve que ir a Azkaban uma vez, lembra Fred? E comentou que foi o pior lugar em que esteve na vida, voltou de lá fraco e abalado... Eles sugam a felicidade do lugar, esses dementadores. A maioria dos prisioneiros acaba endoidando.

Um arrepio percorreu a minha espinha instantaneamente, se Black está lá há 12 anos será que ele já endoidou?

— Em todo caso, vamos ver se Draco vai continuar tão felizinho depois do primeiro jogo de Quadribol. – Fred sorriu. - Grifinória contra Sonserina, primeiro jogo da temporada, está lembrado?

Ah, Quadribol, eu havia lido sobre isso, até havia comprado o livro Quadribol Através dos Séculos, mas acho que devo ser um desastre completo voando.

Enquanto Hermione examinava seu novo horário, ela comentou:

— Ah, que ótimo, estamos começando matérias novas hoje. – comentou parecendo satisfeita. Franzo o cenho. Qual o problema dela? Eu até posso gostar de ler, mas isso não significa que eu tenha que ser louca para ir para as aulas, aprender coisas novas e blá blá blá.

— Hermione, - disse Rony, franzindo a testa ao olhar por cima do ombro da garota - bagunçaram o seu horário. Veja só: dez aulas por dia. Não existe tempo para tudo isso.

— Eu me arranjo. Já combinei tudo com a Profª Minerva. – ela deu um mínimo sorriso, que eu acho que só eu percebi.

— Mas olha aqui, - continuou Rony, rindo - está vendo hoje de manhã? Nove horas, Adivinhação. E embaixo, nove horas, Estudo dos Trouxas. E - ele se curvou para olhar o horário, mas de perto, parecendo incrédulo- olha, embaixo tem Aritmancia, nove horas. Quero dizer, eu sei que você é boa, Mione, mas ninguém é tão bom assim. Como é que você vai poder assistir a três aulas ao mesmo tempo?

— Não seja bobo, Rony. – intrometi-me, revirando os olhos, - É claro que a Mione não vai assistir a três aulas ao mesmo tempo. – ela me lançou um olhar agradecido, e eu apenas sorri de lado.

— Bom, então... – ele foi interrompido por Hermione.

— Passe a geleia. - pediu a garota.

— Mas...

— Ah, Rony, é da sua conta se o meu horário ficou um pouco cheio demais? - perguntou ela em um tom zangado, e eu me segurei para não gargalhar da cara do Rony. - Já disse que combinei tudo com a Profª. Minerva.

— Ele tá se preocupando demais com o horário dela. – murmurei risonha, para que só os gêmeos escutassem. Eles deram sorrisos marotos, e em seguida deram risadinhas.

Nesse instante Hagrid entrou no Salão Principal. Estava usando o casaco de pele de toupeira e distraidamente balançava um gambá na mão enorme.

— Tudo bem? - perguntou ele, ansioso, parando a caminho da mesa dos professores. - Vejo que vocês tem uma amiga nova. Prazer em conhecê-la. - ele sorriu para mim, que retribui o sorriso, - Vocês vão assistir à primeira aula da minha vida! Logo depois do almoço! Estou acordado desde as cinco horas aprontando tudo... Espero que dê certo... Eu, professor... Sinceramente...

E dando um grande sorriso para nós, ele foi para sua mesa, ainda balançando o gambá.

— O que será que ele andou aprontando? - comentei curiosa, e com um pouco de ansiedade na voz.

O salão começou a se esvaziar à medida que as pessoas saíam para a primeira aula. Rony verificou o horário.

— É melhor irmos andando, olha, Adivinhação é no alto da Torre Norte. Vamos levar uns dez minutos para chegar lá.


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Notas finais do capítulo

¹ http://www.polyvore.com/cgi/thing?id=113294070&.locale=pt-br



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