Mutante e condenada escrita por winter


Capítulo 17
Festa de Halloween - Parte 2




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–Desde quando eu me importo.

–E quando você começou a se importar?

–Quando eu te resgatei do Deadpool naquela clareira, Hayley. - estalei um tapa em seu rosto e me afastei.

–Eu estou pouco me fodendo pra você, Andrey. Eu sei porque você e o Philip não me enxotaram antes daquela maldita organização. É porque meu pai trabalha lá, não é? Diz que isso é mentira, porque não é. - ele segurou meu braço antes que eu pudesse sumir naquela multidão de gente.

–Hayley, a gente estava pensando em te...

–Me realocar? É eu sei. De New York para Washington. Na sede geral da S.H.I.E.L.D. De onde eu não poderia fugir, onde o Fury me teria na palma das mãos para me controlar como uma marionete. Eu não quero isso, Agente Carter. Esses planos foram cancelados, porque agora eu tenho uma vida. - novamente tentei usar a deixa para sair dali, mas ele apertou meu braço com mais força.

–Hayley, por favor me escuta. Eu te amo desde que nos conhecemos e eu não posso simplesmente deixar você ir. Aquele beijo, antes de vocês irem para o aeroporto, não significou nada? - seus olhos estavam suplicantes. Ele queria uma resposta, e eu a daria.

–Andrey, posso ser sincera? Não, aquele beijo não significou nada. Sabe por quê? Porque eu não te amo. - ele soltou meu braço e eu pude ver em seus olhos que eu o havia magoado, mas não me importava. Ele não estava mais disposto a me contrariar, então dei meia volta e tentei voltar para a pista de dança, mas algo me congelou. Em uma das inúmeras janelas de vidro daquele salão, havia uma sombra, uma silhueta vestida de preto, mas eu a reconheceria em qualquer lugar.

–O que fizeram com você... - murmurei baixo. Estava alheia a festa e a tudo ao meu redor. Queria que ele fosse meu par, e não uma sombra do lado de fora da festa, mas eu sabia: se ele estava ali, era para matar.

Quantas vezes eu não fiz isso? Milhares de festas famosas que se tornaram um caos depois de um convidado caindo morto, a cabeça ou o peito perfurado. Eu tinha que evitar.

Ele preparou um tripé e uma besta semi-automática. Eu conhecia aquela arma. Era uma velha companheira, responsável por mais de vinte mortes e várias sequelas em importantes nomes da política e de alto status social que podiam significar alguma ameaça. Raciocinei por alguns segundos. Philip estava na festa.

Peguei a bandeja do garçom mais próximo, cheia de aperitivos, e corri pelo salão, sempre olhando para onde a arma do inimigo apontava. O palco. Vi Philip perto do palco, conversando com Tony e distraído, foi apenas tempo de chegar ao seu lado e levantar a bandeja, como um escudo, quando o tiro veio certeiro e foi desviado, ficando preso ao alto da parede do palco. Seis segundos para recarregar.

– Philip, se esconda em um lugar seguro. - gritei instruções.

–Como...? - interrompi-o.

–AGORA! - gritei. Outro tiro, esse ficou preso na bandeja, a ponta a centímetros do meu rosto.

Empurrei-o para perto de uma mesa e levantei-a. As pessoas já estavam desesperadas. Os Vingadores e seus filhos tentavam tirar ou acalmar quem podiam, mas o verdadeiro alvo estava comigo. Nos agachamos atrás da mesa e eu lhe estendi a mão, ele, sem dizer nada, me entregou sua pistola. Outro tiro, acima de sua cabeça. O maldito tinha um sensor térmico.

–Você tem que sair daqui. - destravei a arma e o fitei.

–Por que está me ajudando? - indagou o diretor. Fitei-o novamente e dei a volta na mesa, ficando bem na frente de onde o mesmo estaria e preparei a pistola. Um tiro zuniu ao lado da minha cabeça, se eu não tivesse desvia, teria sido morta. Seis segundo, repetia para mim mesma. Atirei uma vez, mas ele desviou. Outro tiro pegou seu braço direto e um terceiro passou de raspão no abdômen. Outro em minha direção, errando por poucos centímetros meu pescoço. Sua mira estava prejudicada, e eu tiraria vantagem daquilo. Acertei um tiro na mira da sua arma e, quando ele se deu conta de que estava comprometida, pulou para dentro do grande salão de festas segurando uma faca do tamanho do meu antebraço. Antes que ele chegasse a mim, armas de choque foram disparadas e eu o vi cair em espasmos na minha frente, desmaiado e ferido, o colete manchado de sangue.

Me aproximei e me agachei em frente ao seu rosto, puxando a máscara negra que cobria metade de sua face e me permiti cair em prantos como fazia todas as noites.

–O que fizeram com você, Collin? - me afastei e senti alguém colocar a mão em meu ombro, sem nem mesmo ver quem era, virei e o abracei, afundando o rosto em seu peito.

–Ele vai ficar bem. - a voz calma de John me deu forças para sair daquele lugar. Eu não queria ficar ali, aquilo não deixava.

–Vou pra casa. Até logo. - dei um sorriso fraco e saí dali. Minha mente estava a mil por hora, mas um pensamento era destacado. Eu ia matar quem fez isso.


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