Vencedores de Panem escrita por Daniel Vitor


Capítulo 15
Capítulo XV – Perigo




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Emirjo da água e sento na banheira, á água está morna e deixo meu corpo relaxar. Depois de uns vinte minutos saio da banheira e visto um roupão. Fico parada no mesmo lugar por algum tempo, não sei se passaram minutos ou horas, mas minhas pernas começam a doer.

Caminho até meu quarto e retiro o roupão, olho minha barriga no espelho, havia um corte extenso antes da minha coroação, mas ele já foi cicatrizado graças a Capital, ainda consigo ver uma parte pequena dele. Visto minha roupa e saio de casa.

Não sei para onde ir só quero me livrar das lembranças, mas para cada lugar que olho cada segundo dos Jogos aparece na minha mente. Sento a beira da fonte da Aldeia dos Vitoriosos, a Capital presenteou a vila por terem mais de três vitoriosos em cinco anos.

Fico vendo meu reflexo na água, estou com os cabelos molhados e meu ombro está encharcado. Brinco com a mão na água e vejo um reflexo distorcido, me viro e Ana está sorrindo para mim, seu cabelo loiro está disposto em cima de seus ombros.

“Oi” diz, me levanto e estendo minha mão, “Oh Annie depois desses anos” ela me abraça e fico rígida ainda não consigo ter muito contato físico. Ela olha para mim e abaixa a cabeça, “Tudo bem?” pergunta.

“Sim”, ela me convida a dar um passeio pela cidade e aceito. “Minha mãe de vez em quando têm recaídas fortes iguais a sua” diz.

“Ana, não tenho recaídas” digo estampando um sorriso falso no rosto. “Não precisa mentir para mim, eu te conheço melhor do que a palma da minha mão”.

Conheci Ana há três anos, Finnick e eu estávamos indo a praia perto da Aldeia e Ana estava nadando. Nós dois sentamos na areia e ficamos conversando, depois de um tempo olhando o mar percebi algo estanho e então caminhei até o mar. Apenas uma mão balançado freneticamente, quando dei por mim já estava dando braçadas na água em direção a Ana, ela já estava desmaiada quando a trouxe para a areia. Ajudei Finnick a reanimar ela, não contamos esse fato para ninguém.

“De vez em quando sinto que ainda estou lá, tenho alucinações e coisas do tipo” digo, ela nos faz pegar o atalho que não gosto, a parte mais pobre do nosso Distrito, sinto-me horrível em ver todas essas pessoas passando fome, morrendo enquanto a pessoas esbanjando comida, o dinheiro que doo a prefeitura não consegue alcançar a todos.

“A última vez que minha mãe teve isso foi há cinco anos, nos Jogos do Finnick, eles não a deixaram ser mentora então Mags a substituiu” diz, seguro a com os dois braços “E como ela fez passar?” pergunto.

“Ela não fez, agora está melhorando, mas todo inicio de primavera isso volta” diz.

Compramos dois pedaços de pão e nos dirigimos à praça principal, ela está vazia somente com alguns pacificadores e pessoas indo e vindo. Ficamos no meio de frente ao Edifício de Justiça, a cena da colheita vem a minha mente, fecho meus olhos e tapo meus ouvidos com as mãos.

Abro os olhos e me vejo na divisória dos grupos de meninos e meninas, “De novo não” digo, balanço minha cabeça de um lado para outro. “Annie vamos” ela me sacode.

Estou de volta à praça, olho para trás e dois homens estão brigando, socos e chutes são deferidos. Vencedores ou parentes não são permitidos aparecer em multidões agitadas ou até mesmo brigas, vários pacificadores correm para apartar a briga.

Os gritos e sons de todos me apavoram, começo a me descontrolar, agacho no chão e fecho os olhos “Por favor, parem” grito, Ana me puxa pelo braço e caio no chão.

Espero minhas mãos apalparem o cimento, mas sinto grama. Olho em volta e estou em uma planície rodeada por árvore, “Annie fica calma” diz. Ana aparece no meu campo de visão, ela está usando uma camisa preta com o símbolo do Distrito 4 e uma calça cinza.

“Sai de perto de mim” digo, ela agacha “Vamos para casa, eles vão nos pegar” diz. “Sai” grito, ela pega no meu braço e me desespero. Começo a dar tapas nela na tentativa de me livrar, mas nada acontece. Defiro socos, ela me solta e recua alguns passos, está desesperada.

Um sentimento de perigo toma conta de mim e avanço em cima dela, dou socos em seu rosto, ela cai e subo em cima dela, começo a arranhar seu rosto, sangue começa a escorrer pelas suas bochechas.

Braços me tiram de cima dela, volto à realidade, começo a chutar e estapear o ar. Pessoas ajudam Ana a se levantar, ela está chorando. Sou arrastada por todo caminho até a vila, Ana nos seguiu todo o caminho pedindo para eles me soltarem.

Meus pais ajudam a me colocar no sofá, “Eu já ganhei, não me façam passar por isso de novo” grito, minha mãe tenta me acalmar, mas não funciona, a arranho no braço. Meu pai dá um tapa na minha cara e me acalmo. Há um pacificador, meus pais e Ana na sala, “Me desculpe” digo, todos estão apavorados, corro para cima e me tranco no quarto.


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