A testemunha- HIATUS escrita por Zia Jackson


Capítulo 25
O porão


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais após o cap.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/546358/chapter/25

Empurrei a porta de entrada que, milagrosamente, estava sem tranca. Adentrei no local. A sala de estar estava uma bagunça: Lotada de caixas de papelão referentes à mudança, a TV e os sofás embrulhados em plástico. Um líquido vermelho (sangue?) havia manchado o piso branco.

O cheiro da casa era doce, como se tivessem acendido incenso. Encaro o meu redor, sem saber pelo o que estou procurando. Olho para as escadas, colocadas exatamente onde ficam em minha casa, sem pensar muito as subo. Lá no segundo andar, somente um quarto tem as portas abertas. Entro e acabo percebendo que é o de Dafne e Igor, pois as paredes tem o mesmo tom de vermelho que seus cabelos e a cama de baixo do beliche tem uma decoração bem masculina. Os lençóis brancos do beliche de cima estão manchados de sangue seco, nas pontas dos pés, espio e vejo uma lâmina manchada também, deduzo ser a que foi usada no corte. Saio do quarto, abrindo a porta do que está ao lado , apresenta somente uma cama sem lençóis e um guarda roupas. O terceiro quarto está vazio e o banheiro normal, estou prestes a sair do local quando ouço um barulho, como o de uma porta se abrindo. Rapidamente, me escondo atrás da cortina que cerca o local de banho. Um homem entra no banheiro, aparenta ter uns 40 anos e tem os mesmo olhos verdes de Dafne. Ele passa os olhos pelo local, como se procurasse algo, mas como não encontra, fecha a porta e sai a passos largos.

Dois minutos depois, decido que é seguro sair e abro a porta do banheiro, me surpreendendo quando uma mãe se estica e coloca um pano em meu nariz.

A próxima coisa que vejo é a escuridão. Pisco para que meus olhos se adaptem, porém uma fraca lâmpada é acesa.

– Ora, ora. – Uma voz masculina diz – Achou que eu não perceberia uma pessoa zanzando por minha casa?

Olho para os lados, estou em uma sala cinza, amarrada em uma cadeira, não reconheço o local.

– Eu quero sair – Falo

– Jura? Todas querem sair.

Tremo.

– Do que está falando? - Indago

O homem vem em minha direção, depois me soca na barriga.

– Eu faço as perguntas, tá?

Sinto o gosto de bile em minha boca, não respondo nada.

– Para começar, ninguém pode te achar, está no porão. Deve estar pensando: Mas essas casas do condomínio não tem porão, e elas realmente não têm, mas eu cortei fiz uma pequena reforma. Esse lugar estava preparado para a Dafne, mas ela fugiu antes que eu pudesse torturá-la até a morte.

– Ela é sua filha...

Antes de eu concluir a frase, levo um tapa ardido na face.

– Não fale nada até que eu pergunte. Mesmo sendo minha filha, ela queria morrer, então eu iria dar a ela esse presente.

“Monstro”Penso.

O som de campainha toca.

– Ah, deve ser o meu filho. Vou amordaçar, volto amanhã com comida.

Tento me mexer, mas fico paralisada. Seria medo ou só as cordas? Uma mistura das duas coisas.

Ele coloca uma mordaça em minha boca e tento morde-lo , mas acabo levando chute na canela, depois ele tampa a boca com fita. Tento gritar, mas tudo o que sai é um baixo “Hum”.

– Seja uma boa menina. – Sussurra. – Se for, ganha um grão de arroz a mais.

Dizendo isso, apaga a luz e sai.

Uma eternidade se passa, minha boca fica seca devido às tentativas de gritar. Sei que Igor está em casa, pois ouço ao longe sua voz falando com o pai. Sinto fome, sede, vontade de usar o banheiro, e, acima de tudo, quero voltar para casa. Tento me acalmar, falando que meus pais vão reparar que não estou em casa e irão vir até aqui e acabarão me encontrando, mas me lembro de ter dito que iria até a casa de Ian, no mínimo, acharão que eu fugi.

Mais uma eternidade se passa, dessa vez não ouço mais nada, nem o familiar som da noite. Começo a chorar, eu posso morrer aqui e nunca ser encontrada, o corpo pode fazer a decomposição, posso ser picada e colocada em uma mala, depois jogada no lixo, ninguém nunca ficará sabendo. Depois, começo a pensar melhor: O corpo irá feder, acabarão me encontrando, mas qual será o valor? Estarei morta, depois de tudo que passei saber que eu poderei morrer por causa de uma burrice é revoltante. Onde eu estava com a cabeça quando decidi entrar naquela casa? Onde estava meu juízo? Eu sempre tirei sarro daquelas mocinhas tolas de filme de terror, e agora agi como uma delas.

Sem perceber, acabo adormecendo.

Acordo com o pescoço dolorido e com a barriga roncando. Ainda está escuro, tão escuro que nem enxergo minhas mãos, e estar no escuro me faz querer vomitar.

A luz se acende novamente, revelando o pai de Igor e Dafne carregando dois copos.

– Booooom dia – ele diz

O encaro, com ódio.

– Trouxe água, comida e uma sessão de tortura. Estou bem humorado.

Ele arranca a mordaça, tento gritar e levo outro tapa no rosto.

– Sua idiota, ninguém pode te ouvir.

Ele “enfia”um quadrado de chocolate em minha boca o mastigo e engulo. O chocolate era amargo, não como o margo comprado no mercado, era diferente. Depois que engulo, ele joga água em minha boca, me fazendo quase engasgar. Tento gritar, mas o homem me dá um chute na pélvis.

– Eu disse para não gritar, sua estúpida.

Ele recoloca a mordaça, dessa vez mordo sua mão, mas ele devolve um soco em minha boca.

Ele vai até o lado de fora, tento arrastar a cadeira, mas ela está pregada no chão. Volta após alguns instantes, carregando um alicate.

– A sessão vai começar...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então...
Eu quis inovar nesse capítulo, quer dizer, essa coisa de tortura, sequestro, um cara maluco e um cap que não seja flopado.
Sinto muito se passei dos limites, mas estou aqui para saber a opinião de vocês.
Eu continuo fazendo caps assim? Ou ouso mais, descrevendo MUITO a dor ? Ou então eu paro com esse tipo de escrita e volto para a normal, como os caps anteriores?
Preciso, mais do que nunca, da opinião de vocês.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A testemunha- HIATUS" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.