A busca pelo Girassol. escrita por Mina Phantonhive


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Bom, agora Degel está em uma reunião do Santuário e claramente que se revolta porque as coisas não estão indo nada bem e temos a sugestão de dois shipps. Espero que gostem.



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Aquela semana foi simplesmente horrível. Cada dia foi passando com agonia. Nem o fato de estarem vivos e cheios de possibilidades dava a Degel uma alegriazinha que fosse. Ele só conseguia pensar em Seraphina e tudo estava ficando irritante e enfadonho, incluindo seu melhor amigo que não parava de exigir uma atitude dele.

Porém, a rotina do Santuário não pareceu transformada e nem ao menos preocupada com o fato de que todos foram salvos por um deus desconhecido, que não tinha se manifestado, como se fosse um ato completamente altruísta feito única e simplesmente porque os deuses gregos são mais importantes. Uma falácia.

A jovem Athena sobrevivera também e claramente não foi deixada em paz. Não desencarnara como era o desejo de Kardia e parecia cada vez mais arredia em relação à guerra, porém retomaram as estratégias para uma possível ofensiva, nenhuma possibilidade de descanso ou ainda alguma saída pela tangente para poder procurar o que tanto buscava. Não. Ser cavaleiro estava se mostrando algo completamente horroroso e indigno da sua vida.

Convocou-se uma reunião, mais uma, e todos os dourados estavam na Sala de Athena esperando novas ordens, enquanto o patriarca discorria sobre a necessidade de ler as estrelas para montar uma estratégia menos letal e mais eficiente e pediu para que o aquariano o fizesse, o que foi recusado de prontidão.

“Está louco Dégel, recusando uma ordem direta do grande Mestre?” Sísifo indignou-se.

“Eu li da primeira vez – voltando-se ao companheiro- e vi a morte dos meus companheiros por um motivo torpe. Isso não nos ajudou da primeira vez. Será que esse alinhamento, que por sinal não foi visto por mim então podemos dizer que não foi uma divindade olimpiana que o fez, não é uma oportunidade de tentarmos algo diferente e termos uma vida normal, ou uma vida, que seja?”

“O que quer dizer com uma vida normal Aquário? Por um acaso cogita a ideia absurda de abandonar a missão sagrada por uma vida mundana e efêmera? Vã como a maioria dos humanos que percorrem as areias do tempo sem um único objetivo em mente? Ou quando o possuem, sempre se concentram em uma família ou uma única pessoa para amar, como se isso fosse apropriado ou até digno de desejo?”

“EXATAMENTE. É EXATAMENTE O QUE EU COGITO SAGITÁRIO.”

“O brado do cavaleiro fez com que todos se virassem para ele assustados. Sísifo estava pronto para colocar o aquariano no devido lugar quando Athena se interpôs entre eles.

“Eu concordo Dégel, plenamente. Fiquei tão surpresa com esse alinhamento quanto todos aqui, o que já mostra que nem os olimpianos controlam tudo como pensam e também creio que nos foi dada uma oportunidade de viver diferente. Mesmo que venha a ser cobrada posteriormente, o que me faz pensar no niilismo das nossas ações. Não que a missão não seja importante, mas porque não nos darmos a chance de viver também? Segundo as nossas vontades – virando-se para os outros cavaleiros – desde que não machuquemos ninguém e estejamos de prontidão. Será que se colocarmos um pouco de felicidade supostamente egoísta em nossas vidas nos esqueceríamos dos nossos propósitos maiores? Será que não seria melhor pois assim poderíamos ter mais o que defender?” Athena questionou.

“Isso pode nos desviar Athena, nos confundir. Podemos nos perder em relações vãs e sem importância.” Sísifo racionalizou.

Dégel ficou ultrajado e estava a ponto de explodir com o companheiro de armas quando ouviu a própria Athena vocalizar sua opinião: “Como pode julgar se uma relação é vã ou não? Se ela é sem importância? Isso é muito particular. Isso não é algo que possa dizer Sísifo. Por exemplo: o meu laço infantil com Temma e Alone foi completamente desprezado pelo patriarca que mandou me buscar sem nenhuma consideração, mas não esqueçamos que isso foi um fato decisivo na guerra. Nos foi dada uma chance e eu não creio que seja para guerrear. Vivamos com isso e vivamos também.”

Sísifo se recolheu contrariado, mas aceitou o que a deusa lhe disse e quem sabe, até ele poderia experimentar essa história de viver também. Deu uma olhada para o companheiro El Cid e suspirou. Um pouco de tranquilidade não faria mal a ninguém. E não conseguiu evitar a alegria em seu coração quando El Cid correspondeu-lhe o olhar.

Por mais que o encontro tenha sido turbulento, Degel não podia se considerar menos vitorioso. Somente o fato da deusa endossar sua opinião já era de uma evolução absurda, o que não garantia em nada o sucesso de qualquer empreitada que estivesse planejando no momento. Demorou-se na sala meditando sobre tudo o que tinha acontecido. E colocou-se a imaginar se Athena legislou em causa própria.

Não seria de admirar, já que seu receptáculo era uma garota que deveria ter aspirações românticas, mas o que Dégel estava falando? O próprio estava com aspirações românticas. Pegara um livro para levar na reunião, contudo não conseguia se concentrar. Decidiu descer para sua casa para meditar um pouco. Não sabia o motivo, mas achou de melhor tom suprimir o cosmo para passar pela casa de Albáfica e nunca imaginaria a cena que presenciaria.

A garota que sempre entregava as flores para as salas privativas do santuário estava na frente do cavaleiro de Peixes, que exibia uma estranha cor rubra nas faces, como se estivesse envergonhado ou ainda excitado. Ela se dirigia a ele e como sempre ele a rechaçava, contudo, parecia que ele não queria que ela realmente se afastasse, pois como um cavaleiro de ouro, que ainda possuía o “bônus” de não poder ser tocado poderia temer uma mera garotinha? A curiosidade tomou o melhor de Dégel e ele decidiu ver a cena se desenrolar.

“Não faça isso Agasha, pode se machucar. Eu não quero te machucar.”

“Não me importo. Queria ter feito isso antes. Não me importo em me machucar desde que seja tocando seu rosto. Deixe-me. Se dê esse presente pela nova vida que recebeu. Por favor Albáfica.”

Degel notou que a garota não o chamou de Albáfica-sama, então havia algum laço escondido por ali. E viu quando a garota foi até o cavaleiro e deu-lhe um beijo rápido nos lábios. E ainda a ouviu dizer vitoriosa: “Viu, não me aconteceu nada. Eu tenho certeza que o seu sangue não é tão venenoso quanto pensa, eu vou lhe provar isso. Ou pode ser que o meu sangue possa anular o seu veneno, eu não sei. A única certeza que eu tenho é que a sua rosa não me afetou, que você não me machuca e que eu quero tocar você. Não vou forçar nada, mas medite sobre isso. Eu vou sair, com licença.” E ouviu a corrida apressada da garota que dava gritinhos de alegria.

Depois de alguns segundos de extrema admiração pela garota e um pouco de inveja, Dégel ouviu Albáfica dizer severamente.

“Não sabia que o cavaleiro mais sábio do Santuário era dado a espionar os momentos particulares de outras pessoas”

“E eu fico muito feliz que você tenha um momento para ser espiado, Albáfica. Espero muito que não seja o único. E que ótimo que tem uma pessoa corajosa o suficiente para estar ao seu lado - Dégel disse sorrindo - e se retirou.

O cavaleiro de Peixes ficou muito intrigado com o que o aquariano disse, mas não conseguia não concordar com ele, realmente era muito bom ter alguém que não temesse a proximidade com ele, mesmo que isso fosse um prelúdio do suicídio.


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