Teous! escrita por Mariez, Mariesz


Capítulo 17
O Ataque


Notas iniciais do capítulo

Voltei, peço desculpas pela demora.
Esse capítulo ficou bem dramático, mas era mesmo a intenção.
Agora um coincidência nada a ver: Hoje de manhã, uma mulher chamada Larissa Freitas disse bom dia no Bem Estar da Globo. Eu ri muito...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/546167/chapter/17

Sentada na grama, eu percebi que eu estava chorando, e isso é bem raro.

A pergunta é: por que eu estava sentada na grama no meio da noite, com mais muitos alunos?

A resposta era bem simples: os jardins e o lago foram o que sobrou da escola depois daquele ataque.

Eu me lembro de tudo, de cada detalhe.

Tínhamos acabado de entrar na sala para entregar o trabalho e nada estava anormal. Foram ouvidas batidas na porta e a professora abriu, inocentemente. Se ela tivesse sobrevivido, poderia se arrepender. Mas quem iria desconfiar que atrás da porta estaria um grupo de eixo-nortistas explodindo a porta? Eu lembro de todos terem ficado assustados, mas uma onda inexplicável de raiva tinha me atingido quando eu comecei a liderar.

Não foi fácil tirar os outros quarenta e nove alunos da sala no meio da explosão. Eles desceram todos correndo e eu saí por último. Eu percebi que não tínhamos saída NENHUMA. Os portões tinham sido enfeitiçados para virarem muros, e eles estavam por toda a parte. Eu via alguns professores batalhando e algumas pessoas no chão. Eu torci para que não fossem alunos.

As pessoas da minha sala continuavam todas juntas, e eu pedi pra que eles lutassem. Estávamos em mais. Assim eu via eles lançando os poucos feitiços que conheciam, enquanto alguns eixo-nortistas destruíam a escola.

Vera Nortista estava empenhada em procurar dois alunos pela escola, pelo que ouvi. Lancei nela um feitiço pra ela levar um choquinho leve. Não era pra ela sentir dor, mas sim pra perceber que havia alguém ali. Mas era, na verdade, o feitiço mais doloroso que eu conhecia.

Ela se virou e gritou algo como “Achei!”. Não consegui entender direito porque escutei uma explosão.

Ela lançou um feitiço, mas eu me joguei no chão (igual a uma retardada) e consegui desviar. Pode parecer covardia, mas eu corri e preferi NÃO batalhar com ela, afinal eu só sabia dar choques e paralisar pessoas por cinco segundos, e ela podia matar alguém só olhando.

Eu só corri lá pra fora e o ataque continuou. Fui ajudar Ryan a batalhar com o filho de Vera e quando ele me viu disse que eu não podia fugir da mãe dele. Eu achei meio estranho, mas paralisei ele. Ryan teve cinco segundos para pensar em um feitiço bom e eu saí. Melody batalhava com DUAS mulheres e eu fiquei me sentindo meio burra. Ela fez uma das mulheres cair pra trás e eu nem sabia alcançar a potência máxima no feitiço do choquinho, então ele só atingia a ponta dos dedos da pessoa. Quando eu cheguei, acabei levando um feitiço no lugar de minha amiga loira, que seria atingida nas costas. O feitiço me arremessou longe e eu levei alguns segundos para levantar. O diretor foi visto batalhando com Vera e mais quatro pessoas. Eu parecia ser a única que não tinha ninguém para tentar me matar, mas vi Vinícius estava na mesma condição. Perguntei a ele um feitiço que adiantasse para alguma coisa e ele me falou uma única palavra e saiu. Testei no primeiro eixo-nortista que vi, batalhando com Sammy. O homem foi envolto com cordas e caiu no chão. Ela agradeceu e eu pensei em me lembrar de agradecer Vinícius mais tarde.

De repente, ouvi um contra feitiço as minhas costas. Algum aluno tinha me salvado de um encantamento feio me virei e tentei batalhar com meus três feitiços.

Eu me lembro de ter ouvido uma risada aguda e olhar pra torre de EL. O diretor, enfeitiçado, caía de lá de cima.

–TAERO!- Alguém lançou um feitiço para ele levitar e não cair no chão e acabar morrendo.

Então os eixo-nortistas foram embora, achando ter matado o diretor. A essa hora, já estava de noite e eu me juntei a alguns outros alunos para a chamada que Natália convocou. Ela lançou um feitiço para ter certeza que não havia nenhum aluno vivo perdido pelos destroços.

–Vou começar a chamar pelo primeiro ano!- Ela começou a chamar as meninas. De Amanda Vieira até Luana Pinheiro estava tudo bem.

–Mahti Pahim!- Natália anunciou e eu olhei para os lados. Eu fiquei ali, esperando a voz dela gritar “Aqui!” de lá do fundo, mas tudo que ouvi por três minutos foi o silêncio. Eu comecei a chorar e percebi que Natália quase me acompanhou.- Mahti Pahim!- Ela anunciou, com voz de choro. Mais silêncio.

Depois da falta de resposta de Mahti, a lista de não sobreviventes ficou enorme. Como éramos novatos, não tínhamos muito como nos defender. Mônica Aline, Marcela Morenna, Taísa Lemos, Tereza Blanco e Sofia Vasconcelos. Essa era só a chamada das meninas.

Depois, a chamada dos meninos foi ainda mais dolorosa. André, Arthur, Diego, Eduardo, Filipe, Isaac, Marcelo, Ricardo e Thiago. Ao todo, o nosso primeiro ano tinha perdido quinze alunos. O número foi dois alunos menor nas salas do segundo e terceiro ano. Do segundo módulo, perdemos o mesmo que minha sala perdeu e o terceiro módulo perdeu incríveis cinquenta e três alunos de cem. E uma professora.

Olhei meu relógio de pulso e ele tinha sobrevivido. Era a hora do final do jantar. A essa hora, deveríamos estar de barriga cheia, vendo os pratos sumirem e o diretor nos mandando pro dormitório amigavelmente.

Tínhamos passado horas em batalha. Estávamos com fome e tristes, e não tínhamos onde dormir. Pelo jeito, Natália tinha sido encarregada de cuidar dos alunos, mas ela não tinha ideia do que fazer ou dizer, mas acho que ninguém tinha. Fui procurar Ryan e ele estava com os olhos cheios de água, mas não chorava. Sentei ao seu lado e suspirei. Ele sentou apoiando as costas nas minhas, assim todo mundo se equilibrava.

Depois de um tempo, eu avisei que ia levantar e saí. Nós não tínhamos falado nada e eu mal tinha voz para isso. Procurei Melody. Ela estava com as vestes sujas de sangue e um curativo enorme no braço. Não conseguíamos fazer magia ainda, pois estávamos fracos. Eu olhei para o muro, a única coisa que sobrara no ataque. Nele havia algumas palavras pichadas:

“ESSE NÃO SERÁ O ÚLTIMO. NÓS VOLTAREMOS!”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Teous!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.