Teous! escrita por Mariez, Mariesz


Capítulo 16
A Profecia


Notas iniciais do capítulo

O capítulo saiu atrasado pelo meu mini-bloqueio criativo, mas finalmente saiu.
Os POVs estão sendo mais divididos, já que precisamos mostrar tudo por trás dos planos dos eixo-nortistas (se não ninguém ia entender nada!)
Por fim, sem spoilers, vamos á leitura!



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Daniela acordou, cansada da reunião do dia anterior. Suspirou. Lembrou- se de tudo que aconteceu, lembrou-se da profecia e da marca normalmente escondida com quilos de maquiagem. Ela queria ir embora, queria fugir pra qualquer lugar.

Era sempre assim, em toda a reunião a tia dela a obrigava a ir, e ela fingia que era uma eixo-nortista. Qualquer um poderia realmente classificá-la como isso, mas ela sabia que uma marca não a faria ser tão idiota.

Ela estava chorando de novo. O dia do ataque já estava marcado e ela sabia que dessa vez a morte não seria de um monitor. Ela sabia que poderia ser o pior ataque da história da escola, mas quem perderia a chance de matar os dois possíveis escolhidos em apenas uma noite?

Ela sabia como aquele garoto se sentia, mas ele perdeu os pais antes dela, com seus três anos. Pensou então na menina e sentiu pena dela. Ela não sabia a guerra que viria pela frente, o que ela teria que enfrentar.

Não era como uma guerra comum, ou Comum. Seria mais que isso. Os eixo-nortistas eram mais espertos. Afinal, por que deveriam comer logo, se poderiam brincar com a comida antes?

Ela sabia que a nova espiã estava a esperando em seu dormitório. Colocou suas roupas comuns, soltou os cabelos e maquiou a marca. Maquiou também o jeito como se sentia por tudo aquilo e saiu.




Acordei no domingo e abri a janela, esperando claridade. O tempo lá fora estava bem nublado e escuro. Bocejei e troquei de roupa. Arrumei a cama e olhei no relógio: nove da manhã. No café da manhã não vi Daniela, Melissa e Mahti. Talvez elas já tivessem tomado café. Tomei meu iogurte e comi pão com manteiga enquanto pensava no trabalho de Feitiços que eu precisava fazer. Sem biblioteca e sem internet, resolvi voltar para o dormitório e procurar qualquer coisa no meu livro. A escola estava meio deserta, era quase depressivo. Com o livro em mãos, comecei a escrever sobre a diferença entre encantamentos e feitiços.





Vera Nortista acordou, pulando como uma criança ansiosa. Á aquela hora, Ian já teria saído para resolver as últimas coisas do ataque com sua eixo-nortista mais experiente: Beatriz Bello.

Aproveitou para ouvir novamente a profecia e sua mente. O feitiço era simples, e não era exatamente um feitiço, era um Corpóreo. Corpóreos são como feitiços feitos só com sinais, sem feitiços verbais. Esse era o Corpóreo mais simples. Levantou o primeiro dedo e o beijou, depois fez o mesmo com os dois dedos seguintes, pensando na profecia. E como se uma voz entrasse em sua cabeça, Vera voltou a ouvir as palavras daquele dia:

“Dois grandes poderão ser os escolhidos,

filhos dos quais cruzaram seus portões.

A morte de um não será bem-sucedida,

E dez anos depois deverá de novo tentar.

Ao fim da guerra os escolhidos terão seu final.

Seu castelo jamais se desmoronará,

Mas a muralha forte não a protegerá.

A Coroa será derrubada

e o objetivo será atingido,

mas por seus amigos serão eles destruídos”

Riu novamente de como ia tudo bem por ali. Voltou a prestar atenção no final da profecia. A Coroa será derrubada. Aquilo seria impossível.




Aquela noite foi a pior para que eu conseguisse dormir. Nunca tive um pesadelo tão ruim. Nele, a professora Marília era muito mais nova. Estava num canto, cercada de eixo-nortistas. Recitava uma espécie de poema com um tom monótono e sem emoção. Não parecia respirar. Depois, ela era torturada, mas as palavras do poema continuavam flutuando no ar, até serem presas numa garrafa. A professora era deixada quase morta num canto e eles iam embora, rindo. Não parece tão ruim, mas não pode se classificar uma tortura como algo legal de se ver.

A aula não estava a coisa mais interessante, mas eu notei algumas coisas estranhas. Olhando em volta da sala, Daniela parecia triste. Mahti também tinha cara de quem tinha tido um pesadelo feio e Sammy não parecia ter muitas forças de manhã. Melody estava olhando pro nada como sempre, assim como os meninos. Suspirei e voltei a copiar minha lição. Fui até a última página de meu caderno e comecei a me lembrar de alguns trechos da poesia da professora Marília. Lembrei-me que estava em sua aula e decidi que ficaria até mais tarde para perguntar pra ela sobre o poema. A aula de PP seria substituída por outra de Criaturas Mágicas, já que o professor Snatman estava doente.

Esperei o sinal do lanche e fui falar com a professora depois que todos saíram.

–Professora Marília?

–Sim, querida?- Ela parecia bem cansada. Durante a aula suas olheiras eram imperceptíveis, mas agora eram bem visíveis.

–Eu queria mostrar um poema pra senhora, sabe, pra saber se a senhora conhece.- Eu abri meu caderno e mostrei a ela. No mesmo momento, ela fez uma expressão de surpresa.

–De onde você conhece isso?

–Eu tive um sonho onde alguém o recitava.

–Eu acho melhor você apagar isso e ir tomar café, Larissa!- Ela saiu e me deixou sozinha.

Fiquei um pouco preocupada com a reação da professora e acabei ficando sem fome nenhuma, nem a fim de um iogurte.

–Oi, Larizinha!- Melissa veio saltitante em minha direção.

–Oi, Mel.

–Você teve algum sonho estranho hoje? Sabe, eu, a Mahti e a Sammy tivemos pesadelos!- Achei meio estranho, resolvi não confiar.

–Não, na verdade eu acho que não sonhei essa noite.

–Ah, sorte sua! Ai, eu esqueci meu livro no dormitório! Te vejo na aula, Lari!

–Tchau. - Falei mais pra mim do que pra ela. Fiquei ali pensando se deveria ter desconfiado dela de verdade. Ela parecia fofinha, como era Joana antes. Pessoas que já foram fofinhas uma vez na vida sempre vão pro quarto vinte e seis? Talvez seja por isso que eu não estou nele!

A aula de Ervas Bruxas continuava chata. A voz da professora Gina era cada dia mais melosa e irritante!

Depois, na aula de Feitiços, eu finalmente iria entregar o meu trabalho quilométrico que terminei ontem. Mas eu disse bem, eu iria.

Naquele dia, ninguém chegou a entregar o trabalho.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Bom, eu vou viajar sexta e vou voltar terça, então existem grandes chances que eu não vá postar na terça.
Como as férias estão vindo, talvez nesse período alguns capítulos se atrasem, ok?



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