Nobi, aquele que dominará o Japão! escrita por Kasu251


Capítulo 66
Okinawa de 2 anos atrás


Notas iniciais do capítulo

Acho que agora, enquanto eu estiver na universidade, Nobi vai passar a ser uma fic mensal, espero que não se importem (já estava praticamente mensal :v )
O Omake no final deste capítulo vai ser bem importante, não se esqueçam de ler!
Sem mais delongas, aqui têm o capítulo



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“Nabeshima Umimaru?!” Exclamou Nikko surpresa se virando para o líder inimigo.

“Pode chamar-me apenas de Umimaru.” Ele respondeu descontraidamente. “Ou então de capitão para já se ir habituando.”

“O que quer, Umimaru-san?” Questionou a loira sem baixar a guarda.

“Nada de especial.” Ele respondeu chegando mais perto da loira. “Apenas queria lhe mostrar uma coisa.”

“Uma coisa?” Indagou Nikko dando um passo atrás.

“Me seguia.” Umimaru falou já seguindo caminho.

Nikko não disse mais nada. Apesar de estar hesitante e desconfiada, seguiu o capitão pirata, mas sem nunca baixar a sua guarda.

 

Os dois foram para uma parte bem remota da praia. A desconfiança de Nikko estava cada vez mais elevada. Foi então que eles chegaram numa área rochosa bem afastada da zona principal da praia.

“Era isto que queria mostrar.” Afirmou Umimaru apontando para o mar.

“O quê?” Questionou Nikko confusa se aproximando da marê.

“Apenas espere um pouco.” Pediu o esverdeado atrás dela, enquanto pegava no seu tridente.

Sem que a Izumo se apercebesse, ele ergueu a sua arma amaldiçoada e começou a juntar a areia de ferro em três pequenas esferas de areia comprimida ao seu máximo.

Magnet Bullets! (N/a: Balas de imã)” Umimaru anunciou o ataque e a loira se virou surpresa.

As três balas foram velozmente em direção ao céu e atingiram uma nuvem que cobria a luz do luar, dissipando-a com o impacto.

“Que alcance absurdo.” Pensou Nikko suando frio. “Mas por que é que ele fez isso?”

“Agora veja de novo.” Pediu o capitão apoiando o tridente no ombro.

Nikko voltou a olhar para água agora iluminada pelo luar e ficou chocada com a visão. Mesmo sendo de noite, o mar tinha uma coloração demasiado escura, vários peixes e algumas gaivotas estavam boiando já mortos e apodrecendo. Pouco depois a loira começou a sentir o cheiro desagradável e nauseante, não era o simples fedor dos corpos apodrecidos, era como um gás levemente tóxico.

“O que é isto?” Questionou ela imediatamente.

“Uma área que ainda não terminamos de limpar.” Respondeu Umimaru com um tom melancólico sem retirar os seus olhos daquela deprimente paisagem. “Há dois anos, a maioria do mar de Okinawa estava neste estado.”

“Como assim, o que aconteceu aqui?” Perguntou Nikko alarmada. “Foi obra de alguma arma amaldiçoada?”

“Pura e simples obra humana, sem ajuda sobrenatural.”  Disse o esverdeado com um olhar sério. “Antes Okinawa era controlada pela família Yakuza Ryukyu. A maioria era um bando de delinquentes que só causava confusão. Todos os meses cada cidadão tinha de pagar um imposto de protecção e foi assim durante vários anos. Mas o verdadeiro pesadelo foi algo mais recente e devastador.”

Nikko, incapaz de falar mais alguma coisa, observou a rara expressão séria do capitão pirata e sentiu a grande tenção nas suas palavras.

“Ryukyu estava tentando criar uma nova droga para vender.” Umimaru continuou. “Eles despejavam os resíduos tóxicos no mar sem hesitar. No começo o impacto visual não era perceptível, mas as vidas marítimas já estavam sendo intoxicadas. Incluindo os peixes que nós pescávamos.”

“Isso quer dizer…” Murmurou Nikko chocada.

“Sim… Grande parte da população de Okinawa foi intoxicada.” Disse Umimaru apertando fortemente o cabo do seu tridente. “E muitos morreram lentamente.”

“Que horrível.” Comentou a loira abalada.

“Cada membro dos Wako perdeu alguém nessa intoxicação.” Revelou o pirata. “O Utaro perdeu a sua namorada, a Yuka perdeu a sua irmã mais nova, o velho Santoku perdeu o seu filho… E eu perdi a minha mãe. Esses ressentimentos todos direccionados à Ryukyu foi o gatilho do nascimento dos Wako.”

—-----------------------------------------(Flashback On)-------------------------------------------

Numa certa noite, dois anos atrás, uma multidão se reuniu numa das praias de Okinawa, estavam lá todo o tipo de pessoas, homens, mulheres, jovens, velhos, grande parte da população.

Um leve murmúrio se levantou com as pessoas se perguntando para que tinham sido chamadas.

“Teste… Teste… Teste, teste.” A voz de Umimaru se fez ouvir, ele estava em cima de um rochedo, segurando um microfone. “Saudações, povo de Okinawa! Fui eu que vos convoquei.”

“Aquele não é o garoto dos Nabeshima?” Questionou um velho pescador.

“Já está causando confusão novamente, este menino.” Disse uma mulher de meia-idade.

“É aquele cara que está sempre gritando na praia.” Comentou um jovem mascando chiclete.

“Não queremos escutar outra das suas canções horríveis!” Gritou mais um jovem ao lado do outro.

“Vocês estão satisfeitos com as vossas vidas?” Perguntou Umimaru, fazendo toda a multidão se calar. “Estão felizes neste aquário sujo?”

“Lá está você outra vez!” Gritou um pescador de meia-idade. “Vai fazer mais um discurso sobre os Yakuza, não é? Não importa quantas vezes você fale, não podemos fazer nada… Essa é a Era em que vivemos!”

“Velho Tanaba, você perdeu o seu irmão e a sua mulher, não foi?” Falou Umimaru com uma voz calma e um olhar melancólico.

Lágrimas começaram a escorrer de leve dos olhos do pescador.

“Eles… Eles…” Murmurou Tanaba caindo de joelhos e esmurrando frustradamente a areia. “Eles morreram pelo peixe que eu próprio pesquei…”

“Errado!” Gritou Umimaru com todas as suas forças para o microfone. “Você não teve culpa nenhuma! Nenhum de vocês teve! Os únicos culpados são aqueles desgraçados da Ryukyu! Roubam o nosso dinheiro e pescarias dizendo que nos “protegem”, agem como tiranos arrogantes e cospem nos nossos orgulhos! Mas a última gota de água suja foi que eles se atreveram a poluir o nosso amado mar! Contaminaram as pessoas que amamos e para quê? Apenas porque sim! São escumalha do pior! Vão ficar simplesmente parados assistindo? Levantem-se! Peguem no que tiverem ao vosso alcance! E lutem! Pela terra que vivem! Pelo mar onde brincam e pescam! Pelas pessoas que amam! Vamos mostrar-lhes do que Okinawa é capaz!”

“Mas… Eles são pessoas perigosas…” Falou uma garota jovem tremendo. “Alguns deles até têm aquelas armas estranhas… O que podemos fazer?”

“Podemos ir com tudo o que temos.” Respondeu o esverdeado firmemente. “Não importa se eles têm aquelas coisas sobrenaturais, continuar a baixar a cabeça ou simplesmente esperar que um herói apareça para nos salvar não vai mudar nada! Preferem ser peixes num aquário imundo vendo uns aos outros morrer aos poucos ou arriscar as vossas vidas para chegar no oceano da liberdade?”

“Então… Você está dizendo que eu teria uma oportunidade para me vingar daqueles merdas?” Perguntou Yuka surgindo da multidão, os seus cabelos vermelhos estavam soltos, ainda tinha o seu olho esquerdo e o seu olhar era frios e arrepiante como o de uma pessoa disposta a fazer qualquer coisa para se vingar. “Eu estou dentro.”

“Curti o seu ritmo-sha!” Afirmou Utaro também se chegando na frente. “As emoções das suas palavras ressoaram com a minha alma-sha. Vou confiar na sua melodia da mudança-sha!”

Aos poucos, os meros cidadãos ergueram as suas cabeças e se prepararam para lutar pela sua liberdade. Foi naquela noite de dois anos atrás que nasceu o que viria a ser conhecida pela grande tripulação Wako de Okinawa.

—----------------------------------------(Flashback Off)--------------------------------------------

“Por que é que você me mostrou isto?” Perguntou Nikko seriamente.

“Por duas razões.” Umimaru respondeu levantando dois dedos. “Já que quando nós vencermos vais fazer parte da nossa tripulação, melhor ficares sabendo da nossa origem.”

“A Onigumi não vai perder.” Nikko afirmou com um olhar firme.

“Se a Onigumi vencer, o que vai fazer com Okinawa?” Questionou o esverdeado encarando a loira.

“O quê?” Indagou ela apanhada de surpresa pela pergunta.

“Essa é a segunda razão.” Explicou o pirata. “Nós, Wako, estamos limpando toda a área afetada e também protegemos o território de pessoas como os caras da Ryukyu. O que eu estou perguntando é, o que aconteceria se o território fosse parar nas mãos da Onigumi?”

“O Nobi não deixaria ninguém sofrendo assim.” Nikko declarou com convicção. “Tenho a certeza que quando ele souber, vai dar tudo de si para ajudar.”

Com a sombra da franja lhe cobrindo os olhos, Umimaru se aproximou da Izumo e colocou as mãos nos ombros da mesma.

“Que bom!” Disse ele com um grande sorriso aliviado. “O Nobi é um cara bem legal, mas eu precisava confirmar, sabe? Afinal eu estaria entregando algo que amo muito.”

“Eu não consigo perceber este cara de todo.” Pensou Nikko.

“Ah, mais uma coisa.” Falou o capitão colocando dedo indicador a frente da boca e piscando o olho. “Não contes nada disto para o Nobi, ok?”

“Por quê?” Questionou ela surpresa.

“Eu quero que o meu adversário lute com tudo de si, sem qualquer distração.” Respondeu Umimaru sorrindo mais uma vez. “Contei para você já que não vai participar.”

“Entendo, eu não vou contar.” Respondeu Nikko com um leve sorriso sereno.

“Também foi por isso que o provoquei dizendo que eu ia ficar com você.” Complementou o esverdeado agora um sorriso maldoso. “O rosto raivoso dele foi muito bom. Hilário!”

“Não consigo classifica-lo como uma pessoa boa ou ruim.” Pensou a Izumo corada e stressada.

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“Monstro?” Questionou Hoshi para o ex-Oyabun da Ryukyu.

“Sim…” As mãos de Ryuuma ainda tremiam. “Não sei bem o que era aquela coisa… Mas sem dúvidas era um monstro.

—-----------------------------------------(Flashback On)-------------------------------------------

"Este maldito moleque... Depois de destruir a nossa base ainda me seguiu para o meu barco de fuga." Pensou Ryuuma já mostrando sinais de cansaço frente a Umimaru, enquanto os dois estavam numa lancha já muito afastada da costa. "Mesmo ele estando desarmado, não o consegui acertar uma única vez."

"Não vais fugir de mim, Ryuuma." Declarou o esverdeado seriamente.

"És rápido e difícil de ler, isso eu admito." Falou o Oyabun erguendo o arpão que carregava. "Mas no momento que você entrou neste barco de metal, entrou no meu domínio."

Então umas correntes que lá estavam começaram-se a mexer e restringiram Umimaru imediatamente.

"Se esqueceu que a minha arma tem controle magnético?" Questionou Ryuuma apontando a ponta do arpão para o rosto do rebelde.

"Foi você que entrou no meu domínio." Respondeu Umimaru encarando o Yakuza e ignorando o objecto afiado bem próximo dos seus olhos. "No momento que decidiu ir para o mar."

Do nada, a lancha começou a inclinar.

“O que está acontecendo?” Questionou Ryuuma confuso, depois reparando numa fuga no barco. “Impossível, fiz a manutenção ainda ontem e este moleque está desarmado! Como é que isto aconteceu?”

“Não sei bem por quê, mas desde sempre, quando coloco os meus pés numa embarcação, ela afunda.” Explicou Umimaru com um sorriso vitorioso. “Vamos juntos para as profundezas do mar!”

“Idiota! Ainda estás acorrentado, estamos os dois em perigo!” Gritou Ryuuma stressado.

“Ser morto pelo mar que eu tanto amo…” Murmurou o pirata depois mostrando uma expressão determinada. “Não me parece um cenário ruim.”

“Louco…” Pensou Ryuuma suando frio. “Ele é simplesmente louco.”

Pouco depois, a lancha afundou completamente.

No entanto, erguendo o arpão com as duas mãos e flutuando numa placa de metal da lancha, estava Ryuuma respirando ofegantemente.

“Foi por pouco.” Suspirou o Oyabun da Ryukyu. “Mas usar esta levitação magnética gasta muita energia… Pelo menos o problema do moleque se resolveu sozinho.”

O mar estava calmo, nem bolhas vinham à superfície, dando a comprovação da morte de Umimaru para Ryuuma.

O Oyabun então se virou para partir, quando uma gigantesca luz surgiu das profundezas do mar.

“O quê?” Questionou Ryuuma surpreso e confuso.

A água começou a borbulhar imenso. Ryuuma sentia vários arrepios, todo o seu instinto o mandava fugir. Foi então que uma gigantesca figura negra surgiu do mar. Uma boca longa e enorme vindo em direção ao Yakuza que paralisou de medo e só conseguiu gritar.

—----------------------------------------(Flashback Off)--------------------------------------------

“Depois disso as minhas memórias estão muito turvas, mas aquele medo nunca sumiu do meu corpo.” Disse Ryuuma bebendo sakê diretamente da garrafa. “Não faço ideia do que seria aquele monstro e nem como o Umimaru sobreviveu, mas tenho a certeza que eles os dois estão ligados.”

“Então uma daquelas coisas está cá…” Murmurou Hoshi com uma expressão de desagrado. “Bem, não tema, Nakagure Ryuuma, eu vou-lhe conceder o poder para se vingar.”

“Não quero saber de qualquer arma amaldiçoada que um Dealer como você tenha para oferecer.” Resmungou o ex-Oyabun.

“É aí onde está enganado.” Respondeu Hoshi um sorriso sombrio. “Eu estou falando de algo bem mais temível que uma reles arma amaldiçoada.”

O grande incidente acontecerá no dia seguinte.

 

—Fim de capítulo-

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—Omake-

“Mestre!” Gritou Jin entrando agitadamente no quarto.

Nobi estava jogando videogames com Goru e Nikko estava lendo.

“O que foi, Jin?” Perguntou o ruivo.

“Você normalmente não é tão agitado.” Comentou Nikko estranhando o comportamento.

“Veja isto!” Respondeu o azulado colocando uma revista à frente do seu Oyabun.

“Mangá?” Questionou Nobi pegando na revista e começando a folheá-la. “O que é que te- O QUE É ISTO? É SÉRIO MESMO?”

“Também não acreditei quando vi por primeira vez!” Confessou Jin.

“O que foi?” Perguntou Nikko curiosa e preocupada.

“A-a-a n-nossa história foi adaptada para mangá.” Revelou o Oyabun ainda em estado de choque, mostrando para ela o mangá intitulado “Nobi – Aquele que dominará o Japão!”.

“O QUÊ?!” Indagou a Izumo surpresa. “Esta fic virou mangá?”

“A Nee-san ficou tão fofa neste traço!” Exclamou Chiyo aparecendo de repente lendo o mangá. “Gostei deste artista!”

“O Mestre também ficou muito maneiro.” Comentou Jin entusiasmado.

“Não acredito que este dia chegou.” Falou Nobi com um rio de lágrimas em cada olho. “Eu virei um protagonista de mangá! É tão bom estar vivo para ver isto!”

“Inacreditável, isto ficou muito bom.” Comentou Nikko lendo o mangá. “Quem diria que depois de três anos esta história seria adaptada para mangá?”

“Bem, vamos ver até onde será cancelada.” Comentou Momoka também lendo.

“Não apareça apenas para fazer comentários pessimistas!” Reclamou Nikko.

“Bem, o link para o mangá estará nas notas finais do capítulo.” Informou Nobi. “Vá rápido ler!”

“Por que é que o capítulo acabou antes de eu aparecer?” Questionou Goru descolorido lendo o mangá.


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Notas finais do capítulo

Link da página do mangá (lá também vão poder interagir comigo atravês de comentários de face ou mensagens): https://www.facebook.com/Mangá-Nobi-aquele-que-dominará-o-Japão-119785315385049/

Como já devem ter reparado, o flashback foi bem diferente ao dos White Tigers, neste arco decidi usar um método mais objetivo e mostrar apenas os pontos chave, o que acharam?
Espero que tenham gostado e até à próxima



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