Nobi, aquele que dominará o Japão! escrita por Kasu251


Capítulo 64
Imprevisível como o mar


Notas iniciais do capítulo

No último capítulo eu avisei que estaria envolvido num certo projeto que ia precisar de 100% da minha criatividade, mas quando vi que estava quase fazendo 1 mês desde que vocês receberam capítulo novo, decidi fazer uma pausa e escrever mais 1 para vocês, incluindo Omake dulpo! Espero que gostem



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Numa sorveteria perto da praia, um casal partilhava um parfait extra grande de morango.

“Sei que entramos porque estava muito calor lá fora.” Falou a mulher tremendo e esfregando os braços. “Mas aqui não está ficando muito frio?”

“Sim...” Murmurou o homem depois de espirrar. “Será algum problema com o ar condicionado?”

Enquanto isso, numa mesa perto deles, o estranho turista russo que usava um monte de roupas de inverno estava saboreando um apreciado chocolate quente.

“Vkusnyye. (N/a: Delicioso em russo)” Murmurou ele com um sorriso satisfeito. “Finalmente encontrei um lugar nesta maldita ilha que venda. Que bom que esta sorvetaria tinha uma máquina de chocolate quente. É tão gostoso de caloroso. Me faz esquecer o frio momentaneamente.”

“Aqui está você, Oleg-sama!” Falou um homem loiro de cabelo longo, pele bronzeada e que vestia uma regata laranja com calções negros. “Finalmente achei o senhor.”

“O que foi agora?” Perguntou Oleg com um tom semelhante ao de uma criança birrenta. “Não vê que eu me estou tentando confortar?”

“Oleg-sama, o senhor não está aqui de férias.” Insistiu o loiro. “Lembre-se, isto é uma missão importante dada pelo o Oyabun.”

“Sim, se eu não fizer, o Kasai-san vai ficar bravo comigo.” Concordou o russo baixando a cabeça. “Tenho de procurar esses Wako logo.”

“É muito difícil motivar o Oleg-sama sem mencionar o Oyabun.” Pensou o loiro suspirando cansativamente. “Quase parece uma criança algumas vezes.”

“Aff… Demorei demais para beber. Agora o chocolate esfriou.” Suspirou Oleg olhando para o seu copo e vendo que o chocolate quente tinha congelado até à última gota. “Odeio coisas frias.”

“Mas o seu corpo continua algo extremamente assustador.” Pensou o loiro suando frio.

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“Criminoso de Rank A, Oyabun da família Wako.” Revelou Masao apontando para o esverdeado. “Nabeshima Umimaru.”

“Eu já falei incontáveis vezes, não sou Oyabun nenhum.” Respondeu ele estalando os dedos e o pescoço como aquecimento. “É capitão Umimaru.”

“Então o líder inimigo esteve sempre ao nosso lado.” Comentou Momoka ajeitando os óculos.

“Um Rank A? Isso é perfeito.” Comentou Kintaro com um sorriso malicioso, retirando do seu casaco 3 varas médias de madeira e juntou-as, formando uma espécie de bou. “Isso significa que vamos ser promovidos de certeza se o pegarmos.”

“Se prepare para sentir a força dos soldados da 10ª unidade.” Disse Kazama desembainhando duas katanas que trazia à cintura.

“Um momento, por favor.” Pediu Umimaru começando a digitar algo no celular. “Deixem só enviar esta mensagem que já trato de vocês.”

“Está zombando de nós?!” Reclamaram Kazama e Kintaro irritados, atacando em simultâneo.

“Opa.” Foi apenas o que o esverdeado falou ao desviar da espada esquerda de Kazama e em seguida da direita sem grande dificuldade, sem deixar de digitar as palavras no celular.

Kintaro dirigiu a ponta do bou em direção ao esverdeado, também seria bastante fácil para ele desviar, no entanto o soldado pressionou um botão no bou e uma lâmina surgiu da ponta da sua arma.

Umimaru foi apanhando de surpresa, e desviou repentinamente a cabeça para a direita, esquivando por pouco do ataque cortante, sofrendo apenas um pequeno ferimento abaixo do olho esquerdo.

“Katanas e uma Naginata (N/a: lança oriental). Vocês são um exército de que século?” Questionou o pirata limpando o sangue do corte com o polegar da mão esquerda e terminando de digitar com a direita. “Mensagem enviada. Agora, que tal começarmos lá fora, camarões?”

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Endo Satoru caminhava por uma área meio isolada da praia onde não tinha ninguém, isso já era um comportamento natural dele, já que não gosta de estar em lugares com muita gente, mas naquele momento ele tinha mais um motivo para se afastar das pessoas.

“Bem… Não parece… Que tenha… Algum civil… aqui.” Murmurou o terceiranista coberto de bandagens pelo corpo. “Você que… Tem me seguido… O que… Quer… De mim?”

“Gyahahaha! Você continua muito observado, Satoru-chan.” Um riso esganiçado se ouviu pela rochas da praia, logo depois surgiu uma figura encapuzada, a mesma que tentara entrar na ilha negra no dia anterior. “Pena você ter crescido uma falha completa, tinha tanta expectativa num desastre como você.”

“Essa forma… De falar…” Satoru reconheceu na hora. “Aquele que… Há 10 anos… Me ofereceu… A minha… Arma amaldiçoada… Não é?”

“Oh, você ainda se lembra de mim?” Perguntou a figura surpresa apontando para si. “Fico feli-”

Sem lhe dar tempo de falar, Satoru lançou uma da suas bandagens com a velocidade de uma bala. O encapuzado se esquivou agilmente, mas o seu capuz foi desfeito pelo ataque do executor.

“Que assustador.” Comentou ele com um tom irónico enquanto o seu rosto era revelado. “Você estava tentando me matar?”

“O meu… Instinto… Apenas me… Avisou… Que não… Era boa… Ideia… Deixar… Você por… Aí.” Respondeu Satoru mantendo a sua calma, mas o seu olhar estava claramente surpreso. “Tal como… Pensei… Quando criança… Você só… Pode ser… Algo… Paranormal… Em 10… Anos… O seu… Rosto… Não mudou… Nem… Um pouco.”

“Verdade, talvez devesse envelhecê-lo um pouco.” Concordou o homem andrógeno com tatuagem de estrela no rosto, retirando um espelho de mão do nada. “Nah, eu gosto deste aspecto. E por que é que está sendo tão frio comigo, Satoru-chan? Eu me ofereci para realizar os seus desejos.”

“Você deu… Uma arma… Para uma criança… Mentalmente instável.” Afirmou o executor soltando mais algumas bandagens tanto para defender como para se preparar para atacar. “Se eu… Não tivesse conhecido… O Ben… Nesse dia… Quem sabe… Que atrocidades… Eu… Teria… Feito.”

“É exatamente por isso que você é uma falha.” Retrocou o homem misterioso, desfazendo o seu sorriso e mostrando uma face intimidadora com um olhar sanguinário que fez Satoru recuar alguns passos involuntariamente. “Você não cedeu aos próprios desejos. Você não causou caos nenhum. E agora usa a arma que lhe ofereci pelo bem de outros? Nem imagina o quanto me desapontou. Satoru-chan, você é uma falha como ser humano.”

“E… O que… Você… Quer de mim… Agora… Após… 10 anos?” Questionou Satoru cautelosamente.

“É uma coincidência do destino, este nosso encontro de hoje.” Respondeu ele voltando a um tom amigável e um sorriso cheio de dentes afiados. “A verdade é que eu estou nesta ilha para um grande evento. O problema é que preciso de um humano para abrir as portas desse caos. Foi então que vi você na praia. Pensei que seria uma boa forma de você me pagar pelos prejuízos causados. Então, o que me diz, Satoru-chan? Quer me ajudar?”

“Me… Recuso!” Respondeu o executor imediatamente, lançando várias bandagens velozes em direção ao inimigo.

“Entendo, é uma pena.” Suspirou o homem agora atrás de Satoru, o deixando sem reação. “Por quê tanta surpresa pelo seu ataque não ter funcionado? Você percebeu que não tinha qualquer chance de acabar comigo, por isso nem se deu ao trabalho de ativar o Stage 2 para poupar energia, não foi?.”

Sem dizer uma única palavra e de cabeça baixa, Satoru recolheu as suas bandagens.

“Bem, continue com essa sua vida estável e honesta.” Falou o homem se dirigindo para as sombras das rochas. “Mas não se esqueça, mesmo que seja uma falha, ainda é um humano. Um dia, o terreno estável e calmo que o sustenta será destruído pelo seu próprio caos.”

“Se você… Odeia… Assim tanto… Humanos… Por que… É que… Lhes oferece… Armas?” Satoru finalmente falou, enquanto o outro sumia nas sombras. “Você… É uma… Das pessoas… Que espalhou… As armas… Amaldiçoadas… Pelo país… Não é?”

“O nome é Dealer.” Ele falou antes de dar um último sorriso dentado e sumir por completo. “Eu realizo os desejos dos humanos exatamente porque os odeio.”

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“Então como vai ser?” Questionou Umimaru já fora do restaurante, rodeado pelos 4 soldados. “Vai um de cada vez ou posso acabar com todos ao mesmo tempo. Ah, mas não podem fugir. Não vou perdoar o que falaram da comida do velho Santoku.”

“Você é irritante demais!” Reclamou Kintaro com a sua Naginata apoiada no ombro. “Pare de se achar, cabeça de alga.”

“Kintaro, você está agindo como um delinquente novamente.” Comentou Masao ajeitando os seus óculos.

“Não enche!” Reclamou o loiro. “Ele pode ser um dos 12 Oyabun, mas não passa de um moleque crescido que não tem o mínimo de respeito!”

“Quem é o moleque crescido aqui mesmo?” Questionou Masao lançando um olhar sínico para Kintaro.

“Os únicos que têm o meu respeito são o mar e aqueles que merecem.” Afirmou Umimaru de expressão séria. “Camarões podres que poluem esta praia não merecem nenhum respeito meu.”

“Se prepare, criminoso. Será purificado pelos anjos vermelhos que salvarão esta nação.” Declarou Kazama apontando uma das suas espadas para ele. “Eu serei o seu oponente.”

“Vai ser no x1 então.” Murmurou o pirata encarando o soldado de bandana. “Queria acabar com isto logo.”

Kazama atacou com as duas espadas ao mesmo tempo, como se fosse uma tesoura prestes a cortar o corpo do pirata, no entanto o mesmo bloqueou as lâminas antes de alcançarem o seu corpo.

“Ele parou as espadas com as mãos?” Questionou Chiyo surpresa.

“Não.” Negou Jin sem parar de assistir a cena com um olhar sério. “Veja melhor.”

Nas mãos de Umimaru estavam os chinelos de madeira que ele antes calçava, na sola de cada um estava uma placa de metal que estava bloqueando as lâminas inimigas.

“Chinelos de madeira com placas de metal na sola? E você nos estava chamando de antiquados?” Inquiriu Kazama tentando forçar o seu ataque, mas não conseguia superar a força dos braços do capitão. “Mesmo assim, você também não pode fazer mais nada.”

“Estilo duas espadas é legal, sim.” Comentou Umimaru casualmente, enquanto enterrava o seu pé direito na areia. “Mas ao meu ver, deixa a sua guarda mais aberta.”

Dito isto, levantou repentinamente o seu pé direito, jogando areia no rosto do seu adversário. Kazama se afastou ao ter areia na sua vista, se aproveitando desse momento, Umimaru acertou no rosto do soldado usando a sola do seu chinelo ainda na mão, quebrando-lhe o nariz.

Não parando por aí, o pirata deu um chute nas pernas de Kazama, fazendo-o perder o equilíbrio e cair. Foi então que Umimaru juntou as solas dos chinelos e desceu as suas mãos como um machado, dando o golpe final na cabeça de Kazama, o apagando.

“Maldito.” Murmurou Kintaro aparecendo atrás do esverdeado pronto para o perfurar com a sua Naginata.

No entanto, o capitão pirata já esperava um movimento vingativo do soldado impulsivo. Ainda de costas, jogou o chinelo que estava na sua mão esquerda na direção do soldado e atingiu-lhe bem na testa, desnorteando-o por uns segundos, tempo suficiente para Umimaru dar um chute rotativo no braço do seu adversário e jogando a arma do mesmo para longe.

“Tsc. Não preciso de uma arma para acabar com você.” Resmungou Kintaro dirigindo o seu punho para o esverdeado.

Umimaru deu um leve sorriso e respondeu também com o seu punho, chocando com o do soldado. No entanto, ao sentir uma dor intensa, Kintaro recuou a sua mão imediatamente e ficou surpreso com o que viu.

“Ele fez um corte da mão durante aquele soco.” Pensou o loiro vendo o ferimento. “Como?”

Foi então que ele reparou que entre os dedos de Umimaru estavam fragmentos de conchas, iguais aos que se podiam encontrar na areia de qualquer praia.

“Ele… Ele pegou conchas do chão durante a luta e usou-os como arma oculta?” Pensou Kintaro espantado e irritado. “Quantos truques sujos este cara tem?”

“Ele tem um estilo livre e difícil de ler tal como o Nobi.” Momoka analisava na sua mente enquanto assistia em silêncio. “Não. É capaz de ele conseguir ser mais imprevisível que o Nobi. Ter alguém como ele como nosso inimigo pode ser muito perigoso.”

Enquanto Kintaro e Umimaru continuavam a lutar, Masao retirou uma pequena pistola do seu casaco e apontou bem para a cabeça do pirata.

“Não pense que vamos ser justos com criminosos.” Murmurou Masao apertando o gatilho.

Umimaru percebeu o disparo, mas não tinha nada preparado para aquela situação, no entanto havia uma pessoa que tinha notado Masao retirar a arma e esse era…

“O que está fazendo?” Perguntou Umimaru surpreso ao ver que Nobi tinha pulado no caminho da bala. “Eu já estou tratando dele.”

“Eu ainda estou com raiva pelo que eles falaram do velhote.” Respondeu Nobi, enquanto a bala que tinha chocado com a Onihime, que Nobi usara para bloquear o tiro, caia na areia. “E agora só tenho mais motivos para bater neles.”

“Era inevitável, não era?” Suspirou Nikko.

“Ele até se conteve bastante.” Comentou Chiyo com uma gota de suor atrás da cabeça.

“Entendo, agora mesmo a sua vontade está como uma onda selvagem.” Falou Umimaru com um leve sorriso. “Não o vou impedir, poder ir com tudo o que quiser, Nobi.”

“Já ia fazer isso.” Respondeu Nobi empunhando o seu bastão de basebol metálico.

“Ele não parece fazer parte da Wako, mas está no caminho.” Disse Masao ajeitando os óculos. “Rokudera, vá.”

“Entendido.” O corpulento soldado que não havia falado nada até ao momento finalmente se moveu, colocando umas soqueiras com espinhos de ferro nas mãos.

Rokudera foi imediatamente para cima de Nobi. O ruivo não saiu do lugar e bloqueou o punho do soldado com a sua Onihime.

“Ahg.” Rokudera murmurou de dor, retirando rapidamente o seu punho. “Quente. Mais um pouco e a minha mão teria queimado.”

“Já suspeitava e agora confirma-se.” Falou Masao apontando para Nobi. “Isso que você carrega é uma arma amaldiçoada, não é?”

“Isso mesmo!” Respondeu o Oyabun imediatamente.

“Só carregar consigo uma arma amaldiçoada já é considerado um crime de Rank B e ainda está usando ela para atacar soldados do exército escarlate.” Revelou Masao apontando a sua pistola para o ruivo. “Você também é um impuro que contamina este país.”

“Não quero saber.” Gritou Nobi correndo em direção ao soldado de óculos.

“O seu oponente sou eu.” Afirmou Rokudera com um soco lateral que perfurou o abdómen do Oyabun com os espinhos da soqueira. “É admirável não ter saído voando com este golpe, mas agora não vai conseguir se mover com esse ferimento.”

“Você não falou nada da comida do velho e nem se meteu na briga do Umimaru, então estava pensando ignorá-lo.” Falou Nobi prendendo o punho de Onihime nos dentes e colocando as suas mãos no pulso do punho que ainda perfurava o lado direito do seu corpo. “Mas você está sendo muito chato!”

“O qu- Aaaaahg!!!” Rokudera sentiu a força esmagadora do ruivo no seu pulso.

Masao atirou imediatamente três vezes, duas balas atingiram o peito do Yakuza e a terceira o seu braço direito, mas Nobi continuou como se nada tivesse acontecido.

“Impossível.” Falou Masao suando frio. “Amaldiçoados são demônios pior do que imaginava.”

“Demônio? Eu sou bem mais que isso.” Declarou Nobi pegando no grande braço de Rokudera e com um movimento simples e fluido, levantou o enorme soldado, jogando-o contra o chão e levantando uma enorme rajada de areia com o impacto. “Eu sou Hirata Nobi, Oyabun da Onigumi, a família Yakuza que atualmente domina Kanto Sul e futuramente todo o Japão! Já está na hora que vocês nos conhecerem, exército de chocolate!”

“PUFFFT!!! BUAHAHAHAHAHA!” Umimaru soltou uma enorme risada. “Exército de chocolate? Hahahahaha! Não consigo dizer se ele está zombando ou é apenas idiota. Adorei! Hahahaha!”

“Hirata Nobi e Onigumi. Entendo, então vocês é que são a tal nova gangue que dominou o território dos White Tigers.” Falou Masao ajeitando os seus óculos.

“Tsk. Já que vamos enfrentar amaldiçoados.” Falou Kintaro já com respiração ofegante, enquanto Umimaru ainda estava em perfeitas condições, pegando num pequeno frasco com uma espécie de medicamentos brancos em forma de disco. “Vou usar isto.”

“Pilula de super soldado? Kintaro, seu desgraçado, onde você conseguiu isso?” Questionou Masao surpreso. “Apenas capitães e superiores têm autorização para as usar.”

“Peguei algumas do Capitão Junai.” Respondeu Kintaro engolindo uma das pílulas.

“O que é aquilo?” Se perguntou Nikko ao avistar o Anima branco, o Anima humano que ela normalmente não conseguia enxergar de tão fraco que é, do soldado rodeando todo o corpo do mesmo, ficando cada vez mais abundante, enquanto várias veias dele ficavam salientes. “Nobi, não sei o que ele fez, mas o Anima dele treplicou de tamanho!”

“Além de bonita, consegue ver coisas como Anima.” Murmurou Umimaru com um leve sorriso.

“Cabelo loiro, olhos azuis e a capacidade de ver Anima.” Pensou Masao olhando para Nikko. “Então estes impuros conseguiram até arrastar um ser puro como um Izumo para o seu lado.”

Kintaro concentrou o seu Anima nas pernas e deu um potente impulso em direção a Umimaru. O pirata não teve tempo de reagir e levou um soco fortificado com Anima que o jogou contra uns rochedos da praia.

“Isto é incrível!” Exclamou Kintaro excentricamente. “O poder destas pílulas é fantástico! Masao, experimente também!”

“Recuso.” Respondeu ele ajeitando os seus óculos. “Além de estar infringindo as regras, tomá-las sem antes passar pelo treinamento adequado pode ser perigoso.”

“Perigoso? Eu me sinto ótimo!” Afirmou Kintaro cheio de energia.

“Pensei que podia limpar a praia sem usar aquilo. Mas parece que vou ter de a usar, felizmente mandei aquela mensagem.”  Murmurava Umimaru enquanto se levantava e estalava os ossos da coluna ao se alongar. “Mas eles estão demorando.”

“Umimaru, eu vou tratar deste cara.” Declarou Nobi se colocando à frente do esverdeado. “Pelo que a Nikko falou, só deve ser possível derrota-lo usando uma arma amaldiçoada.”

“É exatamente isso que eu vou fazer.” Respondeu Umimaru colocando a mão no ombro do ruivo. “Foi mal, Nobi, sei que disse que ia deixar você fazer o que quisesse, mas me deixe ser o protagonista do momento agora.”

“Hã?” Indagou o Oyabun confuso, arqueando a sobrancelha.

“CAPITÃO-SHA!!!” Uma voz estridente se fez ouvir em toda a zona.

Foi então que Utaro e Yuka surgiram no topo de um desfiladeiro médio de pedra que ficava frente à praia.

“Perdoe o nosso atraso-sha.” Utaro se desculpou lançando um objeto longo embrulhado num pano verde. “Nos perdemos por acaso-sha.”

“Aquilo é…” Pensava Nikko ao ver Anima negro rodeando o embrulho. “Uma arma amaldiçoada!”

“O timing foi perfeito.” Respondeu Umimaru agarrando o embrulho com uma única mão. Retirou o pano que na verdade era um casaco pirata verde com alguns detalhes dourados que ele vestiu por cima do seu tronco nu. O conteúdo que enrolava era uma caixa de madeira que continha no seu interior um tridente dourado um uma jóia vermelha incrustada. “Capitão dos Wako, Nabeshima Umimaru, agora completo e pronto para brigar de verdade!”

“Não vai dizer que só esteve brincando até agora, vai?” Perguntou Kintaro com raiva, enquanto as suas veias ficavam ainda mais salientes.

“Um bom pescador não começa logo a puxar a cana com toda a sua força.” Respondeu Umimaru com um sorriso confiante, enquanto rodopiava o seu tridente e finalizava o movimento batendo com a ponta na areia. “Agora se preparem para a grande onda.”

Masao e Kintaro ficaram cautelosos para o que poderia vir. Com movimentos fluidos, Umimaru foi elevando o seu tridente. À medida que o fazia, minúsculas pedras negras começaram a flutuar à sua volta.

“Isto é… Areia de ferro?” Masao percebeu.

“Vou explicar para vocês perceberem exatamente com o que estão se metendo.” Falou Umimaru atraindo cada vez mais areia de ferro. “A habilidade da minha fiel parceira aqui nas minhas mãos está relacionada com magnetismo. E para que saibam, eu misturei areia de ferro em todo o canto das praias desta ilha durante os últimos 2 anos. Entenderam agora? Vocês estão no meu território!”

“Só eu esperava uma habilidade relacionada a água?” Questionou Chiyo.

“Não, eu também imaginava algo do tipo.” Concordou Nikko.

“Tudo apontava para isso.” Comentou Goru

“Onde ele arranjou tanta areia de ferro?” Pensou Momoka.

Umimaru levantou repentinamente o seu tridente e uma gigantesca onda negra de areia de ferro se formou atrás do pirata.

Black Tsunami!” Gritou o esverdeado descendo o tridente na direção dos soldados.

Tal como uma onda, a areia de ferro caiu com força total em direção ao inimigo.

“Aquele maldito.” Murmurou Kintaro ficando cada vez mais com raiva.

Masao, que era surpreendentemente rápido, conseguiu sair da zona de impacto. Mas quando Kintaro tentou concentrar o Anima nas pernas para também fugir do massivo ataque, sentiu uma imensa dor e começou sangrar das mesmas, não conseguindo se mover.

A gigantesca onda negra atingiu o soldado loiro, esfolando-lhe a pele com a areia de ferro e jogando-o com grande potencia contra os rochedos da praia.

“Por isso eu avisei que o corpo dele não estava adequado.” Pensou Masao que tinha escapado por pouco. “Tenho de recuar por agora.”

“Ei, quatro olhos, eu disse que fugir não era uma opção.” Avisou Umimaru com 4 balas flutuando ao redor do seu tridente. “Mas já que está indo embora, leve este lixo com você. Eu detesto que sujem a minha praia.”

O capitão pirata jogou as 4 balas no soldado, atingindo apenas pontos não vitais e que não o impedissem de andar.

“Agora pode ir e avise os outros camarões para não se meterem no meu território.” Ordenou Umimaru imponente, apoiando o tridente no ombro, enquanto uma onda arrebentava ao chegar na costa atrás dele.

“Maldição.” Murmurou Masao ao ser ferido e depois fugindo, deixando os seus companheiros apagados para trás.

“Então este é o poder de líder da gangue Wako.” Falou Momoka.

“Umimaru.” Falou Nobi se aproximando do esverdeado.

“Já sei o que vai dizer.” Suspirou Umimaru se virando para o ruivo. “Agora que você sabe que eu sou o capitão dos Wako, você quer usar o direito de desafiante para conseguir o meu território, nê?”

“Isso mesmo!” Falou Nobi animado. “ E depois de ver você lutar, fiquei com vontade te enfrentar!”

“Sim, sim, eu entendi.” Respondeu Umimaru se espreguiçando. “Eu não gosto de usar as regras daquele Buda da Tengoku, mas já que você é um cara que respeito, vou aceitar esse desafio. Mas como é você que me está desafiando, eu tenho umas exigências.”

“Exigências?” Questionou Nobi inclinando a cabeça confuso.

“Isso mesmo, primeiro o que eu vou ganhar. Eu não estou interessado em território longe do mar, portanto não quero o vosso.” Explicou Umimaru com um sorriso malicioso. “O que lhe parece esta ideia? Se a Wako vencer, a moça loira entra na nossa tripulação.”

“O quê?” Indagou Nikko revoltada. “Não me trate como se fosse um prêmio!”

“Não diga isso, você pode acabar até virando minha noiva se gostar.” Respondeu o capitão dando uma grande gargalhada.

“N-noiva?!” Gaguejou Nikko surpresa e constrangida.

“Então, o que acha?” Perguntou Umimaru mais uma vez.

“Umimaru… Você pode repetir a sua exigência?” Perguntou Nobi com uma voz anormalmente calma que contrastava por completo com os seus olhos vermelhos que emitiam um leve brilho da mesma cor, rodeado por uma aura intimidadora. “Eu acho que não escutei bem o que você falou.”

 

Contagem regressiva para o grande incidente: ainda 4 dias.

—Fim de capítulo-

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—Omake-

~Noroi Talk~

Kazuo: Olá a todos! Sentiram falta do Noroi Talk? Como já sabem, eu sou Izumo Kazuo, o vosso anfitrião especialista em armas amaldiçoadas. E o comentador convidado de hoje é Sakurama Koji.

Koji: Hey! Hey! Sentiram a minha falta? Já que a minha ausência neste arco deve estar sendo difícil, decidi fazer uma aparição especial, my fans!

Kazuo: Na verdade, a popularidade da história tem aumentado desde a sua ausência. Especialmente entre o publico feminino.

Koji: Hehehe, que piada sem graça, Kazuo-san. Todo o mundo sabe que sou um dos personagens mais populares. Você que está lendo agora, concorda, nê?

Kazuo: Não estou brincando, já recebemos até várias cartas. Pink-Ninja-chan: “Muito obrigada por terem retirado aquele pervertido da história, agora sinto que posso aproveitar melhor os capítulos.”. IzuNi-chan: “Desde que o arco de Okinawa começou, acho que a história ficou mais agradável de se ler, tem menos personagens com falas desnecessárias.”. Twintail-Assassin-chan: “Sinceramente, acho que deviam ter matado o personagem em vez de só o afastarem por um arco.”. Glasses-of-Destruction-chan: “Nem notei que tinha menos gente no grupo dos protagonistas, o personagem não fazia qualquer diferença sem ser as piadas forçadas.”. Chi-chan: “O mundo está melhor sem ele. Autor, por favor, não o traga de volta.”. Entre outras cartas.

Koji: Um momento! Essas cartas não são de leitoras, são de personagens da própria história! Três delas foram obviamente escritas pela mesma personagem!

Kazuo: Bem, hora de voltarmos à programação. A arma que vamos analisar hoje é a Batsu-en, o Jardim da Punição.

Koji: É um nome bem erótico.

Kazuo: A Batsu-en é uma arma amaldiçoada de modelo orgânico, se não contarmos com as 13 armas modelo imperial, o modelo orgânico é o mais raro de se encontrar, este tipo de armas são quase criaturas orgânicas vivas. Batsu-en é uma flor negra que parece frágil, mas tem uma grande quantidade de vinhas com espinhos poderosos que se movem a grande velocidade. A habilidade desta arma converte todo o dano do portador em energia e força para os seus ataques, ao mesmo tempo, os seus espinhos vão cravando na pele do portador, lhe dando cada vez mais dor e força. É uma arma bem difícil de achar um bom portador compatível.

Koji: A perfeita arma sadomasoquista.

Kazuo: O melhor ataque que já presenciámos desta arma foi o Tenbatsu, significa Condenação, se escreve com os Kanjis de céu e punição e também pode significar punição divina. Consiste em elevar o adversário o mais alto possível com as vinhas e depois descê-lo a alta velocidade em direção ao punho coberto de vinhas espinhosas do portador. Um ataque bem brutal, digno de um finalizador.

Koji: Aquele tipo de punição que te leva para o paraíso… De diversas formas.

Kazuo: Agora, os comentários do atual portador da Batsu-en, Endo Satoru.

Satoru:

Kazuo: Hum, Endo-kun?

Satoru:

Kazuo: Endo-kun, é a sua vez de falar.

Satoru: … Acho… Que… Já… Falaram… Tudo… De importante… Acho… Que… Não… Preciso… Falar… Mais… Nada… Podemos… Acabar… Por… Aqui.

Kazuo: Ahm… Tudo bem então. É tudo por hoje, nós vemos no próximo Noroi Talk!

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—Omake 2-

Durante a luta contra os soldados do exército escarlate:

“Só carregar consigo uma arma amaldiçoada já é considerado um crime de Rank B e ainda está usando ela para atacar soldados do exército escarlate.” Revelou Masao apontando a sua pistola para o ruivo. “Você também é um impuro que contamina este país.”

“Se carregar uma arma amaldiçoada torna o mestre um criminoso, então eu serei orgulhosamente um criminoso ao seu lado!” Afirmou Jin decidido, pegando na sua espada de madeira.

“Isso seria um bom exemplo de irmão mais velho para a Hina?” Questionou Goru. “Ter um irmão criminoso.”

“Tem razão… O mestre ou a Hina? Será que é isto o que as pessoas chamam de um impasse?” Questionou Jin seriamente preocupado. “Ou será um paradoxo?”

“Ele está começando a parecer a Murakami-senpai quando entra no seu ciclo de perguntas sem fim.” Comentou Nikko com uma gota de suor atrás da cabeça.

“Sim.” Concordou Chiyo.

A partir desse momento, Jin ficou incapaz de fazer ou pensar qualquer coisa durante o resto do capítulo.


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Notas finais do capítulo

É tudo por hoje
Caso não lembrem como o Satoru recebeu a sua arma amaldiçoada, recomendo lerem o capítulo 43 (o capítulo que mais me orgulha até hoje :v )
Espero que tenham gostado e até à próxima!



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