Nobi, aquele que dominará o Japão! escrita por Kasu251


Capítulo 63
A prova da serpente do mar


Notas iniciais do capítulo

Isso mesmo!!!!!! O hiato acabou!!!!
Não sei se repararam, mas durante esta pausa eu mudei a sinopse e a capa da história. Ficaram legais?
As imagens foram desenhadas pela minha amiga AnnLet (vou deixar o link da página dela nas notas finais) e eu editei a capa (não fiz nada demais na verdade :v )

Como este arco tem muitos detalhes e já faz 3 meses desde o último capítulo, vou fazer um breve resumo dos pontos importantes do arco:
—Koji não foi na viagem a Okinawa, pois é do segundo ano
—O terceiroanista que ficou responsável pelo grupo de Nobi é Endo Satoru, mas ele deixou-os por usa conta
—Chiyo, sendo a única de uma classe diferente, não pôde estar no grupo de Nobi
—Há dois estranhos indivíduos em Okinawa, Sameraku Utaro que fala de forma estranha e ritmada e uma mulher ruiva de tapa-olho chamada Yuka
—O Exército Escarlate anda rondando a praia investigando sobre os Wako, uma das 12 famílias Yakuza
—Chiyo encontrou um misterioso turista russo que vestia um monte de roupa mesmo estando na praia
—Nikko teve uma sensação estranha ao avistar uma ilha negra quando foi pescar com o Nobi
—Nobi e Nikko pescaram um misterioso e estranho homem

Além do capítulo grande, também tem um Omake especial no final, espero que gostem!



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Um pequeno barco a motor se aproximou dos arredores da ilha negra, transportava uma única figura encapuzada. Antes de chegar à ilha, o barco parou e o indivíduo estendeu a sua mão direita.

Então, ao esticar o seu dedo indicador, uma faísca dourada o repeliu.

“Não vai dar para passar por esta barreira.” Murmurou o encapuzado vendo o seu dedo queimado. “Vou precisar de um humano.”

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“O meu nome é Nabeshima Umimaru.” Ele se apresentou educadamente, enquanto pegava na mão de Nikko. “Prazer em conhecê-la.”

“Eu também estou aqui!” Reclamou Nobi.

“Hum? Ah, foi mal, foi mal.” Disse Umimaru com um sorriso descontraído, se virando para Nobi. “Fui completamente encantado pela beleza desta moça, então acabei por ignorando a sua existência por completo.”

“Como é que ele consegue falar algo assim tão naturalmente?” Pensou Nikko ainda meio constrangida.

“Você é um cara bem estranho.” Comentou Nobi inclinando a cabeça. “Parece que não tem bom senso nenhum.”

“Você não é a melhor pessoa para falar isso.” Pensou a loira com uma gota de suor atrás da cabeça, quando de repente começou a sentir os seus pés molhados. “Hum… KYA!!!!”

“O que foi, Nikko?” Perguntou Nobi surpreso com o grito da loira.

“Estamos afundando!” Respondeu ela apontando para várias fugas no barco.

“Eh? Como isto aconteceu?” Questionou o ruivo surpreso. “O velho disse que era um barco novo.”

“Ah, isso é um misterioso fenómeno que sempre acontece.” Explicou Umimaru ainda com uma expressão descontraída. “Aparentemente, qualquer embarcação em que eu esteja afunda imediatamente.”

“…” Nobi e Nikko encararam-no por uns segundos e então gritaram em uníssono. “Que fenómeno zoado é esse?!”

“Têm a certeza que têm tempo para fazer Tsukkomi?” Questionou o esverdeado com uma gota de suor atrás da cabeça. “Este barco vai afundar e ainda estamos longe da costa.”

(N/a: Tsukkomi (também conhecido como o personagem sério) é um papel da comédia japonesa em dupla que faz retóricas às idiotices da outra parte chamada Boke (Idiota). É basicamente o papel da Nikko durante todo a história.)

Entrando em pânico, Nikko começou a jogar o máximo de água que podia para fora do barco, enquanto Nobi remava o máximo que conseguia.

Uns minutos depois, o barco afundara completamente e os três estavam deitados na areia da costa, completamente encharcados.

“Conseguimos…” Murmurou Nikko sem forças.

“Os meus braços doem…” Murmurava Nobi sem retirar o rosto da areia.

“Ufa… Obrigado, graças a vocês estamos salvos.” Suspirou Umimaru levantando o polegar positivamente.

“Isto foi culpa sua!” Reclamaram os dois Yakuzas.

“Você foi amaldiçoado ou algo assim?” Questionou Nikko espremendo o seu cabelo para retirar o excesso de água, enquanto Nobi abanava a cabeça como um cachorro molhado. “É a primeira vez que escuto sobre uma condição bizarra como a sua.”

“Eu não considero uma maldição.” Respondeu ele com um sorriso sereno e encarando o mar da águas cristalinas. “Mas sim um ato de amor.”

“Amor?” Questionaram Nobi e Nikko inclinando as suas cabeças.

“A coisa que eu mais amo e respeito neste mundo é o mar.” Respondeu Umimaru sem retirar os olhos do seu amado mar. “Acredito que o mar também me deve amar e por isso sempre me tenta arrastar para ele. Hehe, o mar consegue ser bem caprichoso, não acham?”

“Nikko, ei, Nikko.” Sussurrou o ruivo no ouvido da sua subordinada. “Acho que este cara não tem uma cabeça muito boa.”

“Isso é muito rude.” Ela sussurrou de volta. “Mas não acho que seja boa ideia interagirmos muito com ele…”

“Vocês dois.” Chamou Umimaru os surpreendendo. “São turistas em Okinawa, nê? Se quiserem posso ser o vosso guia.”

“Não é preciso, não se preocupe.” Recusou Nikko com um sorriso forçado e uma gota de suor atrás da cabeça.

“Você me salvaram, eu tenho de agradecer!” O esverdeado insistiu. “Vou mostrar-vos o melhor restaurante da zona.”

“O melhor de Okinawa?” Questionou Nobi com um olhar sério.

“O melhor de Okinawa.” Confirmou Umimaru.

“Sério?” Nobi ficava com um clima cada vez mais sério.

“Sério.”

“Certeza?”

“Certeza.”

“Nós aceitamos!” Respondeu Nobi entusiasmado.

“Era óbvio que ia acabar assim.” Suspirou Nikko.

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“Mas que droga…” Suspirou Chiyo, enquanto ela encarava um dos tanques do aquário, juntamente com Jin, Momoka e Goru. “Quando finalmente convenci a Tanaka-san a me deixar juntar ao vosso grupo… A Nee-san tinha de estar em algum lugar com o Nobi-san!”

“Que barulhenta.” Comentou Goru.

“Então este é que é o Okinawa Churaumi Aquarium, o 2º maior aquário do mundo, hein.” Comentou Momoka observando o gigantesco e bonito tanque com várias espécies de animais marinhos. “Esperava algo mais impressionante.”

“Tenho a certeza que a Nee-chan ia gostar de ver isto.” Suspirou a rosada. “É muito bonito.”

“Ela está com o mestre, então está bem.” Afirmou Jin observando os tubarões no tanque.

“Vão demorar muito?” Questionou Momoka seguindo caminho com um olhar entediado. “Agora vamos ver o túnel submerso.”

“Ela está gostando disto.” Comentou Goru com uma gota de óleo atrás da cabeça.

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“Você já o encontrou-sha?” Questionou Utaro observando o mar com um par de binóculos.

“Nenhum sinal.” Respondeu Yuka atrás dele, observando a praia também com um par de binóculos.

“Saiu sem nem nos deixar recado-sha.” Suspirou o loiro. “Estou preocupado-sha.”

“Hehehe.” Yuka soltou uma risada desagradável, enquanto uma gota de sangue escorria pelo seu nariz. “Praias realmente têm coisas muito legais. Hehehe.”

“Se concentre-sha!” Reclamou Utaro.

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“Aqui está, o melhor restaurante de Okinawa.” Anunciou Umimaru apontando para uma pequena cabana de madeira já envelhecida na areia com um letreiro dizendo “Teruhebi”. (N/a: Cauda de cobra)

“Esta espelunca?” Questionou Nikko meio hesitante.

“Vamos, vamos. Não julguem  o livro pela capa.” Respondeu o esverdeado abrindo a porta.

“Sim, Nikko, não seja tão preconceituosa.” Falou Nobi com uma expressão séria, enquanto a sua boca babava. “Não se pode pensar apenas com os olhos.”

“E você está obviamente pensando apenas com o estômago!” Reclamava a loira, enquanto os dois seguiam o seu estranho guia.

“Yo, velho!” Cumprimentou Umimaru entrando no local.

Teruhebi era um restaurante pequeno, tinha umas 6 mesas encostadas à parede e no lado oposto tinha um balcão de madeira de onde era possível ver a cozinha. Haviam muito poucos clientes, todos eles eram pescadores velhos e ao balcão estava o dono do estabelecimento, um homem que já devia estar perto dos seus 70 anos, com um bigode grisalho, uma bandana branca e olhos cobertos pelas rugas.

“Olha só se não é o pequeno Umimaru-kun.” Cumprimentou o dono com um sorriso gentil.

“Pô, eu já tenho 21 anos e o senhor continua me tratando como uma criança.” Respondeu Umimaru com um sorriso sem jeito, enquanto coçava o cabelo.

“Porque você é uma criança.” Riu o velho. “Então desta vez trouxe novos amigos, pelo que estou vendo.”

“Ah, estes dois são turistas que me salvaram. Eu estou sendo guia deles.” Explicou o esverdeado depois se virando para eles. “Este aqui é o velho Santoku, o melhor cozinheiro de Okinawa.”

“Prazer em conhecê-lo, o meu nome é Hirata Nobi!” Cumprimentou ele se curvando respeitosamente, fazendo um perfeito ângulo de 90º.

“Por que é que está sendo tão formal de repente?” Questionou Nikko com uma gota de suor atrás da cabeça.

“Ha ha ha! Não é para tanto.” Santoku riu roucamente. “Então, o que vão querer?”

“Eu vou querer o mesmo de sempre.” Afirmou Umimaru se sentando ao balcão. “Irabu Jiru.” (N/a: Sopa de serpente do mar)

“Irabu? Isso não é uma serpente muito venenosa?” Questionou Nikko surpresa.

“Quando tratada por um excelente cozinheiro, torna-se algo bastante nutritivo e saboroso.” Explicou o esverdeado confiantemente. “E ninguém o prepara melhor que o velho Santoku.”

“Também vou querer uma!” Pediu Nobi animado.

“Acho que vou querer apenas um Ashi Tebichi.” (N/a: Sopa de pé de porco) Pediu a loira ainda meio hesitante.

“Dois Irabu Jiru e um Ashi Tebichi saindo.” Anunciou Santoku entrando na cozinha.

 

Alguns minutos depois, os três foram servidos.

“Isto é muito bom!” Comentou Nikko impressionada enquanto comia.

“É a melhor coisa que comi aqui em Okinawa.” Confessou Nobi com a boca cheia e os olhos lacrimejando.

“Eu falei, não foi?” Disse Umimaru orgulhosamente.

“Por favor!” Gritou Nobi terminando de comer e colocando as mãos no balcão intensamente. “Me aceite como discípulo!”

“… Eh?” Indagou Nikko deixando um pouco do caldo da sua sopa lhe escorrer pelos cantos da boca. “Do que você está falando?”

“Este sentimento, este sabor, a habilidade de fazer isto com um animal venenoso. Não consigo colocar em palavras.” Falou Nobi encarando o dono do restaurante. “Eu quero que as pessoas desfrutem da minha culinária desta forma. Por favor, me ensine!”

“Que cara intenso.” Murmurou Umimaru ainda comendo.

“Nobi, não peça coisas repentinas assim.” Pediu Nikko num tom maternal. “Peço desculpa pela grosseria dele.”

“Interessante.” Comentou Santoku coçando o queixo . “Vejo que tem paixão nos seus olhos.”

“Isso quer dizer…” Falou Nobi com um olhar esperançoso.

“Eu vou-lhe passar uma lista com todos os ingredientes naturais necessários para o Irabu Jiru. Você tem até amanhã de manhã para conseguir colectar todos sem ter de os comprar, incluindo o próprio Irabu. Se conseguir, irei lhe ensinar.” Propôs o velho revelando um olhar desafiador por entre as rugas. “Então, você irá aceitar?”

“Pode apostar.” Respondeu Nobi imediatamente.

E então os dois apertaram as mãos um do outro, enquanto uma aura flamejante os rodeava.

“Mas que desenvolvimento foi este?” Questionou Nikko simplesmente observando.

“Isto é o que chamam… Um acordo entre homens.”  Comentou Umimaru emocionado pela cena.

“Eu já não entendo nada.” Suspirou a loira.

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Hás 6 da manhã, Santoku estava limpando o restaurante, quando alguém entrou.

“Não está muito velho para esse tipo de trabalho?” Questionou Umimaru entrando. “Devia contratar mais alguém.”

“Isto não é nada para o corpo de um ex-pescador.” Respondeu o dono orgulhosamente. “O que faz aqui tão cedo?”

“Quero ver aquele tal Nobi quando chegar.” Revelou o esverdeado. “Ele parece um cara bem divertido.”

“Ha ha ha. Entendo o que você quer dizer.” Riu Santoku.

“Mas me deixe ajudá-lo enquanto ele não vem.” Pediu Umimaru pegando num balde de água e um pano velho.

“Já disse que não é preciso.” Reclamou o velho.

“E eu não tenho porque obedecer.” Respondeu Umimaru mostrando a língua. “Você não é meu patrão.”

 

Uma hora depois, Nobi entrou no restaurante, carregando vários ingredientes consigo. Ele estava um pouco sujo, partes da sua roupa estavam rasgadas e parecia estar um pouco cansado. Atrás dele vinham também Nikko, Jin, Momo, Goru e Chiyo.

“Tenho tudo!” Anunciou o ruivo determinado. “Me ensine, velhote.”

“Oh, nada mal.” Comentou Santoku inspecionando os ingredientes. “Você escolheu os de altíssima qualidade, tem um bom olho para a coisa. Até conseguiu uns Irabu dos grandes.”

“O Aniki coletou tudo sozinho.” Revelou Goru cruzando os braços. “Não aceitou a nossa ajuda em nenhuma situação.”

“Impressionante.” Elogiou o velho se dirigindo para a cozinha. “Venha.”

“Sim!” Respondeu Nobi o seguindo.

“Sabia que o Nobi-san cozinhava bem, mas não fazia ideia que era tão apaixonado por culinária.” Comentou Chiyo.

“Sim, isso realmente não combina com o jeito dele.” Concordou Nikko.

“Especialmente algo tão delicado como cozinhar o animal venenoso.” Completou a rosada.

“O Nobi adora cozinhar, especialmente para outras pessoas.” Revelou Momoka sentada ao balcão com a mesma expressão fria de sempre, mas um olhar levemente melancólico. “Porque isso lhe foi ensinado por alguém muito importante.”

“Alguém importante?” Perguntou Jin curioso.

“Além do mestre que treinou o Aniki e o Seika-san, havia mais uma pessoa cuidando deles.” Contou Goru.

“Uma mulher chamada Shizuka.” Completou Momoka com as lentes dos seus óculos brilhando com o reflexo da luz. “Ela foi o mais próximo que o Nobi teve de uma mãe.”

““Foi”?” Questionou Nikko estranhando a frase estar no passado.

“Aaah! Falhei de novo!” O grito de Nobi se escutou da cozinha. “É mais difícil do que pensei.”

“Você tem de ter cuidado com a parte venenosa.” Explicou Santoku ao seu lado. “Um pequeno erro pode ser fatal para o consumidor.”

“Tenho de me esforçar mais.” Disse o ruivo com um olhar determinado.

“Tem uma grande paixão por isto, hein.” Comentou o dono com um leve sorriso. “E talento também não lhe falta, está indo num bom ritmo. Você pensa em abrir algum restaurante no futuro?”

“Seria algo legal…” Respondeu Nobi com um sorriso melancólico. “Mas não posso pensar em algo assim. Não sei quanto tempo eu vou estar por aqui, tenho de me concentrar 100% no meu objetivo.”

“Não sabe quanto tempo vai estar aqui? Ha ha ha! Você é muito jovem para falar coisas assim.” Santoku riu roucamente. “Homens não se devem agarrar apenas a um sonho. Sonhos são coisas infinitas.”

“Velhote… Você fala coisas muito maneiras.” Afirmou o ruivo impressionado.

“Você acha?” Santoku soltou mais uma gargalhada.

 

Mais 4 horas se passaram e Nobi ainda não havia saído da cozinha.

“Que fome…” Murmurou Chiyo sem forças.

“Que demora…” Nikko estava no mesmo estado.

“A espera vai valer a pena para comer algo preparado pelo mestre.” Disse Jin mantendo a compostura, mas com o estômago roncando.

“Mas que bando de fracos.” Comentou Momoka enquanto comia a sua segunda embalagem de Pocky.

“Você é quem tem estado comendo sem esperar!” Reclamaram os três.

“São um bando bem animado.” Afirmou Umimaru com um sorriso.

“E você, quem é?” Interrogou Goru se aproximando do esverdeado.

“O que é isto?” Questionou ele pegando no robô. “Um brinquedo de última geração?”

“Quem você está chamando de brinquedo, seu miserável?” Reclamou Goru irritado.

“Terminei!” Anunciou Nobi saindo da cozinha.

Nikko, Chiyo, Momoka, Jin e até Umimaru foram servidos com os Irabu Jiru preparados pelo Oyabun da Onigumi.

“É mesmo seguro comer esta serpente venenosa?” Questionou Nikko meio hesitante. “O cheiro não é muito agradável.”

“Podes confiar em mim, Nikko.” Afirmou Nobi orgulhosamente.

“Não se preocupe, Nee-san.” Disse Chiyo ao colocar a mão no ombro da loira. “Eu sou uma especialista em veneno. Se algo lhe acontecer, eu irei preparar um antídoto!”

“Chiyo-chan… Isso não é o que eu chamaria de um bom incentivo.” Falou Nikko com uma gota de suor atrás da cabeça.

“Apenas coma de uma vez.” Reclamou Momoka.

Nikko suspirou e provou a sopa à sua frente.

“Isto… Está delicioso!” Declarou a Izumo impressionada.

“Hehe, eu disse, não foi?” Murmurou Nobi confiante.

“Muito bem, pessoal, é seguro comer.” Anunciou Momoka e todos começaram a comer.

“Espera, eu fui a cobaia de teste?” Indagou Nikko surpresa.

“Consigo sentir o sabor do mar nesta sopa.” Comentou Umimaru. “Fascinante, está quase no nível o velho Santoku.”

“Ele aprende a uma velocidade inacreditável.” Confessou Santoku batendo nas costas do ruivo. “Até eu estou impressionado.”

“Comam bem, pessoal!” Ordenou Nobi num tom de liderança. “Hoje vamos procurar por aqueles tais Wako!”

“Wako? O que vocês querem com eles?” Perguntou o dono do restaurante intrigado.

“O senhor os conhece?” Interrogou Jin.

“Claro que sim.” Respondeu o velho soltando um leve sorriso. “Não há nenhum habitante de Okinawa que não os conheça.”

“Nós vamos desafiá-los e ficar com o território de Okinawa.” Declarou Nobi com firmeza.

“Ooh, então vocês são Yakuza.” Percebeu Umimaru com um olhar afiado, diferente do seu habitual. “Então me deixem avisá-los, os Wako não são uma família Yakuza qualquer… Eles são um bando pirata.”

“Piratas?” Indagou Chiyo confusa. “Ainda existe isso nos dias de hoje?”

“O que quer dizer com isso?” Questionou Nikko curiosa.

“Dois anos atrás, Okinawa era dominada por uma das 12 famílias Yakuza, a família Ryukyu.” Santoku começou a contar. “No entanto, numa única noite, um bando pirata surgiu e dizimou toda a gangue Yakuza, arrebatando o território para si, esse bando eram os Wako.”

“E então as restantes 11 famílias Yakuza começaram a considera-los como a nova 12ª segunda família, devido a terem Okinawa como seu território.” Concluiu Momoka.

“Só errou uma coisa, moça dos peitos.” Interveio Umimaru.

“Chame-me assim novamente e não voltará a ver o amanhã.” Decretou Momoka com expressão e tom calmos, porem rodeada por uma aura ameaçadora e com os óculos brilhando.

“Como eu estava dizendo…” Umimaru prosseguiu, suando frio. “O território dos Wako não é apenas Okinawa, mas sim todo o mar do Japão.”

“Todo… O… Mar… Do Japão?” Indagou Nobi com uma expressão de choque.

“Isso vai ser um problema.” Suspirou Nikko.

“As coisas vão ficar agitadas.” Murmurou Jin.

“Eu bem que queria aproveitar as férias com a Nee-san.” Suspirou Chiyo.

“É uma extensão de território impressionante, entendo vos afetar tanto.” Disse Umimaru descontraidamente.

“Agora ele vai ficar bem mais empolgado.” Concluíram Nikko, Jin e Chiyo.

“Hã?” Questionou o esverdeado não entendendo.

“Isso significa que todo o mar do Japão vai virar nosso território!” Gritou Nobi extremamente animado. “Vai ser uma aquisição enorme! De certeza que vamos ficar conhecidos em todo o país! Velhote, você sabe onde esses Wako estão?”

“Você é um cara bem divertido, Nobi.” Umimaru soltou uma gargalhada.

No meio da agitação, um grupo de clientes entrou em Teruhebi.

“Bem-vindos.” Cumprimentou Santoku.

O grupo era composto por 4 homens, um loiro de cabelo espetado, um de cabelo negro curto que usava óculos, um de cabelo castanho longo que usava uma bandana vermelha e por último um mais corpulento que os outros e com o cabelo raspado. Todos eles usavam um uniforme militar vermelho, eram do Exército Escarlate.

“Tch. Mas que espelunca.” Falou o loiro de forma arrogante, cuspindo no chão do restaurante.

Nobi e Umimaru lançaram um olhar feroz para o grupo, mas o dono não ligou para a ação desrespeitosa.

“O que vão querer?” Perguntou o velho, enquanto os soldados se sentavam numa das mesas.

“Vão ser 4 Katsudon, por favor.” Pediu o de óculos.

“Quatro Katsudon saindo!” Anunciou Santoku entrando na cozinha.

 

Pouco depois, os soldados foram servidos.

“Mas que merda.” Comentou o loiro enquanto comia.

“Este porco deve ter sido criado numa lixeira.” Riu o de bandana.

“Kintaro, Kazama, se comportem.” Disse o de óculos com um olhar rígido.

“Mas é a verdade, Masao-san.” Respondeu Kintaro, o loiro, levantando a voz para ser ouvido. “Como se atrevem a servir esta merda para nós, os grandes anjos salvadores deste país e ainda por cima cobrar.”

“Aqueles malditos…” Murmurou Nobi agarrando com força o punho na sua Onihime e lançando um olhar furioso para o grupo.

“Se acalme, Nobi.” Pediu Nikko agarrando na mão que pegava na arma amaldiçoada. “Não podemos ter a atenção do Exército Escarlate logo agora.”

“Como se eu me importasse com isso agora.” Respondeu ruivo fixando o grupo.

“Escutou, velhote?” Questionou Kintaro apontando os hashis para o velho no balcão. “Não se atreva a cobrar por esta refeição de merda.”

“A única merda aqui…” Murmurou Umimaru atrás de Kintaro e Kazama, afundando os rostos dos dois nas tigelas de Katsudon, quebrando as tigelas, juntamente com a mesa. “São vocês.”

“O seu rosto.” Reparou Masao cautelosamente, retirando um pequeno livro do seu uniforme.

“Não sei se são apenas babacas ou se as vossas línguas são retardadas, mas se escutar vocês insultarem a comida do velho mais uma vez, vou afundar-vos nas profundezas do mar.” Sentenciou o esverdeado com um olhar sanguinário.

“Mas que raios?” Questionou Kintaro se levantando, com o rosto coberto de gordura e sangue. “Sabe com quem está mexendo? Quem diabos é vocês?”

“O homem que nasceu no mar. O homem que vive no mar. O homem que ama o mar.” Anunciou ele batendo com o pé direito, depois com o esquerdo e cruzando os braços, enquanto gritava com intensidade. “Nabeshima Umimaru vai ensinar boas maneiras a vocês, seus camarões!”

“Hã? Você está querendo morrer, nê?” Kintaro estava extremamente irritado e Kazama também já se estava levantando.

“Tal como suspeitava.” Falou Masao com os olhos postos no seu livro. “A aparência e o nome correspondem.”

“O que foi agora, Masao?” Questionou Kintaro num tom raivoso.

“Criminoso de Rank A, Oyabun da família Wako.” Revelou Masao apontando para o esverdeado. “Nabeshima Umimaru.”

“Eu já falei incontáveis vezes, não sou Oyabun nenhum.” Respondeu ele estalando os dedos e o pescoço como aquecimento. “É capitão Umimaru.”

 

Contagem regressiva para o grande incidente: 4 dias.

 

—Fim de capítulo-

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—Omake-

Na casa de Chiyo, atual base da Onigumi, Nikko caminhava pelo corredor, quando avistou Hikaru rodeado por uma aura ameaçadora, olhando intensamente para um quarto.

“Ahm… O que foi Hikaru-san?” Questionou ela com uma gota de suor atrás da cabeça.

“Aquele seu Oyabun está sozinho com a Takara-hime neste quarto.” Respondeu o 2º general dos White Tigers. “Supostamente estão em mais uma das suas lições de Oyabun, mas não consigo confiar naquela besta vermelha. Quem sabe o que ele pode tentar com a inocente Takara-hime.”

“Hikaru-san, você está sendo muito rude!” Reclamou Nikko o empurrando.

“O que está fazendo?” Questionou ele surpreso, quase perdendo o equilíbrio.

“O Nobi aceitou-vos na Onigumi, você devia confiar nele!” Afirmou ela com convicção. “E além disso, era a Takara-chan que queria as lições privadas, é a vontade dela.”

“Tudo bem, eu entendi.” Respondeu Hikaru a contragosto se retirando. “Como mostra de confiança, vou dar uma volta.”

“Sinceramente.” Suspirou Nikko frente ao quarto. “Como se o Nobi fosse capaz de fazer alguma coisa com a Takara-chan… Impossível! É impossível, nê? Quer dizer, ele não parece ligar muito para essas coisas… Pensando bem, eles ficaram muito próximos bem rápidos… Não! Isso é ridículo!”

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“Takara…” Murmurou Nobi pegando no pulso da albina e sussurrando no seu ouvido. “Vamos começar a lição de hoje.”

“Nobi-senpai…” Ela gemeu ao sentir a respiração do ruivo no seu ouvido e seu corpo foi ficando cada vez mais leve, à medida que ele abria lentamente o kimono dela, expondo os seus ombros puramente brancos e delicados. “Por favor…”

“Vou te ensinar tu-di-nho.” Nobi disse com uma voz grave e profunda, enquanto deitava a princesa no chão do quarto.

“Sim…” Murmurou Takara com um olhar extasiado, enquanto ele se aproximava lentamente.

“Vamos unir as nossas gangues, nos unindo.” Afirmou ele com os lábios quase tocando nos dela.

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“KYAAAAA!!!” Gritou Nikko mentalmente, com o rosto todo vermelho. “O que raio estou imaginando?! Isso é impossível! IM-POS-SÍ-VEL!!! Acho que vou fazer o mesmo que o Hikaru-san e dar uma volta.”

“É um pouco difícil na primeira vez.” A voz de Nobi se fez ouvir do interior do quarto.

“Eu estou pronta.” A voz de Takara também. “Eu confio em você, Nobi-senpai.”

“Hã?” Inquiriu Nikko já com a orelha colada à porta.

“Impressionante… É tão quente.” Comentou Takara.

“Quente? O que é quente?” Questionou Nikko mentalmente.

“Você é bem mais habilidosa do que parece, Takara.” Disse Nobi com entusiasmo.

“É tudo graças ao que você me ensinou, Nobi-senpai.” Ela respondeu.

“Ensinou? Ensinou exatamente o quê?” Pensava a loira suando frio.

“Ah, salpicou.” Disse Takara.

“Salpicou? O-o q-que está salpicando???” Pensou Nikko suando ainda mais.

“O que está acontecendo aqui?” Perguntou a loira abrindo a porta do quarto repentinamente.

Então, a visão que ela presenciou a deixou num estado de choque que não lhe deixou soltar mais nenhuma palavra.

Nobi aquecia uma frigideira com a sua Onihime, enquanto Takara colocava alguns vegetais na mesma.

“Oh! Yo, Nikko!” Cumprimentou Nobi animadamente. “Estava ensinando à Takara como as armas amaldiçoadas são convenientes para cozinhar.

“É realmente incrível!” Afirmou Takara com os olhos brilhando. “Não fazia ideia que podia usar o vento do Fuujin para cortar ingredientes! Mas acabei por me empolgar demais jogando os vegetais que quase me queimei com o óleo que salpicou da frigideira.”

“Tens de ter mais cuidado:” Aconselhou Nobi.

“Sim.” Respondeu ela coçando a cabeça.

“Então, Nikko, por que é que entraste tão apressadamente?” Questionou Nobi curioso. “Aconteceu alguma coisa?”

“Nada… Perdoem a intromissão.” Nikko finalmente recuperou a fala e saiu, fechando a porta.

No corredor, ela se agachou, colocou as mãos no rosto e gritou mentalmente:

“Que vergonhaaaaaaa!!!! No que eu estava pensando?! Qual é o problema com a minha cabeça?! … Ser adolescente é assustador…”


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Notas finais do capítulo

Gostaram do Omake? :v
A página dos desenhos da minha amiga: https://www.facebook.com/AnnLet-1529739637345851/
Bem, quanto ao próximo capítulo, provavelmente não virá semana que vem. Sim, já estou de férias, no entanto, envolvi-me num certo projecto que vai requerer o meu foco criativo total! Mas vou tentar indo escrevendo capítulos aos poucos e ir postando, não se preocupem.
Até à próxima!



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