Nobi, aquele que dominará o Japão! escrita por Kasu251


Capítulo 52
O legado do tigre


Notas iniciais do capítulo

Um pequeno presente de Natal adiantado! Depois de mais de um mês de espera (que lamento muito ter-se extendido tanto) aqui vos trago a conclusão do flashback dos White Tigers)
Também queria comemorar o facto que a fic ter recebido o seu 100º comentário, muita pouca gente comenta, mas sou muito agradecido quando o fazem, obrigado.
Espero que gostem do capítulo



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“Prazer em conhecer-vos, eu gostaria de falar com o Oyabun dos White Tigers.” Cumprimentou o homem frente ao portão, se curvando. “O meu nome é Ishida Tomazu.”

            “Posso saber o que quer falar com o nosso Oyabun?” Interrogou Shirokiba desconfiado.

            “Lamento, mas não é algo que possa ser dito a qualquer um.” Respondeu Ishida calmamente.

            “Muito suspeito.” Pensou Hikaru atrás de Shirokiba.

            “Sabe, o nosso Oyabun é uma pessoa muito importante, não podemos deixar entrar qualquer um que fale que quer ter uma conversa com ele.” Falou Shirokiba coçando a cabeça. “Especialmente alguém tão suspeito como você.”

            “Realmente, acho que tem razão.” Suspirou o visitante. “Chegue mais perto, eu vou-lhe contar.”

            Cautelosamente, Shirokiba aproximou-se do individuo e o mesmo sussurrou-lhe algo que deixou o grisalho surpreso.

            “Você está falando sério?” Questionou Shirokiba ainda surpreso.

            “Claro que estou.” Respondeu Ishida sorrindo amigavelmente. “É do vosso interesse, certo?”

            “Acho que posso convocar uma reunião com o Oyabun agora.” Afirmou Shirokiba abrindo o portão. “Me acompanhe.”

            “Você vai mesmo deixá-lo entrar?” Indagou Hikaru ainda não confiando no estranho.

            “Hikaru-kun, a Takara-chan deve estar te esperando, devias ir ter com ela.” Aconselhou Shirokiba acompanhando Ishida para o interior da mansão. “E não te preocupes, eu vou estar atento.”

            “Nossa, vocês são mesmo desconfiados.” Comentou Ishida soltando um ligeiro riso.

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            Pouco depois, na sala do Oyabun, Takumi encontrava-se sentado no ponto mais elevado com Shirokiba a seu lado, enquanto Ishida estava ajoelhado à sua frente.

            “Então, é verdade que você está querendo nos entregar armas amaldiçoadas?” Interrogou Takumi indo direto ao ponto.

            “Isso mesmo.” Respondeu Ishida orgulhosamente. “Tenho em minha posse sete armas amaldiçoadas que posso oferecer à vossa gangue.”

            “Sete?” Questionou Shirokiba surpreso.

            “Onde você conseguiu tantas assim?” Questionou o Oyabun coçando a sua barba.

            “Digamos que eu já tive contacto com o Dealer.” Revelou Ishida.

            “O Dealer?” Indagaram os dois White Tigers ainda mais surpresos.

            Dealer, esse nome começou a ficar conhecido na segunda metade da guerra Yakuza, não se sabe se é apenas uma pessoa ou um manto carregado por várias identidades, apenas se falava que era alguém que entregava armas amaldiçoadas prometendo realizar os seus desejos mais profundos. Se era verdade ou um mito urbano, isso nunca foi provado em todos os anos de guerra.

            “Mesmo que isso seja verdade, isso não explica por que é que as quer oferecer.” Observou Shirokiba seriamente.

            “Você quer algo em troca.” Afirmou Takumi com o seu olhar feroz.

            “Vocês são bem diretos. Eu gosto disso.” Comentou Ishida com um sorriso amigável. “É verdade, eu quero algo em troca. Por favor me deixem juntar à vossa gangue.”

            “Por que é que você quer se juntar a nós?” Interrogou o Oyabun mantendo o seu ar imponente.

            “E quem não quereria?” Questionou o visitante com ironia. “Mesmo estando aparentemente numa Era de paz, o país afundou-se novamente numa Era de guerra pelo poder, parece até que regredimos para os tempos antigos do período de Sengoku. Em tempos instáveis como este, temos de nos juntar aos fortes para sobreviver. Mas claro, não estou apenas pedindo por protecção, além das armas também posso oferecer a minha mente, eu já fui chamado de um grande estrategista, posso ser de grande ajuda.”

            “Se você tem tantas armas e inteligência, não estaria bem, mesmo sem se juntar a nós?” Questionou Shirokiba curioso.

            “Por mais armas ou inteligência que um homem possua, sem um exercito, será apenas esmagado na guerra.” Respondeu ele convictamente. “Então, peço novamente, por favor, me permitam a honra de me juntar a vocês.”

            “O que você acha, velhote?” Sussurrou Shirokiba para o Oyabun.

            “O que ele diz faz sentido, e estamos precisando de mais poder bélico para enfrentar as outras famílias. Só conseguimos 4 armas amaldiçoadas até agora… É uma proposta tentadora.”

            “É verdade.” Concordou o grisalho. “Acho que lhe podemos dar uma chance.

            “Muito bem, Ishida Tomazu, vou permitir que se torne meu subordinado.” Respondeu Takumi se levantando. “Não me desaponte.”

            “Sou-lhe muito agradecido, Oyabun.” Agradeceu Ishida se curvando.

            Após a entrada de Ishida, a White Tigers passou por várias mudanças, tanto as tácticas ofensivas como as defensivas se tornaram bem mais eficientes, missões em que antes era requerido a presença de um ou dois generais agora eram possíveis com apenas subordinados comuns seguindo a estratégia preparada. Cada general tinha a sua própria arma amaldiçoada e a extensão territorial havia aumentado bastante. Cada vez mais novos membros entravam na gangue e a Família White Tigers quase que triplicara. Em apenas 3 anos, Ishida Tomazu já havia sido promovido a 3º General da gangue.

            Takara, já com 11 anos, estava sentada no jardim, onde soltou um suspiro.

            “Passa-se algo, Hime-sama?” Questionou Hikaru aparecendo ao lado dela.

            “Pensei ter dito para me chamares pelo nome.” Reclamou ela fazendo bico. “Odeio quando és tão formal comigo, Hikaru.”

            “Mas chamar a neta do Oyabun tão informalmente é inapropriado.” Respondeu Hikaru atrapalhado.

            “Oh, entendo, então para você eu não sou mais que a neta do Oyabun, hein.” Falou Takara virando o rosto.

            “Espere, não é nada disso!” Corrigiu o ruivo em pânico e depois desviando o olhar. “Então que tal Takara-hime?”

            “Bem, acho que é um começo.” Suspirou a albina que depois mostrou um grande sorriso. “Você continua muito sério, Hikaru.”

            “Mas bem, passa-se algo, Takara-hime?” Questionou ele novamente, depois de ter sido apanhado de surpresa pelo belo sorriso da princesa.

            “Nada demais, só acho entediante passar tanto tempo nesta mansão.” Comentou ela dando mais um suspiro. “Só posso sair uma vez por semana, sempre acompanhada. Tenho de ter aulas em casa. E sinto que não estou fazendo nada aqui. Como se fosse apenas um objeto decorativo.”

            “O Oyabun perdeu muita gente querida nesta guerra.” Recordou Hikaru seriamente. “Ele só a quer manter em segurança.”

            “Eu também odeio esta guerra idiota!” Revelou a albina levantando a voz e com a sombra da franja lhe cobrindo os olhos. “Às vezes só queria que chegasse alguém e acabasse com ela de uma vez.”

            “Takara-hime…” Murmurou Hikaru sem saber o que lhe responder.

            No dia seguinte, Hikaru estava se dirigindo para o dojo da mansão, quando se encontrou com Shirokiba a meio do caminho.

            “Yo, Hikaru-kun!” Cumprimento o 1º General animadamente.

            “Boa tarde, Shirokiba-san.” Respondeu o ruivo sem muita motivação e com um machucado leve no lado direito do rosto.

            “Aconteceu alguma coisa?” Questionou Shirokiba preocupado.

            “Nada demais, os meus pais descobriram que o dojo em que eu estava treinando pertencia na verdade a Yakuzas e o meu pai me bateu.” Respondeu ele com um suspiro. “Era só questão de tempo para eles descobrirem.”

            “Então eles vão proibir você de vir?” Perguntou o general curioso.

            “No começo era isso que eles queriam fazer. Mas aí eu disse que era algo importante demais para eu desistir e que se eles me proibissem, eu simplesmente fugiria.”

            “Foi isso que você fez?”

            “Não. Depois de eu falar isto, foi quando o meu pai me bateu e disse que eu tinha uma tal convicção de homem nos olhos e permitiu que eu continuasse vindo.” Suspirou o ruivo com a mão no lado direito do rosto. “É difícil entender aquele velho.”

            “Você parece ter um pai legal.” Riu Shirokiba.

            “Bem, vamos treinar agora.” Afirmou Hikaru ao avistar a porta do dojo.

            “Sim, vamos lá treinar…” Respondeu Shirokiba suando frio.

            “Passa-se algo?” Questionou Hikaru estranhando a reação.

            “Bem… Hoje não vou ser eu a gerir o treino.” Revelou o grisalho abrindo a porta do dojo.

            “RAH RAH RAH RAH RAH!” O riso de Takumi percorreu a sala, lá estava ele, imponente como sempre, esperando aqueles dois. “Finalmente chegaram, não aguentava esperar mais.”

            “Oyabun?” Indagou Hikaru surpreso. “O que faz aqui?”

            “Estava a fim de esticar estes velhos músculos.” Respondeu ele fazendo alguns alongamentos e depois estalando o pescoço. “Venham, os dois de uma vez!”

            “Ouve bem, Hikaru-kun.” Chamou Shirokiba já em posição de combate. “Lute com tudo o que tem, pegar leve com o velhote pode ser um grande erro.”

            “O-ok.” Respondeu ele engolindo em seco.

            “Aos seu postos… COMECEM!!!” O próprio Oyabun deu o sinal e os dois Yakuzas partiram para cima dele.

            Depois da sessão de treino, Shirokiba e Hikaru encontravam-se de rastos, no jardim. Com os seus corpos completamente doridos.

            “Como é que alguém com uma idade tão avançada pode ser tão forte.” Questionou Hikaru ainda em estado de choque.

            “Não tentes colocar lógica naquele velhote, ele é simplesmente um monstro.” Respondeu Shirokiba levantando-se com dificuldade. “Ele só brincou conosco.”

            Enquanto estava deitado na grama, observando o céu, Hikaru lembrou-se das palavras de Takara.

            “Ei, Shirokiba-san.” Chamou ele. “Quando você acha que esta guerra vai acabar?”

            “Que pergunta repentina.” Comentou o general surpreso. “Bem… Acho que deve ser quando alguma gangue conquistar o Japão por completo. Seria a forma mais eficiente, acho eu.”

            “Conquistar o Japão por completo?” Murmurou Hikaru. “Parece algo bem difícil.”

            “Sim, mas parece que a família Tengoku (N/a: Céu/Paraíso) está trabalhando numa nova forma.” Comentou Shirokiba pensativo, até que recebeu uma mensagem no seu celular e a leu. “Parece que tenho de ir.”

            “Aconteceu alguma coisa?” Questionou o ruivo preocupado, se levantando.

            “Nada demais, parece que uns membros arruaceiros da nossa gangue causaram alguns problemas.” Respondeu o grisalho guardando o celular. “Parece que ultimamente têm entrado muitos membros arruaceiros, bem acho que isso é o preço pela gangue ter crescido tanto. Não vai demorar muito tratar disto.”

            E então o general se foi, deixando o seu discípulo descansando.

            Mais um ano se passara, fora um ano calmo para gangue, porém isso mudou num único dia…

            Toda a mansão ficou agitada de repente, Hikaru e Takara olhavam confusos, sem saber o que se passava.

            “O que está acontecendo?” Perguntou Hikaru ao general Mukawa que passava por eles apressado.

            “Foi o Toragami-sama!” Respondeu ele alarmado. “Começou a tossir sangue e desmaiou!”

            Ao ouvir isso, os dois jovens seguiram o 6º general.

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            Mais tarde, no quarto do Oyabun, Takumi estava deitado na sua cama, frente a ele estavam Shirokiba e um homem careca com a cabeça cheia de cicatrizes e um olhar rígido, esse era Mazara, o médico responsável da gangue.

            Foi então que Mukawa e os jovens entraram.

            “Vovô!” Gritou Takara correndo em direção à cama. “O que aconteceu?”

            “Rah rah racofcof…” Takumi tentou rir, mas foi cortado por uma tosse seca. “Eu estou bem, netinha, foi só um mal estar repentino.”

            “Não consigo entender a causa.” Comentou Mazara olhando para uns papeis. “O Toragami-san sempre teve um corpo saudável.”

            “Talvez seja da idade.” Comentou Shirokiba. “Um corpo não fica forte para sempre.”

            “Do que falas? Eu ainda tenho muita vitalicofcof.” Tossiu o Oyabun mais uma vez.

            “Vovô…” Murmurou a albina se agarrando ao seu avô e lacrimejando. “Fica bom, por favor.”

            “Não te preocupes.” Falou ele pousando a mão na cabeça da sua neta. “O vovô vai ficar bom logo, logo.”

            “Como esperado do Toragami-sama!” Afirmou Mukawa exaltadamente e com lágrimas de emoção nos olhos. “Nada o pode derrubar!”

            “Sim, o vovô vai ficar bom logo.” Convenceu-se Takara secando as suas lágrimas e esboçando o sorriso.

            Porém, isso não se cumprira, a saúde de Takumi foi piorando aos poucos. Em pouco mais de um ano, o grande e orgulhoso tigre agora parecia um gato enfraquecido, incapaz de sair da própria cama.

            Inevitavelmente, um pensamento se espalhava por toda a gangue: “A hora do Oyabun está chegando.”. E com este pensamento, outro se seguia: “Quem vai sucedê-lo?”

            “Obviamente vai ser o Shirokiba-san.” Comentou um Yakuza para outro. “Ele é o melhor candidato. Forte, inteligente, sabe como comandar e foi como um filho para o Tasuku-san.”

            “Eu diria que o Ishida-san também tem muita chance.” Respondeu outro. “Em apenas 5 anos ele revolucionou por completo esta gangue, ele seria um excelente Oyabun.”

            “Verdade, verdade, mas já eu aposto as minhas fichas no Mukawa-dono.” Falou um terceiro Yakuza. “Ele foi criado pelo Oyabun desde criança e além de ser forte, preocupa-se bastante com os subordinados, é um cara bem legal.”

            “Como podem estar falando em sucessor, enquanto o meu vovô ainda está vivo?” Questionou Takara que ouvira a conversa de longe. “Que falta de sensibilidade.”

            “Deixa eles, Takara-chan.” Suspirou Shirokiba a seu lado. “São mesmo assim.”

            “Katou-nii-sama, você também acha que o vovô não vai conseguir?” Perguntou ela com um olhar entristecido.

            Shirokiba encarou a criança sem saber o que lhe dizer, nem mesmo ele sabia o que pensar a respeito da condição do seu Oyabun.

            “Ele vai ficar bem!” A voz convicta de Hikaru cortou o silencio, juntamente com surgimento do próprio. “Por isso não se preocupe, Takara-hime!”

            “Obrigado, Hikaru.” Respondeu ela enxugando as lágrimas, percebendo que o seu melhor amigo lhe estava tentando animar.

            No entanto, um certo dia, todos os generais e Takara foram convocados ao quarto do Oyabun…

            O bravo e imbatível guerreiro estava quase irreconhecível, completamente pálido, bem mais magro e enrugado e com bem menos cabelo. Não passava da sombra do orgulhoso tigre que já fora.

            “Vocês já devem saber o por quê de vos ter chamado.” Falou Takumi com voz fraca.

            “Para escolher um sucessor, não é?” Supôs Katsugawa, que nessa altura era o general que tinha sido promovido mais recentemente.

            “Isso mesmo.” Respondeu o Oyabun roucamente.

            “Toragami-sama, você não pode desistir assim!” Falou Mukawa já em lágrimas.

            “Já chega, Yamanosuke.” Falou Takumi rigidamente, ainda mostrando uns leves sinais de força. “Um tigre sabe quando chegou a sua hora, não me resta muito mais tempo.”

            “Vovô…” Murmurou Takara soluçando e com lágrimas escorrendo do seu rosto.

            “Por favor, não deixem que a minha morte manche as vossas memórias.” Pediu ele humildemente. “Lembrem-se dos bons momentos e sigam em frente com as cabeças erguidas, carregando o orgulho dos White Tigers. Por isso, escolhi o sucessor ideal para continuar esse legado.”

            Todos na sala encararam Ishida, que mostrava uma face séria, Mukawa, que ainda lacrimejava e Shirokiba, que tinha um olhar tenso. Quem seria o escolhido para suceder o Oyabun?

            “O meu sucessor será…” Proferiu ele com os seus lábios secos, enquanto a tensão na sala aumentava. “A minha neta, Toragami Takara.”

            “O quê?” Indagou ela parando até de chorar com a surpresa.

            Todos na sala ficaram chocados.

            “Você tem certeza disso, Oyabun?” Questionou o general Takao agitado. “Ela é apenas uma garotinha que não sabe nada sobre Yakuzas!”

            “Por isso é que vou pedir para cuidares dela e a ajudares nisso, Katou.” Falou o Oyabun olhando para Shirokiba.

            “Assim farei.” Respondeu o 1º General pousando a sua mão na cabeça de Takara que ainda estava confusa. “Pode deixar nas minhas mãos.”

            “Você concorda com isto?” Questionou Ishida arqueando a sobrancelha.

            “São os desejos finais do nosso Oyabun, claro que vou aceitá-los de boa vontade.” Respondeu Shirokiba seriamente.

            “Uma mulher comandando os White Tigers, um caso bem pouco estiloso.” Comentou Usui com vários brilhos ao seu redor. “Alguém com o meu estilo serviria mais para ser Oyabun, não acham?”

            “Podem sair da sala?” Pediu Takumi, enquanto todo o mundo ignorava Usui. “Eu quero falar privadamente com a Takara agora.”

            Todos assentiram e abandonaram a sala, deixando o avô e a neta a sós.

            “Vovô, por que é que me escolheu?” Perguntou ela ainda chocada. “Não faz sentido, eu só tenho 13 anos e além disso, sou mulher. Isto vai criar muita discórdia.”

            “Falando assim, até pareces a tua mãe.” Comentou Takumi com um sorriso gentil e nostálgico. “Mas se você já consegue perceber isso com a sua idade, isso significa que serás uma boa líder. Takara, o teu nascimento foi como um brilho de esperança para muitos aqui, você verdadeiramente foi como um tesouro para nós. Eu sei que é arriscado, mas acho que um tesouro tão brilhante não devia ficar preso e protegido para sempre, eu quero que você se torne no novo pilar da gangue e mostre o seu brilho para todo o mundo, não como minha neta, mas como a 7ª líder da família White Tigers.”

            Takara não conseguiu dizer uma única palavra, só soluçar e chorar.

            “Takara, naquela gaveta tem uma caixa branca, traz ela para mim.” Pediu ele fracamente e a sua neta obedeceu. “Podes ficar com ele.”

            Takara abriu a caixa e nela estava um leque branco.

            “Para que é isto?” Perguntou ela curiosamente.

            “Uma arma amaldiçoada.” Respondeu ele. “A arma mais poderosa que a gangue encontrou. Fui eu mesmo que a achei e guardei-a para esta ocasião. O seu nome é Fuujin (N/a: Deus japonês do vento). Cuida bem dele e deixa que ele cuide de ti também… Vais precisar.”

            “Sim…” Assentiu ela agarrando o leque e continuando a lacrimejar, no entanto desta vez com um olhar mais firme, como se finalmente aceitasse esse legado.

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            Noutra sala da mansão, Hikaru encontrou-se com Shirokiba.

            “Por que é que me chamou, Shirokiba-san?” Questionou o ruivo. “Aconteceu algo com o Oyabun.”

            “A Takara-chan foi escolhida como sua sucessora.” Respondeu o general com um olhar sério.

            “O quê? Mesmo ela sendo tão nova?” Indagou Hikaru chocado.

            “Toma isto.” Falou Shirokiba jogando umas botas para ele.

            “O que é isto?” Questionou ele confuso.

            “A arma amaldiçoada Hermes, quero que fiques com ela.” Respondeu o grisalho.

            “Hã? Por quê assim de repente?” Hikaru ficava cada vez mais confuso.

            “A partir de agora, a Takara-chan vai precisar de mais protecção.” Explicou Shirokiba com um olhar firme. “Tanto fora como dentro da gangue. Estou contando contigo para a protegeres, Hikaru-kun.”

            “Assim farei!” Respondeu o ruivo decidido.

            “Também quero que fiques com isto.” Falou o general entregando-lhe um revolver prateado. “Esta arma pertenceu ao pai da Takara.”

            “T-tem a certeza que me quer oferecer algo tão precioso?” Interrogou Hikaru surpreso.

            “Não passa de uma pistola.” O grisalho riu. “Além disso, eu não sou muito bom em atirar, ela ficaria melhor com você do que ganhando pô no meu quarto. Certifica-te de proteger a Takara com ela, ok?”

            “Eu juro!” Respondeu ele firmemente.

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            Pouco depois, no jardim, Takara ainda chorava agarrada ao leque.

            “Eu sei que prometi ao vovô… Mas não sei se consigo fazer isto…” Murmurou ela cabisbaixa. “Pouca gente vai aceitar esta decisão… Não vou conseguir suportar isto sozinha.”

            “Você não está sozinha, Takara-hime.” Respondeu Hikaru aparecendo à sua frente.

            “Como você sempre me consegue encontrar quando não me estou sentindo bem?” Questionou ela tentando esboçar um sorriso e enxugando as suas lágrimas.

            “Porque eu estou aqui para lhe dar o meu apoio.” Respondeu ele se ajoelhando e pegando na mão dela, a surpreendendo. “Takara, eu juro pela minha vida, eu estarei a seu lado pelo resto dela e lhe darei todo o meu apoio. Você não está sozinha nisto, mesmo se você não tiver mais nenhum aliado, eu vou estar sempre com você. Não terás de chorar mais!”

            “Que momento estranho para me chamares pelo primeiro nome sem o honorifico.” Ela soltou um pequeno riso e as suas lágrimas secaram. “A minha primeira ação como Oyabun será promover-te a general e serás o meu braço direito. Muito obrigado, meu cavaleiro.”

            Hikaru esboçou um leve sorriso e respondeu.

            “O prazer é meu… Minha princesa.”

—----------------------------------------(Flashback Off)--------------------------------------------

Impact!!!” Gritaram Nikko e Nobi atingindo Hikaru e Shirokiba com os seus golpes mais fortes.

“Não… Não pode acabar assim…” Murmurou Hikaru atravessando a parede e indo parar ao jardim da mansão, enquanto ia apagando. “Eu… Eu tenho… Eu tenho de estar com ela…”

Nikko ficou ofegante e Nobi caiu de joelhos, com a sua arma regredindo para o Stage 1.

“Nobi… Estás bem?” Questionou ela preocupada.

“Usei muito a minha arma… Esse cara não foi brincadeira.” Respondeu o ruivo com a mão no peito. “Agora tenho de ir enfrentar o Oyabun.”

“Nesse estado?” Questionou Nikko alarmada.

“Eu ainda vou descansar um bocado…” Respondeu ela acalmando a sua respiração. “Mas não podemos parar o que começamos, nesta noite vamos acertar tudo.”

“Antes de você ir, tenho uma pergunta.” A voz de Shirokiba veio dos escombros.

“O quê? Ele ainda está consciente?” Indagou a loira chocada.

“Não se preocupem, não consigo mover o meu corpo.” Respondeu ele.

“O que queres?” Perguntou Nobi sendo direto.

“Que tipo de Yakuza é você?” Questionou o 1º general. “Aquele que quer proteger o seu território ou aquele que age como um tirando ambicioso.”

“Não entendo do que você está falando? Tipo de Yakuzas? Não sei nada disso.” Respondeu o Oyabun da Onigumi se levantando com o seu bastão servindo de apoio. “Eu sou eu, ajo como quero e não seguindo um padrão qualquer. Eu sou do tipo Nobi! …Acho eu.”

“Que resposta é essa?” Shirokiba começou a rir desde os escombros. “Você é uma criança do pré-escolar por acaso?”

“Eu estava falando bem sério!” Reclamou o ruivo irritado.

“Por alguma razão não consigo sentir nada de ruim neste rapaz…” Pensou Shirokiba fechando os seus olhos serenamente. “Me pergunto como a Takara-chan irá reagir ao conhecê-lo.”

—______________________________x_______________________________

            Algum tempo depois, no quarto de Takara, a mesma estava sentada na cama, abanando o seu leque.

            “Ficou bem silencioso há um tempo.” Murmurou ela pensativa. “O confronto já terá acabado?”

            Foi então que Nobi surgiu, não pela porta do quarto, mas pelo chão, destruindo-o com o seu bastão.

            “Oyabun dos White Tigers, eu, Hirata Nobi o desafio usando o meu direito de desafiante para um confronto territorial!” Gritou Nobi repentinamente, frente a ela. “Espera… É aqui que está o Oyabun?”

            “Sim, sou eu.” Respondeu ela, cobrindo a boca com o leque.

            Nobi ficou uns segundos encarando ela com uma expressão bem confusa.

            “O que foi?” Perguntou ela com um tom superior. “Você não esperava que eu fosse uma mulher? Ou será que é por eu ser tão nova?”

            “Você… Você tem orelhas de gato na cabeça!!!” Gritou Nobi chocado.

            “É isso que você está estranhando?” Questionou Takara surpreendida.

            Esse foi o primeiro encontro do Oyabun da Onigumi e a Oyabun dos White Tigers.


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Notas finais do capítulo

O que é o direito de desafiante e um confronto territorial? Explicações no próximo capítulo
Ah, já estava com saudades do Nobi e do pessoal do presente, espero que tenham gostado do flashback e que ele não tenha ficado muito chato ou parecendo um filler :v
Até à próxima e um feliz Natal para todos vocês



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