Nobi, aquele que dominará o Japão! escrita por Kasu251


Capítulo 43
Dor significa viver


Notas iniciais do capítulo

Voltei-me a atrasar... Droga! Desculpem-me! As minhas férias vão acabar nesta semana, então não posso prometer muita frequência, espero pelo menos conseguir dois capítulos por mês...
Mas bem, não vou empatar mais, neste capítulo experimentei um estilo de escrita um pouco diferente do normal, espero que vos agrade



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Narrador: Endo Satoru

            Sempre achei que o mundo se movesse rápido demais para mim… Simplesmente não o conseguia acompanhar. Talvez fosse alguma doença ou problema psicológico… Ou então, simplesmente não ligava ao que se passava ao meu redor, com a minha cabeça focada nos meus pensamentos monótonos.

            Desde pequeno, eu não sabia como me expressar, encarava o mundo que eu não entendia com um rosto sem expressão. Aos 8 anos de idade, fiz-me por primeira vez esta pergunta: “Eu estou realmente vivo?”. Afinal, alguém que não fala com as pessoas, não faz nada, apenas respira, come e dorme pode realmente afirmar que está vivo? Uma vida cinzenta e monótona em que nada é compreendido realmente vale a pena ser vivida?

            Eu nunca me considerei uma criança infeliz, tenho pais felizes e saudáveis, uma condição financeira estável, notas dentro da média… A palavra que melhor me definiria seria… Normal. Alguém que não se destaca em nada, não se importa com nada, uma sombra na sociedade. Sentia que a minha existência não fazia qualquer diferença a este imenso mundo.

            Esta é uma história passada na mesma época em que essa pergunta surgiu na minha mente, o acontecimento que mudou toda a minha vida insignificante.

            Um dia, na biblioteca da escola, encontrei um livro sobre ocultismo. A minha mente desinteressada no mundo foi finalmente atraída por algo. Uma criança de 8 anos a ficar interessada em coisas como espíritos e rituais realmente não era muito normal, isso agradou-me, encontrara algo que me diferenciava. Fiquei até tarde na escola para terminar o livro, realmente era fascinante, a ideia de forças ocultas, poderes mágicos e artes negras, era tudo tão fora do normal que eu fiquei completamente envolvido.

            Quando dei por mim, o céu já estava vermelho devido ao entardecer. Saí então apressado, não queria chegar tarde a casa. A minha mãe sempre me dissera que não é bom andar pelas ruas muito tarde, especialmente para uma criança como eu. Nesse dia percebi como ela tinha razão.

            Pegando um atalho pelo caminho, me deparei com uma dupla de jovens mais velhos, pareciam ter o dobro da minha idade, eram bem intimidadores.

            “Hã? O que faz um moleque aqui?” Perguntou um deles, tinha um penteado afro e óculos escuros, achei o comportamento dele bem clichê.

            “Você está no território da trupe Kazeyama.” Falou outro que provavelmente sofria de calvície prematura, não creio que seja normal alguém da idade dele não ter um único fio de cabelo na cabeça. Nunca ouvi falar do grupo deles, devia ser bem insignificante, sem contar com o nome ridículo.

            “Me desculpem… Então… Vou… Por outro… Caminho.” Após me curvar, dei meia-volta e acenei normalmente, pronto para ir para casa por outro caminho.

            “Você não pode ir assim tão facilmente!” Gritou o Afro, ele era bem escandaloso.

            “Mas…Eu… Não estava… Incomodando?” Questionei confuso, realmente não conseguia entender caras como eles.

            “Sim, mas você não pode ir tão facilmente após colocar os pés no nosso território.” Afirmou o Careca  com um ar de superioridade, ele devia ser muito convencido para alguém que não tem cabelo. Talvez usasse essa auto-estima para disfarçar o seu complexo de inferioridade em relação ao seu problema capilar.

            “Se… É assim… Então… Não… Deviam… Sinalizar… O vosso território… Para… Ninguém… Entrar?” Sugeri, já que eles não me pareciam muito inteligentes.

            “Entenda a situação em que está moleque!” Gritou o Afro novamente, parece que ele não sabia fazer outra coisa.

            “Sim… Realmente… Não estou… Entendo.” Falei, mas eles também não estavam ajudando.

            “Fale tudo de uma vez! Essas pausas irritam!” Continuou o Afro.

            “Vamos fazer assim, moleque.” Falou o Careca se agachando frente a mim. “Se você nos der o seu dinheiro, te perdoamos.”

            “Agradeço… Mas… Não carrego… Nada de valor… Comigo.” Respondi sinceramente, depois disso levei um chute no meu rosto… Doeu.

            “Então vamos ter de te ensinar.” Falou o Afro, aquele que me havia chutado.

            “Oi, ele é uma criança, tenta pegar mais leve.” Comentou o careca enquanto me pegava pela gola da minha camisa e me socava. “Ouve bem, moleque. Amanhã, volta aqui e trás algum dinheiro para nós e claro, não contes isto para ninguém, se não vai ser pior para ti.”

            Após essa ameaça, fui largado no chão, enquanto eles iam embora. Acho que foi a primeira vez que senti uma dor intensa como aquela, tentei-me levantar, com alguma dificuldade, foi então que escorreu sangue do meu nariz, provavelmente quebrado, manchando o chão. Foi então que vi finalmente uma cor no meu mundo cinzento…O vermelho do meu próprio sangue.

            Quando cheguei a casa, a minha mãe, como uma normal, ficou extremamente preocupada com o meu atraso e o meu estado. Quando ela me perguntou o que aconteceu, eu simplesmente respondi que havia caído das escadas.

            Porque é que menti para a minha preocupada mãe? Esta situação podia acabar facilmente se a minha mãe os denunciasse à policia. A minha vida podia voltar ao que era num instante… Eu voltaria à minha rotina normal.

            No dia seguinte, tal como eles ordenaram, eu voltei ao mesmo local, juntamente levei algum do dinheiro que eu havia poupado. Eu economizava algum do dinheiro que a minha mãe me dava, eu não tinha qualquer objectivo com aquilo, simplesmente pensei que devia poupar para caso algo fosse preciso.

            “Só isto, moleque?” Indagou o Afro exaltado ao pegar o meu dinheiro. São as poupanças de uma criança, não dá para esperar uma fortuna.

            “Parece que eu não fui muito explicito, rapaz.” Falou o Careca se aproximando de mim. “Nós queremos que você traga toooodo o seu dinheiro.”

            “Eu… Não… Tenho… Muito mais… Que isso.” Respondi para eles, por algum motivo o meu corpo estava tremendo.

            “Tenho a certeza que as carteiras dos seus pais devem ter mais.” Falou o Careca com um sorriso sádico.

            “Eu… Não posso… Fazer… Isso.” Respondi, eu não podia roubar os meus próprios pais.

            “Parece que você ainda não aprendeu a lição.” Comentou o Careca sorrindo.

            Depois disso fui espancado pelos dois, ainda mais do que no dia anterior. O meu braço direito acabou sendo quebrado, a dor foi incomparável.

            Dia após dia, isso se tornou a minha nova rotina, entregar dinheiro e ser punido, não importava qual o valor que trazia. Desconfiava que eles só se estavam divertindo usando o meu corpo como um boneco de borracha para descarregar o stress.

            Todos na escola olhavam para mim, o meu corpo estava coberto de bandagens devido às lesões. No meio de todas aquelas crianças felizes, eu era aquele que mais se destacava, não era mais uma sombra. Os meus pais continuaram preocupados, mas eu não abria a boca.

            Eu já não me importava mais com aquela situação. Para alguém de fora isto pode simplesmente parecer um ato de masoquismo, mas não é algo tão simples assim. A adrenalina da dor me respondeu àquela maldita pergunta. Eu podia dizer que estava vivo. “Estar vivo significa sofrer e superar” eu já havia ouvido essa frase em algum lugar, finalmente a havia entendido. É através do sofrimento que se vive.

            Porém… Este estilo de vida começou a ficar rotineiro. A visão do meu próprio sangue começava a ficar cinzenta também. Aquilo era o novo Normal na minha vida. Foi então que surgiu uma nova questão na minha mente. “Devo fazer os outros se sentirem vivos como eu?”

            “Você é um desastre em potencial, garoto.” Comentou um homem jovem aparecendo à minha frente misteriosamente. Ele tinha um sorriso assustador, com dentes mais afiados que os de um tubarão, um olhar dourado e vazio, usava calças com suspensórios e tinha a tatuagem de uma estrela por baixo do olho esquerdo.

            “Você… Está falando… Comigo?” Questionei, por algum motivo ele me parecia ser algo sobrenatural.

            “Claro que sim! Não tem humano mais perigoso que você aqui!” Respondeu ele estendendo os braços, talvez fosse só um louco. “Você tem o tipo de mente que podia destruir a humanidade, adorei!”

            “Não… Estou.. Entendendo.” Disse sinceramente.

            “Não precisa entender, apenas continue como está.” Ele falou fazendo a parecer um pequeno vazo com uma flor negra nas suas mãos, parecia ser uma tipo de truque ilusionista. “Eu vim realizar o seu desejo.”

            “O que… É… Isso?” Perguntei curioso, não devia falar com estranhos, mas a aura daquele homem era bastante carismática.

            “O seu nome é Batsu-en (N/a: Jardim da Punição).” Respondeu ele aproximando o vaso de mim, por momentos me pareceu que a flor se havia mexido. “É uma das armas mais exigentes da minha coleção, mas parece que ela se sentiu atraída pela sua mentalidade. Isso é uma raridade.”

            “Raridade?” Murmurei encarando estranha planta.

            “Agora, aceite e realize os seus sonhos distorcidos.” O homem misterioso falou me entregando o vaso.

            De repente, o vazo se quebrou e da flor surgiram umas estranhas vinhas que se agarraram ao meu corpo como uma trepadeira, podia sentir os seus espinhos atravessando as minhas bandagens e cravando na minha pele, nesse momento perdi a consciência, sendo o sorriso perturbador daquele homem a última coisa que vi.

            Quando acordei, ele já não estava lá. Olhei para o meu corpo e reparei que as vinhas também havia desaparecido, porém estava com bem mais bandagens do que as que estava usando antes. Cheguei à conclusão que as vinhas se haviam transformado em bandagens, seria estranho, mas toda aquela situação já era fora do normal.

            Nos seguintes dias continuei a usar aquelas bandagens extras, há medida que o tempo ia passando, descobri que podia controlá-las como se fossem extensões do meu corpo, parecia que eu tinha recebido poderes sobrenaturais.

            Inúmeros novos pensamentos começaram a percorrer a minha mente. “Eu devo fazer os outros sofrer para que se possam sentir vivos.” Esse pensamento não era muito diferente do que eu já havia pensando, porém parecia que esta “arma” começara a estimular esse pensamento para um novo nível. Decidi que os primeiros a testar esse novo pensamento seriam aqueles que me fizeram sentir vivo, aqueles dois delinquentes.

            “Como assim você não vai mais trazer dinheiro?” Gritou o Afro na nossa última “reunião”.

            “Eu… Estou farto… Disso.” Respondi seriamente.

            “Onde você arranjou essa coragem toda?” Questionou o Careca me pegando pela gola da camisa.

            “Não… É… Coragem.” Murmurei sem desviar o olhar daquele delinquente. “Eu… Só estou… Querendo…. Mudar…. A rotina.”

            “Você é mesmo um esquisito, moleque.” Comentou o Careca me jogando no chão e pisando na minha barriga. “Eu não quero saber da tua rotina, só passa a grana.”

            Mais uma vez, eu estava sentindo dor… Porém esse dia seria diferente. Só mais um pouco e eu experimentaria a Batsu-en neles, no entanto…

            “Parados, malfeitores!” Gritou uma criança adentrando no beco, ele aparentava ter a mesma idade que eu, tinha o cabelo raspado e usava roupas simples remendadas.

            “Hã? Mais um moleque?” Reclamou o Afro, ele aparentava estar com pior humor do que o habitual.

            “Como o homem que sou, eu não vou permitir que agridam os mais fracos!” Gritou a criança, por alguma razão o comentário dele me irritou.

            “Tch. Este dia está ficando estressante.” Comentou o Careca retirando o pé de cima de mim, eu estava quase a atacá-lo com as bandagens se aquela criança não tivesse aparecido. “Nós temos assuntos a tratar com ele, se você for embora agora, faremos que nunca te vimos.”

            “Recusado!” Gritou mais uma vez a criança colocando-se entre os delinquentes e eu. “Se eu fosse embora depois de ver isto, eu não podia ser considerado um homem!”

            “O que… Você… Está… Fazendo?” Perguntei enquanto me levantava. “Eu… Tenho… Isto… Sob controle.”

            “Isso não me importa!” Respondeu ele, sinceramente cada vez o entendia menos. “Eu não vou voltar atrás.”

            “Sai da frente, moleque!” Gritou o Afro dando um forte chute no rosto da criança, jogando-a contra a parede do beco.

            “Bem, agora vamos resolver os nossos negócios.” Falou o Careca estalando os dedos.

            “Eu falei para pararem!” A voz do rapaz ecoou no beco enquanto o mesmo se levantava, sangrando da boca e do nariz.

            “Você é bem persistente, hein.” Comentou o careca dando-lhe um chute no estômago. “Pelo seu aspecto não parece ter muito dinheiro, dê o fora.”

            “Um homem não volta atrás quando o assunto é salvar alguém.” Respondeu a criança agarrando o pé do delinquente. “Não posso permitir uma injustiça destas.”

            Não o conseguia entender, tenho a certeza que nunca o vi na minha vida. Então porque é que ele iria até esse ponto?

            “Solte!” Ordenou o Careca jogando-o contra uma lata de lixo.

            “Parece que esta zona só tem crianças estranhas.” Comentou o Afro  irritado começando a pisar nas costas da criança.

            “Você perdeu a chance de fugir, agora fiquei com vontade de descontar em você.” Falou o Careca irritado.

            “Podem descontar em mim até ficarem satisfeitos.” Respondeu a criança com um olhar determinado, contrário a qualquer um que estivesse no seu lugar. “Só deixem aquele inocente em paz!”

            “O… O que… Você… Está… Fazendo?” Indaguei em pânico, não entendia bem porquê.

            “Não se preocupe. Você ficará bem.” Respondeu ele dando um sorriso sincero que gelou o meu corpo, naquela situação, ele estava preocupado comigo.

Depois ele foi chutado mais uma vez. Eles continuavam a bater nele, tal como faziam comigo… A única coisa que eu fazia era observar em silencio… Aquela criança não tinha nada a ver comigo, então não devia me importar… Devia aproveitar e sair, assim ao menos os esforços estranhos dele não seriam em vão… Sim, é isso que eu deveria fazer.

            “Parem…” A minha boca se moveu sozinha.

            “Hã? Agora é você?” Questionou o Afro pisando nele com mais força.

            “Eu falei para pararem!!!!” Gritei sem qualquer pausa, enquanto as minhas bandagens foram lançadas a alta velocidade contra as cabeças dos delinquentes, nocauteando-os na hora.

            “Incrível.” Murmurou a criança me observando enquanto eu recolhia as bandagens.

            O meu plano inicial, antes da intervenção do rapaz misterioso, era torturá-los lentamente com elas para que pudesse causar bastante sofrimento, mas este movimento impulsivo me fez acabar com eles num instante.

            “Isso foi incrível!” Ele repetiu entusiasmado enquanto se levantava cheio de ferimentos. “O que foi isso? Pareciam até poderes de herói!”

            “Herói?” Questionei, creio que essa palavra não definiria alguém como eu. “Esqueça. Porque é que… Você… Fez… Aquilo? Você… É… Louco? Nem… Me conhece!”

            “Como homem, eu não suporto ver injustiças passarem pelos meus olhos. Não importa a situação, eu vou agir sem pensar duas vezes.” Ele respondeu cruzando os braços com um olhar sério e brilhante. “Ah, mas eu não consegui fazer nada e acabei sendo salvo por aquele que estava protegendo, isso é frustrante.”

            “Não… Entendo… Você…. Se machucou… Apenas… Para proteger… Um estranho… Isso não faz… Sentido.”

            “Não precisa fazer. Conhecido ou desconhecido, se for para proteger alguém, um homem suportará o seu sofrimento e os dos outros!” Ele declarou.

            Cada vez que ele falava, o entendi menos… Porém… Por alguma razão, as coisas sem sentido que ele falava… Pareciam estremecer o meu espírito… Não entendia o porquê, mas misteriosamente, um leve sorriso se esboçou no meu rosto sem emoção.

            “Ah, eu nem me apresentei, isso não é educado.” Ele reparou alarmado. “Podes chamar-me Ben, eu sou o homem mais másculo desta cidade, qualquer um que diga o contrário estará mentindo!”

            “Endo… Satoru… Esse é… O meu nome.” Me apresentei também.

            “Gostei da forma como você fala, é bem peculiar, isso também é uma forma de masculinidade.” Ele gargalhou, realmente não o entendo. “Vamos ser amigos, Endo.”

            “Assim… Do nada?” Questionei surpreso.

            “Homens não precisam de mais nada para ser camaradas.” Ele respondeu estendo o punho para mim.

            “Desisto… Não vou… Conseguir… Entender você.” Respondi com um sorriso inexplicável enquanto retribuía o comprimento chocando o meu punho com o dele.

            Não foi um livro misterioso que encontrei na biblioteca… Não foi um infeliz encontro com delinquentes… Não foi uma nova rotina… Não foi um misterioso encontro com uma criatura sobrenatural… Nem o receber de uma arma amaldiçoada… O acontecimento que mudou a minha vida insignificante foi ter encontrado o meu primeiro amigo de verdade.

Narração: Encerrada

—-----------------------------------------(Flashback Off)-------------------------------------------

            “Isso é uma bom-” Quando a vice-presidente estava prestes a explicar, Takao pressionou um detonador, momentos antes de perder os sentidos, causando a explosão do dispositivo.

            “Ben!” Gritou Satoru alarmado ao ver a explosão, deixando de exercer pressão nas bandagens que prendiam Mogoro.

            “Uma chance.” Murmurou o 9º General se libertando.

            Satoru não se importou e correu em direção ao seu amigo. Quando chegou até ele, avistou uma enorme e grave queimadura em seu peito.

            “Eu devia ter percebido antes.” Murmurou Hitomi frustradamente com os olhos lacrimejando.

            “Como esperando do Takao-san, agora livrámo-nos do maior empecilho.” Riu Mogoro satisfeito.

            “Seus… Desgraçados!” Gritou Satoru com um tom e olhar de puro ódio se virando para Yakuza, enquanto as suas bandagens se moviam agitadamente, acompanhando a sua fúria.

            “Calma… Endo.” Pediu Ben com voz fraca, agarrando a perna do seu amigo. “Um homem não pode perder a razão numa situação destas… Tem gente que você tem de proteger.”

            “Ben-Senpai… Você é mesmo humano?” Pensou Hitomi espantada ao ver o Executor ainda estava vivo depois daquilo.

            “Obrigado… Ben.” Agradeceu Satoru com um tom de voz sereno, enquanto as suas bandagens se acalmavam. “Agora que… Lembro. Esta… Não é… A primeira vez… Que você… Me afasta… Do caminho… Ruim.”

            “Os camaradas estão para isso.” Respondeu Ben com um sorriso fraco, mesmo sendo capaz de falar, mexer-se estava fora de questão.

            “Eu não deixarei a derrota do Takao-san ser em vão. Vai ser desta! Stage 2!” Ao gritar, as luvas de ouro do General duplicaram de tamanho e se cobriram de pequenos espinhos, logo depois uma armadura dourada cobriu o seu corpo. “Arma amaldiçoada, modelo armadura: Antaeus! (N/a: Nome de um meio-gigante da mitologia grega que absorvia a energia da terra ao estar em contacto com a mesma). Finalmente funcionou.”

            “Bem… Está na hora… De eu… Tratar… Disto.” Afirmou Satoru caminhando até ao Yakuza.

            “Isto não é ruim? O Endo-senpai está sozinho e o inimigo está mais forte.” Comentou Hitomi preocupada.

            “Não há razão para se preocupar.” Respondeu Ben com um sorriso fraco. “Afinal… O Ben… É o melhor Executor de toda a Academia de Tóquio.”

            “Isto vai ser rápido.” Falou Mogoro chocando os seus punhos.

            “Concordo.” Respondeu Satoru monotonamente, retirando o casaco do seu uniforme.

            “Acho que você não entendeu.” Comentou o General socando o estômago do Executor, fazendo-o cuspir sangue.

            “Eu… Entendi… Muito bem.” Afirmou Satoru com um olhar intimidador, enquanto as bandagens do seu corpo se enroscavam nos punhos do Yakuza. “Eu guardei… Este trunfo… Por precaução… Pois ainda não tinha… Percebido… Como a arma… Do outro General… Funcionava… Mas agora… Não há razão… Para me… Conter.”

            “Do que você está falando?” Questionou Mogoro suando frio. “Você está todo machucado!”

            “É por isso… Que vou… Vencer!” Gritou Satoru enquanto as suas bandagens começavam a brilhar. “Stage 2! Arma amaldiçoada, modelo orgânico: Batsu-en!

            As bandagens do seu corpo se tornaram vinhas espinhosas que se enrolavam por todo o seu corpo. As bandagens do seu rosto haviam sido retiradas, revelando o aspecto do mesmo, era bastante maduro e bem parecido, apesar das visíveis olheiras, o seu olho direito era coberto pela franja lateral do seu cabelo e a sua expressão bem séria.

            “Idiota, os espinhos não passam pela minha armadura, não estou sentindo nada.” Mogoro riu enquanto o seu punho ainda estava preso nas vinhas do seu adversário.

            “Iwasaki… Você consegue ver com os seus óculos… Qual é a verdadeira habilidade da arma do Endo?” Perguntou Ben com uma expressão confiante.

            “Sim…” Murmurou ela suando frio. “Não pensei que existisse uma arma com uma habilidade assim. Chega a ser perturbador.”

            “Vocês já fizeram demais.” Falou Satoru sem pausas fazendo mais pressão no punho do Yakuza com as suas vinhas. “É a hora da punição.”

            “Você não consegue ver a situação em que está?” Questionou Mogoro socando o rosto do Executor com a sua mão livre. “Nesta armadura não sinto nada, sou invencível!”

            “Você acha que conseguirá algo fugindo da dor?” Questionou cuspindo sangue. “Alguém assim só está fugindo da vida!”

            Nesse momento, a luva que estava presa nas vinhas quebrou, deixando que os espinhos perfurassem a mão do General.

            “AAAAAAAAAAAH! O que foi isto?” Gritou Yakuza ficando alarmado. “Uma simples planta não pode quebrar uma armadura de ouro!”

            “Deixe-me revelar a habilidade da minha arma.” Pediu Satoru com um olhar sombrio e intimidador. “A Batsu-en transforma todo o dano e fadiga do meu corpo em força, velocidade e potencia. Quanto pior é a minha condição, mas poderoso serei. Sempre que ativo o Stage 2, os seus espinhos vão cravando cada vez mais fundo na minha pele, ampliando os meus poderes.”

            “Esse poder é uma loucura!” Gritou Mogoro suando frio. “Porque você quereria uma arma que causa tanta dor para o portado?”

            “Há muito tempo aprendi algo… Quando um homem está protegendo alguém, estes ferimentos não são nada!” Gritou Satoru socando, com vinhas enroladas no seu punho, o rosto do Yakuza, jogando-o contra o muro da escola. “O trabalho de um Executor é proteger a escola e todos os que nela se encontram.”

            “Maldição, eles disseram que eu seria invencível com esta arma.” Murmurou Mogoro agarrado ao seu nariz quebrado. “Eu tenho de fugir.”

            “Você não vai a lado algum.” Declarou o Executor prendendo os membros do General com as suas vinhas e levantou-o em direção ao céu.

            “O que você está fazendo?” Questionou Mogoro enquanto as vinhas o continuavam a levar cada vez mais para cima.

            “O meu dever. Mas não se preocupe, a sua dor será apenas momentânea.” Respondeu Satoru erguendo o seu punho, com várias vinhas espinhosas se enroscando nele. “Tenbatsu! (N/a: Condenação, é escrito com os Kanjis de céu e punição, pode também significar punição divina).”

            As vinhas começaram puxar velozmente o corpo de Mogoro em direção ao punho espinhoso de Satoru, o potente impacto destruiu a armadura dourada do General e atingiu-o bem no estômago, causando um ferimento grave, sem o matar, porém o choque fez com que ele perdesse os sentidos.

            Mais um General caíra, aquele que o derrotou fora o homem que através da dor e da sua superação formava a sua força. Quando ele protegia alguém, podia afirmar, sem qualquer dúvida, que estava vivo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do estilo usado no flashback do Endo? Gostariam de ver isso noutros personagens? Estou pensando em fazer em flashbacks futuros
Não esperava que o flashback dele ocupasse a maioria do capítulo, mas a história simplesmente fluiu até esse ponto, espero que não tenha ficado chato
Gostei bastante de escrever este capítulo, desde que criei o Satoru que ele foi o meu Executor favorito
Bem, até à próxima!



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