Nobi, aquele que dominará o Japão! escrita por Kasu251


Capítulo 3
Confronto


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o terceiro capítulo, espero que gostem.



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“Então, quais vão ser as regras do confronto?” Perguntou Nobi apoiando a sua espada de bambu no ombro.

“Regras?” Indagou Jin arqueando a sobrancelha.

“Sim, eu derrotei todos aqueles clubes nas suas áreas.” Explicou o ruivo confiante. “Derrotei o clube de ténis jogando ténis, derrotei o clube de boxe lutando boxe, perdi para o clube de xadrez jogando xadrez, derrotei o clube de basebol jogando basebol e vencerei o clube de kendo lutando kendo com as regras apropriadas! Para mim não existe derrota!”

“Não houve uma derrota aí pelo meio?” Comentou Nikko com uma gota de suor atrás da cabeça.

“Entendo.” Falou Jin indo até ao centro do dojo. “Então faremos um duelo simples, aquele que marcar três pontos será o vencedor. Se perderes vais ter de prometer que não causarás mais desordem nesta escola.”

“Isso não posso prometer.” Respondeu Nobi fazendo o mesmo que o azulado. “Mas se me conseguires vencer, prometerei que não atacarei mais nenhum clube.”

A plateia de alunos ficou animada enquanto os dois adversários se colocavam em posição, já com os capacetes postos.

Os dois ficaram estáticos, observando-se um ao outro, enquanto se avaliavam.

“Não acredito que ele foi logo comprar briga com o caloiro mais próximo de virar um executor.” Suspirou Nikko levando a mão à cara.

“Mesmo não querendo que o Aniki chame demasiada atenção, acho que não há razões para nos preocuparmos com ele.” Falou Goru cruzando os braços e observando os dois adversários. “Esse tal predador de arruaceiros é apenas um humano normal, não há chances de derrotar o Aniki.”

Então, Nobi fez o primeiro movimento com um golpe direto, direcionado à cabeça o capitão do clube. Este foi mais rápido e desviou-se facilmente, desequilibrando o jovem Yakuza e aproveitando o momento para marcar o seu primeiro ponto, acertando no abdómen.

Então, os dois voltaram para as suas posições iniciais, mas não foi preciso esperar muito para o primeiro ataque, de autoria de Jin, que tentou marcar o seu segundo ponto, mas Nobi instintivamente foi capaz de bloquear a espada adversária com a sua. Após mais algumas trocas de golpes, Nobi viu finalmente uma abertura no azulado e tentou acertar, infelizmente Jin antecipou-se e num giro veloz acertou no antebraço do ruivo, marcando o seu segundo ponto.

“Não pode ser. O Aniki está perdendo.” Falou Goru impressionado. “A este ritmo ele vai sofrer a sua primeira derrota logo no primeiro dia.”

“Com disse, ele já foi derrotado hoje pelo clube de xadrez, não foi?” Comentou Nikko.

“Já reparei que a tua força física está acima da média.” Disse Jin colocando a sua espada em posição. “Mas tens falta de controle e concentração, a tua derrota já está assegurada.”

“Quanto menos chances de vencer eu tenho, mais divertido é.” Respondeu Nobi esboçando um sorriso dentro do capacete, colocando-se também em posição.

Sem dizerem mais alguma palavra, os dois partiram para um ataque simultâneo, a troca de golpes foi tão veloz que ninguém da plateia conseguiu perceber o que acontecera. Tanto o ruivo como o azulado estavam de pé, em lados opostos, de costas um para o outro. Era impossível dizer quem marcara o ponto, até que a espada de Nobi se quebrou e uma pequena fenda na proteção da barriga se abriu.

“Aniki!” Gritou Goru preocupado, enquanto o seu Oyabun caía no chão de madeira do dojo.

Hirata Nobi perdera sem marcar um único ponto.

“A luta terminou.” Falou Jin retirando o seu capacete e andando na direção contraria à do Yakuza. “Espero que mantenhas a tua palavra.”

Foi então que o capitão do clube de kendo sentiu uma presença extremamente ameaçadora atrás dele. Ao virar-se, viu Nobi levantando-se lentamente e com a sombra da máscara lhe cobrindo toda a face, dando um momentâneo vislumbre de um par de olhos vermelhos intimidadores, todos os seus instintos lhe diziam que corria perigo de morte. Colocou-se então em guarda, por meros momentos sentiu-se como se estivesse frente a uma besta selvagem e sanguinária.

“Parece que perdi.” Admitiu Nobi retirando o seu capacete e mostrando um animado sorriso, desfazendo aquela aura que invadira o ambiente. “Foi muito divertido, Jin.”

O azulado não lhe respondeu, apenas deu-lhe as costas e foi-se embora.

“Aniki! Você está bem?” Perguntou Goru preocupado, aproximando-se rapidamente do ruivo.

“Nossa, nós te avisamos para não causar problemas com alguém ligado aos executores.” Repreendeu Nikko vindo juntamente com o robô. “Não sabes causar mais nada além de confusão?”

“Inugawa Jin.” Murmurou Nobi com um sorriso confiante. “Gostei dele. Quero que entre no Onigumi.”

“Eh?!” Exclamaram a garota e o robô espantados.

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Enquanto isso, no lado exterior do dojo, Jin encostou-se a uma parede e enxugou o suor de sua cara com uma toalha.

“Que sensação foi aquela?” Murmurou ele preocupado.”Por um segundo pensei que seria morto por ele. Por alguma razão sinto que não venci este duelo.”

“Estou desapontada, Jin-kun.” Falou uma garota que de cabelo e olhos castanhos, que usava tranças, óculos e um uniforme escolar azul.

“O que quer dizer com isso, vice-presidente do concelho estudantil, Iwasaki-senpai?” Perguntou Jin com um ar sério.

“O trabalho de um executor é punir aqueles que perturbam a paz e a ordem desta escola.” Informou ela de forma inexpressiva, ajeitando os seus óculos. “Mas aquele estudante arruaceiro saiu completamente ileso. O que isto significa, Jin-kun?”

“Ele prometeu que não atacaria mais nenhum clube, para mim isso é suficiente.” Respondeu ele colocando a toalha sobre o ombro e preparando-se para ir embora.

“Dessa forma você nunca conseguirá entrar nos executores, és demasiado piedoso.” Falou Iwasaki da mesma forma inexpressiva. “Não sei onde é que o presidente acho potencial em alguém como você.”

“Não há razão para o conselho estudantil e os executores se preocuparem.” Respondeu Jin passando pela vice-presidente. “Se ele quebrar a sua palavra, eu mesmo tratarei dele.”

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No dia seguinte, no refeitório da escola, Jin almoçava uma taça de ramen numa mesa vazia, até que um certo ruivo se sentou com ele, arrastando consigo uma garota loira e um robô vermelho.

“Então, como estás, Jin?” Perguntou Nobi animadamente. “Isso parece gostoso.”

“O que vocês fazem aqui?” Suspirou o azulado.

“Então, nós viemos almoçar com o nosso novo amigo. Não dá para ver?” Respondeu Nobi, já com alguns fios de macarrão saindo-lhe pela boca, retirados claramente da taça de ramen de Jin.

“Não me lembro de nos termos tornado amigos. E não comas o meu almoço!” Reclamou o capitão do clube de kendo.

“Bem, mudando de assunto.” Falou o ruivo terminando o almoço de Jin antes que o mesmo notasse. “Na verdade, nós somos Yakuzas e queríamos saber se te queres juntar à nossa gangue.”

“Isso não foi um pouco direto demais?” Comentou Nikko enquanto comia um onigiri (N/a: bolinho de arroz japonês).

“Então vocês são Yakuzas.” Concluiu Jin levantando-se com a sombra da franja lhe cobrindo os olhos.

“Sim, isso mesmo.” Confirmou o jovem Oyabun. “O nosso objetivo é conquistar o Japão. Então, queres juntar-te a nós?”

“Recuso.” Falou ele com um olhar gélido de desprezo. “Por mim, todos os Yakuzas como vocês podiam desaparecer deste mundo.”

“Parece que as negociações falharam.” Comentou Goru, enquanto o azulado se afastava.

“Não tenho culpa.” Falou Nobi encostando-se à cadeira com os braços apoiados atrás da cabeça, enquanto equilibrava um hashi entre a boca e o nariz (N/a: Hashis são pauzinhos utilizados como talheres em parte dos países do extremo Oriente). “Normalmente as negociações são o trabalho da Momo.”

“Não se deve forçar alguém a entrar em algo que não lhe interessa, isso nunca resulta.” Aconselhou a loira.

“Mas resultou contigo.” Respondeu Nobi virando-se para a garota.

“Não me relembrem, por favor.” Lamuriou-se ela.

“Bem, mesmo assim não vou desistir.” Afirmou o Ruivo levantando-se na cadeira e apoiando o pé direito na mesa. “Eu farei dele um membro da nossa gangue.”

“Tenho um mau pressentimento acerca disto.” Comentou Nikko com uma gota de suor atrás da cabeça.

“Eu também.” Disse Goru com uma gota de óleo atrás da cabeça, provavelmente sendo a sua versão da gota de suor.

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Depois das aulas, Nobi começou a seguir Jin, juntamente com Nikko e Goru.

“Ei, por que é que estamos fazendo isto?” Perguntou Nikko que usava uma gabardine velha, um bigode postiço e óculos escuros, enquanto estava escondida atrás de um poste juntamente com os outros dois membros do Onigumi.

“É o dever de um Oyabun saber tudo sobre os seus subordinados.” Respondeu o ruivo que usava uma barba branca postiça e um grande chapéu. “Estou apenas fazendo pesquisa e esperando por uma abertura que o faça se juntar a nós.”

“Então estamos apenas sendo Stalkers dele.” Reclamou a loira. “Realmente temos demasiado tempo livre.”

“Aniki. O alvo entrou naquele hospital.” Informou Goru.

“Certo, então vamos.” Ordenou o jovem Yakuza liderando o caminho até ao estabelecimento de saúde.

“Você vão mesmo segui-lo aí?” Indagou Nikko preocupada, enquanto os outros dois entravam no hospital. “Ei, esperem por mim!”

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“Este lugar é mesmo grande.” Comentou Nobi caminhando pelos corredores do hospital juntamente com Nikko e Goru. “Onde será que o Jin está?”

“Talvez esteja noutro piso.” Supôs o pequeno robô.

“Por que não desistimos de o seguir por hoje e voltamos para casa?” Propôs Nikko cansada.

“Como te estás sentindo hoje, Hina?” A voz de Jin fora ouvida através de uma porta pela qual o trio passou.

Curiosos, abriram levemente a porta e viram Jin sentado num banco virado para uma cama de hospital onde uma garota de cabelo azul e olhos violeta um pouco mais escuros que os de Jin, repousava.

“Eu estou bem, Onii-chan.” Respondeu a garota com um leve sorriso. “Não precisas ficar tão preocupado, apenas tive uma pequena recaída.”

“Mesmo assim devia tomar cuidado.” Alertou Jin preocupado.

“Então ela deve ser a irmã mais nova dele.” Supôs Nikko pensativa.

“Hina, eles têm aparecido?” Perguntou Jin seriamente.

“Não, eu não voltei a vê-los.” Respondeu Hina tossindo um pouco.

“Ainda bem.” Suspirou o azulado de alívio. “Eu prometo que vou acabar com aqueles malditos e assim nós os dois já poderemos viver em paz.”

“Também devias ter cuidado, Onii-chan.” Falou ela preocupada.

“Sim, eu terei” Respondeu Jin dando um pequeno sorriso e levantando-se. “Agora descansa, Hina. Quando voltar da reunião venho visitar-te de novo.”

Então o capitão do clube de kendo foi em direção à porta. O trio do Onigumi entrou levemente em pânico pela grande possibilidade de serem descobertos. Mas aproveitando o facto de as portas naquele hospital serem de estilo ocidental, esconderam-se no lado para o qual a porta abria, ficando pegados à parede. O azulado simplesmente abriu a porta e foi na direção contraria na qual estava o trio. E assim todos suspiraram aliviado por não terem sido descobertos.

“Podem entrar, não precisam se esconder.” Falou Hina amigavelmente surpreendendo o trio. “São amigos do meu irmão?”

“Isso mesmo.” Confirmou Nobi entrando no quarto. “Somos os melhores amigos dele.”

“Não enganes uma garotinha inocente.” Reclamou Nikko batendo na cabeça do ruivo.

“Vocês são divertidos.” Falou Hina rindo um pouco e depois tossindo. “Fico feliz pelo meu irmão estar conseguindo fazer amigos.”

“Qual é a natureza da tua condição?” Perguntou Goru curiosamente, subindo para a cama da garota.

“Que gracinha. O que é ele?” Perguntou ela pegando no pequeno robô vermelho.

“Bem… Ele é…” Murmurou Nikko pensativa. “Acho que uma espécie de mascote.”

“Oh, então é isso o que o Goru é.” Falou Nobi surpreendido.

“Não sou mascote nenhuma!” Reclamou o robô saltando dos braços da garotinha. “Já disse que sou uma arma amaldiçoada artificial criada com a função de identificar outras armas amaldiçoadas! Não me desrespeites só porque ficaste com o meu lugar, garota estúpida!”

“O que disseste, pedaço de sucata?” Grito a loira irritada.

Entre os olhares furiosos de Nikko e Goru era quase possível ver faíscas.

“És mesmo uma gracinha, Goru-san.” Falou Hina abraçando de novo o robô.

“Não sou gracinha nenhuma! Sou um temível Yakuza!” Gritou ele tentando se libertar.

“Tão fofo!” Murmurou ela apertando com mais força.

“Já agora, Hina-chan, quem são aqueles de que o Jin estava falando?” Perguntou Nobi curioso.

“… São Yakuzas da White Tigers.” Respondeu Hina cabisbaixa deixando Goru sair.

“Ya-Yakuzas da White Tigers?!” Exclamou Nikko surpreendida.

“Como assim?” Perguntou Nobi preocupado.

“Bem, já que vocês são amigos do meu irmão, acho que vos posso contar.” Começou a explicar Hina com uma expressão entristecida. “A nossa mãe morreu no meu nascimento há muitos anos, por essa razão o nosso pai, mesmo não querendo, tinha alguns ressentimentos dirigidos a mim. Como eu nasci com um corpo fraco, era necessário passar por muitos tratamentos e comprar bastantes medicamentos. Por minha causa, a nossa economia começou a ficar ruim e o nosso pai trabalhava o dobro do normal para nos sustentar. Até ao dia em que por causa de um descuido, o nosso pai foi despedido, nessa tarde passou o tempo todo bebendo e chegou a casa bem tarde. E… E quando chegou… Apontou a espada da família para mim e disse que era tudo culpa minha. Ele… Ele me tentou matar. Felizmente, o meu irmão protegeu-me e conseguiu roubar a espada. Conseguimos escapar por pouco, foi então que começamos a viver na rua. Poucas semanas depois, descobrimos que o nosso pai tinha morrido atropelado por um camião sem travões, provavelmente enquanto procurava por nós, o meu irmão mesmo assim nunca o perdoou e prometeu que me protegeria sempre. Os dias foram passando e a minha saúde só piorava pouco a pouco, sem um lugar para voltarmos, começamos a ficar desesperados. Foi então que pedimos um empréstimo à White Tigers para comprarmos comida e medicamentos, em troca, o meu irmão aceitou servi-los em qualquer missão que lhe fosse ordenada. Por mim, ele envolveu-se em toda a espécie de trabalhos sujos… Incluindo ferir pessoas. Mas quando finalmente conseguimos a quantia que pagaria o empréstimo, pensamos que finalmente estaríamos livres. Infelizmente estávamos errados, depois de pagarmos, o Yakuza que nos fez o empréstimo disse que o que reunimos não cobria os juros. O meu irmão ficou furioso e tentou ataca-los, mas eu acabei sendo usada como refém e ele não pode fazer nada. Até hoje sou usada como refém, se o meu irmão os desobedecer ou falhar numa missão, eles irão matar-me. O nosso pai realmente tinha razão… É realmente tudo culpa minha.”

Enquanto algumas lágrimas escorriam pela face da azulada, Nobi levantou-se sem dizer uma única palavra e foi até à porta.

“Onde vais, Nobi?” Perguntou Nikko preocupada.

“Vou apenas…” Murmurou o ruivo socando a parede ao seu lado e abrindo um enorme buraco. “Quebrar alguns ossos.”

E assim, o Oyabun do Onigumi saiu do quarto deixando os seus dois companheiros para trás juntamente com a irmã de Jin.


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Notas finais do capítulo

Continua no próximo capítulo.
Hoje não teve Omake para não cortar a tensão, mas se quiserem que coloque Omake mesmo nos finais sérios é só dizerem, que faço.
Então até à próxima.