Nobi, aquele que dominará o Japão! escrita por Kasu251


Capítulo 20
Uma promessa


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpa pela demora, no fim-de-semana tive de fazer umas coisas relacionadas com a escola e não pude terminar o capítulo
Por falar nisso, este fim-de-semana vou viajar, portanto é capaz de acontecer outro atraso no próximo capítulo, mas vou tentar que tal não aconteça (nada garantido)



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A sala de descanso estava silenciosa, ouvindo-se apenas a respiração pesada do espadachim de olhos violeta que ainda usava a sua espada como apoio, enquanto a sua adversária arranjava calmamente as unhas.

“Deve ser difícil moveres-te nessas condições.” Comentou Murakami olhando de relance para ele. “Parece ser bem frustrante.”

Sem dizer uma única palavra, Jin retirou a sua espada da bainha e se manteve erguido apenas com as suas trémulas pernas, chamando assim a atenção da tesoureira.

De repente, num movimento veloz, a surpreendeu com um golpe de espada na diagonal, que ela conseguiu defender por pouco com as suas unhas.

“Que perigo.” Pensou Murakami começando a suar frio. “Como ele consegue ter esta força? O meu vírus o devia enfraquecer à medida que o tempo passa.”

“Este… vírus… Não é nada!” Falou Jin ofegante insistindo com a sua espada, obrigando a outra azulada ter de saltar para trás para escapar do golpe. “Eu tenho uma irmãzinha… Nasceu com um corpo fraco, por isso ela está sempre lutando contra todo o tipo doenças e vírus e mesmo assim é capaz de sorrir docemente neste mundo cruel. Eu estaria dando um péssimo exemplo com um irmão mais velho se perdesse para um simples vírus! Eu… Vou acabar com isto num instante.”

“Percebo porque é que o presidente viu potencial nele, é uma pena já não estar no nosso lado.” Pensou a tesoureira fazendo as unhas das duas mãos crescerem. “Eu não queria fazer isto, um segundo corte da minha arma pode vir a ser mortal, mas é a única forma de o imobilizar… Tudo acabará no próximo movimento.”

“A minha visão estava um pouco embaçada, mas desta vez a minha espada será certeira.” Declarou Jin colocando-se em posição.

Os dois se ficaram encarnando durante alguns segundos, um movimento em falso poderia muito bem ser o fim para qualquer um. Então, ao som do vento agitando as árvores do pátio, os dois partiram para cima do outro.

O confronto fora rápido, o momento de tensão desaparecera num único momento e os dois se encontravam de costas um para outro. Era impossível dizer quem vencera, até que Jin caiu de joelhos e Murakami permanecera de pé.

“Você…” Murmurou ela olhando para baixo e vendo unhas postiças no chão. “Realmente é bem estranho, me cortar seria bem mais fácil, isso anularia o vírus. Como sabia que me desarmar também o faria?”

“Não sabia.” Respondeu o azulado de joelhos, usando novamente a sua katana como apoio.

“Então porque não me atacastes diretamente com a espada?” Questionou ela o olhando por cima do ombro.

“Eu posso carregar uma espada, mas ela não foi feita para tirar vidas sem motivos. Nós ainda somos apenas estudantes, não é? Antes de eu o conhecer, fui obrigado a fazer coisas horríveis com esta espada, cheguei até mesmo a odiá-la.” Respondeu Jin se levantando, ainda de costas para tesoureira. “Porém, agora esta espada serve para proteger o que eu quero proteger e cortarei todas as ameaças no caminho dele que forem preciso. Você não é uma delas, é apenas um membro do conselho estudantil fazendo o seu trabalho e eu, como estudante, respeito isso.”

Após falar isso, Jin se virou com um raro sorriso gentil e ainda com uma expressão fraca.

“Bem, você prometeu que não falaria do incidente do ramen a ninguém… Então acho que também posso fazer como se você nunca tivesse passado por cá.” Falou Murakami virando rapidamente o seu rosto para que o mesmo não fosse visto. “Melhor ires antes que eu mude de ideias.”

“Entendido, obrigado pela sua gentileza.” Agradeceu Jin se curvando formalmente e indo embora.

“Entendo agora porque é que ele um dos garotos mais populares da escola.” Murmurou Murakami meio corada depois de ter visto o sorriso do azulado. “Lamento, Presidente, mas eu nunca vencerei alguém com aquela perícia e força de vontade. E também… Não consigo ver este estranho grupo como os outros delinquentes comuns…”

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Nesse momento, na sala dos monitores, Shinohara mostrara-se finalmente stressado ao ver que Momoka lhe retirara o seu trunfo.

“Uchida, envia o máximo de executores que puderes para a procurar.” Ordenou Shinohara furioso.

“Inútil.” Respondeu Momoka com um olhar desinteressado e mostrando a língua. “Também cortei as vossas ligações.”

“Você realmente é um caos ambulante, não me admira que tenha sido transferida de tantas escolas.” Falou o presidente do comitê disciplinar tentando se acalmar e limpando o suor com um lenço.

“Eu sou apenas a subordinada de um verdadeiro caos ambulante.” Corrigiu a Wakagashira dando os ombros. “Esse já deve estar chegando, melhor tomarem cuidado.”

“Ei o que estás fazendo?” Perguntou Masaki a Nikko que não se parava de mexer, tentando romper as cordas que a prendiam. “É inútil tentares escapar.”

“Calado.” Ordenou a loira com um tom de voz imponente que surpreendeu até Momoka ligeiramente. “Eu… Não quero ser um fardo para eles!”

Após gritar, Nikko rompeu as cordas com os seus braços cobertos por aquela “fumaça” dourada que só ela era capaz de ver, ao mesmo tempo que a parede ao lado dela se rompeu de repente.

“O que foi agora?” Indagou Shinohara olhando para trás.

“Não és fardo nenhum, cuidar dos membros da sua gangue é o trabalho de um Oyabun.” Falou Nobi passando pelo buraco da parede com o seu bastão encostado num ombro e no outro carregando Goru.

“Nobi.” Murmurou Nikko esboçando um sorriso e se levantando.

“Bem, aprece que já não sou precisa. Adeus.” Se despediu Momoka deixando todos os monitores em branco.

“Então, qual de vocês dois é o Shinohara que mandou a tal carta?” Questionou Nobi com um olhar feroz.

“Gostava de poder ficar para conversar, mas sou uma pessoa muito ocupada.” Falou Shinohara sendo engolido pelo chão graças ao poder da sua arma amaldiçoada.

“Não me deixe para trás, Presidente!” Pediu Masaki tentando alcança-lo, mas em vão. “Maldição.”

Então, revoltado, o executor do comitê disciplinar retirou uma navalha do seu bolso e correu em direção a Nobi. Quando o mesmo já se ia preparar para contra-atacar, Nikko meteu-se à sua frente com uma expressão decidida, fazendo o ruivo sorrir e deixar a situação com ela.

“Isto é por você me ter enganado e brincado comigo.” Murmurou Nikko, enquanto a fumaça doura se concentrava no seu punho.

Masaki tentou perfurar o seu peito, mas ela desviou facilmente da investida desesperada do executor e com um único soco no rosto, o arremessou contra os monitores, quebrando alguns.

“Não se deve brincar com os sentimentos de uma garota.” Declarou Nikko soprando no seu punho, de onde a misteriosa fumaça desaparecera.

“Esta sensação novamente.” Pensou Nobi observando a loira. “Tenho a certeza que veio da Nikko… É algo estranho.”

“Agora temos de encontrar aquele Shinohara.” Falou Goru confiante. “Posso tentar rastrear a arma dele.”

“Obrigado por me terem vindo salvar.” Agradeceu Nikko com um sorriso gentil, enquanto pisava várias vezes a virilha do quase inconsciente Masaki.

“Acho que não fizemos grande coisa.” Comentou Nobi com uma gota de suor enquanto via a tortura da loira.

“Nobi!” Uma voz familiar se ouviu no altifalante da escola.

“Seika-nii.” Murmurou o ruivo reconhecendo a voz.

“O Shinohara era apenas um peixe pequeno, eu é que era a mente por trás de todo o plano!” Anunciou o azulado com uma voz convicta. “Se queres acabar com alguém terás de vir a meu encontro! Eu é que tenho toda a responsabilidade! Estou no telhado da escola.”

“Goru, fica aqui com a Nikko.” Pediu Nobi com a sombra da franja lhe cobrindo os olhos, entregando o pequeno robô à sua subordinada. “Eu volto dentro de pouco.”

“Aniki, você sabe que o Seika-san está mentindo, certo?” Inquiriu Goru num tom preocupado. “Ele nunca seria capaz de fazer um truque sujo como raptar alguém.”

“Eu sei muito bem disso.” Respondeu o jovem Yakuza continuando o seu caminho para fora da sala. “Mas enfrentá-lo também é necessário para conquistarmos esta escola, melhor fazê-lo agora.”

“Porque será?” Indagava Nikko na sua mente, observando apenas as costas do seu Oyabun se afastando lentamente. “Porque será que sinto que isto é mais do que uma simples tentativa de conquista? Os olhos dele pareciam diferentes do costume.”

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“Era preciso fazer isto.” Murmurou Seika largando o microfone que estava ligado ao sistema de altifalantes. “Não posso entregar esta escola a ninguém, essa foi a promessa que fiz com ele.”

–-----------------------------------------(Flashback On)-------------------------------------------

Dois anos atrás, um caloiro do primeiro ano acabara de entrar no pátio escolar, o seus olhos azuis eram ferozes e o seu cabelo ligeiramente arrepiado, tendo o típico ar de adolescente rebelde.

“Tragam a pessoa mais forte daqui!” Gritou ele chamando a atenção de todos.

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“Senhor presidente.” Chamou o jovem Shinohara entrando na sala do conselho estudantil, onde o presidente estava inclinado na sua cadeira e com as pernas em cima da sua mesa, enquanto dormia com um mangá no seu rosto. “Acorde, por favor.”

“Hum… O que foi, Shinohara?” Bocejou o jovem Kazuo retirando o mangá e revelando a sua face.

“Um aluno transferido está armando uma enorme confusão.” Explicou Shinohara preocupado.

“É para isso que esta escola tem executores.” Respondeu o presidente com um olhar preguiçoso.

“Parece que este alunos está…” Falou Shinohara olhando para todas as direções desconfiado e depois sussurrando. “Usando uma espécie de arma amaldiçoada.”

“Onde ele está?” Perguntou Kazuo com um olhar sério.

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“Então, é só isso que conseguem?” Questionou o aluno transferido em cima de um monte de alunos nocauteados e com algumas faísca azuis nos seus olhos.

“Chegar à escola e desafiar todos no seu primeiro dia.” Observou o jovem Ben se aproximando. “Gostei dessa atitude máscula! Qual é o seu nome?”

“Hirata Seika!” Respondeu ele se virando para o aluno do topete. “Procuro gente forte para me testar.”

“O meu nome é Ben, o maior homem desta escola!” Se apresentou o peculiar aluno. “Tornei-me um executor recentemente e você é o meu primeiro trabalho. Que tal nos testarmos?”

“Parece-me bem.” Concordou Seika cerrando o punho, saindo dele algumas faíscas.

Os dois correrem em direção um ao outro, mas quando se estavam quase tocando com os punhos, ambos foram parados por bandagens presas aos seus braços e pernas.

“Porque é que te meteste, Endo?” Perguntou Ben confuso.

“Eu… Já falei… para não… ficares entusiasmado demais… Isto é um… trabalho… Não uma… briga de rua.” Explicou o jovem Satoru surgindo no meio deles. “E Hirata Seika… Por favor… não dificulte o… nosso trabalho.”

“Vocês dois parecem fortes.” Comentou Seika sorrindo e cortando as bandagens que o prendiam.

“Ele… cortou?” Pensou Satoru surpreendido, apesar de externamente isso não se perceber, soltando Ben imediatamente.

“Para trás, Endo.” Ordenou Ben se colocando na frente do seu amigo.

Seika então atacou Ben com o seu soco rodeado de faíscas azuis, acertando-lhe no peito e lhe dando um potente choque que até rasgou parte do seu uniforme.

“Oh, esse soco não foi nada mau.” Comentou Ben ainda de pé e forçando um sorriso.

“Estou impressionado, um humano normal cairia com este golpe.” Falou Seika animado.

“Sinceramente, não esperava isto.” Comentou Kazuo passando normalmente pelo meio dos dois, lendo um mangá.

“Presidente?” Indagou Ben surpreso.

“Quem é você?” Interrogou Seika intrigado.

“Esperava que você tivesse uma arma amaldiçoada, mas isso parece ser outra coisa.” Disse o presidente sem tirar os olhos da sua leitura. “Mas é algo bem intrigante.”

“Eu fiz-lhe uma pergunta!” Reclamou Seika preparando-se para atacar Kazuo enquanto o mesmo aparentava estar focado no mangá, mas o seu ataque foi facilmente esquivado. “O quê?”

“Eu sou o presidente do conselho estudantil.” Respondeu ele aparecendo atrás do azulado e nocauteando-o com um chute na nuca, sem tirar os olhos do mangá. “Prazer eu conhece-lo, espero que lhe agrade estudar na nossa escola. É um pouco estrita com as regras, mas é um lugar legal para se estar.”

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“Não acredito que ele me derrotou apenas com um golpe.” Reclamou Seika, na hora de almoço, se sentando para comer uma porção de carne de porco com arroz e uma embalagem inteira de leite. “Que frustrante!”

“Não fiques assim, o Presidente está num nível completamente diferente.” Falou Ben se sentando.

“O que fazes aqui?” Perguntou Seika mal-humorado.

“Nós estreitamos os nosso laços como homens naquela briga, agora somos companheiros!” Respondeu Ben com fogo nos olhos.

“Não… ligues… para ele.” Aconselhou Satoru também se sentando ao seu lado. “Ele… consegue ser… bem estranho.”

“Fala a pessoa mais estranha que já vi na minha vida.” Pensou Seika com uma gota de suor atrás da cabeça. “Façam o que quiserem, mas eu não vim para cá para criar amizades.”

“Então o que vieste fazer, Hirata?” Perguntou Ben dando uma dentada numa enorme sandwich.

“Eu saí da minha vila para poder conhecer o mundo e me tornar mais forte.” Respondeu Seika também começando a comer e com bastante apetite.

“Com que… objetivo?” Perguntou Satoru usando os hashis com as suas bandagens e pegando uma omelete do seu bento caseiro. (N/a: um tipo de marmita japonesa para uma pessoa)

“Quero ser capaz de deter o meu irmão mais novo.” Respondeu o azulado com a sombra da franja lhe cobrindo os olhos.

“Você é… Uma pessoa bem esquisita.” Comentou Satoru movendo ligeiramente as bandagens que lhe cobriam a boca de forma a abrir um espaço para a omelete passar.

“Olha quem fala!” Reclamou Seika irritado. “E porque é que você usa bandagens no corpo todo como se fosse uma múmia?”

“É a arma amaldiçoada que o Endo encontrou há uns anos.” Respondeu Ben animado. “Ele usa-a no corpo todo para que esteja sempre preparado, não é?”

“Então é mesmo uma arma amaldiçoada.” Murmurou Seika interessado.

“Na verdade… Eu… só cubro… o meu rosto… porque sou… uma pessoa… muito tímida.” Explicou o executor enfaixado continuando a comer normalmente.

“Eh? Era esse o motivo?!” Indagaram Ben e Seika ambos bem espantados.

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No dia seguinte, Seika observava Kazuo caminhando com um olhar cansado e bocejando, vendo isso como uma oportunidade, decidiu atacar o loiro por trás, mas o mesmo desviou e agarrou o seu pulso.

"O que estás fazendo tão cedo de manhã?" Perguntou ele sem mostrar qualquer surpresa por ter sido atacado.

"Realmente estás num nível bem a cima." Percebeu o azulado com um olhar confiante, ao ser largado. "Mas eu irei supera-lo em breve."

" Você me quer superar para ser capaz de parar o seu irmão, não é?" Questionou o loiro mostrando uma leve expressão de interesse. "Um motivo estranho."

"Como você sabe disso?" Inquiriu Seika constrangido e irritado.

"Você me pareceu um cara intrigante, por isso coloquei uma escuta em você." Explicou Kazuo com uma expressão e sorriso descontraídos que acabaram por completo com a imagem superior que tinha.

“Não fale como se isso fosse uma coisa normal!” Reclamou o rebelde azulado procurando pela escuta no seu corpo. “Onde ela está?”

“Mudando de assunto.” Falou o presidente do nada.

“Não me ignore!”

“O que são essas luvas?” Perguntou Kazuo curioso aproximando o seu rosto. “E onde você as arranjou?”

“São incríveis, não são?” Disse Seika com um ar orgulhoso. “Estas luvas são armas amaldiçoadas criadas por uma pessoa importante especialmente para mim. São únicas no mundo.”

“Oh, então estás falando que são armas amaldiçoadas artificiais.” Comentou Kazuo se aproximando ainda mais das mãos do azulado. “Interessante.”

“O que você está fazendo?” Indagou Seika com uma gota de suor atrás da cabeça.

“Desculpa. É que tudo o que esteja ligado a armas amaldiçoadas desperta o meu interesse.” Explicou o loiro se afastando.

“Estou impressionado.” Comentou Seika com um ar pensativo. “Eu pensei as armas amaldiçoadas fossem tratadas como uma lenda urbana fora do mundo Yakuza, mas parece que a maioria das pessoas que estudam aqui estão acostumadas com elas.”

“Então reparastes nisso.” Murmurou Kazuo com um sorriso e olhar misteriosos.”

“Você disse alguma coisa?” Questionou o azulado curioso.

“Nada. Mas Seika-kun, tenho uma oferta para te fazer.” Falou o presidente colocando o braço em volta do pescoço do rebelde. “Quero que você se torne um executor.”

“Aff… Eu sou do tipo rebelde, jamais me tornaria num cachorro do conselho estudantil.” Respondeu Seika afastando o loiro com um ligeiro empurrão. “E porque é que eu trabalharia para aquele que quero derrotar?”

“Para me superar.” Respondeu Kazuo simplesmente, despertando assim a atenção do azulado. “E por vezes, um rebelde deve-se rebelar contra a sua própria rebeldia… Ou algo assim, não é?”

“Este cara…” Pensou Seika ficando sem palavras.

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Vários meses depois, perto do dia da cerimónia de formatura, dois alunos estavam vandalizando os fundos da escola com graffiti, enquanto mais quatro estavam fumando e sujando o local.

“Ora, ora, temos aqui um pessoal que se acha uns rebeldes de primeira.” Comentou Seika se aproximando com as mãos nos bolsos e Ben o acompanhando. “Para isso vocês ainda precisam de muito cálcio.”

“Hã?” Indagou um deles que usava uma máscara de resfriado e um enorme jaleco, sendo provavelmente o líder. “Tem algum problema? Quer apanhar? Hã?”

“Oi.” Ben levantou a voz com um ar ameaçador, apesar de ser do primeiro ano, era maior que alguns deles. “Tudo bem em você estar na escola? Um resfriado pode tornar-se uma coisa séria se fizer muitos esforços.”

“O Aniki não está resfriado!” Reclamou outro deles. “Não percebem? É jeito de delinquente tapar parte do rosto com uma máscara! É maneiro!”

“Maneiro? Existem mesmo pessoas que usam máscaras de resfriado para parecerem delinquentes? Sério?” Indagou Ben se mostrando surpreso.

“Duvido que exista gente tão idiota assim.” Comentou Seika dando os ombros. “Ele pegou um resfriado porque não tomou suficiente cálcio.”

“Eles estão claramente zuando o Aniki!” Reclamou outro delinquente. “E porque é que um dele não para de falar em cálcio?”

“Não subestimem o cálcio!” Gritou Seika imponentemente.

“Isso não tem nada a ver!” Responderam os delinquentes em coro.

“Bem… Eu não uso esta máscara porque queria parecer maneiro, nem nada disso… Apenas queria esconder umas espinhas… Sim, era isso.” Falou o líder dos delinquentes ficando envergonhado e com um olhar inseguro.

“ANIKI!” Gritaram os delinquentes em pensamento. “Não seja intimidado dessa forma!”

“Oi, você está bem? Parece que vai começar a chorar?” Perguntou Seika demonstrando preocupação, retirando um pacote de leite do nada. “Quer um pouco?”

“Não estou chorando!” Gritou o líder com os olhos lacrimejando e o seu rosto corado devido ao constrangimento. “É… Apenas pus das espinhas!”

“Não creio que isso seja melhor.” Comentou Ben estranhando.

“Esta situação está completamente invertida!” Reclamou um dos delinquentes. “Aniki, não se deixe abalar!”

“Eu não me importo mais!” Gritou o líder pegando num cano e correndo em direção a Seika completamente revoltado e ainda com algumas lágrimas.

Então o azulado apertou o pacote e o leite foi espirrado nos olhos do furioso delinquente. Após tal distração, esmurrou-lhe no estômago e com um impulso elétrico o arremessou para longe.

“Vocês… Vão-me pagar por aquele pacote de leite.” Falou Seika com um olhar de raiva intimidador.

“Foi você que o estragou!” Reclamaram os delinquentes em coro.

“Você está parecendo um delinquente.” Comentou Ben com uma gota de suor atrás da cabeça.

“Eu não sou delinquente nenhum.” Respondeu Seika estalando os seus dedos. “Eu sou um rebelde.”

“A isso é que eu chamo palavras másculas!” Falou Ben animado.

“Eles são apenas dois, não podem fazer muito.” Falou um dos delinquentes, fazendo com que os outros os cercassem. “Vamos vingar o Aniki.”

“Então, com quantos queres ficar?” Perguntou Ben se colocando em posição.

“Todos.” Respondeu Seika já partindo para o ataque.

“Ei, deixa alguns para mim também!” Pediu o másculo executor fazendo o mesmo.

Após alguns segundos, todos os delinquentes já estavam inconscientes e os dois executores descansavam.

“Tens sido um excelente executor, Hirata.” Comentou Ben sentado e encarando o brilhante Sol daquela tarde. “Tenho a certeza que o Presidente deve estar orgulhoso.”

“Hirata é o velho que cuidou de mim, já disse que me podes chamar Seika.” Respondeu ele sentado de costas para o executor do topete. “E eu só tenho estado a fazer o meu trabalho, graça a ele pude encontrar alguma gente forte, apesar de a maioria ser que nem estes caras.”

“Vocês… realmente exageram… no que toca… a conter… delinquentes.” Comentou Satoru chegando. “Hirata Seika… o Presidente quer… que o vás… ver.”

“O que será o que ele quera?” Indagou Ben, enquanto Seika fazia uma expressão pensativa, provavelmente pensando no mesmo.

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“Você me queria ver?” Perguntou Seika entrando na sala do conselho estudantil onde só se encontrava Kazuo observando a vista da janela.

“Sim.” Respondeu o loiro sem deixar de olhar para a janela. “Seika-kun, você sabe que este será o meu último ano como presidente, não é?”

“Sim, você se vai formar este ano.” Falou o azulado com uma expressão séria. “Mas antes disso teremos a nossa luta, certo?”

“Lamento, mas isso não será possível.”

“Como assim?” Questionou Seika espantado e ligeiramente irritado.

“Surgiu um imprevisto e eu terei de sair já hoje.” Explicou Kazuo se virando com uma rara expressão séria. “Já falei com o diretor, a minha formatura será adiantada. Não teve problema, já que sou o melhor aluno do meu ano.”

“Por quê?” Murmurou Seika com a sombra da franja lhe cobrindo olhos. “Por que é que você só me está contado isso agora? Você prometeu que terminaríamos a nossa luta! Por que é que está saindo mais cedo? Os outros sabem disto?”

“Seika-kun, quero que você seja o novo presidente.” Declarou o loiro seriamente, interrompendo o azulado.

“O quê?” Indagou Seika surpreso, ficando sem palavras, tal como quando tivera a sua primeira conversa com o presidente. “Mas todos acham o Shinohara o melhor candidato. Por quê um arruaceiro como eu?”

“Porque eu quero.” Respondeu Kazuo simplesmente com a sua normal expressão descontraída. “És o único que consigo ver para tomar o meu lugar. Os teus valores são os melhores para este cargo.”

“Você não está fazendo sentido nenhum” Suspirou o azulado. “Realmente não tem como lhe fazer voltar atrás… Me faz lembrar alguém.”

“Seika-kun, protege esta escola no meu lugar.” Pediu Kazuo voltando a ficar sério. “A todo o custo.”

“Assim farei, Presidente.” Respondeu Seika convicto. “É uma promessa.”

–----------------------------------------(Flashback Off)--------------------------------------------

“E eu não voltarei atrás nela.” Murmurou Seika para si mesmo, olhando uma última vez para o céu nublado.

“Aqui estou eu, Seika-nii.” Falou Nobi chegando ao telhado com um raro olhar sério e desafiador.

“Te estava esperando, Nobi.” Respondeu o azulado com o mesmo olhar.

E assim, os dois irmãos finalmente se encaravam frente a frente, para o confronto tão aguardado pelos dois.


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Notas finais do capítulo

É tudo por hoje, espero que tenham gostado
Até à próxima!



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