Simply Different escrita por Cacau


Capítulo 12
11° Capítulo - Hollywood


Notas iniciais do capítulo

Cheguei com mais um capítulo pra vocês :3
E MUITO antes do que eu imaginava. Mas é que por incrível que pareça, o tédio das minhas férias estão me dando boas ideia para fic. Espero que gostem! Boa leitura!



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Quando Arthur finalmente conseguiu se livrar da garota bêbada que insistia em beijá-lo, Sophia já não estava mais lá.

Com um pouco de dificuldade, ele conseguiu levar a garota até o quarto de hóspedes no segundo andar e assim que à deitou na cama, ela apagou.

Ele procurou por Sophia em todos os lugares e não há achou. Na verdade, havia um lugar onde ele não havia procurado. Na piscina.

(...)

Ela estava sentada na borda da piscina com os pés e metade das pernas balançando na água. Estava naquela posição admirando o céu há aproximadamente dez minutos e seu pescoço já doía.

E então ela ouviu pequenos ruídos que logo há fizeram baixar sua cabeça e olhar para frente.

Ele estava lá. Parado do outro lado da piscina à observando.

Apenas conseguiam ver seus rostos por conta da luz que a lua refletia na água.

E ele era ainda mais lindo sob a luz da lua. – ela pensou.

E ela brilhava de alguma forma, ainda mais sob a luz da lua. – ele pensou.

Ambos se olhavam fixamente. Os olhos negros do anjo encaravam os doces olhos cor de mel da garota mais incrível que ele já conheceu em trezentos anos.

Mas aí ela baixou seu olhar e passou a encarar a água da piscina.

E após uns poucos minutos à observando, ele resolveu sentar-se ao seu lado. Tirou os sapatos e dobrou sua calça jeans até a altura do joelho, pondo as pernas na água e as balançando.

Eles encaravam seus próprios reflexos na água enquanto balançavam as pernas, apenas se podia ouvir o barulho das gotas se debatendo contra elas próprias e o som abafado da música que vinha de dentro da casa.

Mas o silêncio que se instalava entre os dois, desta vez, não se tornou algo incômodo. Era como se eles realmente precisassem estar próximos um do outro, mas apenas isso. Sem conversas e muito menos brigas. Apenas aproveitando a companhia um do outro.

Por puro acidente, seus pés se tocaram enquanto balançavam na água.

E algo parecido com uma corrente elétrica foi dos pés a cabeça dos dois.

Eles se olharam, mas dessa vez os olhos do moreno encaravam os lábios carnudos e rosados da garota. Queria tanto beijá-lá. Mas se o fizesse poderia acabar a perdendo novamente. Iria acabar criando uma confusão enorme na cabeça da garota que tanto amava. Ele era diferente e as coisas talvez jamais fossem fáceis como ele tanto desejava.

– Eu terminei o livro. Te entrego segunda no colégio. - ela disse tímida, quebrando por completo o silêncio e o tirando dos seus devaneios.

– Não. - ela arqueou as sombrancelha. - Digo, pode ficar pra você. - explicou e sorriu torto.

Ele queria perguntar o porquê dela ter saído quando a garota bêbada o beijou. Ela queria saber responder.

(...)

Dias depois.

POV Sophia

O nerd, Harry, mora aqui em Los Angeles há um ano e não conhece nem metade da cidade.

Dá pra acreditar?

Era um sábado a tarde e eu estava em casa dormindo no sofá. Minha mãe havia ido visitar minha avó e não achei absolutamente nada melhor pra fazer do que dormir. Até minhas amadas Ruffles haviam acabado e eu só percebi isso depois que minha mãe saiu, ou seja, eu estava sem dinheiro para comprar mais.

Fui acordada pela maldita campanhia e adivinha quem era? O nerd é claro.

– Porque você só aparece aqui em casa quando estou dormindo? - bufei e voltei para a sala deixando a porta principal da casa aberta para que ele entrasse.

Mas não obtive nenhuma resposta. E quando olhei para trás ele ainda estava parado na porta.

– Entra criatura!

– Ok. Está de TPM é? - ele brincou. Nós havíamos nos tornado bons amigos e ele já não era mais tão tímido. Graças a Deus.

– Há Há. Muito engraçado. - ironizei. - O que está fazendo aqui?

– Bom, não tinha nada para fazer em casa e meus pais como sempre estão quase se matando. - ele disse parecendo chateado.

– Eu entendo. - murmurei.

Ficamos em silêncio assistindo Bob Esponja por um tempo, mas o tédio estava me matando.

– Nerd... quer dizer... Harry? - me embaralhei com as palavras e ele riu de mim.

– Eu não me importo que me chame de nerd Soph. Já percebi que você tá' mais acostumada a me chamar assim. - me senti culpada ao ouvir suas palavras. Mas logo percebi que ele estava apenas brincando após voltar a rir da minha cara.

– Vou nem falar nada. - brinquei tentando parecer chateada. E ele por incrível que pareça - já que era meio lerdo - percebeu que era apenas uma brincadeira. - Faz um ano que você mora aqui certo? - ele fez que sim com a cabeça. - E por acaso alguma vez você já saiu por aí para conhecer melhor Los Angeles?

– Não. - ele disse meio incerto

– Imaginei. Então, vou subir para trocar de roupa e nós vamos ok?

Ele murmurou um ok e eu subi para o meu quarto.

Já estávamos em novembro e um calor insuportável tomava conta da cidade.

O ano está acabando e ano que vem já é meu último ano no colégio. Como o tempo passa rápido.

Vesti um shorts jeans desfiado e uma regata branca e soltinha. Calcei um par de rasteirinhas qualquer, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto e mal feito e desci.

Harry ainda assistia Bob Esponja. Parecia uma criança de tão animado que demonstrava estar enquando assistia o desenho. Sorri com isso.

Ele vestia uma bermuda cargo preta e uma camisa polo cinza e calçava all star.

Há algumas semanas atrás após eu o apresentar à Dhully, ela convenceu ele de que devia mudar seu visual e eu concordei. Fomos até o shopping em uma sexta a tarde e compramos milhares de peças de roupas. Depois disso fomos no meu carro direto para casa do nerd e jogamos todas as suas roupas fora. Claro que ele quis arrancar nossas cabeças e comer nossos rins, mas logo se deu por vencido. Dhully deu umas "dicas" há ele e também o proibiu literalmente - do tipo que ameaça matar, caso ele não faça o que ela mandou - de passar gel nos cabelos. Deixando-os então caídos sobre a testa e as orelhas.

Dá pra imaginar o quanto de gel ele passava para todo aquele cabelo ficar perfeitamente duro e todo jogado para trás? Ele devia usar um pote de gel por dia!

Mas tenho que admitir, ele parecia outra pessoa. Apesar do seu jeito ainda desengonçado e sua insistência de vez ou outra passar pelo menos um pouco de gel nos cabelos, quando Dhuly não estava por perto, ele estava muito bonito.

Mas o olhando mais de perto - ele ainda não havia notado minha presença - vi que seu cabelo estava meio... estranho. Parecia que Harry havia passado novamente um "pote de gel" inteiro no cabelo mas não o havia arrumado para trás. Então ele estava separado por partes grudadas. Comecei a gargalhar alto ao notar isso e então ele percebeu que eu já estava alí.

– O que foi? - ele indagou confuso.

Fui até ele e o puxei pelo braço até o banheiro. Ele ainda olhava completamente perdido para mim e eu apontei para o espelho que estava em sua frente.

– Jura que você vai sair com o cabelo assim? - perguntei em meio ao risos. Eu estava simplesmente tendo um ataque.

Ele se encarou no espelho por alguns segundos e caiu na gargalhada junto comigo.

– Quando eu sai de casa ele não estava tão... estranho. - ele afirmou parando de rir.

– Estranho? Está ridículo Harry. - disse ainda rindo. Ele me olhou de cara feia. - Desculpa, mas você sabe que eu estou falando a verdade. - parei de rir. - Vem cá, deixa eu arrumar isso. - puxei sua cabeça para debaixo da torneira da pia.

Quase o matei, mas consegui tirar todo aquele gel gosmento do seu cabelo e sequei-os com o meu secador. Passei a mão por eles bagunçando e deixando-os cair livremente pela testa e orelhas do nerd.

– Agora está melhor. - disse animada e sorri. Ele sorriu de volta. - Você veio de carro né? - ele fez que sim com a cabeça.

Fechei a casa e mandei uma mensagem para minha mãe avisando que havia ido dar uma volta com um amigo. Logo ela me respondeu com um "Ok filha. Juízo."

Entramos no carro e Harry ficou me encarando.

– O que foi? - indaguei.

– Preciso saber aonde vamos. Não dá para sair por aí andando sem rumo né.

– Dá sim. - disse animada. - Liga esse carro e vamos.

Ele me olhou com receio mas logo fez o que eu pedi.

O congestionamento estava horrível então tive uma ótima ideia. Deixamos o carro em um estacionamento pago e alugamos duas bicicletas. Claro que tanto eu quanto ele estávamos um tanto enferrujados e quase nos matamos no chão, mas o passeio ficou bem melhor e mais divertido.

Passeamos pelo Teatro Chinês, onde fica a Calçada Da Fama em Hollywood Boulevard. Perdi a conta de quantas milhares de vezes Dhully e eu passamos por alí tirando fotos com as estrelas que tinham o nome dos nossos artistas preferidos. O legal era que essa tradição da Calçada Da Fama começou com uma atriz que pisou acidentalmente no cimento fresco.

Passamos por mais diversos outros lugares maravilhosos de Los Angeles. Por volta das seis da tarde fomos até à praia e passeamos pela ciclovia à beira-mar.

Ao passarmos por Santa Mônica pela ciclovia, seguimos para Venice Beach que era considerada a mais maluca das praias de Los Angeles. Deixamos nossas bicicletas em aqueles negócios de guardá-las em lugares públicos - do qual eu não faço ideia de como se chama - e fomos dar uma volta apé na beira da praia.

Eu levava minha rasteirinha na mão e o nerd fazia o mesmo com os all star dele. Conversamos sobre diversos assuntos e rimos até não poder mais. Eu e meus ataques de risos.

Meus pés e pernas doiam.

– Vamos sentar um pouco? Nao tô' sentindo minhas pernas. - falei de forma dramática. O que o fez rir.

Sentamos um pouco mais afastado do mar e ficamos alí até o sol se pôr. Me lembro das milhares de vezes quando criança, que Dhully e eu fazíamos minha mãe nos trazer até aqui ou à qualquer outra praia de Los Angeles, só para vermos o sol se pôr. Jamais pensei que crescer seria tão difícil. E o tempo passou voando.

Naquela época, por volta dos meus dez anos, meu pai já não tinha tempo para nós e é claro que eu sentia sua falta. Mas pelo menos ele estava alí sabe? Por mais que não nós desse a mínima e ficasse sempre trancado no escritório, pelo menos eu o via nem que fosse por cinco minutos quando ele ia para cozinha a noite fazer um lanche. Pelo menos era assim que eu pensava. Minha mãe aguentou aquilo por tantos anos somente por mim e eu a amo mais do que tudo.

– Soph? - Harry berrou em meus ouvidos interrompendo meus pensamentos. Ele me olhava assustado.

–Oi! Oi! O que foi nerd? Não precisa gritar!

– O que foi? Eu to aqui falando a quase meia hora e aposto que você não ouviu nenhuma palavra. - reclamou parecendo estra chateado.

– Desculpa! Eu estava aqui viajando...

– No mundo da lua. Sei. - ele completou com cara feia. Eu ri.

– Vem! Tem um lugar que ainda não fomos. - falei depois de um tempo, levantando da areia e indo correndo em direção às bicicletas enquanto puxava Harry pelo braço atrás de mim.

– Aonde vamos? - ele perguntou curioso enquanto íamos de bicicleta em direção há Hollywood Boulevard novamente. - Soph a gente já veio aqui lembra?

– Lembro. Mas ainda não fomos ver o letreiro “HOLLYWOOD” de perto. Você já foi?

– Já. No primeiro dia que vir pra cá. Mas é proibido e tal aí acabei não ficando muito tempo.

– Mas era dia né? - ele confirmou com a cabeça. - Você tem que ver como é subir lá a noite! - disse animada e ele sorriu torto.

Andávamos lado à lado de bicicleta e enfim chegamos lá.

Subimos até lá e sentamos em uma das letras "L". Olhar para a cidade e para o céu lá de cima era incrível. Depois que a minha melhor amiga foi embora para Virgínia, outro estado dos Estados Unidos um tanto longe da Califórnia, nunca mais vim aqui.

Ficamos alí por mais ou menos meia hora e novamente de bicicleta voltamos para o local em que havíamos às alugado. Depois apé fomos até o estacionamento em que estava o carro do Harry, que era bem perto dali.

Ele chegou na frente da minha casa e parou o carro.

– Obrigado Soph. Eu estava precisando dar una volta por aí. - ele disse sorrindo torto enquanto me encarava. Seus olhos brilhavam, diferente da hora em que ele apareceu na minha casa hoje cedo.

– Eu também precisava sair um pouco. Nos ajudamos. - eu disse e ele sorriu.

Dei um beijo estalado em sua bochecha e desci do carro.

Não faço ideia de que horas eram. Vi minha mãe dormindo no sofá e sorri ao ver que passava desenho na televisão. Acordei-a e ela subiu para o seu quarto. Subi para o meu, tomei um banho e assim que deitei na cama, apaguei.

E novamente sonhei com um anjo.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam?
Reviews?
Favoritem?
Acompanhem?
Recomendem?
Volto logo com o próximo capítulo. Um beijo.



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