– Hei! - Arthur chamava a morena enquanto a cutucava.

Ela, Sophia, dormia na carteira da sala de aula como um anjo e o professor nem sequer havia notado.

– Ai! - disse alto ao acordar por conta de um forte "cutucão" no braço. Todos da sala imediatamente olharam para ela, inclusive o professor, que lhe lançou um olhar furioso mas logo continuou com a aula.

– Desculpe. - o garoto a olhava divertido.

– Eu estava dormindo sabia? - disse brava. - O que você quer?

– Primeiro um pouco de educação seria bom. - respondeu agora sem expressão alguma.

– Foi mal. - ela revirou os olhos.

– Enfim... - começou meio incerto. - Vai fazer algo essa tarde?

Ela o olhou confusa e pensou por alguns segundos.

– Não.

– Quer sair comigo?

O sinal tocou. Todos saíram da sala e apenas os dois continuaram ali.

Ele a olhava anciando por um Sim como resposta. Ela tentava entender se havia mesmo escutado direito.

– Ok - respondeu sem saber ao certo o que dizer.

– Passo pra te pegar daqui à duas horas. - o moreno avisou dando-lhe um sorriso sincero e saindo da sala.

Talvez ela tenha ficado ali por alguns segundos. Ou por alguns minutos. Tentava entender o porquê de Arthur ter à convidado pra sair. Tentava entender porque aceitara o convite.

Guardou os materiais, se levantou e foi para casa.

[...]

– Aonde vamos? - Ela perguntou ao moreno.

Ele vestia uma calça jeans clara e camisa preta de manga curta e calçava all star. Seus cabelos estravam desgrenhados, os olhos escuros brilhavam e a barba estava por fazer.

Ela vestia uma legin preta rasgada acompanhada de uma regata longa e branca com detalhes em preto e assim como o garoto calçava all star surrado.

Em pleno mês de novembro o tempo estranhamente mudou. O calor horrendo foi substituído nos últimos dias por um clima chuvoso e agradável.

– Ao parque de diversões! - respondeu não conseguindo esconder a animação através de sua voz.

Ela gostava de parque de diversões. Ele parecia também gostar. Talvez tenham mais coisas em comum do que Sophia imagina. Então ela decidiu que iria se divertir.

Mas estranhou a animação que o moreno que sempre aparentava estar sério demonstrava, porém ignorou esse fato e sorriu animada entrando em seu carro.

Cerca de quinze minutos depois já haviam chegado ao parque.

– Onde você quer ir primeiro? - Arthur perguntou sorrindo enquanto comprava as pulseirinhas que me permitia que brincassem em qualquer brinquedo do parque de diversões.

– Nesse! - respondeu enquanto corria animada em direção há montanha-russa puxando Arthur pela mão atrás dela.

Brincaram em alguns brinquedos e por volta das quatro horas Sophia admitiu estar morrendo de fome.

Foram até uma barraquinha e compraram algodão doce.

– Isso não mata a fome sabia? - Sophia perguntou irônica ao moreno que havia escolhido comprar algo que obviamente não mataria a fome dela.

– Eu sei. - ele respondeu divertido. Ela rolou os olhos. - Mas depois nós vamos há um restaurante comer algo Ok?

Ela confirmou tímida com a cabeça.

Brincaram em todos os brinquedos do parque. Inclusive aqueles em que só crianças pequenas brincam. Eles eram mesmo infantis. E pareciam se conhecer a décadas pela forma como estavam se divertido juntos naquela tarde de sexta feira, mal sabia Sophia que se conheciam a muito mais do que algumas décadas.

– Vamos ir comer agora ou quer brincar mais um pouco com eles? - Arthur perguntou divertido à Sophia enquanto apontava para um grupo de crianças que brincavam juntas, onde até à alguns minutos atrás a morena também brincava.

– Muito engraçado. Eles são legais sabia? Mas já não tenho tanta disposição como eles. - Agora foi a vez dele de rolar os olhos. - Vamos comer antes que eu passe mal. - pediu dramática.

[...]

Pararam em frente a um dos melhores restaurantes de Los Angeles na opinião de Sophia, por conta fos alimentos tipicamente americanos. Arthur saiu do carro e abriu a porta do passageiro para que a garota também saísse.

Sentaram em uma mesa que já estava reservada para ambos e que se localizava ao lado de uma janela que tinha vista para o mar. Comeram hambúrgueres e porções de fritas.

Não era um jantas romântico nem nada do tipo. Arthur sabia que nessa vida Sophia já não era tão romântica. E ele gostava dessa mudança.

Já que estavam próximo ao mar resolveram dar uma volta por ali e acabaram "achando" uma sorveteria.

Andavam pela areia da praia enquanto comiam seus sorvetes. A mesma estava praticamente vazia por conta da temperatura agradável e até fria quando chovia.

Pôr falar em chuva, de repente, já terminado seus sorvetes, sentiram gotículas de chuva em seus rosto e braços.

– Banho de chuva? - Arthur perguntou divertido à Sophia, sabendo que iriam se molhar de qualquer forma, já que seu carro não estava muito perto dali.

Ela que o olhou confusa e até meio perdida por alguns segundos, acabou começando a rir daquilo e correu para o mar.

Acho que falei chuva, não mar.– o moreno pensou, mas riu e correu em direção ao mar de atrás da garota.

(...)

A chuva já estava forte e eles finalmente saíram do mar. Cansados, sentaram na areia molhada da praia. Ficaram ali sentados enquanto a chuva caia e os molhava ainda mais, por uns cinco minutos.

Arthur levantou, parou na frente de Sophia e deu-lhe a mão para que a mesma também se levantasse.

– Já vamos? - ela perguntou aceitando sua mão e parando de pé em sua frente.

Ela estava cansada e feliz por ter ser divertido, não queriam já ir embora.

– Eu queria agradecer... - o anjo começou sem saber exatamente o que falar. Ela o encarava confusa. - por ter aceitado sair comigo e tudo mais. Achei que estava chateada comigo.

– Porque eu estaria chateada com você? - perguntou um tanto perdida com as palavras dele.

Seus rostos estavam próximos e os olhos negros do garoto encaravam os castanhos claros da morena. Mas nenhum dos dois pareciam se importar com isso.

Talvez porque você morreu por minha culpa à trezentos anos atrás?– ele pensou.

Mas jamais diria aquilo à ela. Não por enquanto. Ele jamais suportaria a dor de perdê-la novamente. Foram três séculos a sua espera e agora que à encontrou tudo o que queria era tê-la em seus braços. Queria novamente o amor correspondido daquela garota. Talvez se fosse humano e mortal, morreria sem o amor dela.

E então, novamente sem sequer pensar em seus atos, ele se aproximou ainda mais. Ela pareceu hesitar por um momento, mas antes disso ele envolveu seus braços na cintura dela e ela não se incomodou com isso.

E assim ele selou seus lábios nos da garota.

E ela correspondeu.