Red Like Blood escrita por Scream Queen


Capítulo 4
Capítulo 3 - Soana.


Notas iniciais do capítulo

Bom, por enquanto é o último. Eu não pretendo escrever mais.



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Capítulo 3 – Soana.

Parei na rua atrás do mercado. O sol começava a se esconder no horizonte. Logo escureceria, e isso me dava medo. E se R não seguisse? E se ela me enganasse de novo? Lua Cheia. Eu odiava a Lua Cheia. Ela ficava mais forte. Até mesmo em forma humana eu podia senti-la lutando. "Pare de ser tão estúpida. Embora a minha maior diversão seja te atormentar, acha que eu faria algo tão patético quanto isso? Sua mente é tão fraca assim, menina tola? Sabe que eu escolhi a minha presa. Aquele trouxa está destinado a ser o meu jantar de hoje. Não me interessa o que ele tem a ver com o outro garoto. Ainda é meu. E eu vou devorá-lo", ouvi sua voz irada e rosnada, e meu sangue gelou. Eu havia me esquecido. Quando R escolhia uma presa, ela não parava até consegui-la. Meu coração martelou e eu senti os olhos umidecerem. "Por que o deixou levá-lo R?", pensei, respirando profundamente. Senti sua raiva em algum lugar de minha mente. "Pare de chorar sua idiota! Você me da nojo! Fraca, estúpida e impotente! Eu lhe odeio mais que tudo Kassandra. Por isso o deixei levá-lo. A sua dor, é o meu prazer. Entenda de uma vez por todas. Eu só quero o seu mal. Nada mais que isso", ela fervia em raiva, e minhas lágrimas desistiram de lutar. Escorreram livremente pelo meu rosto. Meu coração doía como se tivesse sido golpeado. O olhar de pavor e desprezo de Seb passava em minha mente diversas vezes, enquanto eu caminhava, seguindo o cheiro característico de hortelã. Ou ele era muito descuidado, ou queria ser seguido. Eu torcia para que fosse descuidado. Levantava menos questões. Se ele queria ser seguido, quem era essa pessoa? Um aliado? Me preocupava.

Eu já havia andado por pelo menos 5km. Não estava ofegante ou cansada. Apenas entediada. Vantagens lupinas. Em minha mente, R cantarolava sua canção favorita, - "Pela estrada afora eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vovósinha, o caminho é longo e também é deserto, e o Lobo Mau caminha aqui por perto..." - ela canta bem. Uma voz bonita demais para alguém tão insuportável. Baixa e lenta, tons serenos e sensuais, até mesmo a irritante cantiga ficava bela e provocante. Ela também já havia contado o significado dessa canção citada no livro. Sabendo que mesmo que o Lobo aterrorizasse o povo naquele tempo, as crianças sairíam, as mães criaram uma canção para que fosse cantada pelas crianças que andavam a noite, assim se a voz de uma das poucas crianças não fosse ouvida, saberiam que a Fera havia feito outra vítima. "A casa da vovósinha" era porque os avós eram considerados os guardiões das crianças, como Anjos da Guarda. R se sentia o máximo por dar tanto trabalho, e sua voz era a mais presente dentre as crianças quando resolvia cantar. O orgulho dela era do tipo mortal. Já estava escuro. Ainda não havia Lua. Mas eu começava a sentir um pouco de incômodo nas pernas. Havia horas que eu estava andando. O mesmo cheiro. Hortelã, pelos e sangue. Os únicos locais que haviam surgido naquela estrada eram postos ou casas destruídas e abandonadas. Passava por mais uma casa abandonada quando ouvi uma voz cantando. Eu conhecia aquela música. Conhecia de algum lugar. Não, não a música... A voz. Aquela voz... Soana?... Não podia ser... Soana estava morta. Eu a havia matado. A memória veio como um flash. " - Kass?... Kass, sou eu, Soana, por favor Kass... Não faça isso Kass... KASS!...". Ela morreu com meu nome nos lábios. Mas não era eu lá. Era R. Ela havia matado a minha irmã mais velha. Mas naquele momento eu fui tomada pela raiva. Foi a única vez em que eu voltei ao normal sozinha. Eu vi o sangue dela escorrer aos montes pela garganta e formar um tapete vermelho aos meus pés, manchando todo o meu corpo. Por que ela tinha que ter me seguido naquela noite?... Ela sabia que tudo o que eu contava aos médicos não era mentira. Ela acreditava em mim. E no entanto havia sido a primeira pessoa que eu havia matado. Depois disso eu havia fugido de casa. Ela estava morta. E no entanto a voz que eu ouvia era tão parecida com a dela... Prestei atenção na canção. "I'm sick... I'm sick... I'm sick... With, love.... Touch me... Touch me... Touch me... I turn to... I turn to water...". A voz era melodiosa e doce. Me aproximei vagarosamente, respirando fundo. Havia uma janela nas paredes rachadas e sem teto. Lá dentro, havia uma Harley parada num canto. Uma garota estava encostada numa parede, sentada no chão e cantarolava distraidamente observando o céu que começava a mostrar as estrelas com o dissipar das nuvens. Era ela. Os mesmos olhos azuis de meu pai. O nosso cabelo castanho, meu dela e da minha mãe. O rosto dela era o reflexo mais novo do da minha mãe, e isso me encheu de saudade, as lágrimas transbordando sem parar, e um soluço escapou. Ela virou sua cabeça para as sombras onde eu estava oculta, alerta. Se levantou, tirando uma faca das botas pretas até o joelho e levantando a outra mão. O modo como ela deixava a mão preparada sugeria que ela a usaria em batalha. Eu me recordava. Quando éramos pequenas ela costumava soltar faíscas bonitas pelas mãos. Devia ser um brinquedo, mas parecia mesmo que era pelas mãos. Mas eu era pequena e é difícil dizer agora. Ela se aproximou passo a passo, extremamente silenciosa sob a grama que infiltrava os pedaços de piso no chão. Tapei a boca com as duas mãos, meu corpo inteiro tremendo quando percebi a cicatriz gigantesca que descia por seu pescoço e em parte do peito e ombro. Eu fizera aquilo. Doía em mim tanto quanto doera nela. Sua voz soou como eu me lembrava:

– Lupi?... É você seu idiota? Sai logo daí seu besta. Me assustou. Foi buscar lenha na China é? - Ela disse baixando a lâmina e revirando os olhos. Ela não estava sozinha. Olhei em volta, ninguém ainda. Respirei fundo.

– Soana?... - Disse, minha voz saindo trêmula. Ela prendeu a respiração. A faca caiu de sua mão. Imediatamente os olhos umideceram. Eu podia ouvir seu coração bater forte e rápido dentro de seu peito. Podia vê-la estremecendo. Levou uma mão à cicatriz, traçando-a com a ponta dos dedos e se arrepiando.

– Kass?... - Perguntou. Eu saí de trás da janela, entrando pelo buraco irregular que um dia fora a porta daquela casa. Seus olhos arregalaram. Imediatamente ela se abaixou e ergueu a lâmina, lançando-a de modo que cravou meu capuz na parede. Meu sangue gelou. As lágrimas estavam embaçando seu olhar frio e impassível. Ela caminhou a passos largos até mim enquanto eu simplesmente aguardava. O que quer que ela fosse fazer eu merecia. Ela colocou a mão no cabo da faca e a outra espalmada na parede ao lado da minha cabeça. Olhou em meus olhos, puxou a faca, e segurou-a firmemente apontada para o meu peito. Mas sua mão começou a tremer. As lágrimas transbordaram em seus olhos e ela soltou a lâmina, caindo de joelhos e se abraçando às minhas pernas. Ela soluçava e tremia. Me abaixei, abraçando-a com toda a força.

– Soana... V-Você estava m-morta... Eu vi... C-Como?... - Falei trêmula. Ela me apertou mais forte.

– Eu estava. Mas ele me encontrou. Eu estava me curando inconscientemente. A magia agia pelo meu desejo de não morrer. Ele cuidou de mim até eu estar recuperada e... - Ela se interrompeu. Em seus olhos eu vi o medo estampado. Se afastou de mim, passando a mão pela faca e rastejando rapidamente para trás. Eu não entendia.

– Soana?... - Chamei, me sentindo mal, o peito apertado.

– Kass, seus olhos... - Ela disse, e de repente olhou para cima. Acompanhei seu olhar, vendo o temível branco. As nuvens tinham se ido. A Lua Cheia brilhava incólume na noite escura. Ouvi o pior som para os meus ouvidos. O riso de R. Senti sua presunção maliciosa. Ela queria acabar com o que tinha começado quatro anos atrás. Agarrei a grama a minha frente. "Não, não, não, não, não, NÃO! R! Não! Sebastian, R! Lembra-se dele?! Por favor! Não!", pensei em euforia. Soana tinha se afastado por que meus olhos deviam estar amarelos. O familiar calor se espalhou por meus membros. Tentei lutar quando as unhas e os dentes se alongaram, e a tentativa fazia tudo doer mais.

– Soana!... Cor-ra! - Gritei, a minha voz se modificando num rosnado grave a cada palavra que eu tentava dizer. Ela estava em choque enquanto a minha coluna se quebrava e se remodelava. Os pelos tomaram o local da pele que caía, e meu rosto se alongou em um focinho, meus braços e pernas aumentaram, assim como meu tronco e um rabo se alongou a partir da coluna. Rosnei e já não era eu mesma. R apenas ria. Ria e começou a rodear Soana. Eu implorava. Implorava como nunca. "R, por favor, não, por favor, não R, ela não, por favor, leve Sebastian, devore-o, ela não, por favor, por favor R, eu lhe imploro...", mas ela apenas ria. Soana apertava a lâmina mas não se movia, os nós dos dedos brancos. Ela gaguejou para fora:

– K-Kass?... V-Você ainda está aí não é m-mesmo?... Eu sei q-que está... Não posso m-matá-la Kass... Não p-posso... Por f-favor... Não faça i-isso... A Criatura, por favor, não a e-escute... Não deixe ela vencer Kass... Por fav-vor... Eu te amo Kass. E te perdôo. E diga a ele, por favor, d-diga a ele que eu o amo muito... Por favor...- Sua voz estava trêmula e lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto livremente. Eu queria gritar, queria dizer que ela me matasse, mas R apenas rosnou deliciada com as súplicas dela. "R... Por favor... Se já perdeu alguém, por favor... Se já foi humana, por favor... Não a mate R... Por favor... Por favor...", tentei de novo. Ela me deu atenção. "Você está me irritando Amada. Deixe de ser patética. Humana? Se eu já fui humana? Não querida, não. A humanidade é fraqueza. Te faz mortal. E adivinha só? O que é mortal, Amada, MORRE!", com a última palavra raivosa e presunçosa, ela avançou sobre Soana, que mantinha os olhos fechados. Os nossos dentes afiados rasgaram a garganta de Soana profundamente. Eu tentava lutar contra R. Eu tentava me libertar, mas ela estava tão forte, eu não lutava contra ela fazia tanto tempo, tanto tempo que eu desistira, e agora que eu tinha um motivo para lutar, estava fraca... Eu assistia enquanto o grito de Soana soava e sua garganta era rasgada num mar de sangue. Doía demais. Mas eu me sentia abalada a ponto de não lutar mais. A batida de seu coração havia quase parado um momento atrás. Estava viva. Mas por milésimos no máximo. Foi quando ele surgiu. Com suas roupas pretas e os olhos azuis-cobalto.

– Sony?! Sony! S-Sony?... Sony... - Gritava. O choque estava estampado em seu rosto. Estava mais branco do que nunca. Ele não tirava os olhos dela, tampouco eu queria. Eu queria vê-la. Queria que estivesse viva. Mas R apenas riu triunfante. "Tão doce...", seu prazer me inundava e me fazia sentir o quão bom era aquilo, mas no fundo algo tinia em minha consciência: "Humanidade?... Fraqueza?... Parece cer... NÃO! Não é certo! Humanidade me mantém viva!" e então eu acordei. Eu lutei, eu sentia raiva, se isso significava matar R, eu queria morrer. Ela ria escandalosamente, ignorando minhas tentativas.

Eu pude sentir as intenções de R. Ela o atacaria. Aquele badboy estúpido chorava a morte de minha irmã. E eu não o deixaria morrer enquanto estivesse fazendo isso. Eu podia sentir seu coração retraindo e inflamando apenas por dor. Mas antes que R fizesse algo, ele pulou cheio de fúria, poderosamente e rápido como eu nunca havia feito alguém fazer, se tranformando no ar e derrubando-nos no chão. Seus dentes rasgaram a nossa garganta, mas não tão profundo quanto R fizera, mas nos incapacitando e deixando-nos ali. Ele choramingou, saindo de cima enquanto R e eu agonizávamos afogadas no sangue. Eu queria acreditar que morreríamos, mas eu sabia que a cura iria ser iniciada se ele não terminasse logo com aquilo. Mas ele caminhou até o corpo de Soana e uivou. Um uivo profundo e doloroso, que se transformou num grito penado quando ele voltou à humanidade e se agarrou ao corpo dela, tremendo. Vi seu olhar vir até mim e eu pude sentir a dor estampada ali.

Milhares de memórias passaram por minha mente. Soana e as faíscas. Soana me ensinando a andar de patins. Soana cantando My Immortal para que eu dormisse. Soana me dando um cachorrinho de pelúcia em uma brincadeira de aniversário nos meus 15 anos, quando eu já sabia da maldição e ela também. Ela cuidando de mim enquanto eu chorava após a primeira transformação e caçada. Eu matando-a. Eu matando-a de novo. E a minha dor. E a dor dele. E o prazer de R. Minha garganta começava a cicatrizar. "Ele acha que nos matará com isso? Imbecil. Tudo porque matei a vadia chorona", R murmurou. Suas palavras fizeram meu sangue ferver, e eu tirei forças não sei de onde. "Ela. Não. Era. Vadia.", enquanto eu respondia, meu corpo inteiro tremeu e eu voltei a ser o que era, desmaiando no mesmo momento, enquanto via o garoto chorar sobre o corpo de Soana, cujo sangue escorregava lentamente em minha direção. Quando tudo escureceu, eu sabia que não voltaria a abrir os olhos.

Eu estava errada. Minha cabeça doía a ponto de explodir. O que significava que eu estava viva. Abri os olhos apertando-os vagarosamente. A luz era intensa demais. As lágrimas vieram à tona quando percebi onde estava. Casa abandonada. Soana se fôra tão rápido quanto viera. Tentei me mover, mas meu corpo inteiro doía, e algo impedia meus movimentos. Eu estava amarrada. E quando vi, havia um chão pra cima e o céu para baixo. Eu estava de ponta cabeça. "Que diabos?...", pensei. Lembrei-me do fim da noite passada. Eu subjugara R, e tudo ficara escuro. A minha última lembrança era a do badboy chorando sobre o corpo de Soana. Minha mente estava estranhamente silenciosa. Mas eu ainda sentia R lá. Como se estivesse... Adormecida?

Vi montes individuais de terra caindo do chão-céu. Tentei focalizar, e reparei que uma pá subia e descia. Ela era seguida por braços fortes e uma costa definida desnuda. Arregalei os olhos, e um turbilhão de pensamentos sem noção passaram em minha mente, esquecendo-me momentaneamente de tudo. Lembrei-me num segundo, e as lágrimas queriam sair, mas estava difícil de ponta cabeça. Elas escorriam quentes nos cantos dos olhos e entravam em meu coro cabeludo. Eu já estava me cansando de chorar. Tentei falar, mas minha voz estava fraca. Tentei novamente, conseguindo um fraco resultado.

– Soana?... - Minha voz saiu rouca, fraca, e quase inaudível. Mas a pá não voltou a subir. Em vez disso, cabelos negros e bagunçados entraram em foco, seguidos pelos olhos azuis-cobalto e os ombros largos, as costas e os braços. Caindo do chão-céu agilmente. O badboy sem nome caminhou até mim. Ele se agachou a minha frente. Sustentei seu olhar. E então ele se levantou, eu ouvi o som da lâmina e caí com um baque surdo no chão, inteiramente amarrada. Ele começou a me puxar pela corda. Fui arrastada com o rosto no chão. E então jogada dentro de um buraco de terra fresca e macia. O sol brilhava fortemente e eu só via a silhueta dele, parado a minha frente. Imediatamente percebi sua intenção. Ele me enterraria viva. Eu não fiz qualquer objeção quando ele pegou a pá e começou a jogar montes de terra sobre o meu corpo, deixando aparentemente, a cabeça por último. Ele parou. Abaixou-se e manteve o rosto bem perto do meu. Seu olhar era frio. O oceano ártico de seus olhos me encarava de um modo que eu não pude sustentar. Ele ergueu meu queixo rudemente, fazendo-me encará-lo.

– Ela vive. – Disse simplesmente. Meu coração martelou de um modo que parecia lutar para sair de meu peito. Soana estava viva. Eu podia morrer em paz. Ele soltou meu rosto e pegou a pá cheia de mais terra. Parou a minha frente, olhou uma última vez, eu fechei os olhos e aguardei a escuridão, ou a terra encher meus pulmões.

– PARE! – Eu ouvi claramente a voz de Soana. Abri os olhos e o badboy não estava mais ali. Eu não podia me mexer, mas podia ouvir.

– Sony! Era para estar dormindo! – Ele falou, e eu pude ouvir o arquejar dela. Eles surgiram a minha frente, ela se apoiava nele tanto que seus pés mal tocavam o chão. Ela estava inteiramente suja de sangue e parecia fraca demais. Eu podia ouvir seu coração batendo vagarosamente e sua respiração sair e entrar penosamente. Uma única lágrima escorreu por sua bochecha e caiu em minha testa, ainda quente.

– O que é que você ia fazer? – Ela murmurou para ele. No rosto dele a fúria era mais que perceptível.

– Ela quase te matou Sony! Merece apodrecer no inferno! – Falou entredentes. Ela apenas olhava para mim, mas eu não conseguia encará-la.

– Fique quieto Hunter. Não sabe do que fala. Não era ela. – Soana respondeu. O garoto bufou frustrado.

– E era quem então? – Perguntou sarcasticamente. Ela não respondeu.

– Tire-a dali. – Disse, e ele recostou-a em algum lugar, enquanto retirava a terra de cima de mim. Era surpreendente como ele a obedecia. Após retirar toda a terra, içou-me pelas cordas e me soltou ao chão com brutalidade, meu rosto estava virado para Soana, que descansava sentada com as costas na parede. Não conseguia encará-la, então desviei o olhar para longe, e vi que amarrado na Harley Davidson, havia um saco de estopa, que se remexia hora ou outra. Sebastian. Eu havia me esquecido completamente dele. No momento em que eu ouvira Soana, tudo desaparecera. Agora parecia algo distante.

– Kassandra? Olhe para mim. – Ela disse repentinamente. Tornei a encará-la, com a respiração fraca e contida. O badboy, Hunter, como ela o chamara, estava em pé, entre nós, como se para protegê-la. Ela suspirou.

– Hunter, saia da frente. Ela não vai me machucar, está amarrada. – Disse, e o garoto rosnou baixo, ficando ao seu lado, mas saindo do caminho. Ela fracamente ficou de joelhos e veio até mim, sentando-se a minha frente e mexendo em meu cabelo.

– Soana, eu... – Comecei a dizer, meio chorosa já, mas ela fez que não com a cabeça, e a cicatriz avermelhada onde R havia rasgado a pele novamente na noite anterior machucou minha visão embaçada. Ela apenas sussurrou que tudo ficaria bem, e então eu apaguei, sem explicação.


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Notas finais do capítulo

Espero que seja agradável.



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