Red Like Blood escrita por Scream Queen


Capítulo 3
Capítulo 2 - Sebastian.


Notas iniciais do capítulo

Second! :3



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Depois de sair da biblioteca pública com dois livros - Coração de tinta e Chapeusinho Vermelho - fui para o mercado onde eu trabalhava num dos caixas. Ao entrar no local automaticamente eu tentei arrumar o cabelo e ajeitar as roupas. Sebastian - Paixão platônica, loiro, olhos verdes, sorriso que faz a mais velha das mulheres se derreter - estava no meu posto, arrumando as sacolinhas.

– Bom dia Seb. - Disse, tentando dar um sorriso, mas ao me lembrar do desastre no espelho de manhã, desisti da ideia. Ele não levantou os olhos quando respondeu.

– Bom dia Kass. - E então saiu de trás do balcão, indo para o dele.

– Está atrasada. Sabe o quê tem que fazer. Volto mais tarde para dar uma olhada. E por favor, tome mais cuidado com as sacolinhas, temos que diminuir os gastos com furos. - Disse sumindo de vista. Ele era o gerente. Sim, eu era apaixonada pelo meu patrão. Mas digamos que quando se tem a minha vida, eu posso me dar alguns luxos. Pensei em como eu poderia diminuir o fato de que eu furava 1/4 das sacolinhas por causa das unhas compridas. Fui para trás do balcão e peguei uma fita isolante.

"Você vai mesmo fazer essa idiotice porque aquele trouxa quer?", ouvi R resmungar em minha mente. Suspirei. "Ele não é um trouxa R, é meu patrão. E devo fazer tudo para manter esse emprego", respondi, enrolando pedaços de fita ao redor das unhas. Ouvi claramente o escárnio em seu riso. "A sua domestificação com esse cara é patética". Estava prestes a responder, quando a sineta da porta tocou, e o aroma de hortelã, penetrou minhas narinas. Levantei o olhar para a porta, senti outro cheiro antes de vê-lo... Pelos. Pelos e sangue.

O cara na porta era do estilo que faz você baixar o olhar e se esconder. Era impressionantemente maior do que eu, - Eu era alta, 1,72 - talvez 1,89 ou algo do tipo. Era bem estilo Badboy. Jaqueta de couro preto. Camiseta de alguma banda. Jeans pretas e coturnos. Acrescentando os óculos escuros e a postura de "Rei do mundo". Eu não sabia dizer se ele era branco demais, ou se era todo aquele preto em contraste com a pele. A coisa mais peculiar era seu cheiro. Estava mais forte agora que ele estava mais perto. Pelos, sangue e hortelã. Ele parecia saído de um daqueles filmes de Hollywood, em que o cara mau aparece ao som de "Bad to the bone".

Ele se aproximou do balcão e se apoiou ali, observando o local, e... Acho que estava farejando. Ao menos parecia. Pigarreei, visto que estávamos ali há pelo menos três minutos. Ele finalmente baixou o olhar para mim, franzindo o cenho. Ele me avaliou descaradamente, se demorando nas bolas de fita isolante nas pontas dos meus dedos. Finalmente suspirou e tirou os óculos escuros, me fazendo segurar a respiração automaticamente. Azuis. Olhos tão azuis e enigmáticos que era impossível desviar o olhar. Bem no fundo da minha mente, eu pude sentir algo se rachar e quebrar em mil pedacinhos. Um rosnado grave e ameaçador se iniciou no fundo de meu peito, quase ressonando para fora, se eu não o tivesse contido com um acesso de tosses fingido. "R, que diabos está fazendo?!" pensei, respirando fundo. Não houve resposta, apenas o mesmo rosnado, dessa vez somente em minha mente. O rapaz olhou para mim com uma sobrancelha arqueada, mas repentinamente se distraiu, virando o rosto para o corredor que levava ao balcão de dúvidas de Sebastian, inspirando brevemente. Eu sabia o quê ele era. Sabia o que estava fazendo, por isso farejei também, tentando disfarçar, ele parecia não ter percebido quem eu era ainda. Tudo o que eu notava era o cheiro do perfume suave de Seb. Voltou sua atenção para mim tão rápido quanto se distraira, recolocando os óculos escuros e escondendo os olhos azuis... Cobalto. Acho que eram dessa cor.

– Então pirralha. Onde falo com o patrão? - Disse, a voz era profunda e macia. Encarei-o, incrédula. Ele havia mesmo me chamado de "pirralha"? Patético!... Mas, ele continuava a ser um possível cliente, e o meu dever era atendê-lo com toda a educação possí...

– Devo repetir a pergunta ou sugere que eu desenhe? Aliás, belas bolas de fita. - Ele falou novamente, suspirando de desprezo e impaciência. Levantei um dedo cheio de fita adesiva e semicerrei os olhos, irritada e chocada.

– Se o senhor acha que pode chegar aqui, falar assim comigo e ainda exigir rapidez, eu sugiro que dê meia volta e saia por aquela porta, Vira-Lata. - Eu disse firmemente e um pequeno rosnado escapou por entre meus dentes ao final da frase, em minha mente, R ainda rosnava ameaçadora, como se estivesse preparada para atacar. O quê não fazia sentido, considerando a situação, ela estaria rindo de mim. Um sorriso ousado brotou nos lábios do intruso. Ele estava caçoando de mim.

– Ora, ora, a pirralha sabe mostrar as garras afinal. Acontece, que eu não ligo. Ande logo pirralha. Onde está aquele trouxa? - Repetiu. Minha fúria crescia, e minhas unhas e caninos aumentaram, fazendo com que os pedaços de fita nos dedos estourassem e o meu lábio inferior sangrasse um pouco além da conta, meus olhos provavelmente estavam amarelos. Ele estava inquieto, farejando na direção do balcão de Sebastian. Retirei a fita restante dos dedos, respirei fundo. Preciso me acalmar, senti os caninos diminuírem e as unhas encolherem.

– Pela sua fuça inquieta acho que não preciso dizer. Exatamente por ali, panaca. Se ousar encostar nele, eu saberei... - Disse, por fim, deixando um lampejo de amarelo passar por minhas íris. O sorriso que brotou no rosto dele fez meu sangue ferver.

– Belos olhos Pirralha. Vai se esconder embaixo da cama de outras criancinhas? - Ele respondeu, se afastanto pelo corredor e rindo de escárnio. Nem ao menos um "obrigado". Notei que em minha mente, o silêncio era assustador. "R?...", pensei, receosa. Nada de resposta, mas eu podia senti-la ali. Algo nela estava completamente negro. Corrosivo e venenoso. Isso me assustava. Parei o que estava fazendo, e fiquei atenta à conversa no outro lado do corredor. Não queria nem saber no que Seb tinha se metido, contanto que saísse inteiro. A audição lupina era ótima nesse momento. "Hm, olá? Posso ajudá-lo?...", ouvi a voz de Seb. “Claro... Onde está?”, o badboy metido disse. Consegui sentir os batimentos cardíacos de Seb aumentando absurdamente. Saí de trás do balcão e fui até a entrada do corredor, aguardando. Alguma coisa que aquele intruso fizera tinha assustado Sebastian... Escutei atentamente. “Me perdoe, onde está o quê? Acho que não enten...”, ouvi um estrondo e um guincho aflito, me adiantei correndo silenciosamente rápida pelo corredor e parando na porta. O badboy tinha de algum modo subjugado Sebastian. Com uma mão ele segurava a cabeça dele esmagada contra a mesa, com o rosto de lado, e com a outra prendia seus braços em suas costas. Mantia uma expressão calma, como se tudo aquilo fosse normal. Senti as presas se fazerem mais presentes e a visão de lobo encheu meus olhos. Era ótimo para longas distâncias, mas eu tinha que me concentrar naqueles dois de perto, já que a mosca no balcão pareceria um cavalo se eu quisesse focar nela. O ar se fez rarefeito e meus músculos flexionaram, estava pronta para um impulso e voar no pescoço daquele idiota.

– Entendeu agora? – Ele disse, olhando nos olhos de Seb com as íris vermelhas. Hm... Interessante. Achei que os olhos de todos eram amarelos. Sebastian grunhiu.

– Você acha que é o primeiro a vir atrás? Pode me matar, não vai conseguir encontrar nunca. Vocês são todos bastardos hereges amaldiçoados! – Gritou como podia, com o rosto amassado. O grave rosnado que saiu pelos dentes do badboy fez os pelos da minha nuca se eriçarem, e eu mesma soltei um rosnado mais profundo, porém mais fino que o dele, em minha mente, a fúria de R invadiu... Mas ela focava não só o badboy estúpido, ela focava mais em Sebastian, como se dissesse: “O outro fica pra depois...”, era a droga, ela podia ouvir meus pensamentos quando quisesse, e eu só ouvia os dela quando ela queria que eu ouvisse. De repente, a voz dela surgiu. “Agora não é hora para reclamar da nossa situação Kassandra. Foque no invasor”. Me chamou de Kassandra. Não de “Amada”. Um dos primeiros sinais do fim do mundo. Ferrou. Voltei à atenção para os dois. O badboy sorriu, um daqueles sorrisos de atores de televisão, que faz as pernas bambearem e o coração pulsar? Acrescente uma boa dose de escárnio e teria o sorriso dele. Não me deixei distrair.

– Te matar? Pode sonhar imbecil. Eu não sou como os outros. Eu sou O Herdeiro. Você sabe muito bem do que eu preciso, não é mesmo? Está quase completo... E você vai ajudar. Querendo, ou não. Duas escolhas, ou você vai comigo pacificamente, ou você vai comigo amarrado num saco de estopa pendurado na Katherine. – Ele ameaçou, e Sebastian ficou cada vez mais branco a partir da palavra “Herdeiro”. Herdeiro?... O que será que significava? Em minha mente, R soltou um rosnado tão selvagem que até mesmo eu estremeci. “R?... Você sabe alguma coi...” “Foque. No. Intruso”, ela me interrompeu, entre rosnados. Flexionei os joelhos mais ainda, era o meu Sebastian que aquele imbecil metido estava ameaçando. Saltei, pousando direto no balcão, cara a cara com o rosto surpreso do badboy, os pés ao lado da cabeça de Sebastian. Um sorriso irritantemente perfeito - Por que ele me lembra tanto a R? Talvez pior! – brotou em seu rosto, e ele me olhou com certa malícia maldosa.

– Veio se juntar à festa pirralha? – Perguntou, cheio de escárnio. Sebastian arquejou.

– Kass! Como você?... Kass, precisa sair daqui, ele não é... Ele não é... Nor-mal... – Murmurou como podia. O sorriso idiota do outro aumentou. E eu rosnei. Antes que eu pudesse fazer algo, ele falou.

– Ahh... Mas que interessante! Ele não sabe? Ah, “Kass”, você não contou para ele? Tudo bem. Eu falo. Você tem uma bela cadelinha pirralha aqui, Sebastian, mas parece que você é tão trouxa que não percebeu! É esse cara que o Vaticano manda para nos impedir?! Por favor! Você não vale nem uma luta boa! – Riu debochando. As palavras giravam em minha mente, Vaticano? Impedir? ELE ME CHAMOU DE KASS?! Novamente, antes que eu reagisse – Parecia sempre estar um passo a frente. Podia ser mais irritante?! - ele grudou os cabelos louros de Seb e levantou seu rosto na altura do meu. O terror no rosto dele fez meu coração martelar uma, duas, três vezes... E parar... E recomeçar, mais forte. Um nó se formou em minha garganta, e meus olhos se umedeceram estupidamente. Ele tinha medo de mim. Pavor. E pior: desprezo. Bem no fundo de seus adoráveis olhos verdes estatelados, havia desprezo. Meu coração rachou ao meio, e algo negro escorreu pra fora dele. Ódio. Um ódio mortal que ele danificado ainda bombeava para todo o meu corpo. Desviei meu olhar do rosto de Sebastian, ignorando seus arquejos – “Kass?... V-Você?...” – e pousando-o nos olhos rubros do estúpido badboy. Ele me encarou de volta, o desafio brilhando nos seus olhos, um chamado de confusão. Um chamado de confusão que eu adorei atender. Na minha mente R estava calada. Mas eu podia sentir, correndo junto com o ódio. Motivação. Ela me incentivava a fazer o que eu – ou melhor, o que a Fera – queria. O rosnado que escapou por meus dentes fez ele tencionar os músculos, e eu pude sentir sua respiração se alterar. Eu me sentia poderosa, e eu conhecia aquela sensação. “Vamos jogar Amada. Estou louca para brincar com esse aí”, a voz de R ecoou em minha mente, com uma risada baixa e maliciosa, cheia de más intenções. O único momento em que estávamos unidas. A batalha. Pulei para cima dele em milésimos, arranhando seu pescoço com as unhas. Derrubei-o no chão, caindo sob seu abdômen de joelhos e pondo as garras em seu pescoço, dentro de mim, a Fera lutava para sair, mas eu a continha. Ainda não. Sebastian havia caído de testa da quina do balcão e se encontrava desmaiado no chão abaixo dele, um fio de sangue escorrendo em direção à bochecha. A risada do badboy sem nome encheu os meus ouvidos.

– Assim eu gamo, Pirralha. Vai fazer o que? Me arranhar de novo? Podemos ficar aqui o dia todo se quiser. Mas eu também quero brincar. – Disse, e antes que eu percebesse, era eu quem estava por baixo, e ele prendia os meus pulsos com as mãos. Eu podia sentir o aperto até na alma, ele era muito forte, e estávamos - literalmente falando – brincando! No que diabos a R foi me meter?! Tentei mover os braços, mas estavam muito firmemente presos. “Eu não acredito. KASSANDRA, POR TUDO O QUE É MAIS SAGRADO, VOCÊ JÁ PERDEU?!”, a voz de R fez meus ouvidos apitarem internamente. “Olha, se você acha que é fácil assim, por que não tenta?!” pensei, e ele me olhou curioso. Eu devia estar fazendo caretas.

– Já desistiu Pirralha? Que decepcionan... – Ele começou, cheio de escárnio, mas nesse momento, eu senti o calor correr pelos meus membros, e o coração acelerar, e a resposta de R veio em cheio: “Eu estava esperando você pedir, Amada”, a risada dela foi tão cheia de malícia que eu estremeci. Ele percebeu e me soltou, com um salto estratégico para trás, observando atentamente. Meu corpo mudou, – vou poupar os detalhes – eu agora era uma Loba enorme, pelo negro de olhos dourados. Na verdade eu era uma mera espectadora ali. O controle era de R. Ele me olhava sério. Não sorria mais, eu podia ouvir e sentir que sua atitude havia mudado. O cara irritante e provocador havia sumido por conpleto, o que me fez estremecer, eu tinha menos medo dele antes. Os músculos estavam tencionados, e de repente ele parecia maior. Seu olhar estava nublado, sombrio, não havia desafio, havia vitória. Ele começou a mudar, até que em seu lugar um lobo gigantesco – talvez meio metro maior do que eu – negro de olhos vermelhos-sangue restava. R soltou um ganido sem explicação. Eu pude sentir a dor dela, apertava o meu peito, e eu podia sentir o coração dela rachando e se destruindo. Era torturante. E eu não entendia, por que toda essa angústia?... Não combinava com ela. Até agora eu só vira ela ter dois sentimentos: Ódio, e desprezo. Mas aquilo... Eu sabia o que era aquilo... Dor. Dor de amor. O badboy rosnou em total poder e começou a nos rodear. R não reagia, e eu podia sentir tanto quanto ela que ele atacaria a qualquer momento. "R! Reage! O que houve com você!", pensei. Ela não respondeu. E tão pouco reagiu. Era frustante não ter o controle do meu corpo.

O badboy saltou, como esperado, mas ele passou por cima de nós e por cima do balcão, se transformando em humano. Do mesmo modo como tinha vindo ao mundo. Era assim que se encontrava. Por sorte o balcão tapava do meio do abdômen para baixo. Ele suspirou, com um sorriso. R continuava parada no mesmo lugar. Eu queria gritar e atacar, mas a única reação dela que eu eu sentia, era o fato de que a dor diminuía vagarosamente.

– Acho que você é pior do que eu pensava, Pirralha. Mas, tenho traseiros para chutar, quem sabe um dia a gente se encontra para acabar isso. - Falou. Suas palavras fizeram meu sangue ferver, mas R nem sequer moveu uma pata. Ele se encaminhou para uma janela que havia na sala de Sebastian. R baixou o olhar, eu agradeci, não queria ver certas coisas. A altura era de pelo menos 3m, mas ele pegou Sebastian com um braço e eu quase tive uma parada cardíaca. Ele iria levá-lo. E tudo o que eu podia fazer era assistir. Ele se colocou para fora da janela, pendurado por um braço só.

– Até, pirralha. - Piscou um olho e soltou. Eu ouvi o impacto de seus pés no chão lá embaixo. Firme e límpido. R finalmente fez alguma coisa, - uma coisa tão útil quanto feriado em fim de semana - caminhou até a janela e observou enquanto ele jogava um Seb inconsciênte e ferido num saco de estopa e o amarrava à garupa de uma Harley Davidson - "Katherine", provavelmente - Tirou roupas e coturnos de uma mochila, se vestindo rapidamente - aparentemente sem se importar de estar num local público - e montou na moto, olhando para cima e batendo uma ridícula continência antes de partir. Ele sumiu no horizonte da rua.

A minha descrença aumentava absurdamente. "R! Você o deixou ir! Enlouqueceu de vez?! Ele levou Sebastian! O que deu em você?! Eu sei que me odeia, mas por que?... É capaz de ter tanto ódio assim?... Tanto?...", pensei, eu sentia vontade de chorar. Era isso que ela tinha feito. Me fez confiar, para que ela se transformace e eu tivesse que assistir a minha derrota e a perda de Seb para um estúpido badboy de quinta categoria. Como ela podia ser cruel assim?... Ela não me respondeu. Senti meu corpo voltar ao normal. Era razoavelmente doloroso agora que não havia a adrenalina de uma luta. Andei devagar, desconfortável com minha nudez e recolhi a única coisa que sempre sobrevivia às minhas transformações. O encantado, Capuz Vermelho. Vesti-o e saí dali. Eram 10h45min.

Corri o máximo que podia, descalça e seminua. Em 3min cheguei ao meu prédio, subindo a escadaria da mesma forma que descera, - Pulando para cima, escalando de andar em andar, até chegar ao meu - entrei em meu escuro e abafado apartamento, imediatamente vestindo qualquer calça jeans que estava jogada por aí, sem me preocupar com roupas íntimas e pegando uma mochila de costas que estava juntando pó num canto do quarto. Abri o guarda-roupa. Eu conseguira reunir uma quantidade impressionante de armas desde os dezesseis anos. Não armas comuns, é claro. Clavas cravejadas de espinhos metálicos, armas de fogo com balas de prata, - Eu tinha roubado quase tudo de um bazar de um cara bizarro que curtia o sobrenatural. - estacas, cruzes... E o mais estranho. Uma vassoura. Eu nunca tinha uma utilidade para ela. Eu não limpava a casa. Mas estava junto com as outras bugigangas do cara. R dizia que era óbvio o uso dela, mas nunca me explicara. Eu suspeitava, mas achava a ideia ridícula demais e nunca havia encostado nela. Enchi a mochila. Peguei algumas barras de cereais no armário, e um pacote de sucrilhos. Garrafinha d'água para garantir, e pus um outro par de All Star que eu tinha. Finalmente algo se manifestou em minha mente: "Nunca entendi. Se você quisesse realmente se matar teria descarregado uma bala daquela no meio da testa há muito tempo", R disse, e eu pude notar algo estranho em sua voz, quase como, compreenção. "Eu nunca disse que queria. Mas nunca me restou saída ou escolha", respondi, saindo do apartamento e pulando dois andares de uma vez. "Você vai atrás dele, não vai?...", ela falou de novo. Eu respirei fundo. "Vou", pensei, continuando a descida. Eu iria caçá-lo até me devolver Sebastian sã e salvo. Nada me impediria. Aquele ridículo iria pagar por tudo.


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Notas finais do capítulo

Então é isso. Esse badboy... Hmmm... :3



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