Give Your Heart a Break escrita por StrangeDemigod


Capítulo 37
Thirty Six


Notas iniciais do capítulo

Hellou, queridos! Tudo bom?
Trouxe-lhes este humilde capítulo!
Aceitem ele com muita consideração, escrevi na minha semaninha de provas huehuehuehue
Espero que apreciem.
Kissus e boa leitura!



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POV’s Angely ON

—Pressão sanguínea 7 por 3! Estamos perdendo ela!- eu ouvia alguém gritar, mas quem seria?

Onde estou? O que está acontecendo?

Tentei respirar fundo, mas uma dor me atingiu na região das costelas.

—Os batimentos aumentaram! 180 bpm! Ela está tendo uma hemorragia!- outro gritava.

—Vamos querida!- alguém sussurrou ao meu ouvido. -Sei que é difícil, mas ficar ou ir só depende de você. Precisa ser forte!

Fiz um esforço e tentei me acalmar.

—Pressão normalizando! 170 batimentos. 160, 140, 130, 110, 95, 89 batimentos, normalizando...- ouvi uma voz feminina.

—Ela voltou! Podemos continuar.- dessa vez era uma voz masculina.

Ouvi mais alguns murmúrios, logo em seguida uma escuridão me abateu e eu apaguei.

—_//__

O som do monitor cardíaco e do aparelho de respiração eram os únicos barulhos que eu ouvia. Minhas pálpebras estavam pesadas e eu tive de fazer um grande esforço para conseguir abri-las. A luminosidade quase me cegou, mas eu me acostumei aos poucos. Olhei em volta, notando que estava em um quarto simples, todo branco. As cortinas fechadas, mas transpareciam o sol a pino lá fora. Eu quis engolir, mas com a cânula enfiada na minha traqueia era meio difícil.

Ouvi o barulho da porta e longos cabelos negros esvoaçaram por ela, revelando minha mãe. Ela tinha sua cara abatida, olheiras profundas debaixo de seus lindos olhos verdes, deixando seu rosto mais envelhecido.

—Oi meu amor.- ela falou baixinho. Olhei-a com lágrimas em meus olhos. -Se sentindo bem?- com dificuldade, assenti com a cabeça. - A enfermeira logo virá para retirar a cânula.- ela acariciou meus cabelos. Não demorou muito e uma enfermeira veio, trazendo consigo uma bandeja com um pouco de água, um copinho com remédios e uma sopa, e retirou a cânula de minha traqueia. Tossindo um pouco, tomei um gole d’água, suspirando em seguida. Comecei a ingerir a sopa devagar. Uma batida na porta me chamou a atenção e um médico entrou por ela.

—Olá Angely.- ele sorriu para mim.

—Doutor David.- falei, com a voz fraca. David foi o médico que cuidou de mim a última vez em que estive internada aqui.

—Como está, querida?- ele analisou o monitor cardíaco, anotando algo na prancheta em mãos.

—Só um pouco de dor e a garganta seca.- respondi.

—Certo, certo.- guardou a caneta. -Você deve ingerir todos os remédios que estão no copo, sem exceção de nenhum, ouviu?- assenti. Ele fechou o tubinho do soro e veio retirar a agulha da minha veia. Depois de fazê-lo, colocou um ban-aid no local, para estancar o sangue. Ambos se afastaram de mim. Terminei a sopa e tomei todos os remédios.

Quando voltei meu olhar para cima, percebi a feição preocupada de minha mãe, que conversava com o doutor. Ela desviou seu olhar para mim e arregalou os olhos, percebendo que eu os observava.

“Tem algo errado aqui.”— pensei. Parei para imaginar sobre o que eles poderiam estar conversando, até que um lampejo passou por minha mente.

—Mãe...- a chamei. Ambos me olharam. -Cadê o Castiel?- e o olhar dela se tornou opaco. Minhas mãos começaram a tremer de medo e temor. Meus olhos se encheram de lágrimas e ouvi o monitor registrando meus batimentos aumentados. Os dois à minha frente vieram correndo até mim.

—Angely, acalme-se.- ela pedia.

—E-Ele m-mo...- eu não conseguia terminar a frase. Ela me abraçou.

—Não, querida. Acalme-se.- falava calmamente. Respirei fundo, apertando o braço dela.

—M-Mãe... Onde e-ele está?- indaguei, ainda trêmula.

—Ele está bem, Angely.- ela se afastou, limpando minhas lágrimas. -Mas...

—Mas o quê, mãe?- olhei-a, suplicando para que me dissesse.

—Ele está em coma.- ela disse e eu congelei.

—C-Coma?- tremia. -P-Por q-quê? O-O q-que aconteceu?

—A bala se fragmentou e uma parte dela foi para o cérebro dele.- o doutor explicou. -Conseguimos tirar todo o resto da bala que tinha atingido a região das costelas, mas aquele fragmento acabou escapando.

—E esse fragmento, não dá pra retirar?- indaguei.

—Seria uma cirurgia muito delicada e há uma chance de 95% de ele sair dela com sequelas ou até mesmo...-o interrompi

—Não termine, por favor.- pedi. Suspirei, fungando. -Eu quero vê-lo.

Tenho que lhe achar, dizer que preciso de você

E te dizer que eu escolhi você

—Mas Angely, você não pode se levantar.- minha mãe disse.

—Eu quero vê-lo, mãe.- respondi, firme. Minha mãe olhou na direção do médico, que suspirou, pegando seu bip, digitando algo. Minutos depois, a enfermeira que me trouxe comida, chegou no quarto com uma cadeira de rodas. Retiraram oxímetro de meu dedo e pegaram no colo, me colocando em cima da cadeira. Minha mãe foi para trás da cadeira e começou a me empurrar.  

Passamos pelo corredor onde meu quarto ficava e chegamos ao quarto dele. Era apenas a 5 quartos do meu. O médico abriu a porta e entramos. Minha mãe me deixou ao lado da cama dele, me deu um beijo na cabeça e se retirou. Até aquele momento eu estava de cabeça baixa. Resolvi levantá-la e observá-lo. Quando o fiz, meus olhos se encheram de lágrimas.

Ninguém disse que era fácil

Ninguém jamais disse que seria tão difícil assim

Oh, me leve de volta ao começo

Ele tinha um respirador nas narinas; os lábios fechados em uma linha fina estavam rachados; parecia que seus cabelos tinham perdido o brilho; quando foquei em seus olhos fechados, um arrepio percorreu minha espinha. O temor me consumiu. Temor por ter a sensação de que jamais veria suas orbes cinzentas como nuvens tempestuosas, que ironicamente, me acalmavam. Fazendo um pequeno esforço, ergui meu braço e levei-o em direção à sua mão, entrelaçando nossos dedos.

—Oh, Cast!- e comecei a chorar.

Diga-me que me ama, volte e me assombre

Voltando a ser como éramos

Mordi meu lábio inferior, tentando não chorar alto.

Você não está sozinho / Juntos nós permaneceremos / Eu estarei ao seu lado / Você sabe que segurarei sua mão.— apertei a mão dele, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. - Continue aguentando firme / Porque você sabe que conseguiremos, nós conseguiremos / Apenas seja forte / Porque você sabe que eu estou aqui por você.— abaixei minha cabeça, me lamentando. -Me desculpe, Cast. Isso é tudo minha culpa... -afirmava. -Se você nunca tivesse me conhecido...

—Se eu nunca tivesse te conhecido eu teria morrido sem saber o que era o amor.- ouvi uma voz fraca dizer. Levantei minha cabeça rapidamente. Aqueles olhos cinzentos me encaravam e tinham um brilho neles. Não sei como, mas eu me levantei e me debrucei sobre a cama, o abraçando.

POV’s Angely OFF

POV’s Castiel ON

—AI, calma aí, loirinha.- eu disse. - Pra alguém que levou um tiro, você está bem forte.- brinquei, retribuindo ao abraço. Senti as lágrimas dela molharem meu ombro e o corpo dela tremer.

—Você acordou.- se afastou voltando à cadeira, mas ainda segurava minha mão, a apertando.

—Oush, claro que eu acordei! Por que não acordaria?- fiquei confuso. Ela pressionou os lábios um no outro, abaixando o olhar. -Angely...

—Você... estava em coma.- ela falou, sem olhar pra mim.

— O quê...- sussurrei.

—O médico disse que um fragmento da bala que te atingiu entrou na sua corrente sanguínea e foi parar no seu cérebro.- falou, os olhos brilhando com lágrimas prontas para despencar. -E ele não sabia se você ia acordar...

—Hey, psiu!- chamei-a e ela levantou a cabeça. -Esquece isso agora, tudo bem?- assentiu. -O importante é que eu estou bem, você está bem, nós estamos bem.- dei um sorrisinho pra ela. -Eu te amo.- levei sua mão entrelaçada a minha e a beijei. Ela colocou a mão livre sobre a própria boca, desabando em lágrimas.

Quebra- Tempo: Um mês.

Depois de termos ficado mais duas semanas naquele hospital, voltamos para a casa dela, sendo recebido por nossos amigos. Dias depois, o julgamento de Dakota foi feito, contando com depoimentos de minha parte e de Angely como principais pontos para acusação. Não demorou muito para o veredicto final ser dado.

“-O júri chegou a um veredicto?- o juiz indagou ao representante do júri.

—Sim, excelência.- respondeu o representante. - Sobre as acusações de sequestro e cárcere privado, consideramos o réu culpado.

—E ás acusações de tentativa de homicídio?- o juiz perguntou.

—Sobre as acusações de tentativa de homicídio, consideramos o réu culpado.- respondeu novamente.

—O Tribunal agradece a colaboração de todos do júri.- o juíz falou. Em seguida, voltou-se à Dakota. -Senhor Stuart, segundo as leis do estado, devido às suas acusações, não posso mandar prendê-lo.- continuou o juíz. -Dakota Stuart, o sentencio à morte por injeção letal. Caso encerrado.- e bateu o martelo.”

Angely tinha ficado chocada com a decisão do juíz. Bom, foi algo inusitado, eu mesmo não pensaria que isso aconteceria.

Agora eu esperava minha loira ao pé das escadas. Ela estava lá em cima, se arrumando. Iríamos assistir à morte de Dakota. Algo bem mórbido, confesso. Eu até pensei que ela não iria, mas a decisão foi dela e eu nunca a deixaria sozinha.

Saí de meus devaneios quando escutei um barulho de saltos contra os degraus da escada. Olhei para cima e a encontrei. Trajava uma calça rosa claro, blusa de cetim florida com cores azul e rosa, saltos combinando e um cardigan branco rendado por cima. Os cabelos estavam presos em uma trança e ela tinha passado uma maquiagem leve.

—Pronta?- indaguei. Ela me olhou e suspirou.

—Sim.- entrelaçamos nossos dedos e saímos.

—_//__

Ela sentou-se em uma cadeira bem próxima ao vidro e eu, logicamente, me sentei ao lado dela. Eu podia ver a grande maca de ferro e diversas amarras ali no centro, atrás do vidro. Sentia a mão de Angely tremer. Ela estava nervosa.

Dei um leve beijo na têmpora dela e acariciei sua mão com meu polegar, tentando acalmá-la. Quando o relógio bateu 14hrs exatamente, Dakota entrou, acompanhado por um policial, um médico e dois enfermeiros. O homem fardado retirou as algemas do loiro e os enfermeiros o alocaram na maca, o prendendo. O médico preparou a seringa e virou-se para Dakota.

—Quais são suas últimas palavras?- indagou. O riso de escárnio do loiro rompeu o silêncio do local.

—Não sei se você está aí, Angely. Se estiver, ouça com atenção.- ele falou, olhando para cima. A loira ao meu lado estremeceu.

Jovem demais, tolo demais para perceber

Que eu deveria ter lhe comprado flores e segurado sua mão

Deveria ter te dado as minhas horas

Quando tive a chance

Ter levado você a todas as festas

Porque tudo o que você queria era dançar

Agora minha garota está dançando

Mas está dançando com outro homem

—Eu fui um tolo completo com você. Deixei o ciúmes e a possessão me corromperem e olha só o que fiz... Quase matei você, a mulher que julguei amar.- falava.

Meu orgulho, meu ego

Minhas necessidades e meu jeito egoísta

Fizeram uma mulher boa e forte como você

Sair da minha vida

Agora nunca, nunca conseguirei limpar

A bagunça em que me meti

E me assombra sempre

Que fecho meus olhos

—Sei que pode ser tarde, mas peço o seu perdão. Me perdoe por cada erro que cometi, por cada ferida que lhe causei.- ouvia-se o choro dele.

Apesar de doer

Serei o primeiro a dizer

Que eu estava errado

Oh, sei que provavelmente

Estou muito atrasado

Para tentar me desculpar pelos meus erros

Mas eu só quero que você saiba

—Quero que você seja feliz nessa sua nova etapa de vida, onde eu nunca lhe prejudicarei.- falou sincero. -Eu ainda te amo. E por te amar, escolho te deixar livre.

Espero que ele lhe compre flores

Que ele segure sua mão

Que lhe dê todas as suas horas

Quando tiver a chance

Que leve você a todas as festas

Porque eu me lembro

De quanto você amava dançar

Que faça todas as coisas

Que eu deveria ter feito

Quando eu era o seu homem

—Ah, uma última coisa, Angely.- falou, quando a seringa estava a milímetros de sua veia. -Eu vou cuidar do nosso filho. - e esse foi o sinal para que a agulha com o veneno da morte entrasse em sua veia e ele se entregasse ao sono eterno.

Abracei minha loira, a apoiando. Ela não chorou, mas eu sabia que por dentro ela o fazia.

—_//__

Enquanto voltávamos para a casa dela, percebi que aquele caminho, na realidade, levava a outro lugar.

O carro parou diante o aeroporto e eu estranhei por completo.

Angely saiu do carro e eu a segui.

—Onde você vai?- indaguei, confuso.

—Eu vou embora, Cast.- pegou duas malas no porta - malas e o fechou.

—Embora? Que história é essa?- olhei-a. Ela soltou um suspiro.

—Eu não posso mais viver assim, Castiel.- falou, séria.

—Assim como?- eu não conseguia entender.

—Tudo o que aconteceu com você... Você quase morrer... Foi por minha culpa.- os olhos verdes estavam opacos.

—Angely, pare com isso.- franzi o cenho. -Você não vai!

—Sim eu vou!- me contradisse. - Eu não posso mais ficar com você!

—E por que não?- perguntei.

—Eu sou um fardo!- exclamou. -Como posso imaginar ter um futuro com você? Eu não posso...

—Por que não?- repeti.

—Eu sei que o seu maior sonho é ter filhos, sua mãe me disse uma vez.- ela olhou diretamente em meus olhos. -Como é que eu posso viver, sabendo que jamais poderei realizar o que você mais quer?

Eu sei que me pedirá para aguentar

E continuar como se nada estivesse errado

—Angel... Por favor.- pedi. -Fica comigo.

—Não dá...- ela tinha lágrimas em seus olhos.

—Por favor... Fica...- suplicava, choroso. Ela me olhou e em seguida se jogou em cima de mim, me beijando. A abracei fortemente pela cintura, a apertando contra meu corpo, retribuindo o beijo. Eu sentia o gosto salgado das lágrimas, mas não me importava. Nos separamos e ela suspirou.

Eu odeio essa parte

Não posso suportar suas lágrimas

—Você sabe que te amo, nunca se esqueça disso.- o rosto dela estava completamente sujo de maquiagem.

—Não, por favor, Angely...- tentei falar.

—Não é um adeus...- acariciou minha bochecha.

—E pra onde você vai?- indaguei, curioso.

—Eu vou estar bem. -Sorriu de leve.-Repito... Não é um adeus- começou a se afastar.

—Angely...- a chamei mais uma vez.

Addio, mio amato rosso*— acenou enquanto se afastava. E eu não a segui.
 
Seria esse o nosso “Para Sempre”?
 

Lembro-me do dia em que me disse que estava partindo

Lembro-me da maquiagem escorrendo pelo seu rosto[...]

Queria que eu pudesse acordar com amnésia

Esquecer as pequenas coisas estúpidas

Como a sensação de adormecer ao seu lado

E as memórias das quais eu nunca consigo escapar

POV’s Castiel OFF


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Notas finais do capítulo

*Adeus, meu ruivo amado.
As músicas que eu usei no capítulo são: -The Scientist - Coldplay; - Keep Holding On - Avril Lavigne; -When I Was Your Man - Bruno Mars; - I hate this Part - The Pussycat Dolls; -Amnesia - 5SOS.
Espero que tenham gostado! :)
Kissus, Strange Demigod