“Apague as luzes

Deixe a música te mover

Perca a cabeça essa noite

Ganhe vida

Deixe o momento te levar

Perca o controle esta noite!”

~Hit the Lights - Selena Gomez

POV’s Castiel ON

—O seu primeiro beijo foi exatamente igual ao meu.— falei.

Acreditem, eu tinha ficado estático. A cada palavra que ela pronunciava, memórias invadiam minha cabeça. Eu lembrava de uma loira que havia achado meu cachorro quando eu tinha quatorze anos. Lembrava que, naquela tarde chuvosa, eu havia brigado com meus pais, por não serem tão presentes. Lembro de, basicamente, ter me declarado àquela loira baixinha, que inclusive estava a minha frente, me encarando incrédula, assim como todos os outros presentes. A loira finalmente pareceu acordar do transe, piscando algumas vezes. Em seguida ela franziu o cenho, e me segurou pelo queixo, aproximando nossos rostos.  Ela analisava cada parte do meu rosto. E eu fazia o mesmo com ela. O loiro de que me lembrava estava mais platinado, devido ao fato de que ela havia pintado o cabelo anteriormente e precisou recuperar o tom natural; a mesma pele branca - a qual eu havia estranhado quando descobri que ela era de L.A-; as mesmas bochechas coradas naturalmente; os lábios carnudos aos quais tive a sorte de retirar a pureza (N/A: Que frase escrota :3). Quando ela focou em meus olhos, fiz o mesmo e ficamos nos encarando.

—Acho que devemos deixar os dois sozinhos.- não sei quem falou, mas é uma ótima ideia.

Percebi que todos foram para a cozinha, deixando apenas nós dois sentados ali, naquele amontoado de almofadas e colchões.

—Como?- ela falou em um meio sussurro.

—Acho que é um jogo do destino.- respondi. -Se pararmos para pensar, foi por causa disso que o Dragon te “atacou” no dia em que nos “conhecemos”.

—Incrível como ele me reconheceu depois de anos.- ela riu de leve. Ficou séria novamente e me olhou. -O que fazemos agora?

—Bom, são quase cinco da manhã. Você não prefere deixar isso pra mais tarde?- retribuí o olhar. Se ela quisesse discutir isso agora, eu não me importaria, mas eu preferia deixar para depois.

—Tem razão. Estou moída.- riu de leve e me empurrou, fazendo-me cair deitado em cima de um colchão de solteiro. Veio e deitou em cima de mim. O rosto no meu pescoço, uma das mãos no meu peito e a outra fazendo um leve cafuné nos meus cabelos. Abracei-a pela cintura e fechei meus olhos. Quase que instantaneamente apaguei.

—_//__

Acordei quando senti que Angely se levantou. Abri os olhos e me sentei. A sala estava uma verdadeira bagunça. Rosa e Leigh estavam amontoados um em cima do outro, em cima de um colchão de casal. Kim, Peggy e Alexy estavam juntos, dormindo de conchinha. Kentin estava com a cabeça na barriga de Íris, em outro colchão. Violette e Lysandre dormiam de mãos dadas. Rapha estava abraçando Armin, ele com a cabeça sobre seus seios. Me levantei e segui para a cozinha, de onde ouvi vozes. Ao chegar lá, encontrei uma ruiva tomando chá, juntamente com uma menininha, também ruiva, que mexia numa câmera fotográfica pequena. Vi Angely escorada no balcão central, segurando um menininho moreno. Ela sorria e beijava a bochecha dele, fazendo-o rir. O menino olhou pra mim e puxou os cabelos da loira, que desviou o olhar na minha direção.

—O que foi, querido?— ela indagou, em inglês, a ele.

—Aquele moço me lembla o Dlagão Velmelho da histolinha que você me contou, Tata.- ele respondeu a ela, que gargalhou, juntamente com a ruiva mais velha, sentada na mesa.

—Que “Dragão Vermelho”?- perguntei. A loira me olhou espantada.

—Você entendeu o que ele disse?- ela colocou o menino numa cadeirinha que tinha ali. Depois se aproximou de mim.

—Sim, por quê?- eu franzi o cenho.

—Você sabe inglês?- arqueou as sobrancelhas.

—Fiz inglês até os dezesseis.- respondi.

—Seu f...- ela se conteve. Tinha crianças ali. -Todo esse tempo você me entendia e se fazia de sonso.- Mas, ainda assim, me deu um tapa na nuca.

—Ai!- exclamei. -Me diz, que Dragão vermelho é esse?

—Bom...- as bochechas dela coraram um pouco. -Eu meio que inventei ma história sobre um dragão vermelho, que era ranzinza, meio antipático, e que adorava rock. Acho que ele assemelhou à cor do seu cabelo.

—Angel, meu filho sabe muito pra idade dele.— A ruiva sentada à mesa bebericou seu chá. -Ele provavelmente assemelhou o dragão com o próprio Castiel. Até porque ele tem cara de ser ranzinza, antipático e aparenta gostar de rock.— sorriu sapeca para a loira. -A propósito, sou Mary. Esposa do Jason.- se apresentou.—Eu vou dar uma volta com Jane. Ela está querendo tirar fotos desde que chegamos. Você cuida o Nicolas pra mim, por favor?

—Claro. Sei que você não pode pegar peso.— sorriu. A ruiva mais velha se levantou e pude ver uma protuberância em sua barriga.

—Diz tchau ao Dragão Vermelho, Jane.— a mais velha falou.

—Tchau moço.- acenou pra mim. Mary segurou a mão da filha e ambas saíram da cozinha.

—Sério essa história?- perguntei, incrédulo.

—Ele queria algo novo. E você foi a única coisa que me veio a cabeça.- murmurou a última frase. Arqueei a sobrancelha, a olhando com um sorriso estampado na cara. Ela corou e se desviou o olhar. -Bom... ‘Tá com fome? Eu ‘tava mesmo querendo preparar panquecas.

—Hm... Pode ser.- respondi, dando de ombros.

—Ótimo. Pode ficar de olho no Nicolas enquanto faço as panquecas?- perguntou, já de costas pra mim.

—‘Tá, mas o que eu faço?- olhei para o menino que me encarava.

—Ele gosta de histórias.- falou, enquanto separava os ingredientes na pia. -Inventa uma aventura do Dragão vermelho pra ele.

—Engraçadinha.- falei quando ela riu.

Voltei meu olhar ao garoto. Passei as mãos por meus cabelos e comecei a inventar algo.

Quebra Tempo: 30 minutos.

O menino dormia calmamente no meu colo. Ele havia pedido para meu pegá-lo há uns de minutos. Angel me encara com certo brilho no olhar.

—Que foi?- indaguei a ela.

—Você vai ser um bom pai.- ela sorriu. Fiquei sério. Ela ficou meio constrangida.

—O que os dois pombinhos fazem aqui?- Desviamos nossas atenções ao pessoal que chegava na cozinha.

—Ount! Que menininho fofo!- Os olhos de Rosalya brilharam.  O garoto se mexeu no meu colo, me abraçando mais forte, soltando um suspiro.

—Bom, gente. Eu fiz panquecas.- a baixinha se levantou. -Am... Qual a programação?

—Poderíamos ir à praia por agora e de noite sair.- Rosa deu de ombros, abrindo a geladeira.

—Certo.- assentiu. -Vocês podem tomar café da manhã a vontade. Vou levar Nicolas pra cima e vou trocar de roupa.- falou pegando o menino do meu colo e se retirando da cozinha.

Me levantei da onde estava e fui tomar uma xícara de café, sendo atentamente observado pelos outros.

POV’s Castiel OFF

POV’s Angely ON

Coloquei Nicolas na minha cama e o cobri. Ele não acordaria tão cedo.

Fui ao closet e escolhi um biquíni alaranjado, de amarrar. Coloquei um cardigan bege por cima e calcei minhas chinelas. Voltei ao quarto e ajeitei meu cabelo. Separei uma bolsa com toalha, protetor solar, entre outras coisas. Coloquei meu óculos e saí do quarto, fechando a porta devagar. Desci as escadas e encontrei o pessoal numa fila, esperando para usar o banheiro.

—Meninas, tem os quartos de hóspedes. Todos têm banheiro.- falei apontando na direção das escadas. -Só não façam muito barulho.- Fui até a lavanderia e encontrei Melinda lavando roupas na mão.—Quantas vezes já disse para usar a máquina de lavar?— a abracei por trás, dando-lhe um beijo na bochecha.

—Essas máquinas modernas não lavam direito.— ela resmungou. Melinda sempre cuidou de mim, como se fosse uma mãe. Ela já devia ter se aposentado, mas quem disse que ela escuta?

—Só você.— ri. -Nicolas está cochilando no meu quarto. Quando Mary voltar, diga a ela.

—Digo sim, querida.— respondeu, esfregando a peça de roupa em suas mãos. -Me diga uma coisa.

—Pode falar.— disse.

—Quem é o ruivo bonitão?— ela sorriu pra mim.

—Um amigo...— suspirei.

—Hm... Sei. Desde quando se suspira por amigos?— ela indagou.

—Melinda, pare!— tapei meu rosto.

—Querida, dá pra ver o brilho no olhar de vocês dois.— ela sorriu mais uma vez. -Enlace logo esse homem!

—Ai, Melinda.— balancei a cabeça negativamente, rindo.—Vou à praia com o pessoal. Até.- me despedi dela.

Quando voltei à sala, estavam todos lá, prontos.

—Podemos ir?- Rosa indagou. Assenti.

—_//__

—Como é bom sentir o cheiro desse mar.- comentei.

Tínhamos ido a uma parte da praia que era mais reservada. Não queríamos ser atrapalhados por fãs meus, que as vezes conseguiam ser um tanto loucos.

As meninas estenderam suas toalhas na areia e eu as acompanhei.

—Quem quer ser o primeiro a entrar nessa água que deve de estar deliciosamente gelada?- Kim perguntou.

—Passem protetor primeiro. Esse sol engana.- comentei, pegando o meu dentro da bolsa. Retirei meu cardigan e o guardei. Estava terminando de passar nas minhas pernas, quando Castiel aparece do meu lado.

—Me empresta um pouco?- indagou. Eu ri.

—Sério que você ia se transformar num camarão se não tivesse vindo até mim?- perguntei, entregando o vidro a ele. Ele ficou calado e eu me levantei.

—Onde vai?- ele perguntou.

—Pra água.- respondi.

—Você vai morrer de dor depois se não passar protetor nas costas.- falou, se colocando atrás de mim. Ele distribuiu o protetor por todas as minhas costas, fazendo uma leve massagem.

—Obrigado.- falei. -Quer que eu...- nem terminei e ele já estava de costas para mim. Ri com isso e passei o protetor solar pelas costas dele. (N/A:Aquelas costas largas e definidas que, meo Jesus, socorro.). Depois joguei o vidro dentro da bolsa e puxei Castiel até a água.

As ondas batendo contra meu corpo proporcionavam sensações revigorantes. Era relaxante. Me virei na direção de Castiel e o olhei. Eu estava na direção contrária às ondas. Ele retribuiu o olhar. Aquelas orbes cinzentas me transmitiam paz. O abracei e ele retribuiu. Ficamos assim por algum tempo, até que eu escutei seu riso baixo.

—Castiel?- indaguei e ele riu mais um pouco. -O que você...- não pude terminar, pois senti uma onda se chocar contra nós e ambos mergulhamos. Quando me levantei, escutei a gargalhada do ruivo, que estava ensopado. Não que eu estivesse diferente. -Desgraçado!- dei um tapa no braço dele.

—Você devia de ver sua cara!- exclamou, gargalhando ainda mais.

—Oras! Eu quase engoli água, seu maluco!- me exaltei, querendo meter a porrada nele, mas ele me agarrou pela cintura e me beijou. Passei os braços pelo pescoço dele e retribui. Eu estava na ponta dos pés, quase não tocando o chão. Senti que ele sorriu entre o beijo e eu soube o por que. Não demorou muito para outra onda nos atingir e cairmos mais uma vez.

—_//__

Depois de muitas palhaçadas, vários tombos no mar e banhos de sol, já estava anoitecendo e resolvemos voltar para a minha casa. Quando entrei, encontrei minha família toda reunida na sala de estar. Meus pais, como sempre, estavam vestidos formalmente e prontos pra sair.

—Qual o evento da vez?— perguntei, pegando Nicolas no colo.

—É um jantar para decidirmos como vamos promover minhas novas fragrâncias.— minha mãe respondeu.

—Jason vai nos acompanhar. Então, Logan, leve Mary, Jane e Nicolas embora, depois.— meu pai disse ao meu irmão.

—Beleza pai.— respondeu, sem tirar a atenção do laptop em seu colo. Como se fosse combinado, eu, juntamente com meus pais e meu irmão Jason reviramos os olhos, em uníssono.

—Você não tem jeito, querido.- minha mãe falou, depois deu um beijo na bochecha dele. Depois ela saiu, acompanhada de meu pai. Jason se despediu da esposa, da filha e por último do filho.

Pus Nicolas no chão e levei-o até Logan.

—Ei! Faltava só uma fase pra eu zerar o jogo!— exclamou quando retirei o laptop dele. Coloquei Nicolas em seu colo.

—Saia desse mundo líquido e passe mais tempo com seus sobrinhos.- falei, me virando e indo com o pessoal para os quartos. As meninas se emaranharam no meu quarto e os meninos se dividiram.

Mal fechei a porta do quarto e as meninas me empurraram ao banheiro, mandando-me lavar do primeiro fio de cabelo até a unha do pé. Saí do banheiro vestindo um roupão e Violette entrou, sendo empurrada.

Me puxaram até uma cadeira e fizera meu cabelo e maquiagem. Depois me fizeram colocar um vestido laranja, que parecia ser largo, tomara que caia, com um pequeno decote em V. Quando Rosa fechou meu zíper, percebi que o vestido não só ficara apertado, como ficara curto. Me deram um par de sapatos nude e um bolsa de mão de mesma cor. Acessórios dourados e voilà, estava pronta.

Depois que Violette passou pelo mesmo processo, estávamos preparadas. Vi que já eram 21h30min, então todas saímos. Os meninos estavam na sala. Meu irmão já havia levado Mary e seus filhos, então a casa estava vazia. Desci as escadas calmamente e parei à frente de Castiel. Ele me olhou de cima a baixo e mordeu o lábio inferior. Só para provocar ainda mais, dei uma voltinha na frente dele.

—Preparados para a melhor noite da vida de vocês?- indaguei alto o suficiente, para que todos me ouvissem. Todos exclamaram felizes. -Então, sejam bem-vindos à Los Angeles.

—_//__

Saímos de limusine da minha casa e nos dirigimos ao Exchange Nightclub, uma das mais badaladas casas noturnas de Los Angeles. Tinha uma fila enorme quando chegamos. Eu pedi pro pessoal esperar um pouco. Enquanto passava do lado da fila, muitas pessoas gritavam meu nome e tiravam fotos. Cheguei no segurança e o cumprimentei com um high Five. Chamei o pessoal e eles entraram comigo. Eu costumava vir muito pra essa casa noturna, então todos os funcionários me conheciam de longa data.

—Ora, ora, ora! Olha só quem chegou!— Marcus, o Dj falou no microfone. -Angely, querida!— mandei um beijo e uma piscadela pra ele.—Por você, eu toco essa aqui.- e foi quando Work, da Rihanna começou a tocar.

—Vejo que é bem popular por aqui.- Castiel falou ao meu ouvido. Eu ri e o olhei.

—Claro, né, querido.- joguei o cabelo pro lado. -Pega uma bebida pra mim.- falei enquanto as meninas me puxavam para pista.

Dançávamos como loucas, como se não houvesse amanhã. Rebolávamos e descíamos até o chão.

Depois de horas, eu perdi a conta de quantos shots de tequila eu havia tomado. Quando Sexin’ On the Dance Floor começou a tocar, puxei Castiel à pista e começamos a dançar colados. Ambos um pouco alterados  pela bebida, mais ainda conscientes de seus atos.

—Que tal a gente sair daqui?- ele falou no meu ouvido e eu assenti.

Saímos da boate e eu fui até a limusine avisar ao motorista para levar os outros. Eu e Castiel iríamos de táxi.

POV’s Angely OFF

POV’s Autora ON

Estavam perto da praia, quando ela resolveu fazer uma coisa.

—Pode parar aqui.- a loira pediu ao motorista do táxi. O ruivo a olhou confusa. Saíram do veículo e ela pagou. O táxi foi embora, cantando pneus.

—Por que estamos aqui?- ele indagou.

—Que tal uma caminhada noturna na praia?- ela sugeriu, retirando os saltos e indo em direção do mar. -Vem logo ruivo!- exclamou. O rapaz riu e retirou seus tênis, a seguindo.

Caminhavam à beira mar, de mãos dadas, molhando os pés.

—Me diz uma coisa.- ele falou e ela o olhou. -Quando nos beijamos pela primeira vez, tudo o que você afirmou pra mim, ainda continua aí?

Ela se perdeu um pouco em pensamentos.

—Depois que fui embora, eu visitei a Austrália, conheci Dakota e pensei ter me apaixonado por ele.- ela começou. -Depois de tudo o que houve, a perda do meu bebê, a minha ascendência como cantora e todas as reviravoltas, eu ainda continuava pensando naquele garoto de cabelos negros e olhos acinzentados.- ela parou de andar e se virou de frente a ele. -Quando te conheci, até assemelhei vocês dois. Achava que era loucura, mas no fim não era. Eu me apaixonei por você, Castiel. Mesmo sem saber que você era aquele garoto. E, agora que eu sei, não tenho medo de admitir que eu te amo. Te amo com todas as minhas forças.— ela falou e ele segurou seu rosto, erguendo-o para ela olhá-lo.

—Dizem que quando encontramos aquela pessoa que nos completa, nunca devemos deixá-la ir. Você foi embora e eu pensei que nunca mais fosse amar verdadeiramente. Enquanto namorava Debrah, achava que a amava, mas era uma total ilusão. Quando você chegou, eu lhe confesso, te achei mesquinha e uma completa idiota. Mas não podia negar que meu coração batia forte todas as vezes que te via.- ele sorriu a ela. -Na primeira vez você me impediu de dizer, então digo agora. Eu te amo, Angely.

Naquela escuridão sem fim onde estavam, selaram suas declarações com um beijo quente e lotado de amor.

Caminharam até a casa dela e se dirigiram ao quarto. Ela fechou a porta e se virou a ele.

—Eu quero, Castiel.- ele a olhou.

—Você tem certeza?- perguntou. Ela assentiu.

—Do mesmo modo que tenho certeza que te amo.- sorriu e eles se beijaram.