Give Your Heart a Break escrita por StrangeDemigod


Capítulo 26
Twenty Five


Notas iniciais do capítulo

Chegou o capítulo! Todas as verdades serão reveladas agora! Sem dúvidas, o melhor capítulo que já escrevi, ‘Ever’.
Confiram aí. Boa leitura.



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“O tempo nem sempre cura tudo.

Tenho feridas que já cicatrizaram, mas que insistem em latejar quando o dia está nublado.”

~Clarissa Corrêa

POV’s Angel ON

Flashback ON

“-E ela ainda teve a audácia de chamá-lo de Castzinho.- imitei a voz escrota da morena de falsos olhos azuis.

—Sério? De tudo que você podia se preocupar, tipo, sei lá, o fato de ela ter voltado e ser a ex do seu ruivo delícia...- ajeitou o meu cabelo. -Você só se importou de ela chamá-lo de Castzinho?!

—Você não sabe o quanto eu estou preocupada, Elliott.- suspirei, enquanto colocava os brincos. -Eu vi um brilho passar pelos olhos dela.- peguei meus saltos. -Temo pelo o que ela possa fazer...- me olhei no espelho. Saia azul marinho até um pouco antes do meio das coxas; camisa branca -transparente, evidenciando meu sutiã escuro- e saltos da mesma cor da saia.

—Se acalma.- ele colocou as mãos sobre meus ombros. -Você não pode aparecer na reunião nessa pilha de nervos.

—Certo.- suspirei.

—Isso. Cabeça erguida. Como a verdadeira Angely Mccullen.- beijou minha bochecha.

—_//__

—É um prazer finalmente conhecê-la, Angely.- Raul Dousseau falou do outro lado da tela do televisor.

—Igualmente, Sr. Dousseau.- sorri. -Ocorreu tudo bem na cirurgia?

­-Sim, sim.- ele sorriu, cansado. -Pois bem. Viemos aqui falar do projeto, não?

—Claro.- falei e dirigi o olhar a Sam.

—Tudo ocorreu nos conformes, senhor.- Sam disse e depois começou a falar algumas coisas que não entendi muito bem. Foi nesse momento que meu celular vibrou.

‘Você precisa vir até aqui, agora.~Castiel.’

‘Estou em reunião, ruivo. Coisas de adulto que você provavelmente iria ficar entediado. ~Debby’

‘Aconteceu uma coisa...~Castiel.’

‘O quê foi? Está começando a me preocupar... ~Debby.’

‘Só vem. Estamos no Starbucks a duas quadras do Shopping ~Castiel.’

—E está tudo pronto para...- acabei por interromper Sam.

—Por favor, me deem licença.- me levantei da cadeira e fui andando até a porta.

—O que houve, querida?- Sam indagou.

—Eu só preciso ir. Desculpas.- respondi, sorrindo fraco.

Saí do prédio, praticamente correndo em direção àquele Starbucks.

Mal sabia eu que a minha vida iria desmoronar por completo.”

Flashback OFF

—Do que está falando?- indaguei à morena.

—Seus dias como Debby Williams acabaram.- gargalhou.

—O que você fez?- questionei, receosa.

—Apenas contei a verdade a eles.- deu de ombros. -Que feio, Angely. Mentindo desse jeito. Como pôde?

—Eu não queria... Meu pai me obrigou!- exclamei, atraindo as atenções do Café para mim.

—Robert, tire as pessoas daqui.- ouvi uma voz atrás de mim. Me virei e encontrei Sam. Logo o Café estava vazio, sobrando apenas nós. O segurança ficou do lado de fora, de guarda.

—Ah, ótimo! Você chamou ela.- a morena à minha frente revirou os olhos.

—Olá, Debrah.- Sam sorriu falsamente. Eu nunca a vi assim. -Como vai Julius? Aposto que continua sendo um bêbado.

—Acredite, ele nunca ia te querer de volta.- Debrah disse.

—Não, não. Eu quem não o aceitaria de volta.- a mais velha sorriu vitoriosa. -Principalmente por ele ter me trocado por uma vagabunda que se encontra em qualquer esquina.- Se fosse possível, Debrah soltaria fumaça pelas orelhas.

—Humpf.- bufou.

—Querida, acho melhor você ir embora, agora.- Sam segurou no meu ombro.

—Isso mesmo, Angely.- a voz anasalada de Debrah ecoou. -Fuja, como um cão com o rabo entre as patas.

—Por quê você fez isso, Debrah?- perguntei.

—De uma maneira ou outra eles iam ficar sabendo.- deu de ombros. -Eu só quis acelerar o processo.

—O que acha que vai ganhar fazendo isso?- eu queria chorar, mas me segurei.

—Seu sofrimento.- abriu um sorriso sombrio.

—Já não acha que me fez sofrer demais?- perguntei.

—Noop.- falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

—Aqueles que provam o sangue nas mãos uma vez, sempre querem mais, não é?- falei.

—O que quer dizer com isso?- ela arqueou uma sobrancelha.

—Você ainda tem a coragem de se fazer de cínica!- exclamei.

—Eu realmente não sei do que você está falando...- colocou a mão no peito, de forma dramática, se fazendo de inocente.

—Você o matou, Debrah!- e esse foi o estopim para que as lágrimas escorressem de meus olhos.

—Ah, isso... - falou com desinteresse, olhando as unhas.  -Bom, ele tinha que morrer.

—Era só um bebê inocente. Não tinha culpa de nada!- apertei os olhos.

—Mas ainda era fruto de um estupro.- praticamente cuspiu as palavras. -Imagine se nascesse e, depois que crescesse, descobrisse toda a verdade?

—A mãe do bebê tinha o direito de escolher se o queria ou não...- derrubei mais lágrimas. -E eu escolhi que o queria. Ele era o meu filho, Debrah!- ouvi o arfar daqueles que estavam ali apenas assistindo.

—E daí? Eu te fiz um favor.- me olhou como se eu fosse uma pessoa mal agradecida.

—Um favor? Debrah, você simplesmente saiu brincado se ser Deus! Decidindo pela vida daquele que nem podia sequer fazer suas próprias escolhas sozinho.- falei. Ela revirou os olhos. -Onde isso é “um favor”?

—Eu te livrei de um mal enorme. De ter que aguentar as críticas por ter sido mãe tão jovem.- apontou para mim, como se a resposta estivesse na minha cara e eu não tinha a visto.

—Você ao menos percebe o que sai da sua boca?!- limpei o rosto, borrando ainda mais a minha maquiagem. -De fato, eu era realmente muito nova. Mas uma vida é uma vida, Debrah. Preferia mil vezes ser criticada do que ter sentido toda aquela dor em meu coração e aquele vazio...- meu olhar ficou vago.

—Ah, quanto drama.- falou. Pisquei algumas vezes, acordando de meu transe, e suspirei.

—Ouça com atenção o que eu vou lhe dizer, Debrah.- eu já estava mais calma e meu tom era cortante. -Você não vai se safar dessa.- apontei para seu rosto. Minha face estava completamente manchada. Os cabelos estavam desgrenhados. -Agora, me deem licença.- saí do Café.

Não me importei com os olhares que me dirigiam. Eu apenas segui até meu carro para voltar ao apartamento.

POV’s Angel OFF

POV’s Castiel ON

 -“Você não vai se safar dessa.”— imitou a baixinha. -Ah, por favor, né.

—Não, não, Debrah. Ela está certa.- a mulher de pele morena falou. -Só um conselho: olhos abertos.- deu uma piscadela e se retirou.

—Humpf.- bufou.

—Por que você chamou Angie aqui, Castiel?- Kentin ia partir para me dar um soco, mas Íris o segurou.

—Não foi ele, fui eu.- Debrah disse.

—Sua vadia desgraçada!- ele estava querendo avançar, mas Íris conseguiu o manter no lugar.

—Se acalme, Kentin.- Íris falou ao ouvido dele.

Até aquele momento eu não havia dito uma única palavra. Me levantei e comecei a andar em direção à saída do Café. 

—Ah, Castzinho! Onde vai?- me segurou pelo braço e eu parei. Ainda estava de costas para ela. Me virei devagar na direção dela e vi seu rosto mudar de expressão.

—Tudo o que ouvimos aqui, é verdade?- perguntei. Minha expressão era neutra, mas meus olhos emanavam raiva.

—Claro que sim.- alisou meu braço. -Mas quem se importa?

—Quem se importa?!- exclamei, apertando o pulso dela. -Debrah, acho que você não percebeu ainda, mas só você e apenas você é quem não está se importando!- ela olhou em volta e viu os olhares que todos lhe dirigiam. Nojo.

—O que vocês estão olhando?- indagou.

—Toda aquela adoração que nós sentíamos por você não existe mais.- Rosalya falou, seca. Debrah estava sem reação.

—Bom... Não preciso de vocês mesmo.- se soltou de meu aperto. -Tenho milhões de fãs. Me adorando sempre.

—Eles não sabem a quem adoram.- o representante se pronunciou. Ela apenas revirou os olhos.

—Como pude me deixar pensar que você era minha amiga?- Íris perguntou com repulsa.

—Pergunte à Angely Mccullen. Ela já esteve no seu lugar.- sorriu de escárnio. -Agora, se me derem licença, irei fazer coisas que a ralé não pode fazer.- tamborilou no ar e se retirou do Café, desfilando.

Soltei um suspiro. Virei-me de novo para sair do Café.

—Onde vai?- Rosalya perguntou.

—Saber da verdade.- respondi, ainda de costas.

—Nós vamos com você.- Íris falou.

—Não.- eu disse. -Tenho que ir sozinho. Ela está assustada e frustrada. Acha que todos não querem mais a ver por perto.- expliquei. -Tenho que conversar com ela sem a pressão dos demais.

—‘Tá. E o que sugere que façamos?- Alexy questionou.

—Apareçam lá daqui duas horas. Talvez aí eu já tenha conseguido amenizar as coisas.- falei e saí do café, sinalizando para um táxi.

—_//__

Bati na porta do apartamento dela. Uma, duas. Seis vezes. Ninguém atendeu.

“Talvez ela nem esteja aí...”—pensei.

Resolvi não insistir. Procurei por uma chave reserva. Embaixo do tapete. Peguei e abri a porta, sem fazer barulho. Ouvi o som do chuveiro. Fechei a porta. Fui andando devagar até o quarto dela. A porta do banheiro estava fechada. Vi os saltos que ela usou jogados num canto. Me sentei na cama, aguardando por ela. Não demorou muito e ouvi o chuveiro ser desligado. O trinco da porta foi destrancado e a porta se abriu. Ela saiu de lá enrolada numa toalha. Os cabelos molhados e com olheiras. Olhou para cima e me viu. Espantou-se e segurou a toalha para a mesma não cair. Quando ela se acalmou, trocamos olhares. Nenhuma palavra foi dita.

Parecendo sair de um transe, ela cortou o contato e se virou para entrar no closet. Quando me levantei para segurá-la, ela já tinha fechado a porta. Comecei a bater com força sobre a superfície de madeira.

—Abre a porta, baixinha.- falei.

—Vai embora.- ela respondeu. O som saiu abafado, mas eu sabia que ela estava chorando.

—Não, eu não vou.- encostei a testa na porta. -Olha, eu só quero conversar. Só... - quase caí. A porta tinha sido aberta novamente. Ela usava a minha camiseta. Os cabelos molhados caiam de lado, desarrumados.  Seu olhar estava baixo. Suspirei, passando a mão pelos cabelos. Voltei até a cama dela e me sentei. Ela me seguiu e sentou de frente para mim, com as pernas cruzadas que nem índio. Permanecemos ambos quietos. -Não vou te forçar a nada. Apenas quero respostas, ok? Fale quando quiser e se quiser.- ela suspirou, assentindo. -Tudo o que ouvimos lá no Starbucks é verdade?

—Sim.- ela falava baixo. -Para você entender como eu vim parar aqui, o porquê de eu ter recebido aquela carta que você queimou e qual é a minha rixa com a Debrah, tenho que te contar o que aconteceu desde o começo.

POV’s Castiel OFF

POV’s Angel ON

Flashback ON

“Meu nome é Angely Nagashaghi Mccullen. Sou filha do empresário e produtor musical da SY Records Stefan Mccullen e da estilista Yuno Nagashaghi Mccullen.

Sendo filha dos dois, tinha tudo o que uma garota gostaria de ter. Meus pais, apesar de não serem tão presentes, se esforçavam o máximo para me dar a atenção que eu precisava. Já meus irmãos... Bom... Jason já era casado e já tinha uma filha. A esposa estava esperando o segundo. Logan tinha dezesseis anos. Era muito tímido. Então, os dois eram presentes a seu modo.

Tudo aconteceu quando eu tinha quatorze anos. Foi num verão que o conheci, numa viagem à Austrália. Era meu sonho conhecer Sidney. Seu nome era Dakota Stuart, mais conhecido como Dake. Ele era surfista. Vivia disso. Já havia acabado os estudos. Tinha jeito de malandro, usava gírias, o corpo era atlético e bronzeado, cheio de tatuagens. Olhos verdes, cabelos loiros e sorriso sacana. Eu me apaixonei. Ele era meu segundo amor. Eu era nova e queria uma aventura. O que era melhor do que um amor de verão? Eu vivi um verdadeiro filme romântico. Mas todo filme tem um fim. Decidimos seguir em frente. Eu voltaria para Los Angeles e ele ficaria na Austrália. Pensei que nunca mais o veria, mas me enganei.

Era um dia comum na minha antiga escola. Andávamos eu e minhas duas melhores amigas pelos corredores. Raphaella Peace, com seus lindos olhos azuis e cabelos ruivos e Debrah Miller, de olhos castanhos e cabelos da mesma cor. Éramos as populares. Apesar de tudo, ainda valorizávamos nossos cérebros.

Foi quando o vi. Estava conversando com mais alguns da idade dele. Com ele ali, foi como se tudo à minha volta começasse a passar em câmera lenta. Bom, depois disso ele me contou o porquê de estar nos Estados Unidos. O tio ia ser professor de Educação Física, e como ele morava com o tio, teve de vir junto. Se declarou para mim e eu me declarei para ele. Foi aí que começamos a namorar.

No começo, ele se mostrou uma pessoa carinhosa e atenciosa. Mas, com o tempo, foi mostrando sua verdadeira face. Ele começou a sentir um ciúme possessivo até do porteiro da escola. Em vezes, aparecia cheirando a cigarro e álcool. Eu não aguentava mais. Terminei com ele. Foram quatro meses de namoro. Achava que o amava, mas não era isso. Fora só uma paixão de verão. Mas para ele, foi diferente. Ele estava obcecado por mim. Durante um mês, ele me mandou mensagens e me ligava a todo momento. Eu tive que trocar meu número para aquilo parar.

Me mantive em paz durante algumas semanas. Um dia, estava voltando da escola, sozinha e a pé. Um carro parou ao meu lado e Dakota saiu dele. Mandei-o ir embora, mas ele não me ouvia. Quando me virei para ir embora, ele colocou um pano com um cheiro horrível em cima do meu nariz e eu apaguei.

Acordei pouco tempo depois. Estava num quarto. Era velho e cheirava a mofo. Parecia ser de um motel de beira de estrada. Ele me trazia comida e bebida, as quais eu só ingeria quando não aguentava mais de fome. Enquanto estive lá, implorava para ele me soltar, mas ele não queria. Dizia que estávamos predestinados a ficar juntos.

Uma noite, ele chegou no quarto, bêbado, cambaleando. Eu acordei quando ele tropeçou na borda da cama. Eu estava apavorada. Ele subiu em cima de mim. Eu tentava me soltar, mas ele era mais forte. Prendeu meus pulsos na cabeceira da cama e me amordaçou com um pedaço de pano. Depois... Me violentou. Eu me sentia suja.

Ele me manteve presa lá durante um mês. Foi quando meu pai me encontrou. Ele tinha colocado a polícia do estado inteiro atrás de mim. A polícia cercou o local e Dakota me segurava, apontado uma faca na direção de meu pescoço. Eu me lembro que gritava para ele me soltar e se entregar. Mas ele continuava a falar aquelas coisas sem sentido. A polícia arrombou a porta e um deles começou a conversar com Dakota. Mas ele já estava tão obcecado por aquilo que enfiou a faca em meu pescoço, deixando as letras DS marcadas nele. Depois disso, minha visão ficou turva e eu apaguei. Eu senti a minha vida começar a se esvair, mas por um milagre, eu sobrevivi.

Acordei no hospital. O médico explicou o que tinha acontecido. Em uma escala de 0 a 10, a minha chance de sobreviver era de 1. Lembro que meus pais entraram no quarto e me contaram que Mary, a esposa de meu irmão, tinha dado a luz no meio daquele conflito todo. Fiquei no hospital por quatro dias.

Na noite anterior à minha alta, acordei com enjoos e acabei colocando meu jantar pra fora. Foi quando descobri que estava grávida. Nisso, iniciou-se uma grande discussão. Meus pais queriam que eu abortasse. Mas eu escolhi que queria ficar com o bebê.

Depois que finalmente saí do hospital, minhas amigas foram me visitar em casa. Contei a elas tudo. Absolutamente tudo. Mal sabia eu que tinha cometido um engano ao contar tudo aquilo para Debrah.

Passaram-se dois meses. Era o dia do veredicto final do julgamento de Dakota. Eu estava em casa, junto a Debrah. Estava no terceiro mês de gestação. Raphaella tinha viajado com a família. As empregadas estavam de fofocas na lavanderia da casa. Lembro que Debrah me pediu para emprestar um livro que ela estava louca para ler. Subi até meu quarto, pegando o livro para ela. Andei pelos corredores, voltando pelo caminho que havia feito e cheguei à escada. De lá, era possível ver a sala. Procurei por Debrah, a chamando. Ela estava atrás de mim. Lembro que ela sorriu e disse: “Não se preocupe, Angely. Tudo vai ficar bem.” Eu não havia entendido o porquê de ela ter dito aquilo naquele momento. Segundos depois, ela me empurrou e eu rolei escada abaixo. No meio do trajeto, bati a cabeça e quando cheguei no final da escada, já estava inconsciente.

Mais uma vez, acordava numa cama de hospital, tomando soro. Minha mãe estava ao meu lado. Seus olhos refletiam pena. Pena de mim. E eu já sabia o porquê. Eu havia perdido aquele bebê. Chorei por dias. Havia poucas semanas que eu descobrira que era um menino. Eu até havia escolhido o nome. Christopher. Depois disso, Debrah sumiu. Ela fugira. Meu pai me prometeu que a encontraria.

Decidi seguir minha vida. Ainda estava abalada, mas isso contribuiu de forma boa para mim. Eu já tinha talento para a música, mas a perda daquele bebê e as desilusões me fizeram ficar ainda melhor e chegar até onde estou hoje.

Meu pai lançou-me no ramo musical e em poucos meses eu já estava fazendo shows pelos estados e turnês mundiais. Conquistando fãs, lançando discos, dando entrevistas, participando de alguns seriados e sendo garota-propaganda de diversas marcas famosas.  Foram três longos anos de conforto. Mas tudo que é bom, dura pouco.

Há três meses e meio, os paparazzi flagraram um homem misterioso saindo do quarto onde eu estava hospedada em um hotel, se não me engano, em Las Vegas. Como a mídia gosta de exagerar em suas histórias, inventaram que eu estava saindo com ele, que era meu novo romance, se perguntavam quem era o tal homem e mais blá, blá, blá. Adivinha quem era o homem misterioso? Era um de meus dançarinos. Pediu-me para ajudá-lo a preparar um pedido de casamento para sua namorada. Só que eu não podia sair por aí. Então, combinei com ele de se encontrar no hotel onde eu estava hospedada. Depois disso, não demorou muito para a notícia chegar ao meu pai. Ele nem quis escutar a verdadeira versão da história. Me mandou para cá, para viver com a minha tia e ver se eu criava juízo.”

Flashback OFF

POV’s Angel OFF

POV’s Castiel ON

—Confesso que, quando cheguei aqui, eu era a pessoa mais egoísta e arrogante que você poderia conhecer.- ela riu. -Mas, eu juro: fui eu mesma com todos. Eu apenas omiti qual era meu verdadeiro nome. Se eu não fosse famosa, eu continuaria sendo a mesma pessoa.- olhou no fundo dos meus olhos. -Sei que ninguém mais vai me querer por perto. Eu só vou terminar os estudos e ir em...

—Cala a boca.- a interrompi, com o cenho franzido. -Ninguém quer que você vá.- segurei seu queixo e me aproximei.

—Mas eu menti sobre quem eu era!- desviou o olhar, mas fiz ela virar de volta para mim.

—Você não sabe mesmo ficar quieta, né?- murmurei.

—Ora seu...- a beijei. Ela estava surpresa. Acredite, eu também. Mas ela não parava de falar.

A puxei para o meu colo e passei meus braços na sua cintura. Ela colocou a mão em minha face e separou nossos lábios, me olhando. Retribuí. Cinza no verde. Verde no cinza.

—Para mim, não importa se você é famosa ou não.- coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. -Vai continuar sendo aquela baixinha marrenta que tive a sorte de conhecer três meses atrás.

—Ah, ruivo. Que fofo!- apertou minhas bochechas. Ouvimos batidas na porta. 

—São eles.- falei e ela me olhou. -Pronta?

—Sim.- Soltou um suspiro e se levantou do meu colo.

POV’s Castiel OFF

 


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Notas finais do capítulo

Roupa: http://www.polyvore.com/untitled_21/set?id=133686254
Minhas emoções estão todas bagunçadas. Acredito que as de vocês também. T-T.
Escrevi o capítulo quase morrendo, porque eu tava gripada. Eu comia e não sentia o gosto #piorsensacao.
Mas enfim, o que será que vai acontecer agora?
Vejo vocês no próximo. ~StrangeDemigod