Give Your Heart a Break escrita por StrangeDemigod


Capítulo 23
Twenty Two


Notas iniciais do capítulo

Olá, people!
Sim, resolvi postar mais cedo. Minha amiga -vulgo Maria- fez aniversário. Não, não dedico o capítulo a você porque está bem triste, eu chorei quando escrevi. Juro. Mas, feliz aniversário ♥
Certo. Espero que gostem e que não me matem.
Kissus e boa leitura.



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“...Se algum dia você se encontrar perdida na escuridão, e

Não puder ver

Eu serei a luz a te guiar (...)

Eu vou cantar uma canção ao seu lado...”

~Count On Me - Bruno Mars

POV’s Angel ON

—Quando foi que você trocou o seu carro?- o ruivo perguntou, incrédulo.

—Ontem a tarde. Só faltavam alguns documentos.- dei de ombros, abrindo a porta do passageiro e ele se sentou lá. Peguei suas muletas e coloquei no banco traseiro.

—Mas é um Lexus. Um Lexus! E do modelo desse ano!- ele exclamou, colocando o cinto. Entrei do lado do motorista, revirando os olhos. -Você deve ter roubado um banco pra ter esse carro.

—Só você.- neguei com a cabeça, sorrindo.

Depois de todos cumprimentarem o ruivo na sala de espera do hospital, tirei-o de lá pois sabia que ele não aguentava mais as mesmas perguntas. “Você está bem?” “Como ocorreu o acidente?” “ ‘Tá sentindo dor?” e muito mais.

Durante o trajeto até o condomínio, nenhuma palavra foi dita. O silêncio foi constrangedor. Quase suspirei de alívio quando estacionei na minha vaga no condomínio.

Saí rapidamente e peguei as muletas no banco traseiro. Quando cheguei ao outro lado, ele já tinha aberto a porta. Lhe entreguei as muletas e ele saiu do carro. Tranquei tudo e fomos até o elevador.

Subimos e eu destranquei o seu apartamento com a chave reserva. Ele entrou e se jogou no sofá. Revirei os olhos e olhei em volta. Até que estava organizado.

—Vai conseguir se virar sozinho aí?- perguntei.

—Sim. Não se preocupe, acho que não morro.- brincou e em seguida ligou a TV.

—Ótimo.- me aproximei do sofá. -Qualquer coisa, só gritar. Moro no apartamento da frente.- beijei sua bochecha._Até.

Me virei e saí de seu apartamento.

Entrei no meu. Eu mal dormi. Estava muito preocupada.

Suspirei e segui até o meu quarto. Eu precisava de uma boa noite de sono.

Quebra tempo: 3 dias.

—E o Castiel?- Kim perguntou.

—Está bem.- dei de ombros. -Está começando a andar normalmente, mas ainda manca. Lysandre vai lá e eles ensaiam por horas. Arrumou um celular novo pra ficar me enchendo o saco. Então... Eu acho que tudo está nos eixos.

—Pra estar sabendo tão bem das coisas assim, você deve de estar praticamente morando com ele.- Peggy disse.

—É, mais ou menos isso.- eu falei, indiferente. Abri meu armário e um envelope lacrado caiu de lá. Olhei com o cenho franzido para aquilo.

—Meu Deus!- Rosalya exclamou, com os olhos brilhando. Guardei o envelope dentro da mochila.

—Pare de viajar, Rosalya! Sou uma empregada sem salário! É trabalho escravo!- exclamei, fazendo drama.

—Sem salário?- Íris riu. -Beijos podem ser considerados uma forma de pagamento.

Parei para pensar um pouco. Toda vez em que eu fazia algo para ele, recebia um beijo. Corei.

—Ah! Ela corou!- Melody apontou pra mim. -Você está com razão, Íris.

Elas riram e eu revirei os olhos.

—Vão se foder, desocupadas.- resmunguei. Elas riram mais.

Meu celular apitou. Peguei-o e li a mensagem.

—Pega a minha correspondência. ~Castiel.

—E a educação? Não tem não? ~Debby.

—Estou totalmente debilitado, não posso pegá-la. ~Castiel.

— Peça com educação e talvez eu pense. ~Debby.

—Poderia, POR FAVOR, pegar a minha correspondência? ~Castiel.

—Hm... Vou pensar. ~Debby.

—O sorriso dela ‘tá me assustando, Rosalya.-Alexy falou. Armei uma carranca e lhe mostrei o dedo do meio.

—Tchau, suas insanas.- saí andando em direção ao meu carro.

—_//__

Saí do banheiro enrolada na toalha. Tinha arrumado o cabelo e “rebocado” a cara para esconder as marquinhas que eu tinha no rosto.

Fui até o closet e escolhi um macacãozinho florido, tomara que caia. Uma sandália estilo gladiador que ia até no começo da canela. Brincos pequenos e prateados; colar com correntes trançadas; um anel preto com a pedra quadrada. Me olhei no espelho e ajeitei o cabelo mais uma vez. Suspirando, fui até a sala e peguei minha mochila e a correspondência do ruivo. Tranquei o apartamento e segui para o da frente, já entrando.

—Se não fosse por mim, esse apartamento estaria uma bagunça, né ruivo?- perguntei retoricamente, fechando a porta.

Ele estava no sofá, assistindo a algo que não identifiquei. Murmurou só um “Hm.”. Revirei os olhos e coloquei minha mochila atrás do sofá. Fui até a cozinha, deixando o a correspondência em cima do balcão. Peguei uma frigideira e coloquei no fogão, ligando o acendedor. Fui na geladeira e peguei o pote com frango temperado e, depois de colocar um pouco de azeite na frigideira, pus o frango para fritar.

—O cheiro ‘tá bom.- ouvi ele comentar. Estranhamente sua voz estava perto. Me virei e vi ele escorado no balcão, olhando a correspondência.

—Até que enfim resolveu se levantar daquele sofá. Estava parecendo parte dele já.- ele riu.

—O Lysandre não vai vir hoje.- falou, ainda olhando as cartas.

—Por quê?- quis saber.

—Um encontro. Com a Violette.- ele sorriu malicioso. Eu gargalhei.

—Finalmente!- comemorei, batendo palmas. Ele me acompanhou.

—_//__

—Você sabe muito bem que isso é um saco.- ele bufou.

Estávamos sentados no chão da sala, na frente da mesinha de centro. Durante aqueles dias eu havia levado a matéria pra ele.

—Não é não.- revirei os olhos, fechando o caderno. -Mas estou vendo que isso não vai resultar em nada.- neguei com a cabeça, pegando a minha mochila. Apalpei algo e segurei, tirando de lá. O envelope que vi cair do meu armário. Resolvi abri-lo. Maldito o momento em que o fiz.

Aquelas palavras jamais sairiam da minha mente.

POV’s Angel OFF

POV’s Castiel ON

Eu sabia que ela ia acabar se cansando. Ela sempre cansa. Quando ela desistiu, sorri vitorioso.

Encostei no sofá a observando. Ela tirou uma coisa de dentro da mochila. Um envelope, lacrado. O abriu e começou a lê-lo. Aos poucos, a expressão dela foi mudando. Vi tristeza, vi raiva. Mas, acima de tudo, vi medo. Ela tremia. As lágrimas escorriam por seu rosto e a sua expressão era de pavor.

—Debby?- a chamei, mas ela não se moveu. Sequer piscou. Seu olhar estava fixo nas palavras escritas no papel em suas mãos. Me levantei com um pouco de dificuldade e cheguei perto dela. Devagar, puxei o papel de suas mãos. Ela nem resistiu. Suas mãos caíram ao seu lado e seu olhar ficou vago.

Olhei a carta e pus-me a ler.

“Olá, meu amor.

Deve se lembrar de mim, não? Oras, como não lembrar? Afinal, o primeiro amor nós nunca esquecemos. E nem a primeira vez.

Lembra-se daquela noite? Aposto que sim. Várias emoções e sensações... O modo como lhe toquei... Ainda sinto a textura de sua pele em minhas mãos. Era tão macia... E o medo refletido em seu olhar? Ah, que lembrança! Você me fez sentir-me um novo homem. E eu te fiz sentir-se uma mulher, não?

Até porque, daquela noite de amor, algo foi gerado. Nosso filho. Nosso pequeno Christopher. Era esse o nome, não é? Como ele seria? Teria seus olhos ou os meus? Cabelos louros mais claros, como os seus, ou mais escuros, como os meus?Eu queria tanto ter discutido com você os nomes possíveis, ajudado a escolher os enxovais e tudo mais. Porém, por infortúnio do destino, fui trancafiado neste lugar.

Me contaram que você o perdeu. ‘Foi um acidente.’ Eu não lhe culpo, meu amor. Podemos ter outros. E vamos ter.

Eu estou fugindo daqui. Irei lhe encontrar. E quando eu fizer isso, podemos fugir e formar uma família.

Seremos felizes. Espere por mim.

Com todo o amor, D.S”.

Eu estava horrorizado. D.S? É a marca que tem no pescoço dela. Esse desgraçado foi quem fez aquela marca!

Olhei a baixinha. Ela estava a ponto de explodir. Eu sabia disso. Joguei a carta no chão e a puxei para um abraço. Foi aí que vi meu mundo desabar. Ela começou a chorar no meu ombro. Soluçava e gritava. Apertava meus braços quase a ponto de perfurar a carne com as unhas.

A apertei mais contra mim e ela retribuiu. Estávamos, ambos, de joelhos.

—Shiu... Calma.- afaguei seus cabelos.

—C-como você quer que e-eu fique c-calma?!- ela quase berrou, mas desistiu, voltando a chorar.

—Faz o que você sempre costuma fazer quando está nesse estado.- falei calmamente, passando as mãos por suas costas.

A respiração dela foi se acalmando.

Dear, it took so long just to feel alright / (Querido, levou tanto tempo pra eu me sentir bem)

As lágrimas ainda escorriam violentamente.

Remember how to put back the light in my eyes / (Lembrar como colocar o brilho de volta em meus olhos)
I wish I had missed the first time that we kissed / (Eu queria ter esquecido a primeira vez que nos beijamos)
Cause you broke all your promises / (Porque você quebrou todas as suas promessas)
And now you're back / (E agora você está de volta)
You don't get to get me back / (E não vai conseguir me pegar de volta)

Limpei suas lágrimas com os polegares.

And who do you think you are? / (E quem você acha que é?)

Cantei com ela. Olhando-a no fundo dos olhos. Cinza no verde.

Running around leaving scars / (Andando por aí deixando cicatrizes)
Collecting your jar of hearts / (Colecionando um jarro de corações)
And tearing love apart / (Despedaçando o amor)
You're gonna catch a cold / (Você vai pegar um resfriado)
From the ice inside your soul / (Do gelo dentro da sua alma)
So don't come back for me / (Então não volte pra mim)
Don't come back at all / (Não volte de jeito nenhum)

Encostamos nossas testas.

—Obrigada.- ela sussurrou.

—Está se sentindo melhor?- perguntei.

—Não. Mas por agora, basta.- ela suspirou. -Sei que você tem perguntas e eu...

—Shiu.- coloquei meu indicador sobre os lábios dela. -Pode respondê-las quando estiver preparada.- a soltei e me levantei com um pouco de dificuldade. Peguei a carta em mãos e fui até a cozinha, mancando.

—O que vai fazer?- ela perguntou, me seguindo. Fui até o fogão e acendi uma das bocas.

—Não faz sentido guardar isso aqui.- coloquei o papel perto do fogo e ele se incendiou. Desliguei o fogo e fui andando até a pia, que estava seca. Coloquei o papel em chamas em cima dela e deixei-o se deteriorar. Virei-me e não a vi. Ouvi o som da torneira sendo aberta no banheiro.

Voltei mancando para a sala e me joguei no sofá. Em poucos minutos, ela voltou à sala, com o rosto totalmente limpo. Sorriu fraco pra mim.

—Olha, pode ir embora. Sei que você vai querer descansar e tal...- ela tapou a minha boca.

—Se eu voltar ao meu apartamento, eu não vou dormir.- falou. -Então, posso te pedir para dormir aqui?

—Ahan. Só deixa eu arrumar a minha cama pra voc..- ela me interrompeu.

—Não. Eu quero que você durma comigo. Aqui, no sofá.- falou/mandou. Sorri pra ela.

Ela arrancou as sandálias e eu deitei com ela em cima de mim, as pernas no meio das minhas. Passei os braços por sua cintura e ela colocou o rosto na curva do meu pescoço. Uma das mãos repousava sobre o meu peito e a outra estava em meus cabelos, fazendo um leve cafuné.

—Castiel?- me chamou.

—Hm?- olhei-a.

—Obrigada por compreender.- ela falou e suspirou.

—Não há de quê.- respondi, dando-lhe um beijo nos cabelos.

Depois desse momento, não demorou muito para que nós dois adormecêssemos.

—_//__

—Isso aqui está organizado demais pra ser o apartamento dele, Jean.- ouvi uma voz feminina familiar. Franzi o cenho.

—Am, querida! Acho que já encontrei a resposta.- uma voz masculina, também familiar. Passos vieram até mim e eu ouvi um arfar.

Abri meus olhos devagar para não me cegar com a luz e encarei os dois seres ali parados.

—Oi Mãe. Oi Pai.

 


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Notas finais do capítulo

Roupa Angely: http://www.polyvore.com/untitled_53/set?id=171516237

Jar Of Hearts - Christina Perri: https://www.youtube.com/watch?v=8v_4O44sfjM

Hahahaha! Sem dúvidas, apesar do chororô, o final foi até engraçado! Imagina só seus pais chegarem e te encontrarem com seu boy dormindo no sofá! O meu pai mataria ele e minha mãe ia perguntar coisas nada discretas ¬¬...
Vejo vocês no próximo. ~StrangeDemigod.